Perverter Escreveu:
Já agora pessoal, como anteriormente tinha dito, comuniquei com a organização para saber a opinião deles sobre o crowd surfing e correspondentes expulsões. Recebi esta resposta, que tiveram a delicadeza de me enviar e que, penso eu, não se vão importar que divulgue pois sempre ajudará a esclarecer a malta!Boa tarde Filipe,
Desde já, gostaria de agradecer o seu mail.
Recebemos bastantes emails acerca da questão da segurança. Vou fazer copy/paste de outro email acerca do mesmo assunto. Espero que não se importe.
Embora a equipa de segurança tenha sido a mesma do ano passado, concordo que falhou; ou pelo menos não compreendeu na totalidade as instruções que lhes foram dadas. Contudo, "ensinar" uma equipa de segurança não é tarefa fácil.
Sabemos que o crowd surfing é pratica corrente em concertos de metal, no entanto, há quem não saiba estar e acabe por colocar em risco a integridade física dos outros espectadores. Ao longo dos anos, já vimos muita gente com cabeças partidas e pernas partidas devido ao crowd surfing. O nosso objectivo é apenas penalizar aqueles que não respeitem o próximo ao ponto de poder aleijar seriamente alguém. Julgo que estamos de acordo neste ponto: seria terrível o festival acabar por alguém ficar seriamente aleijado devido ao pouco civismo de alguns. Em ultima instancia, cabe a nós o ónus de salvaguardar a segurança de todos no interior do recinto.
Não obstante, por cada um que considera que um concerto só se "curte" no mosh e crowd surfing, existem 30 ou 40 que apenas querem "curtir" o concerto. Aqui aplica-se o sistema democrático. Para vocês - pelo menos para os que o praticam - pode ser chato, para nós é uma garantia para que todos saiam ilesos do festival.
Obviamente ainda há muito a fazer para que o Vagos seja um festival de excelência, mas esperamos melhorar as condições a cada ano.
Cumprimentos,
Carlos
A resposta da organização enviada ao Perverter fica bem pela simpatia e proximidade que demostra pelos pagantes e "clientes" do serviço prestado, mas também levanta alguma dúvidas.
1º e mais importante, reconhecem que a segurança falhou, não tendo respeitado totalmente as indicações dadas pela organização, mesmo que não saibamos exactamente quais foram. O mail refere que "ensinar" empresas de segurança não é fácil. Nisto acho que concordamos todos pois a esmagadora maioria destas empresas não estão vocacionadas para concertos e muito menos concertos de metal, que, como sabemos, têm várias particularidades e rituais que são estranhos e mal interpretados pela maioria das pessoas.
2º a organização, apesar da boa vontade demostrada e de reconhecer que neste aspecto ainda tem que evoluir, dá "uma no cravo e outra na ferradura". Concordo e compreendo que estejam preocupados com a possibilidade de serem responsabilizados por algum dano fisico grave que possa acontecer durante o decorrer do evento. Por outro lado quando referem em "penalizar aqueles que nâo respeitem o próximo" entramos num território muito sensivel. Quem é que está habilitado a reconhecer de entre milhares de pessoas aquele que "não respeita o próximo"? Há muitas maneiras de avaliar, ou não, essas practicas. Se uma pessoa cai 5 vezes no fosso dos fotografos está a por em risco outros? Apenas ele mesmo? Ou não fez mal a ninguem, simplesmente apareceu lá tantas vezes que os seguranças já lhe conhecem a cara e tão fartos dele????????
Sei que não é facil responder, apenas me estou a colocar em ambas as posições, na de frequentador de concertos metal, com todos os rituais, practicas e atitudes inerentes a estes espectáculos (senão ia para outro tipo de eventos) e do lado da organização que pretende, legitimamente, ter algum controlo da situação. As minhas duvidas são apenas no ponto em que avisar, por de castigo e ameaçar (ou mesmo expulsar) alguém, servem efectivamente para controlar, ou haverá outra maneira.
hasta