Política - Discussão ou algo do género.

[spiegelman]

Ainda bem que são os próprios, insuspeitos e correligionários de Passos, a dizer o que pensam do governo dele:

Mas qual governo pá? Quem manda neste país é a troika, numa ingerência bárbara nos destinos da governação e as agências de rating que nos apertam os tomates, estando-se absolutamente nas tintas para as medidas que tomemos.

Nem que passássemos fome e vendêssemos a roupa do corpo e déssemos o dinheiro da sopa para pagar a dívida o "mercado" voltaria a dar-te confiança.

O objectivo é único e só um, acabar com o Euro e a Europa tal qual a conhecemos e Portugal e a Grécia são o bode expiatório. Quando a Grécia caír, cai Portugal e os dois a seguir são a Espanha e a Irlanda.

"Um murro no estômago" diz o Passos.

Bem vindo à realidade. E agora que estás agachado com dores na barriga abre bem o cuzinho que o que lá vem não traz vaselina

[Adolf Presley]

"Um murro no estômago" diz o Passos.

Não percebo muito (nada, na verdade) destas cenas, mas imagino que ao anunciaram as privatizações de tudo e mais alguma coisa, não seja de espantar os maus ratings e o aumento da probabilidade do risco de default, de modo a que a corja ligada às agências de rating possa saquear à vontade.

Expliquem-me lá sff, os que estejam mais dentro da cena, os malefícios associados à eventual saída de Portugal da zona jewro.

[Audiokollaps]

O director da Agência das Nações Unidas para o Comércio Mundial e o Desenvolvimento (UNCTAD), Heiner Flassbeck, exigiu hoje a extinção das agências de rating, em declarações à televisão pública alemã ARD.

Público

Mas os "abutres" já salivam com os despojos do que restar da economia portuguesa....

[otnemeM]

Esta descida do rating não é relativa aos 6 (?) meses anteriores? Não ignora as medidas actuais?

[spiegelman]

Convenhamos que em vésperas de ir ao mercado é uma "ignorância muito conveniente" De qualquer maneira esta foi a mesma agência que cotou AAA ao Lehman Brothers antes de falir. Assim como a Finlândia ou mesmo agora os Estados Unidos que se não sobem o tecto da dívida entram em default...

Cotações são como as vaginas, quem as quiser dar, dá-las.

[Brilhando]

Não percebo muito (nada, na verdade) destas cenas, mas imagino que ao anunciaram as privatizações de tudo e mais alguma coisa, não seja de espantar os maus ratings e o aumento da probabilidade do risco de default, de modo a que a corja ligada às agências de rating possa saquear à vontade.

Expliquem-me lá sff, os que estejam mais dentro da cena, os malefícios associados à eventual saída de Portugal da zona jewro.

Assim muito por alto, o mais que provável seria o Banco de Portugal ligar a impressão de Novos Escudos em cruise control, o que levaria a desvalorizações brutas do novo papel-moeda que substituiria o Euro, para pagar as dívidas e "fomentar as exportações". Haveria corridas aos bancos e vendas massivas de divisas para moedas mais seguras (ou até ouro e prata).
No fundo, basta ver o que aconteceu à Alemanha versão Weimar, Zimbabwe há um par de anos, Argentina há 10 anos (e em riscos de voltar a acontecer em breve), ao Brazil por 2 ou 3 vezes nos últimos 30 anos e até à Bielorrúsia nos últimos meses.

Ou então os nossos sacrossantos e iluminados políticos pegariam o Novo Escudo ao Ouro (padrão ouro, isto é), nada disso aconteceria e era ver o fluxo de capital estrangeiro a entrar em Portugal.

Mas também os porcos voariam porque a política monetária actual (ie, dos últimos 100 anos) é um basket case e nunca o Governo limitaria os seus gastos para além da taxação, resultando em inflacções e défices que o uso de papel-moeda sem gold-backing sempre implicam.

[raxx7]

Convenhamos que em vésperas de ir ao mercado é uma "ignorância muito conveniente" De qualquer maneira esta foi a mesma agência que cotou AAA ao Lehman Brothers antes de falir. Assim como a Finlândia ou mesmo agora os Estados Unidos que se não sobem o tecto da dívida entram em default...

Cotações são como as vaginas, quem as quiser dar, dá-las.

^^ What he said.

Mas spiegel, (a não ser se me esteja a escapar algo), durante os próximos tempos, o financiamento vai vir da troika, não vamos ao mercado.

[raxx7]

Mas também os porcos voariam porque a política monetária actual (ie, dos últimos 100 anos) é um basket case e nunca o Governo limitaria os seus gastos para além da taxação, resultando em inflacções e défices que o uso de papel-moeda sem gold-backing sempre implicam.

Brilhando,
uma questão para ti.
Um dos vários problemas associados a usar o ouro como standard é o facto de o ouro ter utilização prática.

E que tal uma economia baseada numa moeda virtual, que pode ser "minada" (isto é, a quandidade de moeda disponível vai aumentado devagar) mas não pode ser emitida à papo seco?
http://en.wikipedia.org/wiki/Bitcoin

[Vooder]

O que é que o Barroso está a fazer na CE?
Ainda bem que é português.

[Dustspell]

O que é que o Barroso está a fazer na CE?
Ainda bem que é português.

Que bom Olha se não fosse... Afinal , lhe foi quase atribuido o prémio Nobel...Mourinho (Cachimbo em português) da PAZ ...E agora que temos o Sócrates numa de filosofar sobre o curso que não chegou a finalizar...

Eis algo que sempre teremos..Material para fazer boas anedotas... Já assim se dizia sobre os gordos da 1ª Republica...

[JVELHAGUARDA]

Maria José Nogueira Pinto RIP

[spiegelman]

Convenhamos que em vésperas de ir ao mercado é uma "ignorância muito conveniente" De qualquer maneira esta foi a mesma agência que cotou AAA ao Lehman Brothers antes de falir. Assim como a Finlândia ou mesmo agora os Estados Unidos que se não sobem o tecto da dívida entram em default...

Cotações são como as vaginas, quem as quiser dar, dá-las.

^^ What he said.

Mas spiegel, (a não ser se me esteja a escapar algo), durante os próximos tempos, o financiamento vai vir da troika, não vamos ao mercado.

Também julgava que sim mas pelos vistos andamos a financiar-mo-nos a 3 meses

http://sicnoticias.sapo.pt/economia/201 ... la-moody-s

[raxx7]

Interessante...

[Audiokollaps]

"É apreciável o número de novos-indignados que reagiu, com palavras duras, sonantes e significativas, à decisão mais recente de redução do rating da República. Sem ironia nem cinismo digo-lhes: bem-vindos a bordo!

A indignação, mesmo que tardia, é compreensível. Torna-se cada vez mais claro que o papel das agências não é transparente, não é coerente, não é fundamentado, exerce-se em situação de conflito de interesses, carece de legitimidade e é profundamente alheio aos preceitos mínimos que devem presidir ao funcionamento de um sistema económico que tenha como finalidade criar riqueza e emprego, distribuindo rendimentos de forma justa, e não apenas servir de "terreno de caça" à voracidade apátrida dos capitais financeiros.

Mas a culpa da acção das agências de rating não é delas próprias. Elas defendem a sua lógica e os seus interesses. O problema está no facto de as economias avançadas, e muito especialmente a economia europeia, terem, de forma silenciosa, insidiosa, entregado tudo aos mercados, mesmo o que não compete aos mercados. Uma das coisas que não pode ser integralmente entregue aos mercados é o financiamento dos Estados. Sob pena de o caminho ser a completa subversão e submissão dos Estados, das democracias e do interesse colectivo à rentabilização financeira. Mas foi assim que aconteceu na Europa, em vista da acção de quem vinha no bojo do "cavalo de Tróia" monetarista, que fez do BCE uma figura disforme, que não intervém no mercado primário de financiamento dos Estados, salvaguarda uma moeda forte enquanto a economia se deprime e não usa a emissão de moeda para a pôr ao serviço da economia.

A situação de hoje era esperável mas é dramática - cada vez mais dramática. Compete à Europa arrepiar caminho e reencontrar-se consigo. Não se trata apenas de regular melhor a actividade de agentes como estes - esse foi o erro dos "regulacionistas" de fresca data que acham que o capitalismo é perfeito, bastando que todos se portem bem. Ora, não é assim. O capitalismo é uma criação humana e, portanto, imperfeito. Isso pode ser reduzido e já se viu em que condições ele pode ser fonte de progresso. Foi no contexto de economias mistas - em que ao Estado coube o que lhe era próprio e ao mercado coube o que lhe era próprio - que as sociedades industrializadas se tornaram mais justas, mais portadoras de progresso. Aí a autoridade monetária, a soberania monetário, teve um papel decisivo, pois era o principal instrumento de financiamento das necessidades públicas. Compete a todos arrepiar caminho.

A verdade, no entanto, parece ser esta. Portugal está em mãos insaciáveis. Que o diga o governo, que tanto preza o credo liberal de submissão aos mercados: levou-lhes o nosso sacrifico em bandeja de ouro e levou logo com a porta na cara. Outras agências imitarão a Moddy's. O financiamento da economia portuguesa, neste contexto, estará em risco sério. E, com ele, a vida das empresas, o emprego das pessoas, as condições de justiça e bem-estar. A solução não é esta nem o caminho é por aqui. Haja capacidade política para ser diferente..."

José Reis - Economista e Professor da Universidade de Coimbra

[Brilhando]

Brilhando,
uma questão para ti.
Um dos vários problemas associados a usar o ouro como standard é o facto de o ouro ter utilização prática.

E que tal uma economia baseada numa moeda virtual, que pode ser "minada" (isto é, a quandidade de moeda disponível vai aumentado devagar) mas não pode ser emitida à papo seco?
http://en.wikipedia.org/wiki/Bitcoin

Não é problema algum. Aliás, a sua utilização prática é antes de mais um garante de valor e um dos "parâmetros" necessários para ser utilizado como moeda de troca (ao contrário do papel e da tinta que os bancos centrais juntam em notas que têm menos valor do que separados, ou até zero).

Se tiveres paciência: http://mises.org/rothbard/genuine.asp (ainda não li tudo).


A bitcoin tem tudo para ser uma moeda "livre" e a discussão vai animada nos meios austro-liberais. A ver como anda.