Mensagempor Pedro Lopes » segunda mar 28, 2011 9:36 pm
Após a visita de alguns responsáveis europeus para analisar as nossas contas, José Sócrates foi encostado à parede e não lhe sobrou outra alternativa que não fosse a de apresentar um novo PEC.
Uma coisa é atirar números avulso para os jornais, outra coisa é atirar areia para os olhos das pessoas, principalmente dos responsáveis europeus já habituados à falta de credibilidade dos nossos números.
O melhor que José Sócrates conseguiu foi obter alguns apoios por parte dos principais actores europeus por forma a poder esgrimir-se contra a oposição relativamente ao “interesse nacional” de mais um plano de austeridade (porque estabilidade e crescimento são coisas que não abundam por ali).
Sendo um animal político, Sócrates teve naturalmente de aproveitar esta oportunidade para provocar a sua queda. Agora, é só colocar a máquina a funcionar no sentido de capitalizar a seu favor as consequências da instabilidade política culpando a oposição da subida dos juros, do corte dos ratings e…vamos a ver…do eventual recurso ao FEE.
Sendo Sócrates o principal responsável pela crise politica, é um facto que Passos Coelho ficou num beco sem saída. Na minha opinião, ele deveria ter, pelo menos, tentado negociar algumas das medidas do PEC IV por forma a evitar esta vitimização por parte do Governo. No entanto, se o fizesse, o aparelho trucidava-o e Passos Coelho teria o seu lugar no PSD por um fio.
Perante este jogo de dados e de interesses partidários, entrámos então em crise politica.
Mais do que escolher alternativas o que os portugueses vão escolher é se querem ou não manter Sócrates a governar.
Neste contexto, os próximos dias de campanha vão ter por base apenas dois tipos de argumentos:
=O PS culpará incessantemente o PSD pelas consequências da crise politica
=O PSD culpará o Governo pelos buracos orçamentais que, a pouco e pouco, se vão descobrindo por aí.
Fico na expectativa sobre como vai o país proceder ao refinanciamento da sua divida de Abril e mais tarde a de Junho.
Fico igualmente na expectativa sobre os números do défice de 2010 e da execução orçamental de 2011. Neste caso concreto, tenho muitas dúvidas sobre tudo aquilo que nos possa ser comunicado pois o aparelho PS é implacável quando toca a reunir as tropas.
Sobre o futuro não há muito a dizer. A Alemanha continua uma politica egocêntrica e perfeitamente disparatada em relação aos países com maiores dificuldades dentro do jogo político em que a Ângela está envolvida internamente.
Neste sentido, vamos continuar a evoluir de PEC em PEC para tentar reduzir um défice sem que haja preocupação com o crescimento económico.
Ora, se vamos estar permanentemente em recessão, para reduzir o défice, só mesmo cortando na despesa.
Neste contexto, não se esperam muitas novidades na campanha relativamente ás medidas a tomar pois ninguém vai ter coragem de dizer que é preciso, entre outras medidas:
=Fechar centros de saúde e serviços de atendimento permanente. As pessoas têm de se dirigir a um hospital central;
=Fechar escolas cujo nº de alunos não justifique a existências das mesmas;
=Aumentar a idade da reforma para os 67 anos, quer no sector privado quer na função pública;
=Acabar com empresas municipais, institutos, fundações, governos civis, freguesias e concelhos perfeitamente desnecessários;
=Acabar com administrações e lugares de chefia que proliferam de forma perfeitamente desnecessária;
=Flexibilizar os despedimentos na função publica;
=Cortar subsidio de desemprego a quem recusar uma oferta de emprego;
=Reduzir de 14 meses de ordenado por ano para 13 meses.
Isto são apenas algumas medidas conjunturais para resolver a nossa situação de curto prazo.
Relativamente a estas eleições, a melhor solução que poderia sair daqui seria o PSD ganhar, Sócrates pedir a demissão e criar-se um novo bloco central entre PS e PSD.
Espero sinceramente que o Portas não tenha lugar no próximo governo de Portugal.
Infelizmente, PCP e BE estão fora deste circuito e continuam com um discurso sem nexo.
Eu fui aprovado nos testes de "stress"!!! E tu??