Política - Discussão ou algo do género.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
E a decisão do TC? Cheira-me a aumento de impostos... Vão ter de o sacar de alguma maneira....
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
Vão ter é que renegociar os prazos...
Anyway, mais um que não entendeu o génio de Miguel "bate punho" Gonçalves:
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
Francis Escreveu:Vão ter é que renegociar os prazos...
Anyway, mais um que não entendeu o génio de Miguel "bate punho" Gonçalves:
A minha opinião é similar à deste "cromo" que por acaso até entendeu o "génio" do Miguel:
http://oarrumadinho.clix.pt/2013/04/a-b ... alves.html
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
Também era fixe explicares-me como é que os salários, sendo um "preço", são têm de protegidos da lei da oferta e da procura e têm de ser ditados por governos, sindicatos ou patronatos, e como é que num sistema monetário de reservas a 100%, sem aumento da oferta monetária, sem garantia de bailouts estatais aos bancos, uma diminuição de salário numa divisa com poder de compra crescente tenha de ser necessariamente má.
Era mais interessante se tu pudesses explicar como é que / em que circunstancias / situação / cenário é que uma diminuição geral de salários é boa?
Re: Política - Discussão ou algo do género.
Acho que ele se estava a referir a um cenário de diminuiução do valor númerico dos salários, mas de aumento de poder de compra por via de deflacção/aumento de valor da moeda.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
raxx7 Escreveu:Acho que ele se estava a referir a um cenário de diminuiução do valor númerico dos salários, mas de aumento de poder de compra por via de deflacção/aumento de valor da moeda.
Pois. Se for esse o caso, é uma coisa boa, sim.


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Re: Política - Discussão ou algo do género.
Sim, a não ser que se queira discutir a realidade alemã, que não é de todo aplicável à nossa conjectura actual, por muito que se tente gritar défice zero e rigor orçamental a martelo. Para que a Alemanha tenha conseguido chegar onde chegou, e a que muito se deve neste momento a exploração mais ou menos descarada dos seus mercados periféricos ( vulgo, nós) teve de passar primeiro por um resgate da dívida muito vantajoso, em que só tinha obrigações de pagamento em anos de crescimento superior a x ( ou seja, nunca se pensaria em forçar o pagamento da dívida em período recessivo) e que resultou inclusivamente numa eventual anulação unilateral e total da dívida restante, por alturas das reunificações das Alemanhas. É fácil apontar o dedo e as diferenças, mas se é para fazê-lo, tenhamos em conta que a Alemanha, no rescaldo da guerra foi alvo de uma discriminação positiva nesse campo.
E é na Alemanha que se dá mais parecido a uma baixa de salários com aumento de poder de compra. Parecido, porque eles não baixam, simplesmente não subiram na última década. E porque, ó sonho molhado dos "neoliberalinhos" um pouco por toda a parte, nem sequer há salário mínimo. Pois não, mas há todo um conjunto de regras e leis escrupulosamente aplicadas que tornam a Alemanha muito pouco neoliberal no que diz respeito aos seus direitos laborais. A contradição aparente explica-se de forma muito fácil pelo facto do neoliberalismo alemão ser um conceito exportado. Um pouco como Frei Tomás, "faz o que ele diz, não o que ele faz". Agora, nos países que não têm o mesmo nível de vida nem a mesma legislação laboral, a concertação social acaba por ser necessária para estabelecer e fazer vigorar um trabalho com direitos, dos quais não será o menor o direito a uma remuneração justa. Mesmo com essa concertação social, os atropelos à lei e aos direitos laborais são uma constante, desde as constantes coacções no trabalho existentes por exemplo, num Pingo Doce, à prática dos falsos recibos verdes. Se a remuneração não deixa de ser um custo laboral ( e portanto, na narrativa neoliberal, passível de ser reduzido para aumentar a competitividade), é, acima de tudo, revestido de um factor humano, que não pode, nem deve ser desprezado por princípios economicistas. Até pela simples razão de que toda a economia de mercado é sustentada pelo consumo...
Quem acaba por seguir os conceitos de "estado mínimo" que faz as delícias dos neoliberais são os países sob intervenção, onde se tenta à força toda implementar essas ideias. E é para isso que as narrativas vigentes da dívida são de extrema utilidade, porque vão justificando todo o tipo de reformas. E para isso muito ajuda também outro tipo de narrativas vigentes, o dos self made men de pacotilha ( voltando a pegar no Pipoquinha). Que já agora, Ordos, não passou de bestial a besta. Besta sempre foi, passou foi de besta relativamente desconhecida no seu tempo e espaço próprios a besta com um discurso sancionado pelo governo. E há aí uma diferença. Especialmente porque o que ele diz é tão vazio de sentido que em verdade se diga, a história do Audiokollaps, sem querer de forma alguma tirar mérito, está longe de ser um caso raro na nossa sociedade. Ter é um gajo de headset a gritar-nos para não sermos preguiçosos pressupõe que somos preguiçosos, encostados, subsidiodependentes incapazes de investir em nós próprios. São de novo as tais narrativas vigentes.
E é na Alemanha que se dá mais parecido a uma baixa de salários com aumento de poder de compra. Parecido, porque eles não baixam, simplesmente não subiram na última década. E porque, ó sonho molhado dos "neoliberalinhos" um pouco por toda a parte, nem sequer há salário mínimo. Pois não, mas há todo um conjunto de regras e leis escrupulosamente aplicadas que tornam a Alemanha muito pouco neoliberal no que diz respeito aos seus direitos laborais. A contradição aparente explica-se de forma muito fácil pelo facto do neoliberalismo alemão ser um conceito exportado. Um pouco como Frei Tomás, "faz o que ele diz, não o que ele faz". Agora, nos países que não têm o mesmo nível de vida nem a mesma legislação laboral, a concertação social acaba por ser necessária para estabelecer e fazer vigorar um trabalho com direitos, dos quais não será o menor o direito a uma remuneração justa. Mesmo com essa concertação social, os atropelos à lei e aos direitos laborais são uma constante, desde as constantes coacções no trabalho existentes por exemplo, num Pingo Doce, à prática dos falsos recibos verdes. Se a remuneração não deixa de ser um custo laboral ( e portanto, na narrativa neoliberal, passível de ser reduzido para aumentar a competitividade), é, acima de tudo, revestido de um factor humano, que não pode, nem deve ser desprezado por princípios economicistas. Até pela simples razão de que toda a economia de mercado é sustentada pelo consumo...
Quem acaba por seguir os conceitos de "estado mínimo" que faz as delícias dos neoliberais são os países sob intervenção, onde se tenta à força toda implementar essas ideias. E é para isso que as narrativas vigentes da dívida são de extrema utilidade, porque vão justificando todo o tipo de reformas. E para isso muito ajuda também outro tipo de narrativas vigentes, o dos self made men de pacotilha ( voltando a pegar no Pipoquinha). Que já agora, Ordos, não passou de bestial a besta. Besta sempre foi, passou foi de besta relativamente desconhecida no seu tempo e espaço próprios a besta com um discurso sancionado pelo governo. E há aí uma diferença. Especialmente porque o que ele diz é tão vazio de sentido que em verdade se diga, a história do Audiokollaps, sem querer de forma alguma tirar mérito, está longe de ser um caso raro na nossa sociedade. Ter é um gajo de headset a gritar-nos para não sermos preguiçosos pressupõe que somos preguiçosos, encostados, subsidiodependentes incapazes de investir em nós próprios. São de novo as tais narrativas vigentes.
Eu já vi o raxx num papo seco
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
Ainda nas narrativas...
Saliente-se apenas que o comunicado ao país mostrou de facto o nojo que este governo é. Nada nem ninguém, nem sequer um governo, e muito menos uma troika estrangeira, está acima da constituição, que se sobrepõe a qualquer lei.
O que suscita de facto a questão, de quão legítima é uma dívida que não é passível de ser paga legalmente.
Na sua comunicação ao país, Pedro Passos Coelho reescreveu a história económica dos últimos dois anos.
Passos revelou-nos que, não fora o acordo do Tribunal Constitucional, e o nosso ajustamento económico estaria concluído em meados de 2014, com a troika a abandonar tranquilamente o país e a deixar-nos em paz.
Acontece que não é assim. Não só o processo de ajustamento orçamental já levou o Governo a pedir por duas vezes que a troika aligeirasse as metas do défice, como a dívida pública está a crescer de forma explosiva, como o desemprego está fora de controlo e a economia caminha depressivamente no seu terceiro ano de recessão, sem se vislumbrar quando se inverterá a tendência.
Pedro Passos Coelho veio dizer que não fora o chumbo do TC aos cortes dos subsídios de férias dos funcionários públicos e dos pensionistas, que representam um aumento de 0,8% do défice, e esta história acabaria da melhor maneira.
Esqueceu-se de dizer que, por exemplo, em 2012, a derrapagem foi três vezes superior a esses 0,8 e decorreu exclusivamente de um orçamento elaborado em bases irrealistas e numa enorme falta de conhecimento da economia portuguesa.
Esqueceu-se ainda de dizer que o Executivo persistiu no erro e que o orçamento deste ano foi elaborado com base numa recessão de 1%, para três meses depois de ter entrado em funcionamento o Governo já admitir uma recessão de 2,3%.
Passos Coelho quer aparentemente que, em situação de emergência nacional, seja suspensa a Constituição. Lamento. O Presidente da República disse há poucos meses ao Expresso que a Constituição não estava suspensa. E foi o próprio Presidente que pediu a verificação da constitucionalidade de alguns artigos do orçamento. Não foi o TC que tomou essa iniciativa.
O que esta decisão do TC põe diretamente em causa é o facto do Governo se estar a preparar, há muito, para acabar definitivamente com os subsídios de férias dos funcionários públicos e pensionistas.
Mas não é este aumento de 0,8% no défice deste ano que põe em perigo o ajustamento económico do país. É a receita que tem sido seguida que levou a estes resultados catastróficos, mesmo que Pedro Passos Coelho tente reescrever a história e vender-nos uma versão diferente.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/passos-reescrev ... z2PpTycceZ
Saliente-se apenas que o comunicado ao país mostrou de facto o nojo que este governo é. Nada nem ninguém, nem sequer um governo, e muito menos uma troika estrangeira, está acima da constituição, que se sobrepõe a qualquer lei.
O que suscita de facto a questão, de quão legítima é uma dívida que não é passível de ser paga legalmente.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
Morreu Margaret Tatcher, a filha de merceeiro que que fez o favor de instalar o liberalismo, privatizações, sessões de cassetete gigantescas e desmantelamento do estado social nas ilhas britânicas. Não querendo, de maneira nenhuma, demonstrar regozijo com a morte de alguém, aqui fica a expressão inglesa da classe mineira a ela dedicada: "I wouldnt piss on her is she was on fire!"
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
aftermath Escreveu:Não querendo, de maneira nenhuma, demonstrar regozijo com a morte de alguém
Mas fazendo-o à mesma...
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
Cthulhu_Dawn Escreveu:aftermath Escreveu:Não querendo, de maneira nenhuma, demonstrar regozijo com a morte de alguém
Mas fazendo-o à mesma...
... Se tu o dizes ....
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
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Twenty five quid to dish out
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Maggie, Maggie you cunt Maggie, Maggie you cunt Maggie
Maggie you cunt Maggie Maggie Maggie Maggie you fucking cunt
Twenty five reasons for trouble
Three million mouths to feed
They're destroying your mind and body
While they increase their own needs
Twenty five quid of insult
Two meals soon kills your health
They want to see you suffer
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
Uma aliada de Pinochet e defensora do Apartheid, que tentou acabar com o NHS, que quebrou a espinha com a morte aos sindicatos mineiros e que foi a precursora das ideias por detrás da crise corrente, não me merece melhor homenagem.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
Para além da citação desse tema, hoje a net está inundada de comentários de ingleses como: "I´m going to the pub and celebrate!" Deve ser das saudades!!!!
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