Bosque - "Passage" (2009)

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Ricardo Reis
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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Ricardo Reis » quarta mar 03, 2010 12:17 am

manhell Escreveu:Numa abordagem rítmica muito primária podemos considerar tempos fortes, e fracos. Quanto acentuas notas no tempo fraco estás em contra-tempo. O problema é que a guitarra não cai no contra-tempo (se estiveres a bater o pé, reparas que a guitarra toca algures no espaço quando levantas o pé e não atingiste o contra-tempo). Isto é descincronização.


Isto não é uma opinião.
Liberté, égalité, fraternité....mon cul!

manhell
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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor manhell » quinta mar 04, 2010 2:22 pm

Não é opinião, claro que não: é uma das permissas que fundamenta o que eu acho do álbum!

Em relação ao pseudo-intelectualismo: acredito que haja uma aptidão natural para considerar o estranho muito bom e muito à frente... Não crendo gerar discussões que já foram debatidas noutros tópicos, o mesmo acontece com quem acha que o que fez o John Cage foi genial!!! Música sem som!!! Bosque - Música sem qualidade!

\m/

Demoniac
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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Demoniac » quinta mar 04, 2010 2:42 pm

manhell Escreveu:Não é opinião, claro que não: é uma das permissas que fundamenta o que eu acho do álbum!

Em relação ao pseudo-intelectualismo: acredito que haja uma aptidão natural para considerar o estranho muito bom e muito à frente... Não crendo gerar discussões que já foram debatidas noutros tópicos, o mesmo acontece com quem acha que o que fez o John Cage foi genial!!! Música sem som!!! Bosque - Música sem qualidade!

\m/


A definição de qualidade é relativa. Tem a ver com sensibilidade diferente nas pessoas e ainda existem daqueles que sentem de várias maneiras.
Tu vês meia garrafa cheia, outros vazia e ainda existem quem diga que não existe meia garrafa cheia.

Respeito a maneira como te expressas, mas pecas um bocado por ser tão narrow-minded. Se não gostas não oiças. Se achas que fazes melhor então faz!

Não entendo tb onde existe o intelectualismo na emoção? Musica não é algo intelectual é algo emocional. O intelecto está no máximo nas letras e neste estilo...o que prevalece é a emoção, até nas letras.

Mas o estranho e o diferente são muito à frente por serem o que são....algo novo! Existe novo mau claro....mas isso como tudo é relativo. Agora achar que algo é mais ou menos e impor isso nos outros é algo que a meu ver cheira a dor de cotovelo.
Dizer esta banda é merda e pobre só pq tu não gostas.....não é para mim (nem para ng creio - a não ser que tenhas seguidores) um argumento válido.

Já agora para te explicar um nada sobre o silêncio....até fazer silêncio é uma arte, dado que existem várias maneiras de o fazer e como o atingir.

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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor manhell » quinta mar 04, 2010 2:57 pm

Não vale a pena discutir sobre um fundo vazio! Mas achas que eu quero impor alguma coisa alguem? É me lá importante que vocês gostem ou não... A única coisa tem que ver só com sermos coerentes sobre aquilo que comentamos! Se estamos a falar de música, não podemos dizer que a forma de fazer silêncio pode ser arte neste contexto, simplesmente porque lhe falta melodia, harmonia e ritmo que é aquilo que a caracteriza...

Se fores ver o primeiro comment que eu escrevi, começo por dizer que respeito os que gostam, mas considerar isto um dos melhores albuns do ano é triste.

Dor de cotovelo? Enfim...

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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Frozen_Lake » quinta mar 04, 2010 2:58 pm

ainda estou a pensar dar uma hipotese a esta banda...depois da seca que apanhei no metal point e aquela musica de 20 minutos repetitiva...ainda me ecoa na cabeça .
[img]<a%20href="http://www.myspace.com/1349official"%20target="_blank"><img%20src="http://www.frejonline.com/indiemyspaces/1349/banner1.jpg"%20width="468"%20%20height="60"%20/></a>[/img]

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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Joao P Ferraz » quinta mar 04, 2010 3:46 pm

Gostam muito de falar acerca do feeling e da matemática da coisa. A verdade é que a música nasce de forma matemática, quer se queira... quer não. Frequências de fracções inteiras dão-nos intervalos perfeitos, outras de frequências próximas e batimentos rápidos dão-nos a dissonância, compassos em /4 dão-nos ritmos binários e em /8 ternários... Por aí fora, seria muito fácil continuar. A questão é que, tal como o código genético que não passa de química, este pode também muito bem ultrapassá-la ao dar origem a um ser humano. No entanto, um código genético errado pode criar simplesmente uma amiba. Julgo que foi algo desse género que aqui se passou, em vez de música, obteve-se simplesmente ruído (e do mau). Feeling ou não, continuo a achar estranho que chamem isto aqui para o caso. Gostava de vos ver a encontrar feeling numa bailarina que tropeçasse a cada segundo em que pisasse o solo. Ou num texto sem vírgulas e erros ortográficos... A título de interesse, isto faz-me lembrar uma história que se pode encontrar a torto e a direito nos pós-modernistas. Aqui há tempos a culturgest organizou uma exposição acerca dum nome conhecido da nossa praça, mas não assumido como pintor. Ao ir buscar à arrecadação a sua obra, esse nome depara-se com um quadro que o seu neto durante os seus devaneios e brincadeiras tinha estragado. Tinha uma borradela enorme, constatou ele. No entanto, os organizadores acharam por bem colocar esse quadro para ver o que aconteceria. Pois bem, foi o quadro mais falado e visto. Todos se perguntavam o que era aquilo e tiravam de lá ilações e conclusões. O nome sentiu-se assustado, no meio de toda uma obra que, apesar de não achar genial, achava representante do seu valor, apenas falavam duma borradela, deixando para segundo plano o que de facto continha algo digno de ser recordado como uma obra.

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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Joao P Ferraz » quinta mar 04, 2010 3:53 pm

Só mais uma coisa, a percussão lá está mesmo torta e simplesmente torta. Não se encontram lá contra-tempos nenhuns, uma vez que a tarola não bate no tempo fraco. Aliás, não bate em tempo nenhum. Simplesmente mau. Coisa que não me incomodaria, se não estivessem a fazer disso uma explosão de êxtase daquelas que nos faz pensar que nisto do metal há muita gente que também funciona como na pop e gosta de enaltecer e tornar mediático pessoal que apenas canta com autotune. Bem, o Zé cabra talvez também tivesse feeling e, verdade se escreva, foi a sua desafinação inaudível que o caracterizou e o levou a aplausos sem senso.

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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor sOuL_sLaYeR » quinta mar 04, 2010 4:17 pm

manhell Escreveu:Claro que o feeling transmitido é algo sempre muito especial, quantos concertos não me desiludiram por uma posição totalmente estática dos seus músicos, quando o seu desempenho técnico era surpreendente!

Para mim desempenho técnico != feeling, mas isto sou eu.
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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Demoniac » quinta mar 04, 2010 5:33 pm

E pensava eu que tinha tempo livre a mais.

Já agora livro sem pontuação e bom ? Qualquer parolo diria Saramago (mas como eu n gosto mto dele..tirando algumas ideias......vou-me calar).

Eu costumo dizer que gosto de António Variações(cantor este que saia meio-tom da escala em algumas musicas e não foi por isso que deixou de ser memorável....aliás eu até gosto destes meios-tons a mais dele) a Zyklon-B (mestres do barulho pseudo-intelectual)

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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Joao P Ferraz » quinta mar 04, 2010 5:54 pm

Estás a fugir à questão. Saramago foi simplesmente um mau exemplo. Eu falei de erros de pontuação. Normalmente um erro é algo que acontece inconscientemente. Em Saramago não vejo nenhum erro de pontuação, vejo um estilo de escrita que era seu objectivo concretizar. Não vejo erros de pontuação, leio alguma ausência de pontuação com o objectivo de dar dinâmica e expressar imagens um pouco diferentes das que estamos habituados, não vejo coisas escabrosas do estilo: Ela a casa do, foi, irmão; Comer maçã: uma. Ok? Acho que a desconversa não é objectivo. Muito sinceramente continuo parolo com a questão do feeling, a verdade é que ao vivo uma banda que não execute bem, consegue, é verdade, ter feeling em palco, mas com certeza que não o transmite ao público. Exemplo?: Marduk no Alliance Fest em 2008. Imenso público para os ver e ouvir. Reacções no final? Todas as que ouvi foram de decepção, acima de tudo devido ao novo baterista que simplesmente não conseguiu arcar com a carga, fazendo com que o público não obtivesse o "feeling" devido a essesm constantes pregos que tiravam pulsação e coerência à música.
Paulo, aquilo não é um ou outro prego. De facto é só um: começa no início do álbum e só termina no fim.
Obviamente que feeling não tem que ver com a técnica, mas estão ambos envolvidos numa relação incestuosa. Tal como razão e emoção não são a mesma coisa, mas não se podem dissociar, por muito que gostassem que assim fosse. A questão é que só o acto de criar com emoção, já envolve uma decisão racional. Da mesma forma, música não é matemática, mas é matemática que lhe dá origem. Poesia não é raciocínio, mas é um sistema lógico concebido racionalmente e chamado linguagem ou escrita que lhe dá a forma, que a faz nascer. Obviamente que uma banda exímia na sua técnica e execução pode não ter feeling nenhum, mas é impossível que alguém flagrante em erros atrozes o consiga transmitir a quem o ouve. Mesmo que saltem muito. Volto ao exemplo da bailarina, vejam uma execução dum ballet deTchaikovsky executado por um burro que nunca o ouviu. Por muito que ele salte e se mexa e que tenha feeling, a não ser que também estejamos a ouvir a parte musical, a única coisa que aquilo pode suscitar a alguém é o riso. Não me interpretem mal, o porco também servia para o exemplo. Sinceramente, quando oiço música não procuro apenas o riso, procuro um entroncar de emoções muito mais fortes e complexas onde obviamente o riso também pode estar presente.

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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor paulo figueiredo [RIP 2011/02/27] » quinta mar 04, 2010 6:12 pm

Joao P Ferraz Escreveu:Estás a fugir à questão. Saramago foi simplesmente um mau exemplo. Eu falei de erros de pontuação. Normalmente um erro é algo que acontece inconscientemente. Em Saramago não vejo nenhum erro de pontuação, vejo um estilo de escrita que era seu objectivo concretizar. Não vejo erros de pontuação, leio alguma ausência de pontuação com o objectivo de dar dinâmica e expressar imagens um pouco diferentes das que estamos habituados, não vejo coisas escabrosas do estilo: Ela a casa do, foi, irmão; Comer maçã: uma. Ok? Acho que a desconversa não é objectivo. Muito sinceramente continuo parolo com a questão do feeling, a verdade é que ao vivo uma banda que não execute bem, consegue, é verdade, ter feeling em palco, mas com certeza que não o transmite ao público. Exemplo?: Marduk no Alliance Fest em 2008. Imenso público para os ver e ouvir. Reacções no final? Todas as que ouvi foram de decepção, acima de tudo devido ao novo baterista que simplesmente não conseguiu arcar com a carga, fazendo com que o público não obtivesse o "feeling" devido a essesm constantes pregos que tiravam pulsação e coerência à música.
Paulo, aquilo não é um ou outro prego. De facto é só um: começa no início do álbum e só termina no fim.
Obviamente que feeling não tem que ver com a técnica, mas estão ambos envolvidos numa relação incestuosa. Tal como razão e emoção não são a mesma coisa, mas não se podem dissociar, por muito que gostassem que assim fosse. A questão é que só o acto de criar com emoção, já envolve uma decisão racional. Da mesma forma, música não é matemática, mas é matemática que lhe dá origem. Poesia não é raciocínio, mas é um sistema lógico concebido racionalmente e chamado linguagem ou escrita que lhe dá a forma, que a faz nascer. Obviamente que uma banda exímia na sua técnica e execução pode não ter feeling nenhum, mas é impossível que alguém flagrante em erros atrozes o consiga transmitir a quem o ouve. Mesmo que saltem muito. Volto ao exemplo da bailarina, vejam uma execução dum ballet deTchaikovsky executado por um burro que nunca o ouviu. Por muito que ele salte e se mexa e que tenha feeling, a não ser que também estejamos a ouvir a parte musical, a única coisa que aquilo pode suscitar a alguém é o riso. Não me interpretem mal, o porco também servia para o exemplo. Sinceramente, quando oiço música não procuro apenas o riso, procuro um entroncar de emoções muito mais fortes e complexas onde obviamente o riso também pode estar presente.


Ok pronto já percebemos que não gostas...move on!

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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor manhell » quinta mar 04, 2010 7:01 pm

Move on???

A defesa do vosso tao apregoado feeling e de um álbum tão bom é esta? Move on??

triste...

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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Joao P Ferraz » quinta mar 04, 2010 7:03 pm

O que eu não gosto são de tipos armados em profetas e, que nem padres, gostam muito de discursar e todo o povo gosta muito dos ouvir e concordar com eles e quando se lhes pergunta, o padre/profeta falou bem?, todos dizem que sim, que falou muito e quando lhes perguntam o que ele disse respondem, não sei porque não percebi nada e, quando uma pessoa vai rever a oração, encontra que ninguém percebeu nada, porque não há ali nada para perceber, porque se pôs um conjunto de palavras caras que o povo comum desconhece e que em conjunto não fazem sentido nenhum. Contra estes padres/profetas escreveu, sob um nome falso, um Físico para uma revista pós-modernista. Escreveu, foi editado, um artigo que não fazia sentido nenhum, em que o complexo com 230 graus, sobre a hipotenusa de uma solenóide era prova da quadratura do círculo no electromagnestismo quântico da relatividade restrita da teoria de grupos. As aspas falham, porque não foi isto que escreveu, mas o substracto era o mesmo. O artigo foi aplaudido, como já seria de esperar, o seu nome falso foi enaltecido, como já seria de esperar... quando veio a público e disse que tudo o que escrevera se tratava de um conjunto de conceitos e termos desconexos, foi amaldiçoado. Enfim, andam para aí muitos desse género, que tal como esse meu colega fez, eu também gostaria de desmascarar.

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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor VapoSpray » quinta mar 04, 2010 7:17 pm

Manoel de Oliveira sobre este cd:

"Bosque ou a vã glória de floresta"

Cumprimentos

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Ricardo Reis
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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Ricardo Reis » quinta mar 04, 2010 8:58 pm

manhell Escreveu:Move on???

A defesa do vosso tao apregoado feeling e de um álbum tão bom é esta? Move on??

triste...
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