
Drudkh is back. Não está só de volta com um novo álbum, mas está também de volta aos bons álbuns. Sim, porque o último álbum realmente bom para mim foi o "Estrangement". O "Microcosmos" não é necessariamente um mau álbum, mas foi uma pequena desilusão por ser bastante mais fraquinho em comparação com os predecessores, mas enfim, também quem lança sucessivas obras primas seguidas numa fase inicial da carreira arrisca-se claro, a nunca mais fazer algo tão bom como dantes. O "Handful of Stars" não gostei de todo, já que apareceu com uma sonoridade que eu não estava à espera de ouvir em Drudkh, nem sequer o queria ouvir. Para ouvir o "Handful of Stars" vou ouvir o s/t de Amesoeurs, em Drudkh eu quero é ouvir aqueles hinos ucranianos de BM naturalista tão característicos deles e tão bem compostos em álbuns como "Forgotten Legends", "Autumn Aurora" e etc.
Sendo assim, foi com alguma desconfiança que "arranjei" este novo álbum de Drudkh e foi um bocado receoso que o meti a tocar. Qual não foi o meu espanto quando acabei de ouvir o álbum e dei por mim a dizer "foda-se, este álbum é BOM", bom como não tinham sido nem de longe os dois anteriores. Assim de repente, sem meias conversas posso referir que as primeiras 3 faixas (descontando obviamente a intro) são de alta qualidade e trazem Drudkh de volta aquilo que fazia deles tão especiais. Blast-beats contínuos, gritos que ecoam no horizonte, guitarras envolventes e difusas e uma riqueza harmónica só ao nível dos predestinados (Saenko e Thurios, of course) e claro, como não podia deixar de ser, um trabalho de baixo absolutamente incrível por parte do Krechet, que embora a sua entrada tenha coincidido mais ou menos com o período de menor qualidade de Drudkh, a verdade é que veio a trazer um grande aumento de qualidade no que toca à composição dos temas, pelo menos em relação ao trabalho de baixo.
Aconselho vivamente a ouvirem pelo menos a faixa "When Gods Leave Their Emerald Halls", que é um hino grandioso de matizes épicos, cheio de expressividade, melancolia e agressividade qb, para mim a melhor faixa do disco. Resta-me então dizer que este álbum mete por exemplo o "novo" de WITTR num cantinho bem obscuro onde ninguém se voltará a lembrar dele, isto falando em álbuns com características parecidas. Se são fãs daquela sonoridade tão típica dos povos de leste, mais precisamente Rússia e Ucrânia, ou mais precisamente das obras-primas de Drudkh/Hate Forest/Walknut então é um no-brainer. Claro que também será indicado para fãs de Agalloch e (faço aqui uma separação) Panopticons, Skagos, WITTRs e todas essas coisas associadas ao Cascadian BM, que já me fartaram um bocado para ser honesto.
Bem, há já muito tempo que não escrevia uma review, tinha-me deixado disso, mas decidi abrir uma excepção para este regresso dos Drudkh, já que o álbum tem rodado sem parar no meu mp3. Quando tiver €€€ não vou hesitar e gastar neste CD com certeza. Agora calo-me outra vez e volto para a minha gruta para ouvir BM lo-fi da cova, como eu gosto.