Manifestação"Geração à Rasca"

[diabox]

Em tempo de crise aperta-se o cinto.

chamamos ja ja o salas

[joaonuno2009]

Epah o Coelho também foi a isto

[Ratonni di Poronni]

Os 'enrascados' foram hoje á manifestação!?
É que aqueles senhores andam á alguns anos a lutar pelos direitos de todos os trabalhadores portugueses!

[Kustu Rica]

Os 'enrascados' foram hoje á manifestação!?
É que aqueles senhores andam á alguns anos a lutar pelos direitos de todos os trabalhadores portugueses!

http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Inte ... t_id=15675

[Venøm]

Os 'enrascados' foram hoje á manifestação!?
É que aqueles senhores andam á alguns anos a lutar pelos direitos de todos os trabalhadores portugueses!

http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Inte ... t_id=15675

Fogo, cá para mim isso são os "maquinistas" ligados ao porno

[Vooder]

Um (excelente quanto a mim) ponto de vista que acho que faz lógica neste tópico e pode fazer uma ligação com o que disse há umas páginas atrás.

«Integrou os Pop Dell' Arte, foi vocalista dos Belle Chase Hotel e Quinteto Tati e nos últimos anos tem desenvolvido um percurso a solo. Retratista de situações do quotidiano, habitualmente com um olhar crítico, JP Simões falou ao SAPO Música sobre a relação entre música e intervenção.

A entrevista ao cantautor conimbricense partiu de "Parva que Sou", dos Deolinda, para chegar a "Rumba dos Inadaptados (A Morte do Jovem Contribuinte)", do Quinteto Tati - incluída no álbum "Exílio", de 2004.

SAPO Música - Ouviu a canção "Parva que sou", dos Deolinda? Se sim, que impressão lhe deixou?
JP Simões - Ouvi. Prefiro Bach.

SAPO Música - Considera que uma canção pode ser uma arma? Ou, pelo menos, uma alavanca para a mudança?
JP Simões - Creio que, por exemplo, uma faca de cozinha tem uma imensa variedade de utilizações, desde cortar uma cenoura em pequenas rodelas de diâmetro variável para fazer um arrozinho de vegetais a desviar um avião de passageiros contra um enorme edifício na cidade mais influente dos nossos tempos, matar milhares de pessoas e desencadear uma dinâmica reactiva global. Ora com as canções passa-se algo de semelhante: há canções tão desagradáveis, anódinas ou simplesmente parvas que podem provocar quedas de aviões ou mesmo azedar um refogado feito com carinho e com os melhores ingredientes. Por outro lado, há canções tão belas que podem embalar a mais funda das melancolias; tão espertas e espevitadas que podem motivar a mais solar paixão pela vida, etc...
Creio também que esta pergunta, reformulada para termos mais prácticos e de acordo com as circunstâncias que motivaram este súbito interesse pela relação entre canções e agremiações de adultos jovens com intenções reivindicativas, poderia ser: “Considera que existe entre a população portuguesa um conjunto crescente de indivíduos motivados, organizados e com uma representação comum -uma ideia ou conjunto de ideais- que se possa impôr como decisiva para uma mudança positiva no modo de vida da sociedade portuguesa, das suas instituições e agentes; conjunto esse que foi subitamente catalizado para a acção por uma canção ou por uma série de canções avassaladoramente pungentes?”.
Nesse caso a minha resposta seria não.
Creio, no entanto, que grande parte das pessoas vive descontente neste país há muitos anos e perdeu, ou de um modo geral nunca teve, confiança na sua própria capacidade reivindicativa, nas instituições democráticas e nos seus representantes, em suma, em si mesma. A resignação e a raiva têm crescido de mãos dadas no coraçãozinho do cidadão mas, enquanto foi dando para comer, beber, alimentar esperanças de grandeza pessoal e ir cuspindo maledicências (ou seja lá que outros luxos que as pessoas tomam como seus de direito) foi-se vivendo. Nos últimos tempos, porém, as ilusões têm sido de péssima qualidade, os palhaços são rançosos e amargos, os animais estão pele e osso e, portanto, é bom que as pessoas tenham saído à rua para reclamar sobre a qualidade do circo. No entanto, creio que estas manifestações estão longe de poderem ter algum alcance na prática e o que se viu e ouviu resume-se a duas ou três ideias pífias: os estudantes estão espantadas e indignados por não terem emprego ao sair das universidades –pergunta-se se durante a sua vida académica a maior parte desta gente perdeu tempo a observar o que há muito tempo se passa no seu país, no mercado de trabalho e e na tal sociedade globalizada de que todos falam porque fica bem proferir expressões modernas – estudar pressupõe, pelo menos no intervalo das bebedeiras, olhar o mundo e preparar uma estratégia pessoal para enfrentar as dificuldades: se se resume a agradar professores para ganhar o papelito de entrada no reino dos céus então o resultado está à vista; desde sempre, outrossim, que a única rede social neste país foi a família –avós ajudam filhos que educam netos- mas é preciso não esquecer que o país que temos é o espelho do que os avós e pais têm feito (ou não feito) sendo que a revolução mais difícil e épica começa em casa e ao espelho – enquanto a malta continuar a fazer descriteriosamente aquilo que lhes dizem para fazer e depois vir simbolicamente reclamar, toda ufana da sua posição de vítima, que a culpa é de quem os enganou, os maus políticos e os maus patrões esfregarão as mãos de contente ao ver tal seara nova; finalmente, é exactamente esta mentalidade de Eusébiosinho (ver “Os Maias” de Eça de Queiroz) que conduz à bisonha palermice que se resume em frases de ordem como “A Luta é Alegria” ou “É preciso estudar para se ser escravo”: isto bem reformulado e em abono da evidência daria qualquer coisa como “é preciso ser escravo para achar que a luta é alegria”. Para fechar este assunto com chave de ouro, deixo-vos as sábias palavras do Professor Aníbal Cavaco Silva, entusiasta desta alegre causa:
“Importa que os jovens deste tempo se empenhem em missões e causas essenciais ao futuro do país com a mesma coragem, o mesmo desprendimento e a mesma determinação com que os jovens de há 50 anos assumiram a sua participação na guerra do Ultramar”.

SAPO Música - Que características realçaria da juventude portuguesa actual?
JP Simões - A idade.

SAPO Música - Considera-se um músico de intervenção? Como olha hoje para um tema como "Rumba dos Inadaptados (A Morte do Jovem Contribuinte)"?
JP Simões - Não me considero um músico de intervenção no sentido da acção política programática, à maneira dos idos anos revolucionários, mas, de vez em quando, não consigo evitar a introdução, nas minhas canções, de pequenas descrições que sugerem a existência de uma série de gente e de situações na vida deste país que me provocam o vómito e a exaltação da diáspora. Tive de tomar uma série de anti-ácidos aquando destas últimas eleições presidenciais, por exemplo. Creio, no entanto, que a música mais interventiva é e sempre foi a que fala do amor, do seu difícil parto, das suas delirantes promessas.
A “Rumba dos Inadaptados” é uma canção que fala, entre outras coisas, sobre o fosso que há entre o que é vendido às pessoas em idade escolar como sendo a atitude certa para uma boa cidadania e o que na prática é realmente o modo boçal de agir da generalidade dos cidadãos e das instituições que vendem essa pedagogia. Hoje, como se tem visto, ser um bom estudante e um cidadão exemplar contribui mais para que as pessoas se sintam trouxas (e com toda a razão e mérito) do que para o feliz desenvolvimento do país.»

http://musica.sapo.pt/noticias/entrevis ... e_alegriaa

[LadySalles666]

Infelizmente não tive oportunidade de ir à manifestação, mas se pudesse tinha ido.
Acho bem que o povo mostre tem uma voz e que deixe de estar "adormecido".
Se não se lutar não há mudança.
Esperemos que este seja um incentivo para que haja mais manifestações como esta e um incentivo para o povo deixar de ter medo de mostrar o seu descontentamento.
"À rasca" mas unidos! Vamos lá!!

[KonigLowe]

A manifestação foi a 12 de março. A 23 do mesmo mês Sócrates demite-se.
Tenho olhado para este movimento com muito interesse. O tão falado movimento jovem, com cursos superiores, contra os falsos recibos-verdes e totalmente apartidário que foi capaz de juntar numa mesma manifestação, por ausências de ideias e reivindicações, nazis e comunistas de repente calou-se.

Ah não espera, fizeram um pic-nic a 9 de julho no parque Eduardo VII em Lisboa, mas "não era uma manifestação" não vá alguém ficar chateado. As condições sociais desde o dia 12 de março pioraram absurdamente. Entrou um novo governo que veio fazer o oposto do que prometeu. Ele são despedimentos fáceis, cortes nos salários, aumentos nos transportes, etc etc etc mas este movimento cívico e contestatário cala-se que nem um rato.

Gel e os seus muchachos que eram os palhaços de serviço, de repente também deixaram de aparecer.

Constatações. Quer-me parecer, como aqui tinha dito na altura, que não eram assim tão "apartidários" quanto isso.

[Galactus]

Entrou um novo governo que veio fazer o oposto do que prometeu. Ele são despedimentos fáceis, cortes nos salários, aumentos nos transportes, etc etc etc

Mas alguém estava à espera de outra coisa de um partido de índole ultra-liberal?

De resto concordo contigo. Movimentos de fachada pagos para "apartidariamente" moverem as massas. O truque é velho.

[UnderØath]

VERAO + BITCHS EM BIKINI + CERVEJA+ FESTIVAIS > MANIFS E O CAMANDRO ( isso e nice é qdo se esta a trab/estudar para ter desculpa para mandar aquela falta referencial)

[Postmortem]

Eles deviam era vir para este tópico postar, isso sim dá legitimidade para protestar.

Btw, nem concordei com a manif.

[raxx7]

KonigLowe,
é impressão minha ou estás a insinuar que aquele movimento era uma manobra de centro-direita?

Na tua teoria da conspiração, estás a esquecer uma coisa: o PEC que foi "chumbado".
O que causou a queda do Governo não foi o 12 de Março. Foi o PPC ser forçado pela máquina do PSD a assumir o poder, sob risco de ser posta em causa a liderança dele. E nesse momento, o PSD aproveitou para chumbar o PEC. E se não fosse o PEC, teria apresentado e aprovado uma moção de censura.

O movimento do 12 de Março não era lá muito apartidário, mas não era de centro direita. Era de esquerda, notoriamente. E a razão pela qual está calado é a mesma pela qual se ouve o Louçá falar pouco: face ao incontornável da situação do país e do mundo, o discurso da "esquerda" não tem receptividade, a "esquerda" levou um exerto nas eleições e anda meio perdida.

[KonigLowe]

Raxx7 eu sou mais do que defensor de manifestações, desde sempre aqui o defendi. Convém por vezes fazer lembrar aqueles senhores que estão lá no poder, que foram lá postos para defender os interesses do povo e não para saciar clientelas partidárias e enriquecer os seus amigos.

Na minha teoria da conspiração - eu parece-me que a manifestação mais do que gentes do centro-direita foi feita por gentes anti-Sócrates. É bem verdade que o PEC foi chumbado, é verdade que o Passos ou ia para eleições ou ia ser corrido do PSD, mas a verdade é que Sócrates cai por causa da facada da esquerda. Passos e Portas podiam correr e saltar, fazer as moções de censura e chumbar os orçamentos que quisessem, que só com o "trabalho sujo" da esquerda o governo do PS podia cair.

Se os organizadores da manifestação são de esquerda como alvitras - e sim as manifestações acolhem sempre muito mais simpatia na esquerda que na direita - então ainda pior mas cheira-me que não. Sejam de esquerda ou direita ou apartidários como se diziam, as pessoas têm o direito à indignação, à insurreição até. Mas quando a coisa é genuína persiste-se, protesta-se até se verem mudanças como está a acontecer em Israel - que há meses que andam em protestos nas ruas - apesar de comunicação social portuguesa só se ter apercebido agora - porque o governo já veio dizer:
"Não podemos ignorar a magnitude do protesto social. Sabemos que é necessário fazer mudanças e teremos de fazê-las, demonstrando assim que somos responsáveis e sensíveis ao que se está pedindo".

Aqui não, organizaram uma coisa na net que me parece que tomou muito mais proporções do que o que estavam à espera, por coincidência o governo demite-se passado uma semana e calaram-se. Coincidência? Teoria da conspiração? Ou então, e também essa é uma forte possibilidade ficaram todos muito satisfeitos com o rumo que o país tomou pós 23 de março. Os jovens licenciados já arranjam empregos na área, os falsos recibos verdes acabaram - nem vão ficar sem parte do sub-natal sem o terem nem nada - e passamos a ter um governo que nem fez tudo ao contrário do que prometeu em campanha.
Algo aqui não bate certo.

(E Louçã a falar pouco? O homem ainda na semana passada teve das críticas mais violentas para com este governo. Quem tem estado calado é o PS, primeiro por causa das eleições e depois ainda só ouvi o Seguro falar em Eurobonds. Mas isso é conversa ali para o tópico da Política.)

[raxx7]

Passos e Portas podiam correr e saltar, fazer as moções de censura e chumbar os orçamentos que quisessem, que só com o "trabalho sujo" da esquerda o governo do PS podia cair.

Aqui. Estás errado.
Ao PSD + CDS, bastava que a "esquerda" se abstivesse. E, muito antes do 12 de Março, a mesma esquerda já se tinha enterrado demasiado em contestação ao Governo PS para o vir salvar aquele momento.
Repara que o BE apresentou uma moção de censura a 10 de Março, que já tinha sido anunciada a 10 de Fevereiro.

Quanto á falta de contestação, é uma questão de fatalismo.
Ninguém está minimamente supreendido com as medidas do Governo (nem tu), grande parte do país está convencido que elas são inevitáveis (incluindo uma boa parte da antiga base de apoio do BE) e não tem grande receptividade para o discurso da esquerda.

Eu sei que tu não te incluis nessa grande parte do país que acha estas medidas são inevitáveis. Mas independentemente de serem ou não, há mesmo muita gente que está convencida que sim (eu incluido) e isso explica o silêncio.

[KonigLowe]

Quando as pessoas se aperceberem que por mais sacrifícios que façam, em nome deste ou daquele governo, que isso de nada pode valer e tudo se subjuga aos interesses da especulação, se calhar, o silêncio e a pacatez vai dar lugar à contestação como se vê nos outros países que ainda nem pediram ajuda externa e as medidas de austeridade ainda não entraram a sério.

Tivemos um exemplo muito claro disso no dia dos aumentos dos transportes. Não foi preciso elaborar um manifesto apartidário e organizar uma manifestação no facebook para que as pessoas que usam os transportes diariamente e sofreram na pele esses aumentos se manifestassem voluntariamente de imediato. A maior parte das portugueses não se interessa por política (mais de 40% de abstenção), mas sabem contar o dinheiro que lhes estão a tirar, e começando a ver (mais à frente) que tudo isso está a ser inútil, aí sim as coisas podem mudar de tom. Mesmo na Grécia os protestos generalizados da população também só surgiram um ano depois dos primeiros apertos no cinto. Mas pode ser que aqui todas estas medidas necessárias resultem e um dia destes acordemos e sejamos um país próspero.

Quanto à manifestação dos senhores M12M quer-me parecer que foi coisa de um ato só, tiveram os seus quinze minutos de fama nas televisões e ficaram-se por aí. Também estou curioso para ver o futuro do projeto "musical" Homens da Luta, ou se depois das caricaturas heavy-metal em Kalashnikov e da caricatura PREC se vão travestir de outra coisa qualquer. Uma coisa é certa há meses que estão caladinhos, e não, não estou a especular que o Gel é de direita!! Só estou a constatar.