R.I.P José Saramago

Sr Morte
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Re: R.I.P José Saramago

Mensagempor Sr Morte » domingo jun 20, 2010 2:13 pm

otnemeM Escreveu:
Old_Skull Escreveu:Não surpreende o recurso a episódios pontuais dos tempos conturbados do PREC para argumentar o mais primário e boçal anticomunismo em Portugal. Além de não surpreender é a esta altura uma argumento por demais gasto.

Mas o que não se consegue escamotear nesta questão, nem com a adição do Paredes ao debate, é o facto de, por vontade própria supõem-se, José Saramago ter permanecido militante do PCP desde 69 até ao seu último dia. E isso Sr. Ex Moderador (ou lá o que é) por mais incómodo que lhe seja, é um facto incontornável.


É óbvio que da História cada um retira a leitura que mais lhe convém. Mas quem se tem em tanta estima... devia investir mais na sua argumentação!

Já percebi, o teu problema não é ser mentira - porque é verdade o que eu disse, duh - é eu ter ousado criticar o aproveitamento político por parte dos teus camaradas (que ainda hoje nos presentearam com mais uma torrente de triste imbecilidade do mesmo tipo). Aparentemente o José Saramago merece que haja aproveitamento político da morte dele... fica-vos/lhes muito bem, façam bom uso da meia dúzia de votos extra.
Assim, encolho simplesmente os ombros perante a típica reacção fanática, seja ela por política, desporto ou outra razão pateta qualquer. Mais um comprimido e adiante.



Eu também já percebi, o teu problema são as cores partidárias, que acabam por te tornar noutro pateta qualquer. Cuidado, não tomes tantos comprimidos, ainda tens uma OD.
A morte num olhar...

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Zyklon
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Re: R.I.P José Saramago

Mensagempor Zyklon » domingo jun 20, 2010 2:14 pm

Tive uma ideia.
E que tal os Nunos Rogeiros e os Ricardos Costas(lol?) comecarem a meter
quotes
dos livros do Saramago e deixarem-se de politiquisses..hum que vos parece?
Era giro...a gente já sabe que vocês são o "maximo" nesse aspeto, mas apliquem lá as vossas teorias no outro topico, sff.

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Re: R.I.P José Saramago

Mensagempor [BR11] » domingo jun 20, 2010 2:14 pm

aquela ministra da cultura tem uma pinta do caralho... só por causa disso vou botar no Socras para os próximos 10 mandatos

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Re: R.I.P José Saramago

Mensagempor Audiokollaps » domingo jun 20, 2010 2:14 pm

thrashard Escreveu:Menos um comuna, menos um espanhol... menos uma corda que se gasta. Agora podiam corrigir o erro e dar o nobel ao Lobo Antunes. :metal:


Podias era tentar enfiar a tua cabeça no teu próprio rabo, assim podias partilhar o pensamento num ambiente favorável e com o mesmo nível intelectual.

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Re: R.I.P José Saramago

Mensagempor pantufa » domingo jun 20, 2010 2:46 pm

relaxem amiguinhos...
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Viriatus
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Re: R.I.P José Saramago

Mensagempor Viriatus » domingo jun 20, 2010 4:01 pm

Eu gostava do homem pelos livros que escrevia :jeroen:

Agora quanto às tendências de extrema esquerda :x
Imagem <-- blog sobre música em particular Metal e cinema

Phobos [RIP 2012/08/19]

Re: R.I.P José Saramago

Mensagempor Phobos [RIP 2012/08/19] » domingo jun 20, 2010 5:55 pm

Zyklon Escreveu:Tive uma ideia.
E que tal os Nunos Rogeiros e os Ricardos Costas(lol?) comecarem a meter
quotes
dos livros do Saramago e deixarem-se de politiquisses..hum que vos parece?
Era giro...a gente já sabe que vocês são o "maximo" nesse aspeto, mas apliquem lá as vossas teorias no outro topico, sff.


O inicio de um dos livros mas fixes de todo o sempre. :D

O sol mostra-se num dos cantos superiores do rectângulo,
o que se encontra à esquerda de quem olha, representando,
o astro-rei, uma cabeça de homem donde jorram
raios de aguda luz e sinuosas labaredas, tal uma
rosa-dos-ventos indecisa sobre a direcção dos lugares para
onde quer apontar, e essa cabeça tem um rosto que
chora, crispado de uma dor que não remite, lançando
pela boca aberta um grito que não poderemos ouvir,
pois nenhuma destas coisas é real, o que temos diante de
nós é papel e tinta, mais nada. Por baixo do sol vemos
um homem nu atado a um tronco de árvore, cingidos os
rins por um pano que lhe cobre as partes a que chamamos
pudendas ou vergonhosas, e os pés tem-nos assentes
no que resta de um ramo lateral cortado, porém, por
maior firmeza, para que não resvalem desse suporte natural,
dois pregos os mantêm, cravados fundo. Pela expressão
da cara, que é de inspirado sofrimento, e pela
direcção do olhar, erguido para o alto, deve de ser o
Bom Ladrão. O cabelo, todo aos caracóis, é outro indício
que não engana, sabendo-se que anjos e arcanjos assim
o usam, e o criminoso arrependido, pelas mostras,
já está no caminho de ascender ao mundo das celestiais
criaturas. Não será possível averiguar se este tronco ainda
é uma árvore, apenas adaptada, por mutilação selectiva,
a instrumento de suplício, mas continuando a
alimentar-se da terra pelas raízes, porquanto toda a parte
inferior dela está tapada por um homem de barba comprida,
vestido de ricas, folgadas e abundantes roupas,
que, tendo embora levantada a cabeça, não é para o céu
que olha. Esta postura solene, este triste semblante, só
podem ser de José de Arimateia, que Simão de Cirene,
sem dúvida outra hipótese possível, após o trabalho a
que o tinham forçado, ajudando o condenado no transporte
do patíbulo, conforme os protocolos destas execuções,
fora à sua vida, muito mais preocupado com as
consequências do atraso para um negócio que trazia
aprazado do que com as mortais aflições do infeliz que
iam crucificar. Ora, este José de Arimateia é aquele
bondoso e abastado homem que ofereceu os préstimos
de um túmulo seu para nele ser depositado o corpo
principal,
mas a generosidade não lhe servirá de muito na
hora das santificações, sequer das beatificações, pois não
tem, a envolver-lhe a cabeça, mais do que o turbante
com que sai à rua todos os dias, ao contrário desta mulher
que aqui vemos em plano próximo, de cabelos -soltos
sobre o dorso curvo e dobrado, mas toucada com a
glória suprema duma auréola, no seu caso recortada
como um bordado doméstico. De certeza que a mulher
ajoelhada se chama Maria, pois de antemão sabíamos
que todas quantas aqui vieram juntar-se usam esse nome,
apenas uma delas, por ser ademais Madalena, se
distingue onomasticamente das outras, ora, qualquer
observador,
se conhecedor bastante dos factos elementares
da vida, jurará, à primeira vista, que a mencionada
Madalena
é esta precisamente, porquanto só uma pessoa
como ela, de dissoluto passado, teria ousado apresentar-se,
na hora trágica, com um decote tão aberto, e um
corpete de tal maneira justo que lhe faz subir e altear a
redondez dos seios, razão por que, inevitavelmente, está
atraindo e retendo a mirada sôfrega dos homens que
passam, com grave dano das almas, assim arrastadas à
perdição pelo infame corpo. É, porém, de compungida
tristeza a expressão do seu rosto, e o abandono do corpo
não exprime senão a dor de uma alma, é certo que escondida
por carnes tentadoras, mas que é nosso dever
ter em conta, falamos da alma, claro está, esta mulher
poderia até estar inteiramente nua, se em tal preparo
tivessem
escolhido representá-la, que ainda assim haveríamos
de demonstrar-lhe respeito e homenagem. Maria
Madalena, se ela é, ampara, e parece que vai beijar,
num gesto de compaixão intraduzível por palavras, a
mão doutra mulher, esta sim, caída por terra, como
desamparada
de forças ou ferida de morte. O seu nome
também é Maria, segunda na ordem de apresentação,
mas, sem dúvida, primeiríssima na importância, se algo
significa o lugar central que ocupa na região inferior da
composição. Tirando o rosto lacrimoso e as mãos
desfalecidas,
nada se lhe alcança a ver do corpo, coberto pelas
pregas múltiplas do manto e da túnica, cingida na
cintura por um cordão cuja aspereza se adivinha. É mais
idosa do que a outra Maria, e esta é uma boa razão,
provavelmente, mas não a única, para que a sua auréola
tenha um desenho mais complexo, assim, pelo menos, se
acharia autorizado a pensar quem, não dispondo de
informações
precisas acerca das precedências, patentes e
hierarquias em vigor neste mundo, estivesse obrigado a
formular uma opinião. Porém, tendo em conta o grau de
divulgação, operada por artes maiores e menores, destas
iconografias, só um habitante doutro planeta, supondo
que nele não se houvesse repetido alguma vez, ou mesmo
estreado, este drama, só esse em verdade inimaginável
ser ignoraria que a afligida mulher é a viúva de um
carpinteiro chamado José e mãe de numerosos filhos e
filhas, embora só um deles, por imperativos do destino
ou de quem o governa, tenha vindo a prosperar, em vida
mediocremente, mas maiormente depois da morte. Reclinada
sobre o seu lado esquerdo, Maria, mãe de Jesus,
esse mesmo a quem acabamos de aludir, apoia o antebraço
na coxa de uma outra mulher, também ajoelhada,
também Maria de seu nome, e afinal, apesar de não lhe
podermos ver nem fantasiar o decote, talvez verdadeira
Madalena. Tal como a primeira desta trindade de mulheres,
mostra os longos cabelos soltos, caídos pelas costas,
mas estes têm todo o ar de serem louros, se não foi pura
casualidade a diferença do traço, mais leve neste caso e
deixando espaços vazios no sentido das madeixas, o que,
obviamente, serviu ao gravador para aclarar o tom geral
da cabeleira representada. Com tais razões não pretendemos
afirmar que Maria Madalena tivesse sido, de
facto, loura, apenas nos estamos conformando com a
corrente de opinião maioritária que insiste em ver nas
louras, tanto as de natureza como as de tinta, os mais
eficazes instrumentos de pecado e perdição. Tendo sido
Maria Madalena, como é geralmente sabido, tão pecadora
mulher, perdida como as que mais o foram, teria
também de ser loura para não desmentir as convicções,
em bem e em mal adquiridas, de metade do género humano.
Não é, porém, por parecer esta terceira Maria,
em comparação com a outra, mais clara na tez e no tom
do cabelo, que insinuamos e propomos, contra as arrasadoras
evidências de um decote profundo e de um peito
que se exibe, ser ela a Madalena. Outra prova, esta
fortíssima,
robustece e afirma a identificação, e vem a ser
que a dita mulher, ainda que um pouco amparando, com
distraída mão, a extenuada mãe de Jesus, levanta, sim,
para o alto o olhar, e este olhar, que é de autêntico e
arrebatado
amor, ascende com tal força que parece levar
consigo o corpo todo, todo o seu ser carnal, como uma
irradiante auréola capaz de fazer empalidecer o halo que
já lhe está rodeando a cabeça e reduzindo pensamentos
e emoções. Apenas uma mulher que tivesse amado tanto
quanto imaginamos que Maria Madalena amou poderia
olhar desta maneira, com o que, derradeiramente, fica
feita a prova de ser ela esta, só esta, e nenhuma outra,
excluída portanto a que ao lado se encontra, Maria
quarta, de pé, meio levantadas as mãos, em piedosa
demonstração,
mas de olhar vago, fazendo companhia,
neste lado da gravura, a um homem novo, pouco mais
que adolescente, que de modo amaneirado a perna esquerda
flecte, assim, pelo joelho, enquanto a mão direita,
aberta, exibe, numa atitude afectada e teatral, o grupo
de mulheres a quem coube representar, no chão, a
acção dramática. Este personagem, tão novinho, com
o seu cabelo aos cachos e o lábio trémulo, é João. Tal
como José de Arimateia, também esconde com o corpo
o pé desta outra árvore que, lá em cima, no lugar dos
ninhos,
levanta ao ar um segundo homem nu, atado e pregado
como o primeiro, mas este é de cabelos lisos, deixa
pender a cabeça para olhar, se ainda pode, o chão, e a
sua cara, magra e esquálida, dá pena, ao contrário do
ladrão
do outro lado, que mesmo no transe final, de sofrimento
agónico, ainda tem valor para mostrar-nos um
rosto que facilmente imaginamos rubicundo, corria-lhe
bem a vida quando roubava, não obstante a falta que fazem
as cores aqui. Magro, de cabelos lisos, de cabeça
caída para a terra que o há-de comer, duas vezes condenado,
à morte e ao inferno, este mísero despojo só pode
ser o Mau Ladrão, rectíssimo homem afinal, a quem sobrou
consciência para não fingir acreditar, a coberto de
leis divinas e humanas, que um minuto de arrependimento
basta para resgatar uma vida inteira de maldade
ou uma simples hora de fraqueza. Por cima dele, também
chorando e clamando como o sol que em frente
está, vemos a lua em figura de mulher, com uma incongruente
argola a enfeitar-lhe a orelha, licença que
nenhum artista ou poeta se terá permitido antes e é
duvidoso
que se tenha permitido depois, apesar do exemplo.
Este sol e esta lua iluminam por igual a terra, mas a
luz ambiente é circular, sem sombras, por isso pode ser
tão nitidamente visto o que está no horizonte, ao fundo,
torres e muralhas, uma ponte levadiça sobre um fosso
onde brilha água, umas empenas góticas, e lá por trás,
no testo duma última colina, as asas paradas de um moinho.
Cá mais perto, pela ilusão da perspectiva, quatro
cavaleiros de elmo, lança e armadura fazem voltear as
montadas em alardes de alta escola, mas os seus gestos
sugerem que chegaram ao fim da exibição, estão saudando,
por assim dizer, um público invisível. A mesma impressão
de final de festa é dada por aquele soldado de
infantaria que já dá um passo para retirar-se, levando,
suspenso da mão direita, o que, a esta distância, parece
um pano, mas que também pode ser manto ou túnica,
enquanto dois outros militares dão sinais de imtação e
despeito, se é possível, de tão longe, decifrar nos
minúsculos
rostos um sentimento, como de quem jogou e perdeu.
Por cima destas vulgaridades de milícia e de cidade
muralhada pairam quatro anjos, sendo dois dos de corpo
inteiro, que choram, e protestam, e se lastimam, não assim
um deles, de perfil grave, absorto no trabalho de recolher
numa taça, até à última gota, o jorro de sangue
que sai do lado direito do Crucificado. Neste lugar, a
que chamam Gólgota, muitos são os que tiveram o mesmo
destino fatal e outros muitos o virão a ter, mas este
homem, nu, cravado de pés e mãos numa cruz, filho de
José e de Maria, Jesus de seu nome, é o único a quem o
futuro concederá a honra da maiúscula inicial, os mais
nunca passarão de crucificados menores. É ele, finalmente,
este para quem apenas olham José de Arimateia
e Maria Madalena, este que faz chorar o sol e a lua, este
que ainda agora louvou o Bom Ladrão e desprezou o
Mau, por não compreender que não há nenhuma diferença
entre um e outro, ou, se diferença há, não é essa,
pois o Bem e o Mal não existem em si mesmos, cada um
deles é somente a ausência do outro. Tem por cima da
cabeça, resplandecente de mil raios, mais do que, juntos,
o sol e a lua, um cartaz escrito em romanas letras
que o proclamam Rei dos Judeus, e, cingindo-a, uma
dolorosa coroa de espinhos, como a levam, e não sabem,
mesmo quando não sangram para fora do corpo, aqueles
homens a quem não se permite que sejam reis em suas
próprias pessoas. Não goza Jesus de um descanso para
os pés, como o têm os ladrões, todo o peso do seu corpo
estaria suspenso das mãos pregadas no madeiro se não
fosse restar-lhe ainda alguma vida, a bastante para o
manter erecto sobre os joelhos retesados, mas que cedo
se lhe acabará, a vida, continuando o sangue a saltar-lhe
da ferida do peito, como já foi dito. Entre as duas
cunhas que firmam a cruz a prumo, como ela introduzidas
numa escura fenda do chão, ferida da terra não mais
incurável que qualquer sepultura de homem, está um
crânio, e também uma tíbia e uma omoplata, mas o crânio
é que nos importa, porque é isso o que Gólgota significa,
crânio, não parece ser uma palavra o mesmo que
a outra, mas alguma diferença lhes notaríamos se em vez
de escrever crânio e Gólgota escrevêssemos gólgota e
Crânio. Não se sabe quem aqui pôs estes restos e com
que fim o teria feito, se é apenas um irónico e macabro
aviso aos infelizes supliciados sobre o seu estado futuro,
antes de se tornarem em terra, pó e coisa nenhuma. Mas
também há quem afirme que este é o próprio crânio de
Adão, subido do negrume profundo das camadas geológicas
arcaicas, e agora, porque a elas não pode voltar,
condenado eternamente a ter diante dos olhos a terra,
seu único paraíso possível e para sempre perdido. Lá
atrás, no mesmo campo onde os cavaleiros executam um
último volteio, um homem afasta-se, virando ainda a cabeça
para este lado. Leva na mão esquerda um balde e
uma cana na mão direita. Na extremidade da cana deve
haver uma esponja, é difícil ver daqui, e o balde, quase
apostaríamos, contém água com vinagre. Este homem,
um dia, e depois para sempre, será vítima de uma calúnia,
a de, por malícia ou escárnio, ter dado vinagre a Jesus
ao pedir ele água, quando o certo foi ter-lhe dado da
mistura que traz, vinagre e água, refresco dos mais
soberanos
para matar a sede, como ao tempo se sabia e praticava.
Vai-se embora, não fica até ao fim, fez o que podia
para aliviar as securas mortais dos três condenados,
e não fez diferença entre Jesus e os Ladrões, pela simples
razão de que tudo isto são coisas da terra, que vão
ficar na terra, e delas se faz a única história possível.


http://www.planonacionaldeleitura.gov.p ... 000159.pdf

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Re: R.I.P José Saramago

Mensagempor REG [RIP 2011/01/28] » domingo jun 20, 2010 7:46 pm

Para os interessados e para quem não conhece:
Ensaio Sobre a Cegueira (o filme, óbvio), hoje na TVI as 00.15h.

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Re: R.I.P José Saramago

Mensagempor Last Light » domingo jun 20, 2010 7:49 pm

Dispenso. Ao fim de 20 minutos estava já em agonia no cinema, ao contrário do livro que é muito bom.

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Re: R.I.P José Saramago

Mensagempor diabox » domingo jun 20, 2010 8:22 pm

a quem use o saragago para 'puxar o voto' (?) e ha aqueles gajos que continuam a atacar elementos cujas cores partidarias nao sao de seu gostinho... ha coisas que nao mudam :|

da o filme? uhm, sou capaz de ver...
"where would we be without black sabbath?" justin E.W. MAD FER IT! dowhatthouwiltshallbethewholeofthelaw

http://www.myspace.com/paranoyadesign http://www.paranoyadesign.deviantart.com

repressão política... só para alguns...

Vooder [RIP 2011/01/03]

Re: R.I.P José Saramago

Mensagempor Vooder [RIP 2011/01/03] » domingo jun 20, 2010 8:32 pm

Por acaso vi ontem o filme. 2 horas bem passadas.
Sem ser extraordinário, não deixa de ser perturbante.

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jaymz
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Re: R.I.P José Saramago

Mensagempor jaymz » domingo jun 20, 2010 8:43 pm

Até ficava mal se isto não descambasse para o habitual "a minha pilinha é maior do que a tua" político.

A verdade é que, goste-se ou não do homem, goste-se ou não dos seus escritos, devia haver algum respeito por um de dois portugueses que ganhou um prémio Nobel.

Eu discordava veementemente de praticamente tudo o que ele dizia, em relação à religião (sim, verdade), à política, muito especialmente a Portugal e ainda discordava mais da forma como ele escolhia sempre soltar as suas opiniões, como se fosse dono da verdade absoluta e um dos escolhidos.

E ainda discordava mais da enorme sede de protagonismo e arrogância com que ele se conduzia, especialmente nos últimos anos.

Mas a verdade é que tudo isso são qualidades dele como homem e não dele como escritor (apesar de algumas se passarem para a escrita, necessariamente). É preciso distinguir o Saramago pessoa, que alguns admiram e outros detestam do Saramago autor que mesmo aqueles que detestam deviam aprender a valorizar.

Eu não sou propriamente fan dos escritos do Saramago, aliás, em boa verdade, não li sequer livros suficientes dele para fazer uma crítica com pés e cabeça da bibliografia dele, mas qualquer pessoa que leve a literatura portuguesa, a língua portuguesa e, porque não dizê-lo, independentemente de ele gostar de Portugal ou não, o próprio país tão alto e tão longe deve ser respeitado.

Independentemente de tudo o resto.

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Venøm
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Re: R.I.P José Saramago

Mensagempor Venøm » domingo jun 20, 2010 9:28 pm

Para mim a obra de Saramago é como os Megadeth.

Megadeth é considerada uma das melhores bandas de thrash que aí andam, no entanto o Mustaine é um otário com dor de coto. :lol:

Vooder [RIP 2011/01/03]

Re: R.I.P José Saramago

Mensagempor Vooder [RIP 2011/01/03] » domingo jun 20, 2010 10:04 pm

Agora que eu ia experimentar pela 1ª vez o botãozinho do ponto de exclamação :(

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GoncaloBCunha
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Re: R.I.P José Saramago

Mensagempor GoncaloBCunha » domingo jun 20, 2010 10:08 pm

Too late. Big brother is watching all of you! :mrgreen:
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