Mgla - não me lembro de uma banda de abertura já ter uma sala tão bem composta, muito menos ainda à hora a que iniciaram o concerto - 19h30. De todo o cartaz, era a banda que mais expetativa tinha em ver, pois as restantes já as tinha visto várias. Também tinha bastante curiosidade como é que a banda ia transpor para o palco a sua música e o próprio conceito artístico envolvente. Pois bem, fizeram-no de uma forma magistral. Com uma postura em palco bastante reservada (não apenas pelas caras tapadas, mas também pela postura quase esfíngica), concentraram todas as suas forças naquilo que é o mais importante - a música. Os cerca de 50 minutos de atuação (um verdadeiro luxo para uma banda de abertura) passaram num ápice, tal foi a intensidade da música e da sua execução. Neste particular destaco a voz hipnótica do M. e o trabalho de bateria do Darkside, para mim é mesmo uma das grandes mais-valias do som da banda. O final com a With Hearts Toward None VII seguida pela Exercises in Futility VI foi mesmo assombroso.

Secrets of the Moon - Sou grande apreciador de (quase) toda a discografia da banda, com exceção do último trabalho Sun. Como a setlist se baseou, em grandíssima parte, nesse mesmo álbum, e também porque, reconheça-se, não é das melhores escolhas ensanduichar Secrets of the Moon entre a "ferocidade" dos Mgla e dos Behemoth, esta foi (das 3 vezes que já o vi) a que não gostei tanto. O concerto foi competentíssimo, isso está fora de questão para mim, a banda apresentou-se muito bem e com grande empenho em palco, simplesmente as músicas do Sun são, no mínimo, muito sensaboronas e a milhas da excelência da restante discografia. Assim, não é de admirar que, para mim, os grandes momentos da sua atuação foram a Seven Bells e, a fechar, a Lucifer Speaks (que diferença, para melhor, em relação aos temas do Sun!). Com outra setlist e noutro contexto, teria sido certamente muito melhor.
Behemoth - se não me falham as contas, esta foi a 5ª vez que os vi mas, ainda assim, já tinha bastante saudades de ver a "máquina polaca" novamente ao vivo. Para quem já os viu, já sabe ao que vai. Banda extremamente competente e profissional, não descura o mais ínfimo detalhe e as suas atuações são sempre de uma energia e de uma entrega brutais. Este concerto não foi exceção, antes pelo contrário. Todas esses condimentos foram ainda mais exponenciados do que o costume. Com um público rendido desde os primeiros acordes, provaram (para quem ainda tivesse dúvidas) a excelência do The Satanist. É um álbum verdadeiramente fabuloso e, ao vivo, isso ficou mais que demonstrado. Conjugam, como nunca, a intensidade e brutalidade de sempre, com outros momentos mais atmosféricos, de grande subtileza e, por que não dizê-lo, beleza (senão veja-se e ouça-se a O Father O Satan o Sun), e isto sem nunca comprometer, minimamente, a sua visão artística. Após tocarem o The Satanist na íntegra, pequena pausa, e regresso ao palco para um final perfeito, onde houve lugar para a excelente ov Fire and the void (a fazer a ponte entre o som mais recente e os temas não tão recentes), a poderosíssima Conquer All, a punkish Pure Evil & Hate (que soube mesmo bem!) e a sequência final com as incontornáveis At The Left Hand of God, Slaves Shall Serve e a arrepiante Chant for Ezkaton. Estão como o vinho do porto!

Grande noite no Paradise.

Abraço a todos os users que lá encontrei.
