Rush - Clockwork Angels (2012)
Enviado: sábado jul 14, 2012 4:05 pm
1. "Caravan" 5:40
2. "BU2B" 5:10
3. "Clockwork Angels" 7:31
4. "The Anarchist" 6:52
5. "Carnies" 4:52
6. "Halo Effect" 3:14
7. "Seven Cities of Gold" 6:32
8. "The Wreckers" 5:01
9. "Headlong Flight" 7:20
10. "BU2B2" 1:28
11. "Wish Them Well" 5:25
12. "The Garden" 6:59
Os Rush voltam com um trabalho de estúdio, para ser mais preciso, o décimo nono longa-duração de uma carreira iniciada em 1968. Já lá vão uns bons 44 anos de existência. Os Rush, para quem não sabe, estão associados ao movimento do rock progressivo e no passado editaram trabalhos como "2112" e "Moving Pictures" que são hoje considerados clássicos do rock progressivo. Mas não esquecer outros álbuns que são igualmente importantíssimos na discografia deste trio do Cánada: "Hemispheres", "Permanent Waves", "A Farewell to Kings"... entre outros.
Bem mas falando deste novo trabalho que é o Clockwork Angels, é necessário que se tenha conhecimento que os Rush há muito que assimilaram uma coisa muito importante: o rock progressivo não tem que ser necessáriamente uma género onde a necessidade de demonstração técnica tem que se sobrepor a canção e ao conceito do disco em si. Isto é um apontamento que irá ajudar a perceber a minha crítica deste disco.
Tal como muitos outros discos dos Rush, este novo trabalho discográfico, é criado a partir de um conceito lírico da autoria do Sr. Neil Peart (baterista e letrista da banda) juntamente com o autor de ficção científica Kevin J. Anderson. O conceito é descrito da seguinte maneira:
"In a young man's quest to follow his dreams, he is caught between the grandiose forces of order and chaos. He travels across a lavish and colorful world of steampunk and alchemy, with lost cities, pirates, anarchists, exotic carnivals, and a rigid Watchmaker who imposes precision on every aspect of daily life."
E é isso mesmo que acontece durante sessenta minutos e quatro segundo. Uma verdadeira jornada épica (no melhor dos sentidos), onde somos presentados com uma dúzia de músicas que apresentam um impressionante elevado nível de diversidade (temos funk, temos post-metal, temos stoner rock, temos heavy metal, temos muitas outras coisas) fruto de uma banda que soube absorver o melhor dos inúmeros géneros musicais.
Que os músicos dos Rush são todos técnicamente espectaculares, disso não havia dúvidas, mas conseguir editar um trabalho deste calibre depois de 44 anos de actividade... contam-se pelas mãos dos dedos as bandas de rock/metal (e até mesmo em outros géneros musicais) que o conseguiram. Alex Lifeson continua a criar riffs brutais que vão desde o peso brutal da "BUB2" até aos solos super-melódicos distribuidos por todo este disco.
O grande Geddy Lee (muitas vezes apontado como o factor decisivo para não se gostar de Rush) apresenta aqui uma das melhores performances vocais de que há memória. Não há uma única música onde este senhor não crie melodias viciantes (literalmente, elas ficam cravadas no nosso cérebro) e ofereça aos nossos humildes ouvidos uma qualidade vocal que faz inveja a muitos dos considerados melhores vocalistas contemporâneos. Claro que o seu baixo contínua a apresentar um dos melhores sons que já se ouviu no rock/metal... sempre bastante claro e sólido, este cria uma atmosfera totalmente hipnótica dando um rítmo muito próprio, que é complementado pela mestria de Neil Peart que preenche todos os espaços, criando ainda mais uma dependência aos nossos ouvidos. E como se isto não fosse suficiente ainda temos o sintetizador de Geddy a criar linhas simplesmente brilhantes.
Isto tudo criado servindo sempre a canção e o conceito do disco. Aqui não há espaço para demonstrações técnicas só porque sim, aqui não há espaço para fillers. Isto tudo de uma banda que aprendeu a ser directa e a produzir o essencial.
É na minha opinião um disco perfeito. Os Rush conseguem em 2012 criar um dos melhores discos rock da história, e não creio que sejam necessários 20 anos e uma aceitação geral por parte da crítica e público para o classificar dessa maneira. A banda conseguiu criar um disco que tem tudo para ficar na história. Onde o tempo parece parar, onde somos introduzidos a uma novo mundo, cheio de magia... cheio de felicidade. Uma das coisas que mais me impressiona no disco é como este consegue me dar a alegria e felicidade instantânea desde o primeiro segundo de audição. E quando isso acontece é porque estamos perante uma coisa bastante especial. É bom voltarmos a ser inocentes e sorrimos ao ouvir música.
Nota: 10/10