Opuskulo Escreveu:Portugal é um país vulnerável a incêndios florestais. Estes sempre existiram, existem e continuarão a existir. Em primeiro lugar temos um clima propício a que tal aconteça, e quanto a isso não há volta a dar. Depois tivémos péssimas políticas de florestação e ordenamento do território ao longo de muitos e muitos anos. A caça ao subsídio iniciada com a nossa entrada na CEE fez disparar a mancha de eucalipto como se de uma praga se tratasse. Aliás, o eucalipto é mesmo uma espécie infestante. Não é uma espécie autóctone, teoricamente nem devia existir no nosso país. É uma espécie extremamente resinosa, logo uma verdadeira acendalha e matéria de incêndios. Para além disso, é uma espécie que seca o totalmente o solo à sua volta, levando a uma erosão acelerada do solo e à sua infertilidade. Sinceramente incêndios em áreas de eucalipto tem o seu lado positivo...quanto mais arder melhor! Mas lá está, é uma espécie de rapidamente rentável, logo existem interesses económicos para continuarmos a ter enormes manchas de eucalipto espalhadas por Portugal.
Depois temos a questão do ordenamento do território. Até há bem pouco tempo pouca foi a preocupação por parte da administração central e local em ordenar convenientemente a floresta e o povoamento em torno desta. Andámos muitos anos na lógica do deixa andar, até que em 2003 enfrentámos uma verdadeira calamidade. .
Concordo com tudo o que disseste até aqui, so falta mesmo juntar a falta de civismo e/ou consciência das pessoas. Em Portugal só 1 a 5% dos fogos tem origem natural.
Se bem que a grande maioria dos fogos são involuntários, quer seja por negligencia ou acidente, e associados às práticas agrícolas e silvícolas, logo com origem nos habitantes locais e só muito raramente em turistas, ha também os piromanos, e, os que tem interesses.
Quanto ao que tem sido feito…. Não sei se tem sido feito ou não, mas a verdade é que não se vê ! Em Portugal falasse muito mas faz-se pouco, ou melhor vai-se fazendo, e depois quando o mal acontece entrasse em pânico. Os alentejanos têm fama de andar devagarinho, mas acho que o andar devagarinho é um mal nacional.
Sete anos não é assim tão pouco tempo, já era altura de vêr alguma coisa.
Quanto ao pessoal que não acha bem haverem voluntários… pois, mas não há profissionais que chegue ! E mais vale um voluntário com vontade de fazer alguma coisa, que um profissional que tem como principal actividade a caça ao chato.



