Bethlehem - Sardonischer Untergang im Zeichen irreligiöser Darbietung (1998)
Enviado: sábado jun 02, 2012 5:44 pm
Este álbum, das remotas trevas do inferno não é para todos os ouvidos, apesar de ser dos melhores álbuns de black metal que já ouvi. Lembro-me da primeira vez que ouvi uma faixa desta obra, Du sollst dich töten (altura em que não tinha grande ou nenhum interesse no black metal), e chegou a uma parte que é uma espécie de interlúdio onde quase não são usados instrumentos e o vocalista faz uma demonstração do que é capaz (se ouvirem a música percebem qual é a parte de que estou a falar)… e essa demonstração chocou-me! Achei esta banda um absurdo, mas, felizmente, passado uns tempos decidi dar outra chance a esta obra prima e agora aqui estou eu a falar sobre ela.
Do início ao fim, este álbum oferece-te música sem parar um pouco na brutalidade e escuridão, ao mesmo estilo do anterior “Dictius Te Necare”, se conheceres a banda, a grande diferença é que o vocalista mudou, não para melhor nem para pior… Considero que o vocalista deste álbum, Marco Kehren, seja mais sentimental e emotivo, enquanto que o outro vocalista da outra obra, Rainer Landfermann, seja mais agressivo. O estilo desta banda cria uma atmosfera bastante instável, isto é, num momento estás a ouvir riffs rápidos, delirantes, com grandes distorções que te submetem a uma atmosfera bastante negativa e agressiva até que, do nada, a música pára com um outro riff numa onda bastante negativa, também, mas mais calma. O que penso ajudar a criar esta atmosfera obscura, é o facto das vozes serem expelidas em alemão e as músicas parecem encaixar-se umas nas outras, o que faz com que esta se torne mais e mais densa ao longo do álbum. Não quero dizer com isto que as músicas sejam todas idênticas… pelo contrário, cada uma tem as suas características. Por exemplo, a Nexus tem elementos de metal industrial, a Du sollst dich töten tem um solo que emite uma certa “luz” e “esperança”, a Gestern starb ich schon heute começa com o baixo onde mais tarde flui uma guitarra, etc… A produção está excelente e os instrumentos, com falhas inexistentes, estão muito bem tocados, isto faz com que a música flua ainda mais nas nossas almas ao ouvir esta obra prima.
Basicamente, se tiveres curiosidade em saber como é a música dos confins do inferno, experimenta, no entanto se nunca antes ouviste black metal ou não conheces muito és capaz de achar isto absurdo como me aconteceu… Caso no futuro venhas a ouvir mais black metal e a entender melhor os seus ideias e musicalidade, aí sim, talvez estejas pronto para desfrutar este álbum que tanto alimentou a minha alma.
