Lisboa:
Disaffected - se há banda nacional que faz todo o sentido abrir para Pestilence, essa banda é indiscutivelmente Disaffected. Começaram pouco minutos após as portas terem sido abertas (houve um atraso na abertura de portas, mas os horário de início foi respeitado), o que fez com que a sala estivesse praticamente deserta nos primeiros temas. Mesmo assim, não esmoreceram nada, antes pelo contrário e mostraram toda a sua competência e virtuosismo. Houve ainda tempo para o José Costa subir ao palco para o tema Vast, ele que saiu há não muito tempo da banda. Em suma, bom começo de noite.
Grindead - não conhecia a banda e deixaram-me uma ótima impressão. Como o nome indica, e não há nada a enganar, foi grind que se ouviu e que animou bastante a sala, nesta altura já bem composta de público. Simples, enérgico e straight to the point, como é apanágio do (bom) grind. Supreendeu-me a ordem das bandas (supostamente Disaffected ficaria melhor a tocar imediatamente antes de Pestilence), mas o que é certo é que resultou perfeitamente deste modo.
Pestilence - regresso a Portugal e precisamente à mesma sala onde tinham tocado há pouco mais de um ano mas, desta vez, para comemorar os 30 anos do lendário Consuming Impulse. Só por esse facto, o concerto já prometia bastante! Regressaram praticamente com o mesmo line-up de há um ano, com a única alteração a registar-se na entrada de um novo baixista. Tocaram o Consuming Impulse na íntegra, tal como previsto, e foi uma delícia sonora o desfilar de tema após tema de um álbum tão marcante quanto este. O som este muito bom, embora no início as guitarras estivessem baixas comparativamente à voz e bateria, o que afetou um bocadinho a Dehydrated, que é logo das minhas favoritas. Passado esse pequeno percalço, arrancaram para uma atuação sem mácula, também sem grandes interações com o público (apenas entrecortadas com algumas palavras do Mameli aqui e ali e com o guitarrista a aproximar-se do público), deixando a música falar por si, o que só lhes fica bem. Chronic Infection, Out of the Body (que malha! - como o Mameli referiu, foi tocada mais cedo do que é costume para manter a ordem das músicas do álbum) e Reduced the Ashes foram os meus destaques desta fase do concerto. Concluído o Consuming Impulse, tocaram The Secrecies of Horror (excelente!), Twisted Truth (melhor ainda), foram buscar um tema ao, para mim, melhor álbum da banda pós-Spheres (Ressurection Macabre) - Horror Detox, e fecharam com a inevitável e fantástica Land of Tears, encerrando um excelente concerto de Pestilence a assinalar um álbum muito especial.
