Combustíveis - Soluções e alternativas?

Avatar do Utilizador
ORIS
Ultra-Metálico(a)
Mensagens: 1066
Registado: terça jul 19, 2005 12:52 pm
Localização: Coimbra, capital do degredo!
Contacto:

Re: Combustíveis - Soluções e alternativas?

Mensagempor ORIS » sexta jun 13, 2008 2:32 am

raxx7 Escreveu:Quanto ao fluvial, devo dizer que sou uma beca ignorante quanto à navegabilidade dos nossos rios.


A navegabilidade dos nosso rios é uma merd@ senão inexistente mesmo.

Falemos dos 3 grandes rios, Douro e Tejo e o maior rio nacional o Mondego q passa ñ muito longe de minha casa:

Douro - O douro tem sido alvo de limpezas, de escavações, os batelões aos anos q os vejo a subir Douro a cima...Já do tempo em q passava quase todos os dias por Castelo de Paiva, Pejão, Couto Mineiro e mesmo por cima da célebre ponte q caiu ( aliás passei por cima dela no dia antes a ela ter caído, aquilo tremia para caraças e ñ era culpa dos barcos mas sim da falta de manutenção, o mesmo se passou com mts pontes nos EUA ).
Qnd o plano Hidroeléctrico e da navegabilidade dos rios se mexeu em direcção do Douro, foi tudo mt lindo na altura. Aliás o Douro tem bastantes barragens para quem ñ sabe... a questão é q foram cometidos alguns erros, erros esses q se vieram a tornar o "pesadelo" por assim dizer. Um breve exemplo: Desde a Barragem de Crestuma é sempre a subir os barcos através de eclusas ( comportas, q são fechadas em cada extremo e depois ou se bombeia água para se subir para o plano seguinte ou para descer ) , e consegue-se navegar ainda por algumas barragens acima, aliás onde os barcos de recreio no Douro vão...geralmente é até onde podem ir. O erro de cálculo custou a navegabilidade lo douro todo acima, bem como a construção de algumas barragens com falta de meios para tal. E claro renovar ñ é muito com o governo...nunca foi....
Ah...O Douro...tem muito mais água q o Tejo, pode parecer estranho mas é verdade...o q o Tejo tem em largura, o Douro compensa em profundidade e caudal...oq ñ é de estranhar tendo em conta a proveniência de tanta água.

Tejo - Largo, mas baixo e com pouco caudal, para um barco de grande porte chegar a Vila Franca de Xira é preciso marinheiros com uma experiência do caraças e tbm um milagre. O desaçoreamento q é feito no Douro, ñ é feito no Tejo pelo menos à mesma escala e isso paga-se caro. Lisboa só pensa em si, e o exemplo disso está à vista de todos. As barragens são tbm problemas...
Remodelações? Para quê....os barcos chegam aqui e passam os cacilheiros para o outro lado e é o q interessa...os q estão a montante do rio q se lixem...o rio até nasce já aqui mesmo ao lado, só se lembram ou vêem a realidade em férias a Almorol...ou qnd os espanhois fecham ou abrem as comportas.

Mondego - O Caos....de alcunha Basófias - pq no passado ñ haviam barragens ,de verão era um fio de água, no inverno levava tudo à frente literalmente. Já teve as suas barcas serranas, já se subiu da figueira da foz até coimbra, mas isso é tão mas tão antigo q acho q nem do tempo do meu pai é...e ele tem 73 anos.
O mondego tbm tem várias barragens e açudes. Desde a figueira da foz até coimbra ñ há nem uma barragem, e o fluxo do rio é controlado assim. Tem imensos fundões, escarpas submarinas, zonas bastante assoreadas. Se calhar era dos q daria mais trabalho deste três rios.
Em coimbra há o açude q juntamente com as outras barragens salvou pereira do campo e montemor-o-velho de desaparecer do mapa no ano de 2001 de cheias quase catastróficas. Bem catastróficas porque as coisas em Portugal só se mexem depois do mal acontecer.
Este açude ñ tem sequer passagem para os peixes e passar lá de barco, a ñ ser q se tivessem umas pernas hidraulicas,
mais acima uns quilómetros tem-sa barragem da Raiva, até lá chegar é só areia, calhaus, rápidos, tudo e mais alguma coisa, e a barragem ñ deixa passar tbm nada, aliás a única coisa q passa é água ...água essa q serve para produzir electricidade e tbm é bombeada via canais gigantes submarinos para a barragem da Agueira q está a montante. Entre a Raiva e Aguieira é possível navegar, mas é um risco...ñ por causa da profundidade q é absurda mas por todo o outro tipo de situações e mais algumas. Chega-se à Aguieira e apanhamos com um bezerro de cimento de frente e passar por lá só se houver gruas q levantem um barco a mais de 100 mt de altura... e pronto nem vou continuar mais porque a história para montante é baseada na albufeira q é gigante....e mini-hidricas e depois o rio afunila....a história de todos os rios.

Falo só de estes três...pq são os principais....agora com a Barragem do Alqueva vamos vêr tbm q se poderá fazer...mas fizeram um mono só a pensar na quantidade de água e MW...É isto a situação hídrica em Portugal....

Há barragens q ñ tarda andam a desfazer-se...mas é mais importante vêr a selecção...

Qnd arrebentar uma barragem como aconteceu em vários países, ...em q levou tudo à frente é q se vai pôr a mão na consciência .

Só para dar um exemplo apesar de o tópico ñ ser sobre isto mas há lá coisas importantes...qualquer barragem acumula sedimentos:

As barragens de Banqiao e Shimantan, foram construídas na bacia do rio Huai, no começo dos anos 50. Banqiao era considerada uma “barragem de ferro” que nunca entraria em colapso. As barragens foram construídas para suportar até mesmo enchentes que estatisticamente somente poderiam acontecer a cada 1000 anos. O furacão que atingiu Henan entre os dias 5 e 7 de agosto de 1975 foi, no entanto, maior ainda - do tipo que, pelas estatísticas, acontece a cada 2000 anos.

Em 5 de agosto, o reservatório de Banqiao alcançou sua capacidade máxima. Suas comportas foram abertas, mas estavam parcialmente bloqueadas com acúmulo de sedimentos. No dia seguinte o reservatório estava dois metros acima de sua capacidade máxima. Na noite de 7 de agosto, a barragem de Banqiao rompeu-se e 500 milhões de metros cúbicos de água do reservatório surgiram nos vales e planícies à jusante, atingindo a velocidade de 50 km por hora. Vilas e pequenas cidades inteiras sumiram em alguns instantes.

A Human Rights Watch acredita que, na perspectiva mais otimista, 85 mil pessoas morreram diretamente na inundação, enquanto outras 145 mil morreram de epidemias e fome que assolaram a região durante muitas semanas.

Outros motivos podem ser enumerados para o fracasso de barragens tais como erros de projeto, falhas de comunicação entre as diferentes organizações envolvidas na construção e a corrida contra o tempo por razões financeiras, que impede estudos suficientemente detalhados que possam prever tais falhas.

E, finalmente, se a performance das grandes barragens é muitas vezes considerada um fracasso, isto se dá pelas promessas excessivamente otimistas feitas durante o planejamento do projeto e cujo objetivo é conseguir a adesão das populações atingidas. A viabilidade argumentada por políticos e engenheiros quase nunca vem acompanhada de estudos suficientes sobre a geologia do terreno ou a quantidade de sedimentos carregada pelo rio. Outras vezes, os resultados desfavoráveis são ignorados ou interpretados da forma “mais otimista possível”.
Hanged by Mental Fibers Crystallized Thru Gold...At the Gates of Oblivion - Vastness Project

http://www.youtube.com/user/ProjectVastness
http://neophytus.deviantart.com/

Avatar do Utilizador
raxx7
Administrador
Mensagens: 3809
Registado: terça mai 13, 2003 10:03 pm

Re: Combustíveis - Soluções e alternativas?

Mensagempor raxx7 » sexta jun 13, 2008 2:48 am

Posso adicionar que a uns 10 km da foz do Mondego há uma ponte de comboio centenária ainda em uso que não deixa passar nada muito maior que um barco a remos. :)
Shrödinger's cat has left the building.
When in doubt, ban!

Vooder [RIP 2011/01/03]

Re: Combustíveis - Soluções e alternativas?

Mensagempor Vooder [RIP 2011/01/03] » sexta jun 13, 2008 7:46 am

O PM ontem disse que país está demasiado dependente dos transportes de mercadorias por via rodoviária, será que vamos ter um regresso da CP e consequente reactivação das linhas? :o

Avatar do Utilizador
raxx7
Administrador
Mensagens: 3809
Registado: terça mai 13, 2003 10:03 pm

Re: Combustíveis - Soluções e alternativas?

Mensagempor raxx7 » sexta jun 13, 2008 11:29 am

Vooder Escreveu:O PM ontem disse que país está demasiado dependente dos transportes de mercadorias por via rodoviária, será que vamos ter um regresso da CP e consequente reactivação das linhas? :o


Portanto, constata-se que o PM sabe afirmar o óbvio.

O problema é que, por mais óbvio que isso seja, a maioria das empresas não vai deixar o transporte rodoviário em busca de alternativas só para se precaver contra situações pontuais como a dos últimos dias. Isso acontece cá, em Espanha, em França.
A única hipótese é o transporte ferroviário de mercadorias tornar-se mais competitivo.

A curto prazo, a única coisa que se poderia fazer é o Estado subsidiar (ainda mais) o transporte ferroviário.

A longo prazo, é preciso investir em infraestruturas adequadas à realidade do país.

O nosso traçado ferroviário data do tempo da outra senhora ou mais antigo ainda e, em boa parte, está desfasado da realidade do país.
As linhas que foram desactivadas provavelmente ficarão melhor mortas. Mesmo entre as que estão activas, há várias que dão prejuízo à CP e o benefício que dão às populações que supostamente servem é discutível.
Shrödinger's cat has left the building.
When in doubt, ban!

Avatar do Utilizador
ORIS
Ultra-Metálico(a)
Mensagens: 1066
Registado: terça jul 19, 2005 12:52 pm
Localização: Coimbra, capital do degredo!
Contacto:

Re: Combustíveis - Soluções e alternativas?

Mensagempor ORIS » sábado jun 14, 2008 5:00 am

raxx7 Escreveu:Posso adicionar que a uns 10 km da foz do Mondego há uma ponte de comboio centenária ainda em uso que não deixa passar nada muito maior que um barco a remos. :)


É verdade ! :lol:
Hanged by Mental Fibers Crystallized Thru Gold...At the Gates of Oblivion - Vastness Project

http://www.youtube.com/user/ProjectVastness
http://neophytus.deviantart.com/

Avatar do Utilizador
KonigLowe
Ultra-Metálico(a)
Mensagens: 1700
Registado: quinta mar 11, 2004 3:55 pm
Localização: Submundo

Re: Combustíveis - Soluções e alternativas?

Mensagempor KonigLowe » terça jun 17, 2008 3:37 pm

Não se já foi comentado aqui o site das boleias.

http://www.deboleia.com/

Eu, por exemplo não me importava nada de levar alguém comigo a troco de uma pequena compensação, ou como seria o ideal, ora eu levar carro, ora outra pessoa levar-me a mim. Infelizmente no meu caso é impraticável.
Lembro-me por exemplo quando andava no 8º/9ºanos que três professoras que davam aulas lá na escola vinham sempre as três, alternando semana-a-semana o carro em vinham.
Mas livrai-nos do Malamén

Avatar do Utilizador
otnemeM
Ultra-Metálico(a)
Mensagens: 6584
Registado: terça mai 18, 2004 2:02 pm
Localização: Éire
Contacto:

Re: Combustíveis - Soluções e alternativas?

Mensagempor otnemeM » quinta jun 19, 2008 10:40 pm

RTP2 agora mesmo. Vejam e ouçam :)

Intifada
Ultra-Metálico(a)
Mensagens: 1882
Registado: quinta abr 28, 2005 3:42 pm

Re: Combustíveis - Soluções e alternativas?

Mensagempor Intifada » quinta jun 19, 2008 10:53 pm

BMW Hydrogen 7
A BMW apresenta o sexto veículo do Projeto Clean Energy, o 745h (h de hidrogênio). A BMW afirma que a tecnologia presente no 745h é suficientemente avançada para permitir o próximo passo, rumo à sua produção em larga escala. Deste modo, seria possível ter um automóvel que emitiria zero % de gases nocivos, já que o único resíduo deste veículo é água na sua forma mais pura, resultante da combinação das moléculas de hidrogênio com o oxigênio do ar (o processo geral é o inverso da eletrolise da água).

O 745h tem o primeiro motor V8 do mundo que utiliza tanto hidrogênio como gasolina. Este V8 é praticamente idêntico aos V8 a gasolina da marca. Engloba o sistema Bi-VANOS, VALVETRONIC e o sistema de variação contínua de abertura das válvulas.

O hidrogênio é armazenado num tanque com uma parede dupla em aço colocado atrás dos bancos traseiros criogenicamente, ou seja, numa forma super resfriada para manter o gás na forma líquida a uma temperatura em torno de 250 ºC negativos. Duas válvulas de segurança controlam a ventilação no caso de acontecer um excesso de pressão. Estas válvulas e o tanque compreendem métodos bastante avançados de segurança, comprovada em numerosos testes de colisão. Nos testes com choques traseiros o tanque não sofreu ruptura.

Um outro pré-requisito na introdução de hidrogênio como combustível é o processo de abastecimento, que não poderá ser mais complicado ou demorado do que um abastecimento normal de um veículo a gasolina.. A temperatura extremamente baixa de – 250 ºC requer um equipamento de abastecimento especialmente preparado e com tecnologia e segurança adequada. A BMW já conseguiu desenvolver a tecnologia adequada, completamente robotizada e que será apresentada ao público no aeroporto de Munique. O processo automatizado de abastecimento do tanque na totalidade demora menos de três minutos. Será que estamos chegando perto do carro ecologicamente correto?


in: Motorweb

A BMW acredita que o hidrogénio (H2) será o combustível do futuro, nomeadamente no sector dos transportes. Aquele que, na área automóvel, poderá suceder aos derivados do petróleo, sem implicar perda de rendimento dos motores (que podem continuar a ser de combustão), logo, menor agrado e prazer de utilização. E tudo isto com a vantagem de garantir emissões de poluentes praticamente nulas e ser uma fonte de energia virtualmente inesgotável.

Haverá quem discorde. Mas esta crença da marca bávara não é teórica, ou não tivesse a BMW já disponível o Hydrogen 7, o seu novo automóvel capaz de consumir hidrogénio líquido (LH2). Mais do que um veículo de pesquisa, trata-se de um modelo de transição perfeitamente funcional, que marca o início da industrialização desta tecnologia, como a AutoMotor teve oportunidade de confirmar no contacto que ao volante do mesmo efectuou na zona de Berlim.

Tendo por base um 760Li, o Hydrogen 7 distingue-se, fundamentalmente, por tudo aquilo que se relaciona com a sua capacidade para funcionar a H2. Devido à escassez de postos de abastecimento deste combustível, o Hydrogen 7 está apto a consumir também gasolina (é, portanto, um bi-fuel), o que implicou, desde logo, a montagem do depósito de LH2 atrás do banco traseiro, o que se torna, à partida, evidente pela bossa existente entre os encostos de cabeça posteriores, pelo avanço deste banco em 115 mm face a um 760Li "normal" (ainda assim colocado 25 mm mais atrás do que num Série 7 "curto") e pelo facto de o encosto de braços central traseiro ser fixo, o que faz do Hydrogen 7 um quatro lugares, cuja mala está limitada a 225 litros (500 litros no 760Li).

Ainda no interior, a purga no tejadilho (para escoar algum H2 que, em caso de uma eventual fuga, invada o habitáculo, que está permanentemente monitorizado) também indica não ser este um Série 7 qualquer (perde-se a possibilidade de dispor de tecto de abrir). O mesmo acontecendo com o logo Hydrogen 7 presente nas cortinas laterais traseiras e embaladeiras; com o botão existente no volante que permite optar entre os dois tipos de combustível; e com o painel de instrumentos com algumas indicações específicas: indicador H2 acende-se quando o motor funciona a hidrogénio; indicador do combustível existente no depósito informa acerca da disponibilidade de ambos os combustíveis (em litros no caso da gasolina, em quilogramas no caso do LH2); indicador de autonomia total de dupla barra (uma para gasolina, outra para LH2); indicador de entrada na reserva independente para cada combustível (1,5 kg, suficientes para percorrer cerca de 50 km, no caso do LH2; 15 litros, suficientes para percorrer cerca de 100 km, no caso da gasolina).

Quanto ao exterior, o logo Hydrogen 7 colocado na tampa da mala, a inscrição Hydrogen existente junto aos "piscas" laterais, a portinhola transparente de acesso ao depósito de LH2 e o pára--choques traseiro com aplicações cromadas serão os elementos que mais facilmente permitirão identificar este veículo. Mas os mais atentos não deixarão de notar, também, o capot mais elevado, necessário para criar o espaço que permite albergar as válvulas de injecção do sistema de alimentação de H2, independente do da gasolina.


Imagem

Os segredos do Hydrogen 7


O motor 6.0-V12 (em cima) recebeu um segundo circuito de alimentação para poder consumir hidrogénio. Este está acondicionado em estado líquido num depósito (em baixo) que é um dos ex-libris do Hydrogen 7




Uma proposta única como o Hydrogen 7, ainda que pretenda oferecer uma utilização próxima da de um automóvel tradicional, naturalmente conta com algumas características muito próprias. Começando pelo motor, para estar apto a consumir os dois combustíveis, dispõe de dois circuitos de alimentação: o da habitual injecção directa de gasolina,

ao passo que a mistura hidrogénio/ar é efectuada nos colectores de admissão (indirecta, portanto) através de injectores específicos. Por seu turno, a gestão electrónica adapta também os sistemas Valvetronic e duplo-Vanos às exigências do momento. Para proteger esse circuito, assim como o depósito de LH2, e minorar tanto quanto possível o aumento de peso (que, ainda assim, obrigou a um reforço do eixo posterior), algumas partes da estrutura são construídas em plástico reforçado com fibra de carbono, material mais leve e resistente do que o tradicional aço.

Mas o elemento mais impressionante do Hydrogen 7 será o seu depósito criogénico, capaz de albergar 8 kg (cerca de 170 litros) de LH2. Como o hidrogénio, à pressão ambiente, tem de ser refrigerado para -253° C para se tornar líquido (assim se obtendo, naturalmente, maior quantidade de gás para um mesmo volume), este inovador depósito tem como uma das suas principais funções evitar ao máximo as trocas de calor, para que a temperatura do LH2 no mesmo contido não aumente e, assim, este passe ao estado gasoso e se evapore.

Para tal, o depósito em apreço dispõe de paredes duplas em aço com 2 mm de espessura, separadas por uma área de vácuo de 30 mm, e revestimento em película reflectora de alumínio e fibra de vidro. O super-isolamento garantido por este depósito estará patente no seguinte exemplo: se no mesmo se introduzisse café a escaldar, só ao fim de 80 dias este estaria a uma temperatura que permitisse bebê-lo...

Ainda assim, a BMW reconhece que, se o Hydrogen 7 ficar imobilizado por mais de 17 horas, ocorre alguma gaseificação do hidrogénio em estado líquido (meio depósito evapora-se em nove dias se, durante este período, o motor não for posto em marcha). Quando tal acontece, o sistema purga automaticamente o hidrogénio que se gaseificou, transformando-o em água através de um catalisador. Em termos de segurança, para além de ter sido sujeito às maiores "sevícias" (impactos de toda a espécie; sujeição a temperaturas directas superiores a 1000° C, entre outras), este depósito dispõe ainda de duas válvulas de escape destinadas a libertar rapidamente o hidrogénio que se gaseifique em grandes quantidades por algum motivo (por exemplo, um súbito e significativo aumento de pressão): uma no pilar C, outra sob a plataforma, sumindo-se de imediato na atmosfera o hidrogénio libertado, ou não fosse este quinze vezes mais leve do que o ar.


Utilização convencional
Conduzir o primeiro automóvel a H2 disponível para uma utilização quotidiana não acarretou qualquer dificuldade. Ainda que nem tudo seja exactamente igual ao conhecido de um modelo convencional. Desde logo o arranque: como a BMW decidiu que este seria sempre efectuado a partir de H2 (já que é a frio que os motores de combustão emitem mais poluentes, pelo que o Hydrogen 7 só pode consumir gasolina a partir do momento em que o catalisador atinja a sua temperatura ideal de funcionamento), este demora alguns segundos mais do que o habitual, pois, antes da ignição, o sistema procede à purga do sistema de alimentação.

Já com o motor em marcha, foi impossível resistir à tentação de pressionar o botão no volante que permite alternar entre os dois combustíveis. E, para além de um ténue solavanco, e de uma sonoridade ligeiramente diferente quando se consome H2, não há grandes diferenças a registar. Apesar da potência limitada a 260 cv, e do peso superior, o Hydrogen 7 evolui facilmente em qualquer circunstância: gasta menos de dez segundos nos 0-100 km/h e atinge uma velocidade máxima de 230 km/h (electronicamente limitada a este valor, e não aos habituais 250 km/h, por não existirem no mercado pneus para o eixo traseiro que permitam rolar acima da mesma suportando o acréscimo de peso imposto pela montagem do depósito de LH2).

Em termos de autonomia, o Hydrogen 7 está apto a percorrer, em média, 700 km: 200 km garantidos por LH2, 500 km garantidos pelos 74 litros de capacidade do depósito de gasolina (a troca entre ambos é automática logo que um deixa de estar disponível). Já em termos de emissões de CO2, os números não deixam margem para dúvidas: 5,2 g/km a H2, 332 g/km a gasolina. Com a vantagem de, no primeiro caso, não haver emissões de monóxido de carbono, hidrocarbonetos ou partículas, e até as emissões de óxidos de azoto estarem reduzidas ao mínimo, por via de um catalisador e da regulação, através de gestão electrónica, da temperatura de combustão.

Em tudo o resto, o Hydrogen 7 obriga a poucos compromissos em termos de utilização. A afinação específica da suspensão, para lidar com o aumento de peso, garante um elevado conforto de marcha e um comportamento de excelente nível, semelhante ao de qualquer Série 7. O motor, por ser de combustão, não obriga a qualquer habituação para o utilizar na plenitude, pelo que o único óbice é mesmo não se poder estacionar em parques fechados, não porque tal acarrete qualquer risco, mas apenas porque não há ainda legislação que regulamente a utilização de um automóvel a H2, nomeadamente nestas situações. Por tudo isto, e tendo em conta o enorme potencial de evolução que esta tecnologia encerra, pode concluir-se que, se o futuro vier a ser a H2, não há motivos de preocupação para os adeptos do automóvel, mesmo na sua vertente da performance e do prazer de condução.

Do Hydrogen 7 a BMW decidiu produzir cem unidades, que começarão a circular em Março de 2007. Mas não será vendido ao público: antes a marca elegerá figuras das áreas da Política, Ciência, Artes, Comunicação e Desporto, a quem entregará um Hydrogen 7 por um período de seis meses, e as quais receberão um pacote personalizado de regalias (daí que o preço do mesmo também não esteja definido à partida), tendo ainda à disposição uma linha dedicada 24 horas por dia. Os locais por onde o Hydrogen 7 circulará dependem, naturalmente, da existência de estações de abastecimento de LH2, que é o mesmo que dizer (para j*...) Berlim, Munique, Londres, Bruxelas, Milão, Los Angeles, Washington, Beijing, Xangai e Tóquio.


Será o hidrogénio o combustível do futuro? A BMW, cuja pesquisa nesta área se iniciou em 1979, acredita que sim: porque é o elemento mais comum no Universo, e está disponível em quantidades ilimitadas na natureza, sendo um componente fundamental da água e estando presente em quase todos os compostos orgânicos. Incolor, inodoro e não tóxico, o hidrogénio é, ainda, quinze vezes mais leve do que o ar (rapidamente se esfumando na atmosfera quando libertado) e é queimado dez vezes mais rapidamente do que a gasolina.
Medido em termos de peso, o hidrogénio é, também, três vezes mais energético
do que a gasolina, embora, se a comparação tiver por base o volume, a sua capacidade energética seja apenas 25% da da gasolina - o que obriga ao seu acondicionamento ou no estado criogénico, enquanto fluído (à pressão ambiente, tal consegue-se a uma temperatura de -253° C), ou a uma pressão extremamente elevada.

Foi por este motivo que a BMW optou por hidrogénio líquido para alimentar
o motor do novo Hydrogen 7 - porque na relação volume-energia é muito mais eficaz do que na sua forma gasosa (cerca de 75% mais, se estiver a uma pressão
de 700 bar). Actualmente, são produzidos anualmente 600 mil milhões de metros cúbicos de hidrogénio em todo o mundo para os mais diversos fins, produção esta que poderá ser obtida através da energia solar, eólica ou hidráulica, de biomassa, ou de combustíveis fósseis.

É que é preciso não esquecer que, apesar de ilimitado, o hidrogénio não existe livre na natureza, formando sempre algum tipo de composto, de cuja decomposição depende a sua obtenção no estado puro. Por isso, e porque somente em 2025-2030 se prevê que o petróleo atinja o seu pico de produção, não obstante vários especialistas apostarem no hidrogénio como a fonte energética do futuro, somente dentro de quinze anos a sua aplicação em larga escala deverá ter início. E, ainda assim, numa primeira fase, tudo parece apontar para que os automóveis a hidrogénio de venda ao público venham a coabitar com os a gasolina, Diesel e até híbridos, até porque a opção por esta fonte de energia deverá ter como motivação principal o preço. Por outras palvaras: enquanto não for mais rentável consumir hidrogénio do que combustíveis fósseis, mormente os derivados do petróleo, o actual estado de coisas não deverá alterar-se significativamente...

Por isto, e porque não existe ainda uma rede de abastecimento digna desse nome, é que a BMW optou por uma solução bi-fuel no Hydrogen 7 - para garantir a mobilidade dos seus utilizadores mesmo quando não há H2 disponível. No futuro, quando a rede de abastecimento o permitir, o plano da BMW será disponibilizar um modelo que consuma apenas H2. Este modelo, já num avançado estágio do desenvolvimento, será da classe do actual Série 3, disporá de um depósito de LH2 mais leve, de fuel-cells em substituição da bateria, e de um motor de quatro cilindros com cerca de 300 cv, capaz de elevadas prestações e de uma autonomia duas vezes superior à do Hydrogen 7.

A pesquisa e desenvolvimento do H2 como combustível reúne, na mesma parceria, entidades como Aral, Autoridade de Transportes de Berlim, DaimlerChrysler, Ford, GM, VW, Hydro, Linde, Total e Vattenfall Europe. O que nos permitiu, numa das duas estações de abastecimento de LH2 existentes em Berlim, viver a experiência de reabastecer o Hydrogen 7 com este combustível. O processo nada tem de complicado: basta imobilizar o veículo, desligar o motor, manter a chave na ignição, accionar o travão de estacionamento e pressionar duas vezes o botão que garante a abertura eléctrica da portinhola de acesso ao depósito de LH2.

O passo seguinte consiste em ligar a mangueira de enchimento (bem mais pesada do que o habitual) ao bocal do depósito e premir o botão "start" na bomba: a partir daqui, o processo é totalmente automático, demorando oito minutos. Os primeiros três são gastos pelo sistema a verificar a estanquecidade dos circuitos, através de um "braço" que sai do interior do tubo da mangueira e faz rodar dois anéis, após o que procede à sucção do hidrogénio gasoso que exista no circuito. De seguida, o hidrogénio líquido é introduzido no depósito "empurrado" por hélio.

Em termos de custos, refira-se que, na Alemanha, cada quilograma de hidrogénio custa oito euros, o que significa que cada 100 km no Hydrogen 7 percorridos a consumir apenas este combustível custam cerca de 32 euros; se um litro de gasolina custar 1,20 euros, percorrer a mesma distância a gasolina custa menos de 17 euros! Daí que os especialistas refiram que terá de ser pela componente económica que o hidrogénio terá de se afirmar...

in: Automotor

Imagem


O futuro passará por aqui?
RIP

Avatar do Utilizador
OrDoS
Ultra-Metálico(a)
Mensagens: 5656
Registado: domingo abr 04, 2004 12:23 pm
Localização: Vieira do Minho / Braga

Re: Combustíveis - Soluções e alternativas?

Mensagempor OrDoS » sexta jun 20, 2008 8:00 pm

Duvido é que a tecnologia esteja disponível para carros baratos tão cedo, e que postos deste combustível sejam abertos em número suficiente para permitir a sua comercialização em larga escala... Aposto que nos próximos 4-8 anos isto não vai acontecer.

Neste momento, quem quer realmente poupar que investa num usado a gasosa em excelentes condições e o mude pra GPL...
From word to a word I was led to a word...
ImagemImagem 20ª Edição - X11

Avatar do Utilizador
haemonculus
Ultra-Metálico(a)
Mensagens: 1094
Registado: sábado mai 31, 2003 10:56 pm
Localização: Coimbra
Contacto:

Re: Combustíveis - Soluções e alternativas?

Mensagempor haemonculus » sexta jun 20, 2008 8:17 pm

um dos inconvenientes desse BMW é mesmo o facto de que quando está parado algum tempo o combustivel evapora... se o H2 não for ao preço da chuva penso que não será uma grande alternativa. de qualquer forma toda e qualquer investigação em energias alternativas é de salutar pois pode ser que em tantas tentativas surja alguma ideia que valha a pena.

Avatar do Utilizador
otnemeM
Ultra-Metálico(a)
Mensagens: 6584
Registado: terça mai 18, 2004 2:02 pm
Localização: Éire
Contacto:

Re: Combustíveis - Soluções e alternativas?

Mensagempor otnemeM » sexta jun 20, 2008 10:12 pm

O hidrogénio está a uns 20~30 anos de ser viável segundo os especialistas. É importante a pesquisa e o esforço actuais, mas sabe-se lá o que pode surgir neste entretanto.

Melo
Metálico(a) Inspirado(a)
Mensagens: 209
Registado: segunda ago 15, 2005 9:01 pm
Localização: Braga
Contacto:

Re: Combustíveis - Soluções e alternativas?

Mensagempor Melo » sábado jun 21, 2008 12:37 pm

Já para não falar que se o produto da combustão do hidrogénio é vapor de água, estaríamos a substituir um gás de efeito de estufa (CO2) por outro (H2O).

Avatar do Utilizador
Zyklon
Ultra-Metálico(a)
Mensagens: 8680
Registado: sexta jan 04, 2008 10:47 am
Localização: Oleiros(Castelo Branco)
Contacto:

Re: Combustíveis - Soluções e alternativas?

Mensagempor Zyklon » terça jul 01, 2008 10:18 am

Depois de tanta Teoria Quantica em cima segue isto:
Árctico esconde 100 mil milhões de barris de petróleo
10h23m
A região árctica do globo esconde no seu subsolo 100 mil milhões de barris de petróleo por explorar, declarou esta segunda-feira, em Madrid, um geólogo norte-americano que trabalha para o governo.

"O Árctico está praticamente inexplorado", declarou Donald Gautier por ocasião do Congresso Mundial do Petróleo em Madrid. Há 100 mil milhões de barris por descobrir no Árctico", acrescentou.

Donald Gautier declarou que em todo o mundo "pode apostar-se numa probabilidade de 50% de hipóteses de que haja mais de 500 mil milhões de barris de petróleo convencionais em jazidas que ainda não foram descobertas".

As disputas de soberania que envolvem o Árctico representam os principais entraves ao desenvolvimento destes recursos, segundo Gautier, para quem as tecnologias não constituem um obstáculo. "O verdadeiro debate, é o acesso à plataforma continental ", estima.

Cinco países com costas no oceano Árctico (Canadá, Dinamarca, Noruega, Rússia e Estados Unidos) disputam a soberania destas águas. Em Junho, o Governo canadiano cedeu os direitos de exploração de três blocos 'offshore' aos grupos petrolíferos BP, ConocoPhillips e MGM Energy


Para finalizar:
Foda-se estão a espera do quê??!!
BORA DERRETER AQUELA MERDA PAH..... :jeroen:

Avatar do Utilizador
Brilhando
Ultra-Metálico(a)
Mensagens: 2657
Registado: sábado jan 17, 2004 2:42 am
Localização: Porco

Re: Combustíveis - Soluções e alternativas?

Mensagempor Brilhando » terça jul 01, 2008 10:22 am

Qual derreter, o aquecimento glolbal faz isso de graça.
Setze jutges d'un jutjat mengen fetge d'un penjat; si el penjat es despengés es menjaria els setze fetges dels setze jutges que l'han jutjat.

Wyrm [RIP 2009/03/28]

Re: Combustíveis - Soluções e alternativas?

Mensagempor Wyrm [RIP 2009/03/28] » quarta jul 02, 2008 8:36 am

Brilhando Escreveu:Qual derreter, o aquecimento global faz isso de graça.


E vai na volta alguém aproveita e ainda ganha uns cobres com isso!


Voltar para “Arquivo 2010 a 2011”

Quem está ligado:

Utilizadores neste fórum: Nenhum utilizador registado e 3 visitantes