Fado
- 21poison
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Fado
Ora fado... fado de Coimbra, fado de Lisboa, fado menor do Porto, Bairro Alto, Mariza, Amália, Dona Argentina, Carlos do Carmo, e de certo modo A Naifa também...
Qual é a posição da comunidade mU?
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ॐ
Re: Fado
sendo a minha mae de coimbra é, naturalmente, fa de fado de coimbra em particular e de fado em geral lol
aprecio fado de coimbra...e quanto mais cadenciado e 'morto', melhor me soa...
fado à desgarrado eheh como qualquer bom lisboeta lol
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"where would we be without black sabbath?" justin E.W. MAD FER IT! dowhatthouwiltshallbethewholeofthelaw
http://www.myspace.com/paranoyadesign http://www.paranoyadesign.deviantart.com
repressão política... só para alguns...
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- Judas_Iscariot
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Re: Fado
É aquele estilo de música tipicamente português, num bom sentido. Na minha opinião, embora manifestamente um grande ignorante, consigo apreciar, e há relativamente pouco tempo comecei a prestar-lhe ainda mais atenção. É interessante verificar o quanto um estilo musical pode reflectir uma cultura, como é o caso do Fado e da cultura portuguesa. Também me interesso - embora sublinhe que não sou um entendido na matéria - por outros estilos, como é o caso da Bossanova (que acho maravilhoso) ou do Flamenco, cada um com o seu respectivo som.
Quanto a este ser secante ou não, são gostos e opiniões, pelo que cada um perderá o seu tempo - a criticá-lo ou não - da forma que mais lhe agradar.
EDIT: já agora, e sabendo que este tópico é sobre fado, deixo aqui uma sugestão para quem queira experimentar a Bossanova: http://www.youtube.com/watch?v=jXPv5j3zET0
Quanto a este ser secante ou não, são gostos e opiniões, pelo que cada um perderá o seu tempo - a criticá-lo ou não - da forma que mais lhe agradar.
EDIT: já agora, e sabendo que este tópico é sobre fado, deixo aqui uma sugestão para quem queira experimentar a Bossanova: http://www.youtube.com/watch?v=jXPv5j3zET0
Última edição por Judas_Iscariot em segunda ago 18, 2008 7:34 pm, editado 1 vez no total.
The solitary dark animal and the burning black Earth.
Re: Fado
flamenco! cantado e dançado! optimo 

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Re: Fado
falta ai a opção adoro! aquelas noites passadas nos tascos de alfama a ouvir fado á desgarrada...aqui perto de mim existe um restaurante que faz 1 desgarrada 1 vez por mês. Sempre que posso marco presença.
btw : ana moura e camané rocks! marisa, nao sei pq, nao me puxa muito!
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xS3x - We Never Forget, We Never Forgive!
When two opposite points of view are expressed with equal intensity, the truth does not necessarily lie exactly halfway between them. It is possible for one side to be simply wrong.
Bota Géu
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Re: Fado
thenameless Escreveu:nao me fascina...
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Re: Fado
A mim faz-me especie 3 coisas:
1º a mania das meninas fadistas esticarem aquelas notas o mais possivel, grandes berrarias como se isso acrescentasse algo à musica (se acrescentasse, como algumas excepções...). Faz-me comichão no bom gosto musical esse fascinio do fado com as "vozes".
2º A mania de dizerem que o fado é a canção nacional. É falso. O fado é uma música lisboeta, como qualquer cidade tipicamente portuária tem a sua. Estilos musicais nascidos em bordeis e bares de 3ª categoria de marinheiros, que juntam influencias locais e dos vários locais de onde são oriundos os marinheiros. Tornam-se por isso músicas riquissimas, e unicas. Quase todas as cidades portuarias as têm (jazz em New Orleans, tango em Buenos Aires, etc etc.). Da Lisboa boémia, habitada por jovens da alta sociedade, foi transportada para Coimbra pelos estudantes essa música de bordeis e tascos de 3ª categoria. Na migração o fado ganhou uma veia mais masculina, alcoólica e intelectual. Ainda é fado, mas já é outro tipo de fado. Logo há dois fados, o de Lisboa e o de Coimbra. Mas não é a musica nacional. É um estilo musical local, não nacional.
3º A mania de negarem as raizes do fado. Como se tivesse nascido por obra divina, como se fosse nosso e só nosso, e sem nenhuma influencia de nada. Para mim, é mais que óbvia a influencia árabe que tem.
Fora estas 3 manias, tenho uma paixão quase sexual pela guitarra portuguesa, gosto daquele ambiente fadista, à desgarrada, com chouriço e vinho tinto. Se não houver muita gente, num ambiente propicio, com uns bons guitarristas e fadistas sem grande fascinio pelas suas vozes é uma noite mais que agradável
Algures vi um fadista (não me lembro quem) que disse que o fado é uma música que é preciso uma certa vivencia para se desgostar. Não é um miudo de 20 anos, ainda com a vida pela frente, cheio de energia e optimismo que vai conseguir apreciar uma música tão depressiva e negra quanto o fado. Penso que concordo com ele.
1º a mania das meninas fadistas esticarem aquelas notas o mais possivel, grandes berrarias como se isso acrescentasse algo à musica (se acrescentasse, como algumas excepções...). Faz-me comichão no bom gosto musical esse fascinio do fado com as "vozes".
2º A mania de dizerem que o fado é a canção nacional. É falso. O fado é uma música lisboeta, como qualquer cidade tipicamente portuária tem a sua. Estilos musicais nascidos em bordeis e bares de 3ª categoria de marinheiros, que juntam influencias locais e dos vários locais de onde são oriundos os marinheiros. Tornam-se por isso músicas riquissimas, e unicas. Quase todas as cidades portuarias as têm (jazz em New Orleans, tango em Buenos Aires, etc etc.). Da Lisboa boémia, habitada por jovens da alta sociedade, foi transportada para Coimbra pelos estudantes essa música de bordeis e tascos de 3ª categoria. Na migração o fado ganhou uma veia mais masculina, alcoólica e intelectual. Ainda é fado, mas já é outro tipo de fado. Logo há dois fados, o de Lisboa e o de Coimbra. Mas não é a musica nacional. É um estilo musical local, não nacional.
3º A mania de negarem as raizes do fado. Como se tivesse nascido por obra divina, como se fosse nosso e só nosso, e sem nenhuma influencia de nada. Para mim, é mais que óbvia a influencia árabe que tem.
Fora estas 3 manias, tenho uma paixão quase sexual pela guitarra portuguesa, gosto daquele ambiente fadista, à desgarrada, com chouriço e vinho tinto. Se não houver muita gente, num ambiente propicio, com uns bons guitarristas e fadistas sem grande fascinio pelas suas vozes é uma noite mais que agradável

Algures vi um fadista (não me lembro quem) que disse que o fado é uma música que é preciso uma certa vivencia para se desgostar. Não é um miudo de 20 anos, ainda com a vida pela frente, cheio de energia e optimismo que vai conseguir apreciar uma música tão depressiva e negra quanto o fado. Penso que concordo com ele.
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Re: Fado
Penso que há muito a dizer sobre o fado, e eu, na minha vida profissional, já trabalhei com muitos fadistas, músicos e projectos, que muito me contaram sobre o que é o fado, o que foi, e o que será.
No século XIX o fado era cantado nos salões nobres de Lisboa, para a burguesia (não só nos bordéis de 3ª categoria), e era acompanhado ao piano, e não à guitarra. Mas deixo a história um pouco para o lado.
Hoje em dia, quase que se pode dizer que há várias vertentes do fado, e passa-se um pouco o que se passa com o metal, pois uns são apelidados de "untrues" e blasfemos por não seguirem a tradição. Mas qual tradição? Acho que hoje em dia não se vê fado ao piano, por exemplo.
Mesmo para os mais duros de ouvido para com o fado, experimentem ouvir Donna Maria ou Deolinda, que são fado, mas com nova roupagem, os Deolinda mesmo sem guitarra portuguesa, e com uma temática não tão depressiva ou negra. Quando vieram cá à Fnac do Algarve, uma senhora que se encontrava lá na altura do checksound, virou-se para a vocalista e disse "ah, vocês são aqueles do 'escarra pró lado', deviam ter vergonha". Alguns "fadistas" old school que conheço, dizem o mesmo em relação a alguns projectos novos que usam o fado, e principalmente dos que se entitulam mesmo fado. Por isso separei Deolinda e Donna Maria. Em relação a A Naifa, não acho que sejam fado, apesar do uso da guitarra portuguesa, tal como não acho que Carlos Paredes tenha feito muito fado. Mas é engraçado, que um projecto que bebe muito a Carlos Paredes, M-Pex, que mistura a guitarra portuguesa com música electrónica, acabe em certos momentos por soar muito a fado. Por outro lado, o Edu Miranda, que colaborou com o António Cheinho (tal como o Tuniko Goulart, que toca com o Edu Miranda), teve a ousadia de misturar o fado com o chorinho brasileiro e a bossa nova. Também não usa guitarra portuguesa, mas há poucos a tocar bandolim como ele. Aqui no Algarve há certas coisas inovadoras também, embora, se num caso, haja qualidade, Pedro Frias Band, no outro, falta a capacidade de execução para algumas excelentes ideias que têm, Al Mouraria. O primeiro projecto anda um pouco pela música do mundo, e têm alguns temas em que a forma como inserem o fado na música tradicional portuguesa é absolutamente maravilhosa, mais uma vez sem guitarra portuguesa, mas com guitarras clássicas, braguesa, bandolim e acordeão. Os Al Mouraria usam o acordeão e o saxofone, sendo que acabam por estragar tudo quando resolvem pegar na guitarra portuguesa.
Depois há os mesmo fadistas de sempre, e os mesmos músicos acompanhantes de sempre (já tive alguns showcases de fadistas "tradicionais" em que os músicos acompanhantes eram sempre os mesmos - nem me espanta nada). E aqui acho que é onde o fado sofre um pouco do mesmo mal do jazz...parece que 90% do fado se baseia sempre nos mesmos "standards" a nível instrumental, e só mudam as vozes. E até certo ponto, já chateia. Mata-se a creatividade, estão presos aos clássicos, e criticam quem ousa inovar ou fazer coisas novas. E depois apenas se sentem renascidos quando aparecem vozes fora do vulgar ( Mariza, Raquel Tavares, etc ), pois o resto acaba por ser um vira o disco e toca o mesmo. Para vos dar um exemplo, tive um fadista na Fnac, já há uns 2 anos, que chegou lá, ainda não tinham chegado os músicos, e ele disse-me que os músicos que tocam com ele não podiam ir, e que iam outros que nem o disco dele tinham ainda ouvido. Quando eles chegaram, eles perguntaram-lhe o que era para tocar, e ele disse quais eram os fados, e um deles responde "ah, tudo bem, ainda ontem toquei 3 desses".
Se tiverem algum interesse em saber algo mais sobre qualquer das bandas de que falei, sabendo que há muito mais coisas interessantes e novas, basta googlar...há bastantes vídeos no youtube e páginas de myspace. Agora, não cometam o erro de ligar o fado à guitarra portuguesa, tanto o fado é mais que isso, como é injusto limitar a guitarra portuguesa ao fado.
No século XIX o fado era cantado nos salões nobres de Lisboa, para a burguesia (não só nos bordéis de 3ª categoria), e era acompanhado ao piano, e não à guitarra. Mas deixo a história um pouco para o lado.
Hoje em dia, quase que se pode dizer que há várias vertentes do fado, e passa-se um pouco o que se passa com o metal, pois uns são apelidados de "untrues" e blasfemos por não seguirem a tradição. Mas qual tradição? Acho que hoje em dia não se vê fado ao piano, por exemplo.
Mesmo para os mais duros de ouvido para com o fado, experimentem ouvir Donna Maria ou Deolinda, que são fado, mas com nova roupagem, os Deolinda mesmo sem guitarra portuguesa, e com uma temática não tão depressiva ou negra. Quando vieram cá à Fnac do Algarve, uma senhora que se encontrava lá na altura do checksound, virou-se para a vocalista e disse "ah, vocês são aqueles do 'escarra pró lado', deviam ter vergonha". Alguns "fadistas" old school que conheço, dizem o mesmo em relação a alguns projectos novos que usam o fado, e principalmente dos que se entitulam mesmo fado. Por isso separei Deolinda e Donna Maria. Em relação a A Naifa, não acho que sejam fado, apesar do uso da guitarra portuguesa, tal como não acho que Carlos Paredes tenha feito muito fado. Mas é engraçado, que um projecto que bebe muito a Carlos Paredes, M-Pex, que mistura a guitarra portuguesa com música electrónica, acabe em certos momentos por soar muito a fado. Por outro lado, o Edu Miranda, que colaborou com o António Cheinho (tal como o Tuniko Goulart, que toca com o Edu Miranda), teve a ousadia de misturar o fado com o chorinho brasileiro e a bossa nova. Também não usa guitarra portuguesa, mas há poucos a tocar bandolim como ele. Aqui no Algarve há certas coisas inovadoras também, embora, se num caso, haja qualidade, Pedro Frias Band, no outro, falta a capacidade de execução para algumas excelentes ideias que têm, Al Mouraria. O primeiro projecto anda um pouco pela música do mundo, e têm alguns temas em que a forma como inserem o fado na música tradicional portuguesa é absolutamente maravilhosa, mais uma vez sem guitarra portuguesa, mas com guitarras clássicas, braguesa, bandolim e acordeão. Os Al Mouraria usam o acordeão e o saxofone, sendo que acabam por estragar tudo quando resolvem pegar na guitarra portuguesa.
Depois há os mesmo fadistas de sempre, e os mesmos músicos acompanhantes de sempre (já tive alguns showcases de fadistas "tradicionais" em que os músicos acompanhantes eram sempre os mesmos - nem me espanta nada). E aqui acho que é onde o fado sofre um pouco do mesmo mal do jazz...parece que 90% do fado se baseia sempre nos mesmos "standards" a nível instrumental, e só mudam as vozes. E até certo ponto, já chateia. Mata-se a creatividade, estão presos aos clássicos, e criticam quem ousa inovar ou fazer coisas novas. E depois apenas se sentem renascidos quando aparecem vozes fora do vulgar ( Mariza, Raquel Tavares, etc ), pois o resto acaba por ser um vira o disco e toca o mesmo. Para vos dar um exemplo, tive um fadista na Fnac, já há uns 2 anos, que chegou lá, ainda não tinham chegado os músicos, e ele disse-me que os músicos que tocam com ele não podiam ir, e que iam outros que nem o disco dele tinham ainda ouvido. Quando eles chegaram, eles perguntaram-lhe o que era para tocar, e ele disse quais eram os fados, e um deles responde "ah, tudo bem, ainda ontem toquei 3 desses".
Se tiverem algum interesse em saber algo mais sobre qualquer das bandas de que falei, sabendo que há muito mais coisas interessantes e novas, basta googlar...há bastantes vídeos no youtube e páginas de myspace. Agora, não cometam o erro de ligar o fado à guitarra portuguesa, tanto o fado é mais que isso, como é injusto limitar a guitarra portuguesa ao fado.
:: https://www.ilargia.pt|https://linktr.ee/visceraldeathmetal
:: In the beginning the Universe was created. This has made a lot of people very angry and been widely regarded as a bad move. ::
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Re: Fado
UnderØath Escreveu:falta ai a opção adoro! aquelas noites passadas nos tascos de alfama a ouvir fado á desgarrada
Também aprecio bastante fado. Essas noite passadas nos tascos são uma maravilha. De vez em quando estou lá caída. Ás vezes até fico de boca aberta com o talento de malta que nunca gravou nenhum cd e que só canta nos tascos. De arrepiar.
*A primeira vez que ouvi Carlos do Carmo ao vivo passei-me completamente. Camané também é excelente.*
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