Foi uma verdadeira surpresa. Depois do que eles têm feito ultimamente, não estava à espera de um álbum ao nível dos primeiros.
Não é o melhor, mas é sem duvida um dos álbuns do ano!.

O video oficial
As malhas
Hard rock melódico, glam, AOR... nomes que despertam na memória da maior parte das pessoas um conjunto de bandas formadas por gadelhudos andróginos e metrossexuais que tocavam um rock meloso e azeiteiro. Meat Loaf, Europe, Aerosmith, Foreigner, Whitesnake, Uriah Heep, Motley Crue, Van Halen, Poison, Dokken, KISS, entre outros, reduzidos a meia duzia de clichés e a colectâneas de baladas, vitimas do sucesso e da pressão comercial. Enterrado que foi o garrafão de azeite, no inicio dos anos 90, mais não restou do que uma ocasional balada aqui e ali, algumas tours para pagar cocaína, algumas reuniões fora do mainstream que até nem correram mal. Projectos novos nasceram, uns melhores, outros piores, e ainda há quem consiga tirar um coelho da cartola. Aos 30 anos de actividade, os Pretty Maids conseguiram, provavelmente, tirar o maior coelho da sua carreira.
Mas quem são estes gajos?
Quase ninguém se lembra deles. Nunca atingiram um estatuto acima de "banda de suporte" de bandas como as acima mencionadas. Também foram ralo abaixo nos anos do declínio, e lá andaram a remar contra a maré, até chegarem a 2010, e sairem-se com isto.
Pandemonium é um trabalho heterogéneo, que junta várias vertentes e várias influências. Será talvez uma mostra do que seria este vertente mais comercial do rock pesado sem as pressões comerciais. Álbum a vários ritmos, com canções bastante musculadas alternando com outras a cheirar a balada, saliente-se os tipicos solos de guitarra, simples mas bons, os riffs que convidam aos abanares de cabeça e uma bateria sem pudores a fazer o gostinho ao pé, como se pede. Teclados, obviamente presentes, mas sem assumirem o protagonismo na produção. A voz também vai variando consoante o ritmo do álbum. Ronnie Atkins não é nenhum David Coverdale, mas o seu trabalho não merece repreensão.
Sejamos sinceros ao admitir que não estamos perante um trabalho ultra-genial, e que praticamente já ninguém ouve/gosta disto. Há que dizer também que é um trabalho que se desenrola num estilo algo comercial, apesar de não ter como objectivo vender. Vamos antes felicitar os Pretty Maids, por, em 2010, continuarem a insistir num estilo praticamente morto e enterrado há 20 anos, conseguindo a proeza de produzir um álbum bem construído, equilibrado, para quem não precisa sempre de ouvir eximias e complexas obras musicais, mas sim um rock pesado, honesto, despretensioso e descomprometido.
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