Rescaldo de Lisboa:
Xaon - primeira banda da noite que, quando iniciou a sua atuação, contava ainda com pouca gente no recinto (razão que se explica não só pelo início relativamente cedo - 19:15 - como também por as portas só terem aberto quinze minutos). Contaram com um som mau, o que não ajudou nada, muito menos para quem não conhecia a banda (penso que a grande maioria das pessoas). Fizeram por puxar pelo público, especialmente o vocalista, já que não havia muito espaço no palco para circular, devido à bateria de Septicflesh já estar montada no palco, roubando bastante espaço. Musicalmente, enquadram-se no chamado metal moderno, com passagens mais pesadas e guturais e outras mais melódicas com algumas vozes limpas pelo meio. Cumpriram a sua missão, embora não me tenham deixado saudades.
Diabolical - banda que já conhecia, embora só de nome, muito devido ao trabalho de promoção aqui no MU do Nekronos.

Krisiun - aqui sim, as coisas começaram verdadeiramente a aquecer. Desde logo, o som esteve bastante melhor o que, por si só, ajudou bastante. Depois, estamos a falar já de uma banda bastante experiente e competente, com provas dadas, o que fez (e faz) toda a diferença. Deram um muito bom concerto, abrindo o circle pit (e crowdsurfing também) - que não mais parou - e incendiando os ânimos da sala (até aí, algo mornos). Nem sequer faltou uma cover de Motorhead (Ace of Spades) que foi o corolário da sua atuação. Ah, e nem faltou a referência do vocalista de falarem "a língua dos Camões".

Septicflesh - já fazia bastante tempo que não os via (desde o concerto com Moonspell no Coliseu, se não me falha a memória), por isso, mesmo sendo uma banda que não oiço muito atualmente, decidi revê-los (até porque o Communion e o The Great Mass são considerados por aqui grandes álbuns). Grande cenário montado, antecipando um concerto com uma boa componente cénica e teatral (desta vez o Seth não disse motherfuckers a cada final ou início de música, como no Coliseu, o que se agradece...), o que se verificou por completo. A banda atingiu um patamar de notoriedade e reconhecimento que se nota claramente em palco, tanto para o melhor (profissionalismo, atenção aos detalhes), como para o pior (alguma falta de espontaneidade, embora essa nunca tenha sido propriamente a melhor característica da banda). Como já é habitual, as despesas da interação com o público ficaram a cargo do Seth, enquanto os restantes elementos não primaram pelo contacto com o público (excetuando o Krimh, sempre muito simpático mas que, obviamente, não tem essa possibilidade). A setlist foi a que têm tocado nesta tour, destacando-se alguns temas que, embora não sejam propriamente antigos, já são autênticos clássicos da banda, como Pyramid God, Prototype e a sequência demolidora de Communion, The Vampire from Nazareth e Prometheus. Pela reação do público, foram estes os temas que toda a gente mais esperava, fazendo voltar o circle pit e o crowdsurfing em força. O Seth fez também a dedicatória de um tema aos Moonspell e a todos os presentes que encheram o Lisboa ao Vivo. Destaco também a excelente Persepolis e, já no encore, a fantástica Anubis. Para último tema, ficou um do último álbum - Dark Art - que encerrou este excelente concerto.

Mais uma excelente noite promovida pela Notredame que, paulatinamente, tem vindo a ocupar (e muito bem) o lugar que era da Prime para este tipo de concertos de média dimensão, para os quais o RCA é demasiado pequeno.
