aetheria Escreveu:Brunhu Escreveu:É aqui que entra a parte dos jogadores, que para mim é a que está a acabar com o que desporto tem de bonito, pois treinam-se atletas para que façam movimentações definidas e tudo o que sai fora disso, e que pode criar surpresas, não é aproveitado por falta de capacidade de improviso por parte dos atletas.
Vejo algum sentido nisto, até porque na minha cabeça estabeleci imediatamente uma relação com os estudos/escola. Imperativamente, os alunos (no secundário, em particular) são preparados para os exames, que têm uma determinada formatação. Há belíssimos alunos, mas mesmo entre esses se distingue os que são "máquinas de aplicação" e os que são capazes de sair fora da caixa. Contudo, um excesso de formatação leva à insegurança até destes últimos "será que eu devo fazer isto? devo sair do expectável?". Num jogo em equipa este sentimento crescerá: "esperam de mim que faça X, é a estratégia do coletivo, mas isto não está a funcionar... devo EU fazer diferente? tomo EU essa decisão?".
Precisamente!!
Nem dos treinos da equipa nacional tive uma situação engraçada com os miúdos (Sub-21) num dos estágios.
Numa jogada que estávamos a treinar, e que toda a gente sabia como funcionava, os miúdos que estavam a atacar pedem-me para parar o treino por ser impossível fazer a movimentação que estava definida porque um dos defesas adiantava-se à jogada por conhecer a movimentação. Como solução, limitei-me a dizer: Melhor para vocês! Se ele está num dos lados significa que outro está livre. Limitem-se a fazer um movimento de inversão da jogada e desenrasquem-se". Na tentativa seguinte, fazem precisamente o que disse, marcam golo com facilidade e vêm todos felizes ter comigo e um deles (dos melhores) diz: "Brutal, nem sabia que tinha capacidade para improvisar e fazer isto!". Esse atleta tinha 20 e experiência de 8 na modalidade.
Acabaram por resolver, mas só depois de lhes dar os dados todos.