Qual o melhor guitarrista solo?

[Unexpect3D]

Carlos, vejo que optas-te por mencionar alguns guitarristas mais direccionados para o jazz, eu próprio gostaria de o ter feito, mas estariamos aqui a noite toda, ehehe...e às vezes a inteligencia é mais importante do que conhecimento, dizia nosso amigo Einstein. Resume-se tudo a uma questão de gostos, que discutem-se, mas há formas e formas de discussão. Por outro lado, guitarristas como Robert Johnson, Lightnin' Hopkins (alias, já mencionado), Blind Willie Johnson, Woodie Guthrie, etc etc, são ainda mais seminais, os blues é a essencia de toda a música popular, sendo que até o jazz dele deriva, pois usufruiu de inovaçoes e riquezas a vários níveis.

[CarlosC]

Não conhecia essa malta No entanto não são guitarristas solo no sentido instrumental como a maioria dos anteriormente citados.
em blues sou muito inculto, oiço o básico, gostos como dizes.
SRV, John Mayer, BB, Jimmi, Gary Moore, Muddy Waters, John Lee Hooker, Scott Henderson, Clapton, Gilmour, ZZ e pouco mais.
Já fundamentei algures a razão da minha abordagem pouco ortodoxa. Agradeço a tua intervenção.

[Unexpect3D]

Teoricamente e tecnicamente falando, os blues (e também o jazz) são a única música improvisada, desde os tempos do cravo, quer seja fora ou dentro de um estúdio, e sendo uma tipo de música que começou por ser apenas tocado e cantado por uma pessoa, podemos atribuir o nascimento do solo de guitarra na música popular, por essa altura. Na pratica, o solo como se conhece hoje, nasce muito mais tarde, nem se sabe bem quando...talvez com Chuck Berry?
Este artigo parece-me razoavel:
http://www.webartigos.com/articles/3120 ... gina1.html

Btw, penso que vais gostar de Rory Gallagher (se ainda não conheces), recomendo o album ao vivo Irish Tour 74', insere-se aí nessa elite de blues/rock que citaste, um prodígio irlandês. Shame, que tenha falecido tão novo devido a doença.

[otnemeM]

Teoricamente e tecnicamente falando, os blues (e também o jazz) são a única música improvisada, desde os tempos do cravo, quer seja fora ou dentro de um estúdio, (...)

Não percebi esta frase. Fiquei sem perceber se estavas a reconhecer que na música barroca já havia improviso ou antes pelo contrário, porque havia.

[Alvin Karpis]

Não acredito tambem que não tenham posto PAULO BARROS,começou tambem já algum tempo com uma carreira a solo.

Não vês ali? "outro"

[Santyago]

Trey Azagthoth

[Unexpect3D]

Teoricamente e tecnicamente falando, os blues (e também o jazz) são a única música improvisada, desde os tempos do cravo, quer seja fora ou dentro de um estúdio, (...)

Não percebi esta frase. Fiquei sem perceber se estavas a reconhecer que na música barroca já havia improviso ou antes pelo contrário, porque havia.

Não é assim tão simples, pensando bem sobre o assunto, até fico confuso.

Apenas que, se na altura barroca havia improviso no inicio de peças por ex, que continuou em menor número no periodo classico, onde os compositores improvisavam especialmenete ao vivo, onde o solo está escrito na peça, deve-se sobretudo ao facto de ser o berço da música erudita, tal como, estão os blues para a música popular. Existem diferenças, não acredito que esses literados barrocos fossem pouco dotados, nos blues é o contrario, a sua técnica peculiar nasce da falta de habilidade e conhecimento, trazem isso sim influencias, era uma música de pobres.
Dando como exemplo o jazz, para entender o barroco, onde já haviam solos colectivos no swing, os músicos ao tocarem músicas de compositores como Gershwin ou Cole Porter, adicionavam extensões de músicas da sua autoria, os solos, que geralmente se situavam no meio da música, vá lá uma jam, um ou vários tinham a liberdade de comporem sem escreverem, daí até existe aquela expressão que o bebop não se pode transpor para pauta (sobretudo pela arte e engenho de músicos como Bird ou o Dizzy)...Daí que existam várias versões músicas, quer sejam instrumentais ou tb vocais. Um pouco à semelhança do que os Zeppelin fizeram com composições de Willie Dixon, que vejo já ter causado polémica por aí, com a diferença que estes reescreveram a música e apenas por vezes improvisavam ao vivo.

[Disturbing]

Jennifer Batten



Joe Stump



entre outros...

[CarlosC]

Unexpect3D não conhecia mas é muito interessante também. Ele faz com o slide coisas que agora se fazem com floyd rose =o
Pareces ter estudado musica com todo esse conhecimento sobre historia da musica. Quanto mais nos aproximamos do Séc.XIX mais ténue fica a minha visão, dado que nunca tive qualquer tipo de formação musical costumo apenas recuar no passado até onde os ouvidos me levam... mas obrigado por partilhares conhecimento, é esse o espírito.

O inicio da carreira de Jennifer foi demais... para uma mulher do shred tenho pena que tenha mudado rumo apesar de ter ido para um som mais soft curtia aquela forma de expressão do Above Bellow and Beyond, as ultimas 2 ou 3 musicas... anos 80 tempos áureos de shred
http://www.youtube.com/watch?v=Ziww-cp5P6c

Há uns anos na altura que ouvi Jason Becker também me caiu tudo ao chão. Improvisa com um fraseado extravagante meio "vai-ish" numas partes...
Depois no speed picking já faz lembrar Paul Gilbert... pena ter sido apanhado por uma doença degenerativa.
http://www.youtube.com/watch?v=9WqE_q3kFUM

[Unexpect3D]

Não. Estudei as chamadas artes maiores: arquitectura, pintura e escultura. E se fui lá parar foi devido à história. Sendo um apaixonado por música em geral, uma arte não menos importante, é natural que tenha interesse, além de escutar, inclusive pela sua história. Em vez de ir para o recreio, chegava a passar os intervalos todos da escola enfiado na biblioteca a ouvir música...
Por um lado, um objecto apenas se torna um objecto artístico quando é visualizado, sentido, por alguém. A música não é excepção, o seu propósito é esse. No entanto, não se fala sobre música, ouve-se apenas, como disse Thelonious Monk há dezenas de décadas atrás. Mas é um dever nosso mantermo-nos informados, estarmos munidos dos apetrechos necessários. Para não se proferir besteiras num fórum sobre música do género: "os muçulmanos exerceram pouca influência na Peninsula Iberica", quando estes são responsáveis pela introdução de um tipo de guitarra, bem como os romanos, o qual foi decisivo para o desenvolvimento da mesma tal como a conhecemos hoje.
Por outro lado, não basta olhar para uma guitarra para nos apaixonarmos por ela, é necessário experimentá-la, senti-la. Tal como, se alguém desejar enveredar por caminhos musicais, em cuja influencia recai sobre determinados artistas, penso eu, ser determinante,
perceber o seu "percurso", por ex. o papel do jazz na música de Zappa, ou da erudita em Blackmore. Visto que gostas de John Mayall, nunca te intrigou o facto de existir uma música intitulada: I'll fight for you J.B.?
Se teoria, conhecimento, paixão, e prática misturam-se e confudem-se, para glaudio próprio. Infelizmente, o mesmo já não se sucede em termos profissionais, onde outros factores são preponderantes.
A música é, para mim, a arte mais complexa que conheço e, como em qualquer arte, nada pode garantir que uma pessoa que possui um maior conhecimento sobre essa arte tire maior usufruto, prazer, nem sequer é comparável, variando de momento para momento, de individuo para individuo, é essa uma das suas belezas.

Já agora deixo uma citação também de T. Monk:

“I say, play your own way. Don’t play what the public want - you play what you want and let the public pick up on what you doing - even if it does take them fifteen, twenty years”.

/edit

Outro mestre de guitarra, que ainda não foi alvo de atenção neste tópico: Brian May.

Queen foi simultanemanete, a minha primeira banda de eleição, e tb que me permitiu começar a gostar de música. Pena foi a década de 80 ter sido francamente inferior, mas isso é outra história.

Aqui fica Flick Of The Wrist, do belíssimo triptico: Tenement Funster, Flick Of The Wrist, Lily Of The Valley. Diga-se também que a passagem da primeira música (deste tríptico), incrível com Roger Taylor a cantar, para esta, é simplesmente de topo!

[CarlosC]

A definição de arte para uns está relacionada com gostos, algo que não gostem afirmam não ser arte.
Para outros, é aquilo que não é plausível de compreensão não é arte.
É um campo muito delicado pois é preciso ter um espírito muito aberto para se chegar à essência da arte.
Para mim tudo o que seja plausível de organização rítmica e todas as entoações passiveis de ser repetidas, podem-se considerar arte, se tal for a intenção de quem profere tais actos, pois só é possível exprimir tendo consciência psicológica para tal...
O caso de Hermeto Pascoal... um génio não só em inteligência e ouvido absoluto mas também em pessoa.
Considero que esse individuo dá uma lição de vida a qualquer musico a cada 2dedos de conversa.

Hermeto numa entrevista fala uma frase que diz: "O publico só responde à altura daquilo que está informado e que a sua compreensão assimila."

Soube que há poucos anos atrás, Allan Holdsworth esteve cá em Portugal no Algarve, um amigo meu foi ver. Estavam menos de uma duzia de pessoas a assistir. Compassos de 5 e meio/4 são complicados de assimilar para o comum dos mortais, pelos vistos...

Quanto ao percurso, apesar de haver sempre mentes fechadas que digam o contrario, o ser humano é mutante. Tão mutante que uns vêm alguém a fazer algo e querem imitar e algures lá chegam. Não há como fugir. A musica é um legado de mutações. O Hendrix por exemplo teve uma mutação musical muito grande que se reflectiu incontornavelmente para todas as seguintes gerações.
Quando enveredamos por um estilo musical, forma de estar, filosofia, que não seja de nossa autoria, já não estamos a ser tão únicos quanto nos achamos e ao fim de contas a ir numa influencia de algo que já existe e que não vêm de dentro de nós. Ainda há muito que meditar , nesses casos...

Se teoria, conhecimento, paixão, e prática misturam-se e confudem-se, para glaudio próprio. Infelizmente, o mesmo já não se sucede em termos profissionais, onde outros factores são preponderantes.

Acho que há certas coisas que precisam de equilibro. Há uns anos praticar solos de malmsteen com paixão não me levou a lado nenhum, estavam todos mal praticados com a tal ânsia, não havia sumo nenhum em teoria para retirar dali e tinha um ego desproporcional a uma técnica/conhecimentos medíocres.

A música é, para mim, a arte mais complexa que conheço e, como em qualquer arte, nada pode garantir que uma pessoa que possui um maior conhecimento sobre essa arte tire maior usufruto, prazer, nem sequer é comparável, variando de momento para momento, de individuo para individuo, é essa uma das suas belezas.

Precisamente por aí, é que existirão sempre gostos muito distintos. Costumo afirmar que os índios iram sempre considerar black metal como um ruído assustador e não como uma forma de arte. Acredito piamente que a maioria das pessoas daqui não suportem ouvir cânticos tribais índios por um período alongado de tempo: também não é uma forma de arte que faça parte da sua apreciação. Até aqui OK.

Quando se entra em questões de crítica assas, "rap não é musica", "metal é barulho", "pimba é nojento", não estão a respeitar o principio básico da mutação humana. Este tipo de coisas são proferidas apenas por alguém ainda em desenvolvimento, não alguém com um carácter desenvolvido.
Se a vizinha do lado tiver vindo de uma "aldeiazinha" de trás os montes, obviamente deve ter muito orgulho em ouvir musica tradicional.

Contudo:
Quando teço comentários a nível de apreciação de músicos, falando entre músicos também, falo do lado apreciativo do ponto de vista de 'legado musical' onde se insere emoção, tecnica, teoria, tone(acredito que boa parte deste vem dos dedos) , inovação, carisma, presença em palco, capacidade de entretenimento (que é algo essencial para divulgar a musica).
Para mim um guitarrista a solo que se limite a solar de costas para o publico, por muito bom que seja, não está a pedir a atenção de ninguém.
Se for alguém como o Vai (aí já entra a filosofia do Zappa) do espectáculo musical teatral, onde a musica é vivida intensamente. Aí os músicos têm mérito por saber fazer uso da massa cinzenta, e por saberem divulgar a musica, ainda que seja pouco procurada pelos ouvintes.

Em suma a discussão de gostos está morta à nascença, no entanto é possível comentar ou analisar os pontos que citei dentro de influências musicais, tendo consciência que são apreciações pessoais com uma relação de causa/benefício.
Ex: para mim ouvir musica pimba jamais me trará benefício algum...

[Disturbing]

O Ace Frehley ex-guitarrista dos KISS, só pelo facto de ter aturado o Gene Simmons e o Paul Stanley durante uma carrada de tempo



Além dos KISS ele também tem um projecto a solo.

[dxvolt]

O Ace Frehley ex-guitarrista dos KISS, só pelo facto de ter aturado o Gene Simmons e o Paul Stanley durante uma carrada de tempo



Além dos KISS ele também tem um projecto a solo.

És cá dos meus. KISS THE HOTTEST BAND IN THE WORLD digam o que disserem os haters.

KISS não é só uma banda, é uma filosofia de vida.

[JohnnyGuitar]

Bem, votei Malmsteen e Satriani mas ha outros que tambem gosto... Ronni le Tekrø (TNT), Bill Leverty (Firehouse), Andy Timmons (Ex. Danger Danger)... muito bons tambem no acústico!

[Miss_No_Thing]

Outro.
slash.