Grimner Escreveu:OrDoS Escreveu:Grimner Escreveu:Enigma Escreveu:Ainda a propósito dos ditos movimentos que por aí andam e que, à caça do voto, nunca se comprometem dizendo se são de esquerda ou de direita. Veja-se o caso do MMS, que também segue esta linha, mas depois diz o seguinte:
"Com várias medidas tendentes a baixar impostos, como é que o MMS governaria Portugal? Reduzindo drasticamente o aparelho do Estado? Sim, mas não só. Professor universitário e doutorado em Finanças, o presidente do MMS explica: “A baixa dos impostos criará uma dinâmica económica. Cada um de nós sabe gastar melhor o seu dinheiro do que o Estado. Isso e uma estratégia de desenvolvimento (que nós vemos virada para o mar) bem definida permitirá lançar o país para a frente.”
A minha questão nem é se as ideias são boas ou más, mas sim dizer: Assumam-se, fdx!
Já o disse, mas reafirmo, a linha ideológica entre a direita e a equerda vai tender a esbater-se cada vez mais. O que para mim é uma coisa boa, com uma má consequência de criar vazios demagógicos como a rase que citaste.
Podes dar um exemplo de um vazio demagógico possível, que é para eu tentar perceber exactamente o que quiseste dizer com essa frase:?:
É que para mim isso só faz sentido se andares a atirar ideias para o ar e não puseres nada em prática, ou então andares a trocar de posição quando te apetece. Se assim acontecer com alguns destes partidos, deixo sequer de pensar em apoiá-los, o que felizmente não é o caso (pelo menos para já, nunca se diz nunca).
O vazio demagógico já existe por todo o lado. Basta ver o PP a dizer frases como "isto está tudo mal, sabem que tenho razão, vote em quem acha que tem razão".
Neste caso da fras que foi usada, há uma enorme demagogia. Falar da descida dos impostos como estimulo económico faz um certo sentido a quem vê uma fatia do seu salário comido pelos descontos. Mas sem vir acompanhada de uma solução para a segurança social, não passa de um bitaite, com laivos de direita, mas sem assumir abertamente o impacto que uma política de baixa de impostos (e que impostos, já agora? IVA, IRS, IRC, quais?) terá na segurança social. Uma solução de direita sem a contrapartidas inevitáveis dessa solução de direita.
E que raio é uma estrat´gia de desenvolvimento virada para o mar? Uma nova rota das Indias? E que estratégia é essa, que mais vaga não podia ser e parece saltar por cima de um problema gravissimo que é a desertificação do nosso interior?
Não era bem dessa resposta que estava à espera, estavas a referir-te a como ideologias centristas promovem um caminho mais demagógico, mas o exemplo que deste é exactamente o facto de o vazio estar por todo o lado e em todos os partidos, direita e esquerda... Eu não me preocupo com a demagogia pré-eleição, preocupo-me mais é termos tido quase sempre governos demasiado demagógicos, em que a solução para tudo é esmifrar o contribuinte trabalhador, ou seja, a solução para os nossos problemas é cavar o fosso pobres-ricos e afastar a classe média para os extremos deixando de ser média.
No fim o que importa é o Zé Povinho e estes governos pós 25 de Abril parecem ter relegado o que devia ser a 1ª prioridade para "depois", ele é grandes obras públicas, AE's, etc..., mas aquelas medidas simples que fazem a diferença para o grosso das pessoas tardam em aparecer, é por isso que os grandes discursos e as obras mirabolantes deixaram de fazer efeito na minha mente, precisamos de um governo que faça um plano, começar simples e acabar em grande, de certa forma a única coisa nesse sentido que eu consigo vislumbrar neste passado é o plano tecnológico, talvez a única coisa realmente boa que foi imposta, muita gente se queixou, mas sem isso não avaçamos para lado nenhum.
Deste modo, espero que o Sócrates ganhe porque até tenho alguma curiosidade em ver se nos próximos 4 anos terá a chance de cumprir os objectivos principais a que o PS se propôs, mas não terá o meu voto, porque ele não precisa dele e esse vai para aqueles, tal como referi, que demonstram ter ideias e cabeça para construir, não é só fazer oposição bacôca, dizer que está tudo mal e votar contra medidas que até são positivas. Se tivessemos governos com mais cabeça, que planeassem as coisas, não precisavamos que os partidos tivessem maiorias absolutas para impôr medidas viáveis.