Política - Discussão ou algo do género.

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor KonigLowe » quinta abr 14, 2011 10:42 am

Zyklon Escreveu:Entretanto na Madeira PC e AJJ jantam, mas eis que chega um finlandês e diz:
-Quando chegar á Finlandia espero que não me obriguem a pagar esse jantar


Pensei que toda a gente sabia que era foi uma graçola inventada, até porque como se sabe a oposição eurocética filandesa é contra o apoio financeiro a Portugal. É este tipo de graçolas que acho totalmente desprezível e ainda por cima vindo de partidos conservadores e até muitas vezes apelidados de nacionalistas. Ser nacionalista é ridicularizar o nosso país? Têm uma visão nacionalista muito diferente da minha.

Mais curioso disto tudo - ok depois da vinda de Cristo à terra já ninguém se surpreende com os piparotes no PSD - é essa notícia desse jantar.

Serei só eu que me lembro que à um ano, no congresso do PSD, ocorreu aquele momento surreal, em que Passos em qual cena "Perdoa-me" da Fátima Lopes, pede desculpa a Jardim e este caga nele, levanta-se e vai-se sentar ao lado de Rangel?

O mesmo Jardim, que se referia ao Cavaco como o "senhor Silva", e depois o senhor Silva quando interessa vai-lhe lamber o cuzinho porque Jardim é garante de muitos votos na Madeira.

"Por um punhado de votos"
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Vooder » quinta abr 14, 2011 1:18 pm

Concerteza já leram este artigo, que anda a circular por todo o lado e entretanto já traduzido:
Portugal não precisava deste resgate. Foi sobretudo a especulação que precipitou o País para o pedido de ajuda externa. O culpado não foi o governo, mas sim a pressão das agências de “rating”. É esta a opinião de Robert Fishman, professor de Sociologia na Universidade de Notre Dame, num artigo hoje publicado no jornal “The New York Times”.

Na opinião de Fishman – que escreveu, em conjunto com Anthony Messina, o livro intitulado “The Year of the Euro: the cultural, social and political import of Europe’s common currency” -, a solicitação de ajuda externa à UE e ao FMI por parte de Portugal deverá constituir um aviso para as democracias de todo o mundo.

A crise que teve início no ano passado, com os resgates da Grécia e da Irlanda, agravou-se, constata o professor. “No entanto, este terceiro pedido nacional de ajuda não tem realmente a ver com dívida.

Portugal teve um forte desempenho económico na década de 90 e estava a gerir a sua retoma, depois da recessão global, melhor do que vários outros países da Europa, mas sofreu uma pressão injusta e arbitrária por parte dos detentores de obrigações, especulações e analistas de “rating” da dívida que, por razões ideológicas ou de tacanhez, conseguiram levar à queda de um governo democraticamente eleito e levaram, potencialmente, a que o próximo governo esteja de mãos atadas”, salienta Robert Fishman no seu artigo de opinião publicado no jornal norte-americano.

O sociólogo adverte que “estas forças do mercado, se não forem reguladas, ameaçam eclipsar a capacidade de os governos democráticos – talvez até mesmo o norte-americano – fazerem as suas próprias escolhas em matéria de impostos e despesa pública”.

"Crise em Portugal é completamente diferente"

Apesar de as dificuldades de Portugal se assemelharem às da Grécia e da Irlanda, uma vez que os três países aderiram ao euro, cedendo assim o controlo da sua política monetária, o certo é que “na Grécia e na Irlanda, o veredicto dos mercados reflectiu profundos problemas económicos, facilmente identificáveis”, diz Fishman, realçando que “a crise em Portugal é completamente diferente”.

Em Portugal, defende o académico, “não houve uma genuína crise subjacente. As instituições económicas e as políticas em Portugal, que alguns analistas financeiros encaram como irremediavelmente deficientes, tinham alcançado êxitos notáveis antes de esta nação ibérica, com uma população de 10 milhões de pessoas, ser sujeita a sucessivas vagas de ataques por parte dos operadores dos mercados de obrigações”.

“O contágio de mercado e os cortes de ‘rating’ , que começaram quando a magnitude das dificuldades da Grécia veio à superfície em inícios de 2010, transformou-se numa profecia que se cumpriu por si própria:

ao elevarem os custos de financiamento de Portugal para níveis insustentáveis, as agências de ‘rating’ obrigaram o País a pedir ajuda externa. O resgate confere poderes, àqueles que vão “salvar” Portugal, para avançarem com medidas de austeridade impopulares”, opina Robert Fishman.

“A crise não resulta da actuação de Portugal. A sua dívida acumulada está bem abaixo do nível de outros países, como a Itália, que não foram sujeitos a avaliações [de ‘rating’] tão devastadoras. O seu défice orçamental é inferior ao de vários outros países europeus e tem estado a diminuir rapidamente, na sequência dos esforços governamentais nesse sentido”, refere o professor, que fala ainda sobre o facto de Portugal ter registado, no primeiro trimestre de 2010, uma das melhores taxas de retoma económica da UE.

Em inúmeros indicadores – como as encomendas à indústria, inovação empresarial, taxa de sucesso da escolaridade secundária e crescimento das exportações -, Portugal igualou ou superou os seus vizinhos do Sul e mesmo do Ocidente da Europa, destaca o sociólogo.

Porquê os "downgrades?"

“Então, por que motivo é que a dívida soberana portuguesa foi cortada e a sua economia levada para a beira do precipício?”, questiona-se Fishman.

Na sua opinião, há duas explicações possíveis. Uma prende-se com o cepticismo ideológico do modelo económico misto de Portugal, com o apoio aos empréstimos concedidos às pequenas empresas, de par com umas quantas grandes empresas públicas e um forte Estado Providência, explica.

A outra explicação está na “inexistência de perspectiva histórica”. Segundo Fishman, os padrões de vida dos portugueses aumentaram bastante nos 25 anos que se seguiram à Revolução dos Cravos, em Abril de 1974, tendo havido na década de 90 um acelerado aumento da produtividade laboral, do investimento de capital por parte das empresas privadas, com a ajuda do governo, e um aumento dos gastos sociais. No final do século, Portugal tinha uma das mais baixas taxas de desemprego da Europa, sublinha também o professor.

Mas, realça, o optimismo dos anos 90 deu origem a desequilíbrios económicos e a gastos excessivos. “Os cépticos em torno da saúde económica de Portugal salientam a sua relativa estagnação entre 2000 e 2006.

Ainda assim, no início da crise financeira mundial, em 2007, a economia estava de novo a crescer e o desemprego a cair. A recessão acabou com essa recuperação, mas o crescimento retomou no segundo trimestre de 2009”, refere.

Assim, no seu entender, “não há que culpar a política interna de Portugal. O primeiro-ministro José Sócrates e o PS tomaram iniciativas no sentido de reduzir o défice, ao mesmo tempo que promoveram a competitividade e mantiveram a despesa social; a oposição insistiu que podia fazer melhor e obrigou à demissão de Sócrates, criando condições para a realização de eleições em Junho. Mas isto é política normal, não um sinal de confusão ou de incompetência, como alguns críticos de Portugal têm referido”.

Europa poderia ter evitado o resgate

E poderia a Europa ter evitado este resgate?, questiona-se. Na sua opinião, sim. “O BCE poderia ter comprado dívida pública portuguesa de forma mais agressiva e ter afastado a mais recente onda de pânico”.

Além disso, Fishman afirma que é também essencial que a UE e os EUA regulem o processo utilizado pelas agências de “rating” para avaliarem a qualidade da dívida de um país. “Ao distorcerem as percepções do mercado sobre a estabilidade de Portugal, as agências de notação financeira – cujo papel na aceleração da crise das hipotecas ‘subprime’ nos EUA foi extensamente documentado – minaram a sua retoma económica e a sua liberdade política”, acusa o académico.

“No destino de Portugal reside uma clara advertência a outros países, incluindo os Estados Unidos. A revolução de 1974 em Portugal inaugurou uma vaga de democratização que inundou o mundo inteiro. É bem possível que 2011 marque o início de uma vaga invasiva nas democracias, por parte dos mercados não regulados, sendo Espanha, Itália ou Bélgica as próximas vítimas potenciais”, conclui Fishman, relembrando que os EUA não gostariam de ver no seu território o tipo de interferência a que Portugal está agora sujeito – “tal como a Irlanda e a Grécia, se bem que estes dois países tenham mais responsabilidades no destino que lhes coube”.

O original: http://www.nytimes.com/2011/04/13/opini ... gal&st=cse
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor otnemeM » quinta abr 14, 2011 1:27 pm

Parei de ler o artigo original quando diz que nos anos 90 estávamos no bom caminho.

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor tampinhas13 » quinta abr 14, 2011 1:38 pm

otnemeM Escreveu:Parei de ler o artigo original quando diz que nos anos 90 estávamos no bom caminho.


nos anos 90 foi o inicio do fim :headbanger:
Existem 68 posições para se fazer amor. Na posição 69 limpam-se os instrumentos

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor MeBathory » quinta abr 14, 2011 2:30 pm

Vocês já estavam no mercado de trabalho nos anos 90 ?

Eu não, mas pela experiencia dos membros da minha familia, os anos 90 foram anos melhores, era mais facil arranjar, trocar e escolher trabalho/emprego. A economia estava a crescer, e a situaçao das familias melhor. Os anos 80 foram os dificeis, onde muita gente da minha familia e arredores fazia varias visitas à loja dos pregos para poder sustentar a casa.
Quando entrei no mercado de trabalho, também muito ouvi sobre o facto de nos anos 90 a situaçao ser bastante melhor. Prova de que não era assim tão mau, foi que a partir da 2a metade da decada de 90 o n° de imigrantes em Portugal ter aumentou consideravelmente. O que veio depois disso e que mudou tudo, nao sei.
Talvez o mau aproveitamente do dinheiro da comunidade europeia para o desenvolvimento das empresas portuguesas, por parte destas e do estado. Talvez o dinheiro constantemente a entrar dessa a sensação falsa de que tudo estava bem, não faço a puta ideia, mas a verdade é que se vivia melhor. Mas o queixume deve dar pica para cantar o fado, sei la eu. A ver bem a coisa, nós ja estamos no "inicio do fim" desde a época dos Filipes, só falta saber quando vamos acabar de uma vez por todas.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor otnemeM » quinta abr 14, 2011 3:03 pm

O resultado do "crescimento", do facilitismo e da vida fácil dos anos 90 (e continuação de paradigma no novo milénio) é a situação em que estamos agora por isso não é complicado formar uma opinião sobre a qualidade do pressuposto do texto desse sociólogo.

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor raxx7 » quinta abr 14, 2011 3:30 pm

O crescimento dos anos 90 foi conseguido à custa do consumo, da bolha imobiliária, do desbaratar dos rios de fundos da UE e do crédito fácil.
Quando os fundos começaram a ser cortados, quando o crédito ficou mais caro e quando as pessoas se aperceberam que havia demasiadas casas e prédios vazios.. *puff*
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor MeBathory » quinta abr 14, 2011 4:24 pm

Mas o crescimento economico nao passa pelo consumo ? Nao passa pelo investimento por parte do estado, de particulares e empresas? Qual era a soluçao, fazer como salazar e meter os fundos comunitarios no cofre, para enriquecer o estado, mas não a nação?
Foi uma epoca de euforia, onde se gastou de forma estupida, onde se quis tudo ao mesmo tempo, e onde ouve muito “aproveitanço”, claro. Não só de politicos, mas de todos os que puderam deitar a maozinha aos fundos comunitarios, e que nao os usaram de forma inteligente, falo dos empresarios do nosso pais, claro esta, que nao souberam (ou nao quiseram, por razoes pessoais) usar o dinheiro que recebiam para tornar a sua empresa mais competitiva. E esta parte não me parece que seja só da responsabilidade dos governantes da epoca. Mas isto é o que acontece quando não tens nada e de repente te aparece tudo.
Sinceramente acho que isto nao tem soluçao. Nao enquanto a maior parte dos portugueses ( de todas as classes e profissões) tiver o mesmo apelido que o Vasco, e não pensar no país como um todo, e toda a gente coça para dentro comó macaco, com medo que fuja. Deve ser o instinto animalesco de preservação da especie. Mas la esta, tem tudo a ver com os anos de privaçao que tivemos (e que vamos voltar a ter) somos um povo muito traumatizado (qualquer desculpa é boa para gamar).
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor otnemeM » quinta abr 14, 2011 4:36 pm

MeBathory Escreveu:Mas o crescimento economico nao passa pelo consumo ?

Se for consumo ás custas de endividamento, só passa enquanto deixar de passar e chegarem as contas.

Nesse tempo as lojas de electrodomésticos, por exemplo, eram mais que muitas. As pessoas equipavam a casa toda com empréstimos em cima dos empréstimos que já tinham para a casa e carro(s). Essas lojas de dimensão "banal" que de há 10 anos para cá fecham a torto e a direito na altura facturavam milhares de contos por semana.
Os empréstimos para a casa eram inflacionados para sobrar dinheiro para o mobiliário, para o computador para o filho, para as férias que haviam de vir e para qualquer outra extravagância que apanhasse a atenção. Na altura o dinheiro era barato, o crédito fácil e não se precisava de fazer contas, só de tentar parecer mais do que o vizinho do lado.

Vamos ver o que se faz com o dinheiro que vai entrar - se é de facto para reestruturar alguma coisa ou se é apenas para comprar pensos rápidos (os cortes já são garantidos) e arranjar maneira de voltar ao mesmo.

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor KonigLowe » quinta abr 14, 2011 11:23 pm

otnemeM Escreveu:Os empréstimos para a casa


Havia o bonificado, e o preço das casas sempre sempre sempre a subir para enriquecer os bancos e os construtores civis. E o pior é que a qualidade das casas é muitas vezes uma merda, dois anos depois são as infiltrações, são as fissuras, acabamentos, tudo em prol do dinheiro fácil.

Ah espera - sugestão FMI - o preço das casas deve subir muito mais!!!

:roll:

Uma amiga minha vendeu agora uma casa por 100mil eur (junto à praia) quando a casa estava avaliada em 120mil - há imenso tempo que ninguém pegava naquilo.
Burra, se tentasse vender por 200mil despachava-a logo!!! :lol:
O FMI é que se vai meter nos negócios das pessoas? Cada uma!!!

Tenho um cd usado para vender que quero despachar ponho um preço barato. Vem o FMI "nah nah tens de vender mais caro para niguém o comprar e fomentar a poupança"!!!

Lógica da batata!!! :D
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor JVELHAGUARDA » quinta abr 14, 2011 11:38 pm

:roll: Sugestão FMI sobre o preço das casas, pelo que li, acho que é para travar os pedidos de empréstimo, dai a subida nos preços das casas. Os bancos já têm travado o acesso ao crédito, esta medida é para consolidar e precaver esse acesso.

Neste momento quem esta de mão estendida a pedir, ouve e não regateia as esmolas que lhe dão, é isto o resultado de 6 anos e mais, de ineficácia e deixa andar. :?

"Não tenho nenhuma confiança no cidadão Sócrates" - Belmiro de Azevedo
(os "acólitos" do comício do fim de semana, têm confiança nisto :?)

Esta na hora de pagar o que se deve...
http://economico.sapo.pt/noticias/portu ... 16067.html

Em junho avaliação da divida grega, após as medidas do FMI, que aparentemente não têm surtido efeito, o que leva a uma reestruturação da divida grega. :? Anuncio feito hoje pelo ministro das finanças alemão.

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Cthulhu_Dawn » sexta abr 15, 2011 9:06 am



Também já o li e concordo com a crítica que ele faz a essas entidades meio místicas que são as agências de rating. No entanto, não me consegue convencer com o quadro que pinta de um Portugal que, fazendo fé no artigo, estava "no bom caminho" e era um exemplo a seguir pelo menos desde a década de 90, se compararamos a situação actual com taxas de desemprego acima dos 10%, empresas públicas sem dinheiro para salários, forças armadas com dificuldade em pagar salários e pensões, hospitais que aparecem a pedir medicamentos aos utentes porque podem não os ter, acordos feitos entre ministérios para não se fazerem os descontos de IRS...As notícias que foram saindo ontem eram de fugir e não consigo vê-las apenas como o resultado desta actual crise política, ou da recusa do PEC ou da entrada do FMI. Parece-me que são consequências de problemas que já se vinham a acumular há algum tempo...

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Vooder » sexta abr 15, 2011 1:53 pm

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/notic ... -011243800
Regalias para os funcionários da AR e subida de salários para os topos, com anuência de todos os partidos que lá estão. A ser verdade pela 1ª vez vou votar nulo.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Audiokollaps » sexta abr 15, 2011 4:02 pm

Vícios privados culpas públicas

O à-vontade com que o ainda ministro das Finanças continua, na situação de emergência financeira em que o país se encontra, a dispor do dinheiro dos contribuintes e dos sacrifícios dos portugueses mais vulneráveis não tem, pelos vistos, limites. Agora diz que o Estado está "disponível" para entrar no capital dos bancos.

Isto depois de o mesmo Estado ter enterrado milhões no BPP e BPN e se ter endividado a juros usurários em benefício dos bancos, que intermediaram a dívida pública com dinheiro obtido no BCE a 1% e emprestado ao Estado a 7,8 e 9%. E que, quando a coisa deu para o torto, exigiram ao Governo a entrada do FMI, cuja "ajuda" inclui uma fatia específica para a Banca (se calhar para o negócio das privatizações a pataco que aí vem).

Disse-o o director-geral do FMI: "O problema de Portugal não é tanto a dívida pública como o financiamento dos bancos e a dívida privada".

De facto, a dívida pública portuguesa (previsão para 2011) corresponde a 97,3% do PIB e é inferior à de países como a Irlanda (107%), Grécia (150,2%), Bélgica (100,5%) ou Itália (120,2%). Mesmo as da França e Alemanha andam, respectivamente, pelos 86,8% e 75,9%.

Já a dívida privada, de que pouco se fala e cujas principais fatias são da Banca e do imobiliário, é de 220% do PIB! É essa dívida que a Comissão Administrativa de FMI, BCE e CE vem agora cobrar a pobres, pensionistas e desempregados. A bem da Nação, como sempre.


Manuel António Pina

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor The Morning Star » sexta abr 15, 2011 5:01 pm

Ratonni di Poronni Escreveu:
Deve ser piada! Só pode ser piada!
Se essa tal esquerda nada percebe de economia que perceberão os culpados por esta situação!?
Continuem a votar no centro-direita... Realmente temos mesmo aquilo que as pessoas merecem... santa ignorânica...


Essa do Nobre foi muito boa também, conseguiu enganar tanta mas tanta gente... primeiro candidata-se ao mais alto cargo desta 'democracia' agora quer ir para o segundo cargo mais alto...
Não, não está á procura de tachos e poder... longe disso!


Bem, a eterna esquerda...
Temos um punhado de países a face da Terra, que condicionam muito (ou a total ausência) o Mercado Livre, países MUITO recomendáveis, acrescento.
Cuba, Venezuela e Coreia do Norte. Insistir num modelo parecido é loucura.
Estou a ver que estás a por tudo no mesmo saco, do Guido Westerwelle ao Allan Greenspan. Não é isso ignorância?
Países governados, responsavelmente à direita, ja ultrapassaram a crise e crescem, veja a Holanda, Dinamarca. Vive-se lá muito melhor, não haja dúvidas. De Suécia então nem falo, um país onde as reformas que PPC quer introduzir já estão feitas, incluindo na saude e educação. Cresceram 4%, liberdade (e metal) não lhes faltam, como disse Henrique Raposo, para o pessoal de esquerda a Suécia deve ser um cabaré fascista. Mas esta gente quer insistir em sermos Coreia do Norte. Esta gente não percebe as virtudes da concorrência, insistem em monopolios do estado, insistem em propostas que aumentam a dívida e o défice, que inteligentes, ui.
Não achas estranho que os mais conceituados economistas portugueses serem alinhados do centro para a direita? Por que será?
Já agora o partido que governou o Portugal nos últimos 17 anos é de esquerda, democrática dizem eles, o PS, com um ligeiro intervalo do Durão e Santana - esse de má memória. O partido responsável por isto é esse, O Durão tentou até travar isto mas não se saiu bem, os sindicatos e as ordens travaram reformas há muito necessárias. Temos o sistema de ensino mais esquerdista (já foi mais), temos uma legislação laboral muito rígida, etc. Enfim, já se viu no que isso deu.
E ainda põem as culpas na direita? Realmente, como disseste, temos o que as pessoas merecem, e se PS ganhar, tomem la, merecem o Sócretino e este marrasmo de esquerda.
Pior, por estes dias andam alguns iluminados ignorantes de esquerda a exigir a reestruturação da dívida. Isso é como eu emprestar dinheiro a um gajo que estoira-o em festas e copos, e depois em vez de mudar de vida e pagar a dívida, não, vai pós copos na mesma, exige que não me devolva o total, ou nada e ainda quer mais emprestimos. Não é por nada que a algumas pessoas de direita dizem que a esquerda é irresponsável.
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