Casos Clínicos

Avatar do Utilizador
Cthulhu_Dawn
Moderador
Mensagens: 2427
Registado: sábado set 22, 2007 10:39 pm
Localização: Londres, Reino Unido

Re: Casos Clínicos

Mensagempor Cthulhu_Dawn » quinta out 07, 2010 11:57 pm

Brunhu Escreveu:
Cthulhu_Dawn Escreveu:Lembra-me a conversa do médico que atendeu a minha mulher nas Urgências do Garcia de Horta, a altas horas da madrugada. Em como nenhuma das enfermeiras de serviço podia com ele, quando estava a fazer as urgências, porque ele era um chato que só as fazia trabalhar. Que de contrário elas não faziam nenhum e etc e tal.
Agora é substituir "médicos" por "função pública", os "professores", "comunistas" e pronto, vai tudo um bocado dar ao mesmo, no meu entender...

É caso para dizer: A merda é toda a mesma, o cheiro é que muda.


Não, por acaso não era tanto por aí, porque a merda não é toda a mesma. Esse é que é o problema. Lemos a história do cacildo e a reacção é "cambada de gatunos esses médicos", a "classe intocável". Vemos uma manifestação de Professores e são "todos uns calões, não fazem nenhum". Assiste-se a um debate na AR e é tudo uma corja, intrujões, cabrões e outros mimos. E, é claro, depois somos logo os primeiros a dizer "ah, mas não podemos generalizar!"... :roll:

Avatar do Utilizador
Indigente
Moderador
Mensagens: 2822
Registado: quarta jan 21, 2004 6:39 pm

Re: Casos Clínicos

Mensagempor Indigente » sexta out 08, 2010 12:00 am

Generalização é o pior argumento em qualquer discussão.
Wine, women and song.

Avatar do Utilizador
otnemeM
Ultra-Metálico(a)
Mensagens: 6584
Registado: terça mai 18, 2004 2:02 pm
Localização: Éire
Contacto:

Re: Casos Clínicos

Mensagempor otnemeM » sexta out 08, 2010 1:30 am

No caso do SNS podemos generalizar sem qualquer melindre. Qualquer excepção só confirma a regra.
A culpa está na forma como a Saúde é governada e como os lobbies (incluindo o da Ordem dos Médicos) são mais-que-permitidos. O estado de coisas interessa a quem pode fazer algo, portanto habituem-se.

Avatar do Utilizador
Sanguessuga
Ultra-Metálico(a)
Mensagens: 5062
Registado: quarta mai 07, 2008 10:12 am
Localização: somewhere,anywere...
Contacto:

Re: Casos Clínicos

Mensagempor Sanguessuga » sexta out 08, 2010 9:06 am

Sei que os hospitais ao uma granda treta,eu possuo cartão de seguro de saude,e tenho prioridade nos hospitais privados,digo-vos que são emelhores que os hospitais estatais,melhor em pontualidade sim,agora voces teem um certo tempo para estar com o médico,passa a hora vao embora,eu por exemplo,numa consulta clinica geral,entrei a hora,ou 5 min mais tarde pronto,fiquei lá,não mais do que no máximo 10 min,ou 5,e fui embora,e nao cheguei a falar tudo com o médico,e depois,enviam os medicamentos para casa :| vantagem,é que fica mais barato em operações.melhores médicos e tal,mas depois a mensalidade do cartão... :?
Mas é sempre melhor ir a uma clinica que um hospital :wink: paga-se mais,mas tem-se melhores condições sem dúvida :)
e enfermeiras 8)

Avatar do Utilizador
cacildo
Metálico(a) Supremo(a)
Mensagens: 838
Registado: quinta jul 21, 2005 5:03 pm
Localização: Douro Litoral
Contacto:

Re: Casos Clínicos

Mensagempor cacildo » sexta out 08, 2010 12:58 pm

Só esclarecer umas coisas..

A questão não é se esta pessoa chega a casa azeda ou não, se deve ir queixar-se a quem deve ou não, nem se não podia ser o médico a queixar-se da burra da enfermeira, ou seja a questão em si não é o exemplo em concreto, usei o exemplo apenas como mote para abrir uma conversa sobre um tema que para a maioria, e a ver por algumas respostas aqui postadas, é tabu. Lavar roupa suja não é aqui o caso... se eu disse-se que foi uma coisa que descobri na net mudava alguma coisa? Ou é o facto de se estar a tratar mal "O Sr. Doutor" é que não pode ser? E discutir politica no fórum leva a alguma coisa, e discutir sobre a bola altera os resultados? Ou um fórum é para isto mesmo, discutir ideias?

O facto de teu transcrito a conversa foi para usar um exemplo real, não entrar na coisa do "ouvi dizer que me contaram".
Preferia que se concentrassem na vossa opinião sobre o tema, não sobre o valor ético ou moral (abram um tópico para isso se quiserem) de uma conversa de amigos, revelada a ceu aberto é verdade, mas com o cuidado de não mencionar nomes nem lugares precisamente para não haver "alvos".
I.B.A. International Bastard Association
REMEMBER!! Once a bastard, allways a bastard!
Bockiis Supremus - Saboriium Autenticus est!

Avatar do Utilizador
aftermath
Metálico(a) Supremo(a)
Mensagens: 565
Registado: sexta out 24, 2008 12:56 pm
Localização: HELLENTEJO

Re: Casos Clínicos

Mensagempor aftermath » sexta out 08, 2010 3:11 pm

I would like to tell all of ya a little tale ..... ( a quem tiver paciência para ler)

Estavamos no ano da graça de 1998, depois de um sui generis jogo de futebol no Estádio da Luz entre antigas glórias benfiquistas e a equipa do "agrupamento musical Iron Maiden" - como anunciava o speaker do estádio - lá vai um grupo de putos apanhar o comboio para Cascais no intuito de presenciar o regresso da banda britãnica ao Pavilhão Drámatico, que desta vez vinham acompanhados pelos Helloween, ou seja, o sonho molhado de qualquer apreciador de Heavy Metal (apesar de ser a tour do banal Virtual XI).

Após uns bons fumos e mais valentes copos começa a agitação na 1ª faixa de Helloween, "Push" - igualmente tema de abertura do albúm "Better Than Raw". Eis senão quando este que vos escreve se vê de encontro ao chão de cimento do dito pavilhão por ter sido arremessado por um amigo "ranger". Aterragem mal calculada e braço partido (sim, era um gaiato parvo, ainda hoje sou só que mais velho). Como sair a meio do concerto estava completamente fora de questão (METAL TO THE CORE MOTHERFUCKES! yep, another bright idea :roll: ) mudei-me para as bancadas e cada vez que a dor apertava um pouco, ou a "anestesia" começava a perder efeito, lá fumava mais um e bebia outra cerveja. A meio da "Sanctuary", que eu sabia ser a ultima música do alinhamento de Maiden, vou em busca da ambulância que era comum encontrar-se à porta do pavilhão. Aconteçe que de ambulânica nem sinal, pelo que me desloquei a pé para o centro de Saude de Cascais e é aqui que, a já de si bela história, começa a fiar mais fino.

Com as dores no braço a bater em força, e a esperar/desesperar mais de uma hora até ser atendido, não sem que antes tenha ido à casa de banho da sala de espera e ter visto alguém desmaiado, obviamente que alertei o funcionário da recepção para esse facto. O excelso funcionário, depois de revirar os olhos com assinalável fastio, dirige-se para a casa de banho, dá um biqueiro valente na porta e pergunta ao homem desmaiado algo como "atão caralho? outra moca valente, né? Tou farto destas merdas", fecha a porta à chave com o presumivel "caruncho" lá dentro, nem casa de banho nem auxilio ao homem.Situação resolvida.

Após estes preparos, é-me dito para entrar numa outra sala de espera já junto ao gabinete onde seria atendido. Se a agonizante espera não fosse já de si penosa, eis senão quando entra um enfermeiro que empurrava uma maca sobre a qual estava deitada uma bela moçoila de origem britãnica que chorava desalmadamente com dores num pé. Mas o que realmente interessava ao enfermeiro era o facto da mini saia da bifa ser, de facto, muito muito mini. E qual a atitude do enfermeiro, perguntam voçes? Simplesmente desloca a maca para o fundo da sala, de maneira a que as pernas e roupa interior da moça podesse ser observada por toda a gente que deambulava pelo interior das urgências. Perante o choro e berros lancinantes da incauta turista, o enfermeiro, que continuava a apreciar as formas da jovem, grita "Ó Chico , tens que vir aqui ver isto, pá! Que belo material"!!! E assim se juntam vários "profissionais" a discutir a qualidade da febra. Ajudar ou algo parecido, népias!

Sou chamado para a triagem, presumo, e o médico que me atende está bem mais preocupado com as "substâncias" que eu teria ingerido do que com o braço danificado. Mesmo após lhe ter sido dito que apenas tinha fumado uns "porros" e bebido cerveja o bom do médico continua a não se mostrar convencido, ao que termina a minha consulta com um taxativo "pois é, pois é, foi o concerto lá fora agora é o conserto cá dentro!" (isto porque eu não estava sozinho, havia ali, pelo menos mais 2 pessoas que tinham estado no dito concerto).

Depois da radiografia, sou encaminhado para outro médico, que com o mesmo enfado dos outros me diz "epá, isso tá tudo partido, tu tens que levar ferros e duvido que esse braço alguma vez fique bom", de seguida levanta-se e ao mesmo tempo que pontapeia e bate violentamente em gavetas e armários, exclama aos berros "Foda-se que é sempre a mesma merda, atão o gesso?" Depois do bendito gesso aparecer e ser-me colocado no braço é-me dito "Moras em Lisboa? Tens que ir ao São José porque aqui não te posso fazer mais nada", ao que eu respondo "E como é que vou para Lisboa? Já não deve haver comboios e eu não tenho dinheiro para taxis", resposta do médico "Epá, azar, orienta-te"!!

"E porque não pediste livro de reclamações?", perguntam voçes! Sinceramente, porque era puto e tava tão fodido que nem me lembrei. Hoje seria bem diferente, uiii, se seria. :twisted:

Sigo a pé para a estação quando vejo, a única coisa boa da noite, que ia partir o ultimo comboio.

Ao chegar ao Cais do Sodré, peço dinheiro a um amigo e apanho um táxi para o São José, sendo que o taxista iria revelar-se o gajo mais porreiro de toda a noite :shock: Diz-me que espera por mim à porta das urgências, porque com a saude não se brinca e ele também tem filhos da minha idade, etc etc etc

No interior do Hospital de São José, uma sra enfermeira com uma certa idade, e após ver o papel que lhe mostro, exclama para a colega do lado "vem tudo parar ao São josé, já viste bem isto?" Siga o baile... Encaminha-me para as urgencias ortopédicas e após longos minutos a tocar á campainha lá surge o médico que aparentava estar a dormir profundamente e não se mostrou muito agradado com o facto de surgir alguém que necessitasse do seu conhecimento. Após ler o relatório, presumo, do Centro de Saude de Cascais, nem olha para a radiografia e diz-me que apenas me vai receitar um analgésico e que eu fosse ao médico!!! :shock: :shock:

Acompanhado por um amigo e pelo taxista, continua o meu cálvario (sendo que por estas horas eu só me queria encher de medicamentos e dormir para ver se a puta da noite acabava) agora à porta da farmácia de serviço mais próxima. Pois após largos minutos a pressionar a campainha ningém surge do outro lado do vidro. Quando se dá golpe de teatro desta noite já de si dramática, o taxista sai do carro e ao ver que não aparecia ninguem começa aos berros e murros na porta de vidro "é sempre a mesma merda com estes chulos, já com a minha mulher foi a mesma coisa, nem doente se pode estar ...". Conclusão, o farmaceutico apareceu imediatamente!

No dia seguinte, braço engessado e munido da radiografia, faço aquilo qu me havia sido dito no dia anterior pelo médico! Vou ao médico (sim, porque ás vezes até sou um gajo que faço aquilo que me mandam). Desta feita no Curry Cabral, sou atendido muito prontamente, apesar duma gigantesca fila, e quando o médico olha para a minha morada, exclama "Tu és desta terra? Eu dou lá consultas numa clinica privada aos fins-de-semana, não queres lá aparecer que faço uma consulta com mais tempo? Olha, até vou amanhã, se quiseres boleia estás à vontade"!!!

Concluindo, no dia seguinte, estava a ser consultado pelo mesmo médico, na minha terra de origem, com todas as simpatias ... mas a pagar!!!

"E esta héin?!"
Tirem daqui as ilações/conclusões que quiserem.

p.s. Afinal o braço não estava totalmente partido, estaria sim o osso "lascado". O gesso foi-me retirado imediatamente e apenas tive que fazer fisioterapia.

p.s. Declaro por minha honra que os factos aqui relatados são totalmente veridicos, exceptuando, obviamente, uma ou outra expressão que o tempo fez o favor de apagar, mas o sentido era exactamente aquele que aqui pretendi demostrar. hasta e desculpem a seca. mas ao fim de 12 anos acho que tou a "expelir" a situação do fundo da minha alma :lol:
"Now before my demons roll the night across my eyes
I tremble as I wait perhaps to sin
Yield unto temptation and be ruler of the world
And all I do is let the beast come in"
RONNIE JAMES DIO

Avatar do Utilizador
SamuraiRui
Ultra-Metálico(a)
Mensagens: 1052
Registado: segunda dez 14, 2009 10:43 am
Localização: Linda-a-Velha
Contacto:

Re: Casos Clínicos

Mensagempor SamuraiRui » sexta out 08, 2010 3:22 pm

aftermath Escreveu:I would like to tell all of ya a little tale ..... ( a quem tiver paciência para ler)

Estavamos no ano da graça de 1998, depois de um sui generis jogo de futebol no Estádio da Luz entre antigas glórias benfiquistas e a equipa do "agrupamento musical Iron Maiden" - como anunciava o speaker do estádio - lá vai um grupo de putos apanhar o comboio para Cascais no intuito de presenciar o regresso da banda britãnica ao Pavilhão Drámatico, que desta vez vinham acompanhados pelos Helloween, ou seja, o sonho molhado de qualquer apreciador de Heavy Metal (apesar de ser a tour do banal Virtual XI).

Após uns bons fumos e mais valentes copos começa a agitação na 1ª faixa de Helloween, "Push" - igualmente tema de abertura do albúm "Better Than Raw". Eis senão quando este que vos escreve se vê de encontro ao chão de cimento do dito pavilhão por ter sido arremessado por um amigo "ranger". Aterragem mal calculada e braço partido (sim, era um gaiato parvo, ainda hoje sou só que mais velho). Como sair a meio do concerto estava completamente fora de questão (METAL TO THE CORE MOTHERFUCKES! yep, another bright idea :roll: ) mudei-me para as bancadas e cada vez que a dor apertava um pouco, ou a "anestesia" começava a perder efeito, lá fumava mais um e bebia outra cerveja. A meio da "Sanctuary", que eu sabia ser a ultima música do alinhamento de Maiden, vou em busca da ambulância que era comum encontrar-se à porta do pavilhão. Aconteçe que de ambulânica nem sinal, pelo que me desloquei a pé para o centro de Saude de Cascais e é aqui que, a já de si bela história, começa a fiar mais fino.

Com as dores no braço a bater em força, e a esperar/desesperar mais de uma hora até ser atendido, não sem que antes tenha ido à casa de banho da sala de espera e ter visto alguém desmaiado, obviamente que alertei o funcionário da recepção para esse facto. O excelso funcionário, depois de revirar os olhos com assinalável fastio, dirige-se para a casa de banho, dá um biqueiro valente na porta e pergunta ao homem desmaiado algo como "atão caralho? outra moca valente, né? Tou farto destas merdas", fecha a porta à chave com o presumivel "caruncho" lá dentro, nem casa de banho nem auxilio ao homem.Situação resolvida.

Após estes preparos, é-me dito para entrar numa outra sala de espera já junto ao gabinete onde seria atendido. Se a agonizante espera não fosse já de si penosa, eis senão quando entra um enfermeiro que empurrava uma maca sobre a qual estava deitada uma bela moçoila de origem britãnica que chorava desalmadamente com dores num pé. Mas o que realmente interessava ao enfermeiro era o facto da mini saia da bifa ser, de facto, muito muito mini. E qual a atitude do enfermeiro, perguntam voçes? Simplesmente desloca a maca para o fundo da sala, de maneira a que as pernas e roupa interior da moça podesse ser observada por toda a gente que deambulava pelo interior das urgências. Perante o choro e berros lancinantes da incauta turista, o enfermeiro, que continuava a apreciar as formas da jovem, grita "Ó Chico , tens que vir aqui ver isto, pá! Que belo material"!!! E assim se juntam vários "profissionais" a discutir a qualidade da febra. Ajudar ou algo parecido, népias!

Sou chamado para a triagem, presumo, e o médico que me atende está bem mais preocupado com as "substâncias" que eu teria ingerido do que com o braço danificado. Mesmo após lhe ter sido dito que apenas tinha fumado uns "porros" e bebido cerveja o bom do médico continua a não se mostrar convencido, ao que termina a minha consulta com um taxativo "pois é, pois é, foi o concerto lá fora agora é o conserto cá dentro!" (isto porque eu não estava sozinho, havia ali, pelo menos mais 2 pessoas que tinham estado no dito concerto).

Depois da radiografia, sou encaminhado para outro médico, que com o mesmo enfado dos outros me diz "epá, isso tá tudo partido, tu tens que levar ferros e duvido que esse braço alguma vez fique bom", de seguida levanta-se e ao mesmo tempo que pontapeia e bate violentamente em gavetas e armários, exclama aos berros "Foda-se que é sempre a mesma merda, atão o gesso?" Depois do bendito gesso aparecer e ser-me colocado no braço é-me dito "Moras em Lisboa? Tens que ir ao São José porque aqui não te posso fazer mais nada", ao que eu respondo "E como é que vou para Lisboa? Já não deve haver comboios e eu não tenho dinheiro para taxis", resposta do médico "Epá, azar, orienta-te"!!

"E porque não pediste livro de reclamações?", perguntam voçes! Sinceramente, porque era puto e tava tão fodido que nem me lembrei. Hoje seria bem diferente, uiii, se seria. :twisted:

Sigo a pé para a estação quando vejo, a única coisa boa da noite, que ia partir o ultimo comboio.

Ao chegar ao Cais do Sodré, peço dinheiro a um amigo e apanho um táxi para o São José, sendo que o taxista iria revelar-se o gajo mais porreiro de toda a noite :shock: Diz-me que espera por mim à porta das urgências, porque com a saude não se brinca e ele também tem filhos da minha idade, etc etc etc

No interior do Hospital de São José, uma sra enfermeira com uma certa idade, e após ver o papel que lhe mostro, exclama para a colega do lado "vem tudo parar ao São josé, já viste bem isto?" Siga o baile... Encaminha-me para as urgencias ortopédicas e após longos minutos a tocar á campainha lá surge o médico que aparentava estar a dormir profundamente e não se mostrou muito agradado com o facto de surgir alguém que necessitasse do seu conhecimento. Após ler o relatório, presumo, do Centro de Saude de Cascais, nem olha para a radiografia e diz-me que apenas me vai receitar um analgésico e que eu fosse ao médico!!! :shock: :shock:

Acompanhado por um amigo e pelo taxista, continua o meu cálvario (sendo que por estas horas eu só me queria encher de medicamentos e dormir para ver se a puta da noite acabava) agora à porta da farmácia de serviço mais próxima. Pois após largos minutos a pressionar a campainha ningém surge do outro lado do vidro. Quando se dá golpe de teatro desta noite já de si dramática, o taxista sai do carro e ao ver que não aparecia ninguem começa aos berros e murros na porta de vidro "é sempre a mesma merda com estes chulos, já com a minha mulher foi a mesma coisa, nem doente se pode estar ...". Conclusão, o farmaceutico apareceu imediatamente!

No dia seguinte, braço engessado e munido da radiografia, faço aquilo qu me havia sido dito no dia anterior pelo médico! Vou ao médico (sim, porque ás vezes até sou um gajo que faço aquilo que me mandam). Desta feita no Curry Cabral, sou atendido muito prontamente, apesar duma gigantesca fila, e quando o médico olha para a minha morada, exclama "Tu és desta terra? Eu dou lá consultas numa clinica privada aos fins-de-semana, não queres lá aparecer que faço uma consulta com mais tempo? Olha, até vou amanhã, se quiseres boleia estás à vontade"!!!

Concluindo, no dia seguinte, estava a ser consultado pelo mesmo médico, na minha terra de origem, com todas as simpatias ... mas a pagar!!!

"E esta héin?!"
Tirem daqui as ilações/conclusões que quiserem.

p.s. Afinal o braço não estava totalmente partido, estaria sim o osso "lascado". O gesso foi-me retirado imediatamente e apenas tive que fazer fisioterapia.

p.s. Declaro por minha honra que os factos aqui relatados são totalmente veridicos, exceptuando, obviamente, uma ou outra expressão que o tempo fez o favor de apagar, mas o sentido era exactamente aquele que aqui pretendi demostrar. hasta e desculpem a seca. mas ao fim de 12 anos acho que tou a "expelir" a situação do fundo da minha alma :lol:


Foda-se..... :shock: :shock: :shock: :shock:

Nem sei bem o que dizer.... história surreal. Só a parte do "azar, desenrasca-te!"... é preciso não se ter mesmo escrupulos nenhuns para dizer uma merda dessas a um puto de braço partido.

Infelizmente não é a 1ª vez nem ha de ser a ultima k sou posto a par de histórias desse género... é a merda de mundo em k vivemos
One must transcend the techniques of a song to really hear it as it is
http://www.myspace.com/driftingbalance

Avatar do Utilizador
Lapeno Enriquez
Ultra-Metálico(a)
Mensagens: 4614
Registado: sábado jul 26, 2008 3:32 pm
Localização: Permafrost
Contacto:

Re: Casos Clínicos

Mensagempor Lapeno Enriquez » sexta out 08, 2010 4:16 pm

Uma vez, com uma gripe fodida daquelas de levar soro, tive de esperar 2 horas deitado numa cadeira de plástico até que acabasse um benfica - Sporting para ser atendido. Curiosamente o árbitro apitou para o fim e ouvi a enfermeira a começar a chamar toda a gente para ser atendida.

Pior que a doença foi o Sporting ter perdido e o médico ainda me veio atender com uma shirt antiga dos lamps, com o patrocínio da parmalat. Fdp do crl :cry: :cry: :cry:
...natasnatasnatasnatasnatasnatasnatasnatasnatasnatasnatasnatasnatasnatasnatasnatas...
MORTE AO FALSO METAL Imagem

Avatar do Utilizador
Toretto
Ultra-Metálico(a)
Mensagens: 1068
Registado: segunda jan 29, 2007 3:51 pm
Localização: Leiria

Re: Casos Clínicos

Mensagempor Toretto » sexta out 08, 2010 4:44 pm

Nas duas últimas vezes que estive nas urgências, foi por causa do futebol. Um problema com os tendões num pé e uma contusão numa omoplata. Das duas vezes o médico nem me examinou. Fui à triagem, daí chamaram-me para outra sala de espera e dessa sala para a sala de espera dos raio-x's. Quando os raio-x's ficaram prontos, fui ao gabinete do médico e em momento algum o médico me perguntou onde me doía ou me pediu para fazer qualquer movimento. No primeiro caso disse que era entorse, o que se veio a provar errado porque até descobrir o que tinha tive de ir a uma série de especialistas e até TAC's tive de fazer. No caso da omoplata, lá acertou, mas acho que teve sorte :lol:
Imagem

Avatar do Utilizador
cacildo
Metálico(a) Supremo(a)
Mensagens: 838
Registado: quinta jul 21, 2005 5:03 pm
Localização: Douro Litoral
Contacto:

Re: Casos Clínicos

Mensagempor cacildo » segunda out 11, 2010 2:19 pm

Pois.. eu até percebo que me digam que em tudo há bons e maus profissionais, que toda a gente, até os médicos têm direito a ter um dia com o cu virado para a lua, mas se para ser padre é preciso mais do que gostar é preciso vocação, para médico ou enfermeiro é preciso mais do que vocação.. é preciso ter-se a noção de que eles estão ali porque escolheram tratar pessoas, e que escolheram lidar com pessoas.. já imaginaram um psicólogo chegar ao fim do dia e se virar-se para alguem e dizer.. "foda-se mas eu agora sou obrigado a aturar gente maluca?!"

EDIT:

Cthulhu_Dawn Escreveu:
Brunhu Escreveu:
Cthulhu_Dawn Escreveu:Lembra-me a conversa do médico que atendeu a minha mulher nas Urgências do Garcia de Horta, a altas horas da madrugada. Em como nenhuma das enfermeiras de serviço podia com ele, quando estava a fazer as urgências, porque ele era um chato que só as fazia trabalhar. Que de contrário elas não faziam nenhum e etc e tal.
Agora é substituir "médicos" por "função pública", os "professores", "comunistas" e pronto, vai tudo um bocado dar ao mesmo, no meu entender...

É caso para dizer: A merda é toda a mesma, o cheiro é que muda.


Não, por acaso não era tanto por aí, porque a merda não é toda a mesma. Esse é que é o problema. Lemos a história do cacildo e a reacção é "cambada de gatunos esses médicos", a "classe intocável". Vemos uma manifestação de Professores e são "todos uns calões, não fazem nenhum". Assiste-se a um debate na AR e é tudo uma corja, intrujões, cabrões e outros mimos. E, é claro, depois somos logo os primeiros a dizer "ah, mas não podemos generalizar!"... :roll:


Aqui é que tu dizes uma bela verdade.. É só impressão minha ou eles são ainda vistos a um nível de "ai o Sr. Doutor é que manda, se ele disse é porque é"
Ou seja, como dizias, os profs não fazem puto, os políticos charlatões, os empresários vigaristas e os Sô Doutores.. "Ai e tal, isso não é conversa para se ter e coisa..."

Numa hipotética situação em que vocês tinham uma dor no estômago e o medico vos receitava uns comprimidos e vos dizia para tomarem no fim das refeições e no folheto do produto diz que aquilo deve ser tomado meia hora antes das refeições, o quê que faziam?
I.B.A. International Bastard Association
REMEMBER!! Once a bastard, allways a bastard!
Bockiis Supremus - Saboriium Autenticus est!

Vooder [RIP 2011/01/03]

Re: Casos Clínicos

Mensagempor Vooder [RIP 2011/01/03] » segunda out 11, 2010 3:52 pm

Ah ah, só agora vi este tópico.
Eu tenho apanhado de tudo um pouco, tanto daqueles que se preocupam realmente com a profissão, ou pelo contrário dos que tentam empurrar um gajo a todo o custo para as suas consultas privadas, tipo exames no hospital e consulta no privado.
Tenho seguro de saúde, mas felizmente ainda não precisei dele, mas se precisar um dia e não forem alcançadas as minhas expectativas vai haver merda...

Só 2 ou 3 histórias de negligência médica que se passaram comigo.

A 1ª vez que andei de taxi foi para levar uns pontos na cara que ficaram para toda a vida, ainda hoje alguns médicos me perguntam quem fez esse trabalho? Mas ficou sexy, é a sorte.

A 1ª vez que vim a Lx, foi porque numa brincadeira de andar a correr atrás de tractores que passavam, deixei-me cair de um e bati com os queixos no tapete e andei uma boa quantidade cms a triturar a lingua e os dentes. Isto passou-se por volta das 2 da tarde. Uma hora depois estava a entrar nas urgências do Hospital de Évora. Fui atendido por volta das 6 da tarde (nesse dia tinha havido tb um acidente de viação muito grande). Como a minha boca parecia um filme de terror, o médico que me viu disse que deveria ter os maxilares partidos pelo que teria de ir imediatamente de helicóptero para o S. José. Como o helicópetero não estava disponivel na altura, lá fui de ambulância, com o condutor prego a fundo e a ameaçar derrubar da ponte 25 Abril abaixo os condutores dos carros que insistiam em não dar passagem.
Não sei bem a que horas cheguei, por volta das 20 h certamente, pelo que depois adormeci.
Por volta da Meia Noite acordo com um médico a apontar uma lanterna para o filme de terror enquanto perguntava quem tinha sido o sapateiro que me tinha enviado para ali?
Cura: pensos, pontos e analgésicos

Ainda outra situação, numa futebolada no dia seguinte ao Doomination Of Europe alguém me dá uma pancada e imediatamente sinto uma dor nas costelas. Feito parvo ainda continuei a jogar, mas a dada altura já quase não consegui andar e lá tive de sair de campo.
Fui no dia seguinte aos SAAP (acho que hoje se chama atendimento permanente), e após tirar uma radiografia a médica disse que tinha 2 costelas partidas. Receitou-me umas merdas que já não me lembro e um analgésico para as dores. Resultado uma semana depois voltei lá porque as dores eram tantas que mal consegui pôr o pé esquerdo no chão (as costelas eram do lado esquerdo). Nesse dia fui atendido por uma médica chinesa que mal falava português (admito que na altura dada a situação os meus resquícios e vergonhosos pensamentos xenófobos assaltaram-me a mente)… mas a chinesa ao ver a radiografia (a mesma que a outra tinha visto), disse que não tinha 2 costelas partidas, mas sim Rachadas, o que dá de facto mais dores e leva muito mais tempo a curar. A cura foi andar 1 mês com Emplastro Leão.

Desde aí sempre soube que vale sempre a pena pedir uma 2ª opinão


Voltar para “Arquivo 2010 a 2011”

Quem está ligado:

Utilizadores neste fórum: Nenhum utilizador registado e 1 visitante