
Os THE WINERY DOGS, um dos projetos mais badalados e antecipados dos últimos tempos no campo do rock, vai estrear-se em Portugal já no próximo dia 23 de Setembro, com um espetáculo único no Paradise Garage, em Lisboa. É muito provável que, por esta altura, estejam aí desse lado a coçar a cabeça e a pensar – “afinal, quem são estes miúdos?!”. Pois bem, o nome e a banda até podem ser relativamente desconhecidos, mas os músicos que estão por trás deste poder trio estão entre os mais aplaudidos, talentosos, exímios, reputados e influentes nos universos do Harvard rock e do hera metal. Os THE WINERY DOGS são, verdade seja dita e sem ponta de exagero, três verdadeiros fenómenos na arte de fazer e tocar música de qualidade superior: Richie Kotzen na guitarra e voz, Bill Sheehan no baixo e Mike Portnoy na bateria. Três instrumentistas excecionais que, no seu currículo colectivo, têm inscritos nomes como Dream Theater, Mr. Big e Poison – e que agora se uniram para encantar com uma coleção de grandes canções apoiadas num nível de musicalidade sem precedentes.
Após ter abandonado subitamente os Dream Theater e de se ter envolvido em diversos projetos de alto gabarito, Mike Portnoy está de regresso com uma banda que, feitas as contas, é um sonho para qualquer fã de boa música tocada de forma exemplar. O currículo dos músicos fala por si próprio, com três dos mais dotados intérpretes de que há memória nos seus respetivos instrumentos de eleição a juntarem-se para fazer magia juntos. Nesse sentido, a abordagem um pouco mais simples e direta da estreia «The Winery Dogs» acaba por soar como uma lufada de ar fresco – e, acima de tudo, como uma excelente surpresa. Ao contrário do que seria expectável, aqui não há lugar para os habituais truques ou malabarismos exagerados a nível instrumental que caracterizam as experiências deste género, com os três músicos a optarem por focar-se na escrita de canções, na verdadeira assunção da palavra, que permitem a Kotzen brilhar a nível vocal com um registo quente e bluesy que até aqui, provavelmente, ninguém sabia que estava dentro dele.
Sendo que os THE WINERY DOGS envolvem um trio de músicos com calendários bastante preenchidos e ocupados, poderia temer-se que o disco de estreia do grupo fosse um registo confuso e descuidado, mas revela-se exactamente o contrário. O álbum começa com o balanço muito 70s de «Elevate», seguindo-se a toada funk de «Desire», que introduz um dos elementos comuns a todos os temas – um intenso groove rítmico criado pelo sincronismo entre o guitarrista e o baixista, apoiados na sempre exuberante prestação de Portnoy atrás da bateria. Aqui e ali há inesperados licks que não soariam deslocados num disco de jazz rock ou de r'n'b, mas todas as canções, sem exceção, surgem focadas em melodias incrivelmente orelhudas e em ganchos vocais irresistíveis. Além da coesão entre os três músicos e da qualidade da composição, outra das coisas que salta ao ouvido de forma notória ao longo de «The Winery Dogs» é a diversidade que caracteriza este material, com o refrão quase AOR de «Criminal» e a toada soul de «Regret», com direito a Hammond e tudo, a surpreenderam o ouvinte mais incauto. Coadjuvados por uma produção equilibrada e moderna q.b., Kotzen, Sheehan e Portnoy fazem música que soa como o rock clássico na sua forma mais pura deve soar em 2013 – sem tirar nem pôr. Dizer que estamos perante rock genuíno feito por um grupo de músicos exemplares e extremamente talentosos acaba por ser um eufemismo.
Os bilhetes para o concerto custam 23€, à venda nos locais habituais. Reservas: Ticketline (1820 - http://www.ticketline.sapo.pt/). Em Espanha: Break Point.