Bosque - "Passage" (2009)

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Sun_Crusher
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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Sun_Crusher » sexta mar 05, 2010 6:25 pm

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Cada um lê e interpreta o que quer.

E caro Demoniac, o facto de pensares que o "sugar coating" funciona, este, não funciona. Aliás como não gosto de repetir algo que foi dito, optei apenas por dizer que concordava com o João, o único, com o devido respeito aos outros, que conseguiu escrever algo cujo conteúdo era mais do que masturbação e "não respostas".

Mas reportando-me ao que escrevi, e ao que respondeste, mais do que provocações bacocas (agora percebo porque falaste na 3ª classe, mas quando cresceres perceberás um pouco mais), responde-me o que é ser um "artista", um músico. Porque bem vistas as coisas, poucos o são, embora muitos pensem que são. Além do mais, é de todo errado, na minha óptica, a comum plebe, apenas poder comentar a musica como "Gosto muito, faz-me sentir bem, é catártico, põe-me os pêlos em pé, etc e tal", pois mais do que emoções, é perfeitamente concebível que o comum mortal, tenha a capacidade para notar em tons fora, tempos, etc, mesmo não tendo bases técnicas para o fazer, alias um simples bater do pé ou abanar a cabeça, pode ser interrompido por uma falha de tempo. Se calhar são emoções. Claro que poderás dizer que não é bem assim e tal, mas nesse caso, muita coisa fica explicada, e meu caro, temo em dizer-te que és da plebe, e da plebe que pensa perceber, que entende o artista...

Hoje se não gostar da comida que me vai ser servida, apenas vou dizer que não gosto, porque me faz azia. Podia dizer que era por excesso de sal, ou por estar cozinhado de mais, mas como não sou cozinheiro, vou-me calar.

E não interpretes de forma tão literal, lê as entre-linhas, antes de vires com o lalalala, que não compreendem o que escreves. Raça inferior estes lamacentos, nem lhes dês paleio, caro Demoniac.
POUCO, MUITO POUCO MESMO, ORTODOXO

Demoniac
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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Demoniac » sexta mar 05, 2010 7:08 pm

Sun_Crusher Escreveu:
Mas reportando-me ao que escrevi, e ao que respondeste, mais do que provocações bacocas (agora percebo porque falaste na 3ª classe, mas quando cresceres perceberás um pouco mais), responde-me o que é ser um "artista", um músico.



Um músico é alguém que transcreve as suas emoções em música. Logo um artista é alguém que transcreve as suas emoções em arte.

Sun_Crusher Escreveu: Porque bem vistas as coisas, poucos o são, embora muitos pensem que são. Além do mais, é de todo errado, na minha óptica, a comum plebe, apenas poder comentar a musica como "Gosto muito, faz-me sentir bem, é catártico, põe-me os pêlos em pé, etc e tal", pois mais do que emoções, é perfeitamente concebível que o comum mortal, tenha a capacidade para notar em tons fora, tempos, etc, mesmo não tendo bases técnicas para o fazer, alias um simples bater do pé ou abanar a cabeça, pode ser interrompido por uma falha de tempo. Se calhar são emoções.



Não é se calhar são emoções.....errar é uma emoção, seja ela consciente ou não. Não existem leis na arte! Existem sim guias...na música existe o tempo e as escalas....e os compassos, mas não passam de guias - "this is the way to the palace".

A emoção humana é deveras mais complexa que meras guias. Nós não somos um quadrado cuja a área é calculada por mera aritmética. Somos o resultado de uma integral de variantes químicas e temporais.

Ainda me lembro de um compositor de musica clássica ter sido crucificado por usar dissonâncias. Na altura ninguém compreendia e hoje em dia é um Deus (RIP).

O futuro da arte é o Caos, dado que o Caos é a lei que vai contra a crença religiosa chamada Destino. Não existe caminho, não existe razão. Não há vida depois da morte, não existe propósito para cada um ser como é. É ao acaso...é Caos.

Arte é a forma representativa de várias formas de viver. Logo para mim é ridículo julgar arte com leis. Lei é algo mundano. Arte é algo feito antes do homem...olha à tua volta o que um simples acaso no vazio gerou.

Sun_Crusher Escreveu:Claro que poderás dizer que não é bem assim e tal, mas nesse caso, muita coisa fica explicada, e meu caro, temo em dizer-te que és da plebe, e da plebe que pensa perceber, que entende o artista...


Poupa-me.


===

Falando directamente de bosque. Vou dizer algo que sinceramente nem me lembrei de falar pq é tão intrínseco para mim.

Bosque é um projecto a solo (de momento). Ele não precisa de ser musicalmente correcto, pois essa musicalidade é apenas uma maneira de comunicar com terceiros quando se está dependente de outros para criar.

O que aqui está expresso é simplesmente emoção! Gostem ou não.....isso é irrelevante, mas não lhe tirem o significado.
O seu significado é honesto!

Claro que qualquer homem é capaz de notar falhas em padrões.....nós vivemos disso. Reconhecimento de padrões. Contudo não é qualquer homem que nasce com o dom da criatividade artística. Claro que segundo o senhor Andy W. tudo é arte...logo um obsessivo compulsivo é um artista de primeira a organizar a sua gaveta. "Isto do inferno é relativo!"

Aprendam a lidar com a desordem. Dado que o mundo extremo é smp pioneiro pelo seu total desrespeito para com a usa própria raça, daí a sua facilidade em dar o 1º passo na inovação.

A inovação está na forma de criar.....algo autista. Algo próprio. O futuro da arte é a individualidade. E como todos discordamos de todos em qualquer coisa.....o futuro da arte é não comercial. Aleluia!


PS: é bom saber que no meio de tanta palhaçada. Existe um lado mais comunicativo de tua parte. Tenho que começar a picar-te mais vezes para fazer desabrochar essa tua faceta mais lírica.

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Joao P Ferraz
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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Joao P Ferraz » sexta mar 05, 2010 7:51 pm

Não. Deves ter faltado à parte das aulas de análise dedicadas à lógica. Logo à partida começas com uma falácia ao tentares usar indução como método. Tens a implicação tida como uma equivalência, e, a implicação só anda para um lado. Se fores ao cálculo de Hilbert mesmo a equivalência só é demonstrada provando a implicação nos dois sentidos. De facto, um músico transcrever as suas emoções em música não implica que um artista transcreva as suas emoções em arte. Isto para quê? Para dizer que um músico é um artista também, mas um artista não é necessariamente um músico, e, uma vez que não é necessariamente um músico, podes ter um artista que não se restrinja às regras do músico. Isso exclui que possas tirar ilações, que defines na premissa como sendo do músico, para o espectro do artista em geral, uma vez que pode existir um que não compra esses requisitos.
Errar não é uma emoção, é, isso sim, uma acção. O que ela despoleta é que pode gerar ou não uma emoção. Esta, por sua vez não é totalmente etérea, como parecem querer fazer crer, mas sim resultante duma reacção química que parte dum estímulo de, imagine-se ao quê, feito ao cérebro por via sensorial. Por vezes parecem fazer crer que Beethoven não tinha qualquer tipo de valor, uma vez que não tinha o orgão sensorial que à partida cria as emoções que ele estava a tentar criar. E isto porquê? Porque para alguém como vós, a música não é minimamente racional, e, tudo o que ele vez no seu fim de vida foi por via racional. Acredito plenamente que ele sentia o que escrevia, o facto de ser puramente racional não o impedia de sentir o que fazia, uma vez que conseguia conceber racionalmente todas as emoções de lá oriundas, por simples raciocinar as cores que lá estavam, mas que ele já não conseguia ver. Isto porquê? Porque os seu cérebro já conhecia aqueles estímulos, mas sabia reciclá-los. Portanto, ao que parece, o cérebro está sempre inerente ao processo emocional. Não consegues nunca dissociar o emocional do racional, é a tal relação incestuosa.
Não são simples guias, há de facto estímulos agradáveis e desagradáveis. É algo inerente à nossa condição, à nossa genética. Há que saber usá-los de forma correcta. O trabalhar incoerente dum tico tico não te desperta, concerteza, qualquer tipo de emoção a não ser o desagrado.
Quanto às dissonâncias não viste o que escrevi quando mencionei Schoenberg. O problema ali não são as dissonâncias nem os compassos complexos e poliritmos. A questão é que até as dissonâncias e os poliritmos obedecem a uma certa ordem matemática. O problema ali, é que de facto não se passa lá nada. Eu consigo ouvir várias reproduções quase iguais de Schoenberg, no entanto, aquilo que se ali ouve é como o trabalhar irregular de um motor com bielas empenadas e em regime caótico que, a não ser por pura coincidência, não repete nunca o seu ritmo. É a tal ordem no caos, talvez periodicismo de bifurcações. Os erros que ali estão são impossíveis de transpor para uma linguagem inetelegível. O próprio caos tem uma ordem. Escolhe sistemas dinâmicos, provavelmente ajudar-te-á a compreender isso.
Já agora, de um integral de Lesbegue ou de um integral de Riemann, lol!
Por fim, a arte começa realmente com o ser humano. A primeira manifestação artística encontra-se no homem de Pitecantropo. Na estética Aristótelica inicia-se com "a arte é uma imitação do real". Tem que existir alguém que o imite... Até essas coisas panteístas que enuncias não seriam arte se não houvessem homens para as olhar como arte. Sem que ninguém veja as coisas como forma de arte, elas simplesmente não são uma forma de arte. (É a tal coisa do urinol do Duchamp.) Antes do conceito não podes ter o termo. Esse acaso no vazia não é tanto assim um acaso. Se for como se pensa, nem imaginas a quantidade de flutuações quânticas que anda à tua volta. A justificação com argumentos etéreos é normalmente o que leva à relegião. Esses nascem normalmente da escassez de explicações lógicas.
Ou seja, por muito que isso te deixe bem disposto em termos pessoais, a verdade é que para os outros acabaste por escrever muito, mas de facto não tinhas lá nada.

Demoniac
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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Demoniac » sexta mar 05, 2010 8:23 pm

Joao P Ferraz Escreveu:Não. Deves ter faltado à parte das aulas de análise dedicadas à lógica.


Perdoa-me não li nada do que escreveste dps disto. Falar de lógica quando se fala em arte........

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Joao P Ferraz
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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Joao P Ferraz » sexta mar 05, 2010 8:27 pm

Devias ter lido, então. Quando comecei com a lógica não me estava a referir à arte em geral, mas ao teu argumento em particular e às suas falácias formais. Se bem que sim, a lógica aplica-se de facto à arte. Lê o resto. Não vale a pena perder tempo a repetir-me. E desculpa-me as ironias e sarcasmos, mas às vezes fazem com que se tornem irresistíveis, lol!

Karamazov [RIP 2012/07/27]

Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Karamazov [RIP 2012/07/27] » sexta mar 05, 2010 8:55 pm

Joao P Ferraz Escreveu:
Karamazov Escreveu:Eu gosto do álbum assim como é, com pregos, entradas fora de tempo, o que vocês lhe quiserem chamar ó eruditos. E não me podia preocupar menos com tudo o resto. E esta?


Voltando à minha gratificante flatulência, eu também adoro o cheiro das minhas bufas tal como ele é. O problema põe-se quando eu tento convencer os outros que de facto elas cheiram bem. Tu podes gostar de bosque, ok, a mim isso não me faz andar nem desandar, não venhas é dizer que aquilo cheira bem.

Argumentar usando o exemplo de gases é de facto um sinal claro de maturidade...

Para mim cheira bem, porque não o hei de dizer? Não o tenho de te provar, porque não o tento sequer impingir. Não gostas, mete à borda do prato como fazem o resto das pessoas normais.

Joao P Ferraz Escreveu:Quanto ao facto de não te preocupares com tudo o resto,

"Porque eu sou um Karamázov. Porque, se eu cair no abismo, caio mesmo, de cabeça para baixo e calcanhares para cima, e até estou contente por cair exactamente nesta posição humilhante e acho-a uma beleza para mim.",

Acho que já tinhamos reparado.

Isto é suposto ser uma piada? Tens quê, 12 anos?

E com isto, retiro-me definitivamente.

paulo figueiredo [RIP 2011/02/27]

Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor paulo figueiredo [RIP 2011/02/27] » sexta mar 05, 2010 9:26 pm

Meus caros, discutir é salutar e a crítica é uma das principais bases para a construção de uma sociedade melhor, mas o ataque pessoal é apenas pura idiotice.

Em suma, se querem trollar abram um tópico (ou um fórum) para isso.

Um coisa contino sem perceber: como é possível alguém que não gosta de um trabalho de uma banda, perder tanto tempo com ela??

É neste sentido que insisto: move the fuck on!

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Joao P Ferraz
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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Joao P Ferraz » sexta mar 05, 2010 9:40 pm

Não percebes? Então explica-me: como é que os aliados perderam tanto tempo e gastaram tantos fundos a combater o eixo? De certeza que não foi por gostarem do nazismo. Embora um pouco distorcido (todas as motivações políticas e territoriais, etc, subjacentes), exemplos análogos e mais indicados ao caso se podem arranjar. Se me deres a resposta a isto, encontras também a resposta que me pediste.

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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Indigente » sexta mar 05, 2010 9:43 pm

queres ver que o gajo de bosque também invadiu a polónia...
Wine, women and song.

paulo figueiredo [RIP 2011/02/27]

Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor paulo figueiredo [RIP 2011/02/27] » sexta mar 05, 2010 9:44 pm

Joao P Ferraz Escreveu:Não percebes? Então explica-me: como é que os aliados perderam tanto tempo e gastaram tantos fundos a combater o eixo? De certeza que não foi por gostarem do nazismo. Embora um pouco distorcido (todas as motivações políticas e territoriais, etc, subjacentes), exemplos análogos e mais indicados ao caso se podem arranjar. Se me deres a resposta a isto, encontras também a resposta que me pediste.


Agora estás a comparar o Holocausto ao disco dos Bosque...a banda certamente agradece-te.

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Joao P Ferraz
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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Joao P Ferraz » sexta mar 05, 2010 9:51 pm

Bem e aqui a pergunta também pode fazer ricochete: porque perdes tu tanto tempo a escrever blogs sobre o que gostas e o que não gostas?
Pena é não responderem à pergunta e porem-se com comparações particulares e tiradas de contexto. Eu não fiz comparações entre o holocausto e bosque, comparei o meu interesse em perder tempo com isto com o interesse que as pessoas têm em combater aquilo com que não concordam.
Enfim, se calhar, paulo, uma vaga na L... sabia-te bem, se calhar é por isso que perdes o teu tempo. Olha, eu não.

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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor paulo figueiredo [RIP 2011/02/27] » sexta mar 05, 2010 10:05 pm

Joao P Ferraz Escreveu:Bem e aqui a pergunta também pode fazer ricochete: porque perdes tu tanto tempo a escrever blogs sobre o que gostas e o que não gostas?
Pena é não responderem à pergunta e porem-se com comparações particulares e tiradas de contexto. Eu não fiz comparações entre o holocausto e bosque, comparei o meu interesse em perder tempo com isto com o interesse que as pessoas têm em combater aquilo com que não concordam.
Enfim, se calhar, paulo, uma vaga na L... sabia-te bem, se calhar é por isso que perdes o teu tempo. Olha, eu não.


Uma vaga na Loud? Achas que o meu blogue era uma tentativa de ir para a Loud? Acho que estou é a perder o meu tempo a responder aos teus posts. Passa bem!

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Alvin Karpis
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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Alvin Karpis » sexta mar 05, 2010 10:08 pm

Vós sois é todos malucos.
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LeadAether [RIP 2010/09/12]

Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor LeadAether [RIP 2010/09/12] » sexta mar 05, 2010 10:20 pm

Bem, essa de Bosque ser mais uma cópia de Burzum está de ir às lágrimas. E essa segundo a qual quem gosta deste álbum o faz porque é elitista não lhe fica atrás em imbecilidade. Este álbum é Funeral Doom, e feito ao estilo do que se fazia quando ainda nem existia o termo (meados dos 90s). É isto que Bosque traz de novo em relação a montes de bandas de quarto e super produzidas de "Funeral Doom", esses sim clones mal disfarçados de Shape of Despair e Swallow the Sun. Nos inícios deste tipo de "música" existem clássicos, como o álbum de Ras Algheti, que padecem do mesmo "mal", mas em que o baixo nível musical é compensado noutros aspectos.

Não percebo porque é que gente que, pelos vistos, é tão "melómana", perde tanto tempo a comentar a falta de "musicalidade" deste álbum. Isto não é para ouvir sob essa perspectiva. Provavelmente não se devia ter mencionado a treta do "álbum do ano" já que deve ter sido isso que vos deixou em choque! Gostam de estilos mais "técnicos"? Vão ouvi-los. Ou gostam de Doom nas vertentes mais extremas? Neste caso, adorava conhecer os vossos gostos tão "musicais" dentro deste campo (que os há!), para se poder comparar.

Leviathan
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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Leviathan » sexta mar 05, 2010 10:32 pm

Boas.

É óbvio que existe aqui imensa incoerência por parte de quem comenta esta banda de uma forma tão efusivamente positiva. Não se trata do ser-se subjectivo ou não, trata-se de observar as falácias implicitas na opinião não racionalizada, formada por alguns.

Porque ora vejamos; 4 jovens que nunca tiveram em contacto com um instrumento, decidem juntar-se numa garagem pela primeira vez com o objectivo de fazer black metal. Contudo o que acontece na maíoria dos casos, é que nesta situação acabam por tornar as coisas o mais caóticas possiveis, sem qualquer ordem e ponta por onde se pegue. Por uma data de razões que poderia enumerar mas que creio ser dispensável. De qualquer das maneiras e consequentemente, acabam por gravar o sucedido. Provávelmente muitos de vós que enaltecem este projecto a um patamar grandioso, numa primeira audição acabarão concluíndo e obviamente indignados dirão; "que porcaria", "não faz sentido nenhum" "existe muito trabalho a ser feito" "bla bla bla..." - Será essa afirmação realmente pertinente para quem defende o que vocês defenderam neste post?

E, já vocês que tanto defendem a genealiadade deste CD e a introspecção que o mesmo vos concede, deveriam saber apreciar esse caos despropositado que aqueles jovens acabaram por consequentemente consumar, devido às suas incapacidades e inteligência músical. Deviam ser abstractos e desprovidos de qualquer pensamento reprovador perante o que se passou no exemplo referido acima e entender o mesmo como possivel forma de arte. Pois racionalizam os pregos, a desordem presente neste projecto como algo que funciona por acréscimo, como abono fantástico e necessário a uma peça artística. Coisa que como se sabe, não irá acontecer no exemplo referido, por alguma razão que vocês até saberão qual é.

De qualquer das formas; Poderá ser o registo do exemplo citado acima, categorizado como "disco do ano"?

E eu agora tenciono saber o porquê de refutarem a arte concebida por um mero acaso ou vontade de expressão, como a justa vencedora de algo tão polémico. Já que os seus autores o fizeram com tanto feeling, vontade e paixão. Como tantas vezes vemos acontecer, contudo é desprezada e muito menos interiorizada como algo credivel. Dá-me curiosidade saber, porque é que não conseguem apreciar o ruído não propositado, de jovens em primeiro contacto com a música. Mas, por outro lado, algo que supostamente é propositado ou creditado para tal, já conseguem suportar. Já o entitulam de ambiental, intímista e catártico.

Pode ser tudo o que lhe queiram apelidar, mas a meu ver tem que seguir regras que o distingam do possivel ruído que todos podem fazer enquanto seres humanos e pretendentes a um lugar artístico. A arte apesar de subjectiva, também passa por ser-se selectivo. Se não, qualquer dia a mesma desaparece ou começa por passar despercebida, pois não existem especializações ou limites, já que tudo pode ser considerado como arte. Todos podem fazê-la, já que a mesma está às nossas vistas, cada vez que damos uso aos nossos sentidos. Não existe destaque, as pessoas perdem a vontade de criar pois ninguém será distinguido por um talento que possivelmente poderia vir a ter. Iremos segundo muitos de vós, assistir a um fenómeno ingráto de banalização.

O futuro até pode passar pelo caos, mas seria claro o caos dentro de uma ordem, que nós seres humanos acabaremos inevitavelmente por encontrar. Como acabou sempre por acontecer.

Eu acho que no fundo existe uma racionalização e muito mal fundamentada sobre o estranho fenómeno que se passa em torno deste projecto.

Se algum músico de Obscura, mandar um prego em álbum, então esses músicos já serão alvos das maiores barbaridades verbais possiveis, por muitos de vós. Neste caso em concreto, já existe a aceitação e conformidade com algo que à partida e como o próprio músico se afirma limitado, nem sequer corrobora com alguns elementos mínimos essenciais requeridos quando se faz música. Isto é coerente? O pior é que isto acontece com esta vaga de elitistas que por aí devaneia, críticando; Dimmu Borgir, Cradle of Filth, Metallica's e afins. Aliás, falar de Metallica ainda é o exemplo mais flagrante dessa realidade que se pode verificar. "Porque o Lars não acerta uma", "Porque é só pregos", "porque é o pior baterista do mundo"! É estranho verificar que os mesmos pregos em bosque funcionam como "humanizer" e beneficiam imenso a sua música, "coisa que por ventura nem faria sentido de outra forma".

Constatamos que os erros presentes nuns não podem existir, noutros conforme o que gostamos já podem e até são extras que nos fazem sentir "whatever...". Acham isto coerente?

Anyway, porque, eu creio que todos podem ser músicos, todos podem pegar num instrumento deixar soar notas, gravar ritmos fora de tempo como pura sessão de improviso e gravar um disco. Saír o maior caos sonoro de sempre. Agora se esse registo, vai realmente merecer crédito para ser considerado álbum do ano? Creio que fica ao vosso critério ponderar melhor essa situação. Porque o problema realmente está aí, não no que é subjectivo.
Última edição por Leviathan em sexta mar 05, 2010 11:27 pm, editado 3 vezes no total.
Zyklon Escreveu:Vocês são uns patetas!


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