Zeitgeist - o Filme

Leviathan
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Re: Zeitgeist - o Filme

Mensagempor Leviathan » sexta fev 11, 2011 7:30 am

spiegelman Escreveu:
Leviathan Escreveu:
A teu ver não achas que muitos dos problemas serão erradicados?


A meu ver, a ser esse o princípio, este é provavelmente o projecto mais tenebrosamente desumano que já vi imaginado com máscara de solução para a felicidade humana.

E eu tenho cá uma coisa com projectos tenebrosamente desumanos, fazem-me assim uma comichão sabes?

Mas hei, estamos numa democracia (coisa que seria desnecessária num mundo Zeigeist, visto a democracia ser essencialmente um projecto político) e numa democracia as pessoas têm o direito a quererem ser uma roda dentada igual a todas as outras rodas dentadas com um mecânico a olear-lhes a felicidade.

Eu cá prefiro a minha humanidade, e a ti sua finitude e imperfeição, e usar o meu livre arbítrio, que preservarei até morrer, para ouvir cantar o meu lado negro ao mesmo tempo que vou ajudando os meus compatriotas deste mundo imperfeito a suportar e ultrapassar imperfeitamente essa condição.

Olha camarada, a ti e aos mecânicos da humanidade deixo estas singelas palavras do infeliz, mortal e imperfeito José Régio:

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!


Desde que não abuzes da tua liberdade, faz o que bem entenderes contigo. :beer:
Zyklon Escreveu:Vocês são uns patetas!

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Re: Zeitgeist - o Filme

Mensagempor Grimner » sexta fev 11, 2011 11:37 am

spiegelman Escreveu:
Leviathan Escreveu:
A teu ver não achas que muitos dos problemas serão erradicados?


A meu ver, a ser esse o princípio, este é provavelmente o projecto mais tenebrosamente desumano que já vi imaginado com máscara de solução para a felicidade humana.

E eu tenho cá uma coisa com projectos tenebrosamente desumanos, fazem-me assim uma comichão sabes?

Mas hei, estamos numa democracia (coisa que seria desnecessária num mundo Zeigeist, visto a democracia ser essencialmente um projecto político) e numa democracia as pessoas têm o direito a quererem ser uma roda dentada igual a todas as outras rodas dentadas com um mecânico a olear-lhes a felicidade.

Eu cá prefiro a minha humanidade, e a ti sua finitude e imperfeição, e usar o meu livre arbítrio, que preservarei até morrer, para ouvir cantar o meu lado negro ao mesmo tempo que vou ajudando os meus compatriotas deste mundo imperfeito a suportar e ultrapassar imperfeitamente essa condição.

Olha camarada, a ti e aos mecânicos da humanidade deixo estas singelas palavras do infeliz, mortal e imperfeito José Régio:

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!



Resumindo: O VP é um admirável mundo novo, que na verdade tem tudo mais em comum com um 1984 em prozac e que para ser praticável é necessária a monstruosidade de destruir no ser humano todo e qualquer impulso individual.

Um mundo onde uma Monica Beluschi não poderia existir porque a sua existência criaria um fosso social entre ela e outras mulheres.

Um mundo onde não existiria cerveja com receio de que houvesse gente que preferisse vinho e no instante em que houvesse esse desiquilibrio, haveria conflito sobre os recursos.

Um mundo estagagnado porque se mesmo contra todos os preceitos básicos de inteligência e senso comum esse mundo fosse viável, iria privar o ser humano da necessidade de criar e progredir.


Dispenso.
Eu já vi o raxx num papo seco
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Re: Zeitgeist - o Filme

Mensagempor Brilhando » sexta fev 11, 2011 11:50 am

Fico mesmo contente por ver aqui escrito tanta crítica ao socialismo em quase todas as suas vertentes e tanto louvor aos mercados (e pessoas) livres, mesmo que não-intencionais :mrgreen:
Setze jutges d'un jutjat mengen fetge d'un penjat; si el penjat es despengés es menjaria els setze fetges dels setze jutges que l'han jutjat.

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Re: Zeitgeist - o Filme

Mensagempor spiegelman » sexta fev 11, 2011 11:59 am

Brilhando Escreveu:Fico mesmo contente por ver aqui escrito tanta crítica ao socialismo em quase todas as suas vertentes e tanto louvor aos mercados (e pessoas) livres, mesmo que não-intencionais :mrgreen:


Uma coisa não implica a outra. Posso fazer uma crítica ao socialismo radical mas não querer o mercado totalmente livre. No entremeio há muito mais para optar, mas isso é discussão para o tópico da política, não do projecto venusiano
"Sim, esta veio do silêncio E livres habitamos a substância do MU!" (HumbertoBot)

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Re: Zeitgeist - o Filme

Mensagempor spiegelman » sexta fev 11, 2011 2:04 pm

Venus Project? Pff... amadores...



Robôs podem vir a substituir Internet e Wikipédia. A ideia concebida para o «RoboEarth» é que seja capaz de receber ordens mais rapidamente através da gigantesca biblioteca que armazenará. O robô possuirá uma plataforma de dados com mapas e descrições de objectos que lhe permitirá encontrar instruções e realizar várias acções.

The Skynet Funding Bill is passed. The system goes on-line August 4th, 1997 2012. Human decisions are removed from strategic defense. Skynet begins to learn at a geometric rate. It becomes self-aware at 2:14 a.m. Eastern time, August 29th. In a panic, they try to pull the plug.


:ninja:
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Re: Zeitgeist - o Filme

Mensagempor Cthulhu_Dawn » sexta fev 11, 2011 2:24 pm

spiegelman Escreveu:Venus Project? Pff... amadores...



Robôs podem vir a substituir Internet e Wikipédia. A ideia concebida para o «RoboEarth» é que seja capaz de receber ordens mais rapidamente através da gigantesca biblioteca que armazenará. O robô possuirá uma plataforma de dados com mapas e descrições de objectos que lhe permitirá encontrar instruções e realizar várias acções.

The Skynet Funding Bill is passed. The system goes on-line August 4th, 1997 2012. Human decisions are removed from strategic defense. Skynet begins to learn at a geometric rate. It becomes self-aware at 2:14 a.m. Eastern time, August 29th. In a panic, they try to pull the plug.


:ninja:


Meh...Isto foi no Verão passado:

The UK Ministry of Defence's "combat aircraft of the future" -- a state-of-the-art jet capable of deploying weapons and bringing back intelligence without human guidance -- made its long-awaited debut at a ceremony Monday.
Named after the Celtic god of thunder, the Taranis comes equipped with advanced stealth technology. Unlike the current generation of propeller-driven unmanned combat air vehicles (UCAV), the Taranis would therefore be able to carry missiles into regions where the military does not have air dominance
Imagem

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Re: Zeitgeist - o Filme

Mensagempor spiegelman » sexta fev 11, 2011 3:19 pm

Sim, esse drone é bem cool mas não está em rede com os outros robôs.

O projecto dos suiços é colocar todos os robôs, independentemente da sua função, em rede numa base de dados universal e de aprendizagem progressiva.
"Sim, esta veio do silêncio E livres habitamos a substância do MU!" (HumbertoBot)


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