Lidar com a morte - as cinco fases do luto

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Adinatha
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Re: Lidar com a morte - as cinco fases do luto

Mensagempor Adinatha » terça ago 13, 2013 11:12 am

Never Forgotten Soul Escreveu:a morte não é nada mais do que a passagem para algo melhor, por isso pensa apenas que ele está bem e quer que tu estejas bem.


Para metaleiro és bem pouco nihilista :lol:
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phbz
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Re: Lidar com a morte - as cinco fases do luto

Mensagempor phbz » terça ago 13, 2013 2:24 pm

A minha mãe faleceu há pouco mais de 2 meses e francamente o único consolo que sinto é o de acreditar que depois disto não há nada.

Soulforged
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Re: Lidar com a morte - as cinco fases do luto

Mensagempor Soulforged » quarta ago 14, 2013 12:48 am

phbz Escreveu:A minha mãe faleceu há pouco mais de 2 meses e francamente o único consolo que sinto é o de acreditar que depois disto não há nada.



Os meus sentimentos.

Mas explica lá isso melhor, sff.

Soulforged
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Re: Lidar com a morte - as cinco fases do luto

Mensagempor Soulforged » quarta ago 14, 2013 12:51 am

Adinatha Escreveu:
Never Forgotten Soul Escreveu:a morte não é nada mais do que a passagem para algo melhor, por isso pensa apenas que ele está bem e quer que tu estejas bem.


Para metaleiro és bem pouco nihilista :lol:



Ai nihilista... Ele diz que é cristão...

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Adinatha
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Re: Lidar com a morte - as cinco fases do luto

Mensagempor Adinatha » quarta ago 14, 2013 12:23 pm

phbz Escreveu:A minha mãe faleceu há pouco mais de 2 meses e francamente o único consolo que sinto é o de acreditar que depois disto não há nada.


Os meus sentimentos *hug*
Qualquer coisa, estou aqui.
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piece_of_mind
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Re: Lidar com a morte - as cinco fases do luto

Mensagempor piece_of_mind » quarta ago 14, 2013 9:37 pm

Os meus sentimentos.

Quando nos agarramos demais as pessoas, e as perdemos parece que o mundo desaba sobre nos. Soluções imediatas não existem, o tempo cura tudo, mas podemos sempre acelarar o processo de revitalizaçao da nossa pessoa. Para isso, aconselho bastante a deixar o passado onde ele está, apenas o utilizem para aprender com ele e não cairem nos mesmo erros de ontem mas vivam o presente, sem pensamentos constantes no "ontem" ou no futuro e acima de tudo sentiam a energia do momento presente como tudo o que existe. Viver com o pensamento no passado é não viver de todo, condicionando assim o futuro atraves das experienicas negativas do "ontem".

Talvez tenha sido um pouco vago mas espero ter ajudado alguma coisa.

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phbz
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Re: Lidar com a morte - as cinco fases do luto

Mensagempor phbz » quarta ago 14, 2013 10:22 pm

Soulforged Escreveu:
phbz Escreveu:A minha mãe faleceu há pouco mais de 2 meses e francamente o único consolo que sinto é o de acreditar que depois disto não há nada.



Os meus sentimentos.

Mas explica lá isso melhor, sff.


Quero dizer que fico aliviado por saber que não há risco de ela ir parar às mãos de um "super-ser" sádico. Não é algo que tenha surgido com a morte dela mas veio reforçar essa ideia. Cheguei a ter um episódio no hospital onde uma amiga da minha mãe me veio dizer para eu estar descansado pois ela estava nas mãos de Deus, e eu lhe respondi com franqueza que via essa possibilidade com horror.

Mas enfim, cada um tem a sua forma de lidar. Talvez por ter sido uma morte "esperada" não sinto que tenha passado pelos passos clássicos. Não houve propriamente um choque. As pessoas morrem, é a coisa mais banal que existe na vida, não existe quem não o tenha feito ou o venha a fazer.

Uma coisa que achei fascinante, foi realizar que, pelo menos em mim, a dor e angústia parecem vir de ligações perdidas no cérebro. Não sei se consigo explicar claramente, mas deve ser um fenómeno semelhante ao sentir um membro-fantasma, como uma amputação. Pensas algo do tipo - tenho de ligar à minha mãe a contar isto - e deparas-te com a realidade onde há um vazio no fim desse pensamento, onde durante toda a tua vida existiu a outra pessoa. E o teu cérebro não acha piada nenhuma.

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Re: Lidar com a morte - as cinco fases do luto

Mensagempor Soulforged » quarta ago 14, 2013 11:23 pm

phbz Escreveu:
Soulforged Escreveu:
phbz Escreveu:A minha mãe faleceu há pouco mais de 2 meses e francamente o único consolo que sinto é o de acreditar que depois disto não há nada.



Os meus sentimentos.

Mas explica lá isso melhor, sff.


Quero dizer que fico aliviado por saber que não há risco de ela ir parar às mãos de um "super-ser" sádico. Não é algo que tenha surgido com a morte dela mas veio reforçar essa ideia. Cheguei a ter um episódio no hospital onde uma amiga da minha mãe me veio dizer para eu estar descansado pois ela estava nas mãos de Deus, e eu lhe respondi com franqueza que via essa possibilidade com horror.

Mas enfim, cada um tem a sua forma de lidar. Talvez por ter sido uma morte "esperada" não sinto que tenha passado pelos passos clássicos. Não houve propriamente um choque. As pessoas morrem, é a coisa mais banal que existe na vida, não existe quem não o tenha feito ou o venha a fazer.

Uma coisa que achei fascinante, foi realizar que, pelo menos em mim, a dor e angústia parecem vir de ligações perdidas no cérebro. Não sei se consigo explicar claramente, mas deve ser um fenómeno semelhante ao sentir um membro-fantasma, como uma amputação. Pensas algo do tipo - tenho de ligar à minha mãe a contar isto - e deparas-te com a realidade onde há um vazio no fim desse pensamento, onde durante toda a tua vida existiu a outra pessoa. E o teu cérebro não acha piada nenhuma.



Ok, percebi a tua ideia. Eu também acredito que depois não há nada. Só que supondo que existisse, as possibilidades eram infinitas, tanto podia dar-se o caso da existência desse tal ser sádico como dizes, como por exemplo nem existir qualquer tipo de divindade mas apenas a pessoa continuar a existir numa qualquer outra realidade ou whatever, entendes? O que quero dizer é que a possibilidade teórica de vida ou existência para além da morte não implica necessariamente a existência de uma divindade, sádica ou não.


Quanto ao último parágrafo que escreveste, é como se a pessoa deixasse de ter uma existência física, real, mas continuasse a ter uma existência virtual na tua mente. Só que depois uma não é compatível com a outra. É algo extremamente assustador.

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Re: Lidar com a morte - as cinco fases do luto

Mensagempor phbz » quinta ago 15, 2013 12:37 am

Pois, por isso mesmo. Dentro dessa infinidade de possibilidades consola-me não haver esse risco. Nem esse nem outro qualquer. Mas também me refiro ao contexto em que fui criado, e ás coisas em que a minha mãe desejava\acreditava, e que a mim, depois de todo o sofrimento físico e psicológico que ela passou, me faziam muita confusão. Entendo que seja uma defesa mas são coisas que comigo não encaixam. Uns 2 dias antes de morrer, contou-me um episódio que lhe tinha ocorrido com o desejo de me converter, e no fim da conversa a cara dela era de desolação. Acho que era importante eu acreditar para ela também acreditar, numa altura em que era óbvio que não haveria outro fim que não a morte.

Mas mais dentro do tópico. Acredito que as mortes não se sentem todas da mesma forma. Se a minha namorada morresse repentinamente eu, provavelmente, colapsava. Mas imagino que a melhor forma será mesmo fazermos por nos sentirmos vivos. A dor é normal mas não serve de nada pararmos junto a ela.

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Re: Lidar com a morte - as cinco fases do luto

Mensagempor Adinatha » quinta ago 15, 2013 10:07 am

phbz Escreveu:Uma coisa que achei fascinante, foi realizar que, pelo menos em mim, a dor e angústia parecem vir de ligações perdidas no cérebro. Não sei se consigo explicar claramente, mas deve ser um fenómeno semelhante ao sentir um membro-fantasma, como uma amputação. Pensas algo do tipo - tenho de ligar à minha mãe a contar isto - e deparas-te com a realidade onde há um vazio no fim desse pensamento, onde durante toda a tua vida existiu a outra pessoa. E o teu cérebro não acha piada nenhuma.


Isso ainda me acontece, apesar de já ter passado um ano. Aquela coisa de lhe ligar a contar como foi o dia, como fazíamos depois dele ter saído de minha casa para fazer os tratamentos no Porto. Acontece apenas com menos frequência. Já o lembrar-me de coisas do tipo, "ele ia adorar esta música", ou "olha, o jantar é a comida favorita dele", ou "ele ia divertir-se se tivesse vindo". Por outro lado, é muito raro pensar "quem me dera que ele estivesse aqui", curiosamente.
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Re: Lidar com a morte - as cinco fases do luto

Mensagempor piece_of_mind » quinta ago 15, 2013 2:14 pm

Never Forgotten Soul Escreveu:
Concordo plenamente, mas numa coisa discordo: não devemos deixar o passado, quer em termos pessoais, quer materiais porque tudo fez e faz parte da nossa vida. A minha avó morreu aos 76 anos e no entanto penso nela como se fosse viva porque sou uma pessoa diferente, acho que a morte não é o fim. Não compreendo o que entendes como erros a não ser se falas de atitudes perante amigos e familiares. Eu nunca tive problemas em relação à minha pessoa mesmo tendo 85% do forum contra mim, por exemplo ou ter sofrido bullying na escola.


É assim, logico que não devemos apagar a pessoas que nos foram importantes da memoria nem os seus ensinamentos. Muitas vezes quando pensamos no passado é para nos recriminarmos a nos mesmo, nos punirmos. E quando falo dos erros do passado, falo num amigo/a que confiaste algo e ele te falhou, com uma pessoa que te envolveste sabendo a partida que não daria certo, e.t.c Normalmente somos seres pessimistas. Quando pensamos no passado entramos numa espiral enorme de e SE isto e SE aquilo, divagamos num possivel passado alternativo que poderiamos ter tido se não fosse desta ou daquela maneira. Apesar de podermos aprender algo com isto, mais frequentemente isto funciona como uma puniçao psicologica em que nos auto criticamos do que algo que é util para nos, e quando não saimos desta espiral de pensamentos, não é de todo incomum a fase depressiva. E se não soubermos ultrapassar os erros do passado, o presente e o futuro sao condicionados pelas experiencias negativas dos falhanços anteriores. Cria-se um muro defensivo porque se generaliza mediante o que ja passamos.

Ha uma letra de uma banda tuga extinta, chamada Sarcastic que diz mais ou menos o seguinte: "I must forget what I already learn to survive"
Já Alberto Caeiro dizia, "Pensar é estar doente dos olhos" Acho que e um pouco por ai mesmo.


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