EVENT HORIZON(
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É um facto que as bandas de metal portuguesas há uns anos para cá souberam ultrapassar muitos dos handicaps de grupos antigos, cujo som encerrava trejeitos manhosos (nomeadamente na dicção dos vocalistas) e ficava invariavelmente mal produzido. Há na história do metal português vários discos que pecam pela produção amadora, pela falta de meios e também, sejamos honestos, pelo gosto musical duvidoso. As bandas antigas tinham aquele charme kitsch que hoje em dia até é apreciado e tido como uma mais valia ou como uma tomada de posição. Não quero enumerar grupos, para não ferir susceptibilidades. Porém, nos últimos 10 anos, o metal nacional foi sabendo inspirar-se no que de melhor se fazia lá fora e com ajuda preciosa dos avanços tecnológicos, que colocam à mão de semear software que permite a melhor das produções com recursos a computadores, souberam dar um enorme salto, não diria qualitativo, porque Tarântula, Sacred Sin e Ramp tinham as suas qualidades, mas antes um salto de identidade que lhes aufere maior potencialidade em se internacionalizarem. Não foi assim que Moonspell, Process of Guilt, Men Eater, More Than a Thousand, Switchtense e Corpus Christii se tornaram bem conhecidos lá fora? Ainda há pouco dias falava com um velho conhecido residente na Polónia e este mostrava-se admirado com a vaga de bandas portuguesas de enorme qualidade que tinham surgido nos últimos, precisamente, 10 anos. Curiosamente, o nome Revolution Within foi mencionado, assim como Painted Black e Concealment. Ouvindo «Straight From Within» percebe-se porquê. Neste segundo registo, o grupo de Santa Maria da Feira recorre a um som mais punchy e guitarras mais agressivas entre o thrash e o death metal, minimizando as melodias que «Collision» (o disco de estreia de 2009) havia ainda trabalhado. O resultado é pujante e extremamente bem concebido, fazendo imaginar uns Machine Head a fazer covers de Slayer, tal a dicotomia entre groove e thrasalhada animal que músicas como «Pure Hate», «Revenge Now», «Evil(ution)» exibem. Mais brutal e agressivo que o álbum de estreia, «Straight From Within» vem com uma produção forte e a meu ver apenas peca pela quase inexistente variedade entre cada música, alternando a típica batida de thrash com o shredding agroovalhado de que falava à pouco, como no final de «Evil(ution)». Faltava eventualmente uma ou outra malha mais mid-tempo tipo «Blacklist» (Exodus), para compensar a velocidade estonteante do restante material. A não ser que «Straight From Within» tenha sido concebido para ser o "Panzer Division" dos Revolution Within!
Classificação:
7,5/10