
25 ANOS HORRÍVEIS!
A LOUD! de Março é horrível - no melhor dos sentidos. Os míticos CANNIBAL CORPSE, banda cuja história quase se confunde com a do próprio death metal, celebram uns inacreditáveis 25 anos, que merecem ser assinalados com estilo. Para isso, criámos uma capa daquelas que não se esquecem, uma ilustração única e exclusiva da "nossa" Stebba Ósk, que encapsula em todos os seus ricos detalhes todos os conceitos grotescos que associamos à imagética dos norte-americanos. Quase que valia a pena comprar só pela capa, mas ainda há uma longa e aprofundada conversa com o Alex Webster, uma viagem pelas memórias de um quarto de século que até inclui uma análise às... piores partes de todos os discos da carreira da banda. Avisámos que isto ia ser horrível!
Porque o Chris Barnes faz parte da história dos Cannibal Corpse, não só conversámos com o popular frontman sobre os seus antigos companheiros, como também damos o destaque devido à sua própria banda actual, os também já "veteranos" (o tempo passa a correr!) SIX FEET UNDER, que regressam passado menos de um ano com mais um álbum brutal, «Unborn».
E porque o death metal é rei neste mês de Março, outra entidade maior do sangue-e-tripas faz a sua lúgubre aparição nestas páginas sangrentas do #144, os DEVOURMENT, que finalmente voltam a capturar o espírito demolidor do seu inesquecível primeiro disco com o novo e selvagem (e, convenhamos, bem horrível também, mais uma vez no melhor dos sentidos, mantendo portanto a toada) «Conceived In Sewage», retomando assim o seu devido lugar no panteão dos grandes nomes do estilo.
Não há, apesar de tudo, só death metal na edição de Março. Embora incorporando alguns elementos do género, dificilmente se poderia considerar os FINNTROLL como uma banda de death metal, mas que estão tão ou mais sedentos de sangue que as bandas de death, lá isso estão, como o álbum novo «Blodsvept» e a conversa com o o vocalista Mathias "Vreth" Lillmåns bem indicam. Sem pinga de sangue, as vítimas dos DEATH WOLF, surpreendente banda que evoluiu dos Devils Whorehouse, liderada por Morgan Håkansson (Marduk), com que conversámos acerca do seu adulto e incisivo segundo álbum.
Em territórios mais roqueiros, não podíamos deixar de dar o devido e amplo destaque aos CLUTCH, que disparam um disco que certamente fará mossa irreparável em 2013, «Earth Rocker». É tudo o que o seu nome indica e mais ainda, e fomos descobri-lo em detalhe juntamente com a banda. Há ainda os TOMAHAWK, numa conversa desconcertante entre o Ricardo S. Amorim e o Duane Denison que tem que ser lida para se acreditar nela. Os LONG DISTANCE CALLING, que agora já não precisam de responder à eterna pergunta acerca do porquê de não terem um vocalista, e os SHAI HULUD, bastião impenetrável do hardcore metálico, completam o abrutalhado ramalhete de entrevistas grandes deste mês.
Para além do manancial de entrevistas curtas (nas quais o sangue também não falta, e sangue nacional, cortesia dos novíssimos DEMENTIA 13), dezenas de críticas de discos e análise do que melhor passou pelos palcos nacionais no último mês, a LOUD! orgulha-se de recordar um dos discos mais importantes da música extrema nacional nesta edição. o «Spectral Transition - Dimension Sirius» dos SIRIUS é calorosamente recordado por todo o núcleo composicional da banda, que nos revela ainda alguns pormenores curiosos (e frequentemente hilariantes) da época da criação dessa obra-prima. Ainda dentro do metal nacional, aquela que foi a banda do ano de 2012 para os leitores da LOUD!, os PROCESS OF GUILT, aceitou submeter-se ao sempre complicado desafio do impiedoso LOUD! DJ, com resultados imprevisíveis. A não perder.
Com as rubricas habituais como o TESOURINHO PERTINENTE (que volta à Suécia este mês), a tenebrosa GAZETA DO CAGAÇO (inteiramente apropriada ao tema sangrento de toda a edição) e as RUÍNAS DO APOCALIPSE (onde a nossa Kim Kelly desenterra mais umas quantas novidades... sangrentas, lá está) todas a dizerem presente a viva voz, e tendo ainda a possibilidade de ir ver os IRON MAIDEN ao vivo, à borla, sem sorteio, não há mesmo como não mergulhar de cabeça neste bolo pútrido, decomposto mas surpreendentemente saboroso que é a LOUD! 144.
Nas bancas no próximo Sábado, dia 2 de Março.