Cavemaster - tinha muita curiosidade em, finalmente, os ver ao vivo e eram, a par dos headliners, a principal razão da minha presença. Pois bem, deram simplesmente o concerto da noite! Tudo aquilo que faltou no concerto anterior, Cavemaster teve, e de sobra. Mostraram como, muitas vezes, o mais difícil é simplificar as coisas. O vocalista teve uma performance arrepiante e que, em muito, ajudou a elevar ainda mais os níveis de intensidade de toda a atuação. Performance em que muito contribuiu a honestidade artística dos músicos (e vocalista) e que faz toda a diferença. Para mal dos meus pecados, ainda não tinha ouvido a música da banda (eles que têm estado extremamente produtivos - em 2 anos lançaram 3 álbuns), por isso a minha surpresa ainda foi maior perante o tremendo concertão que deram. A Morte que me leva para o abismo, Extinção, Existência sem existir, Falsa profecia, Ódio, caos, ira, destruição, Vida perdida, Negro Culto e Sede de Sangue foram os temas que compuseram a setlist.
Vehement - primeira banda internacional da noite, neste caso vindos do Reino Unido. Black metal com uma abordagem que mistura (pelo menos, foi o que me pareceu por esta atuação), influências de bandas de BM do novo millenium (post, atmospheric, whatever you wanna call it...) e outras que não destoariam em bandas de pagan metal, principalmente quando a voz (limpa) do baixista aparecia, e sobressaía. Foram precisamente estes os momentos que mais apreciei na atuação. Sem me deslumbrar (especialmente depois do concerto de Cavemaster), deram um bom concerto.
Gaerea - uma das grandes coqueluches do underground nacional, que já está até a dar cartas lá fora. E justificaram plenamente, nesta atuação, toda a atenção que lhes tem sido dada. Já os vi várias vezes e, de cada vez que os vejo, têm sempre melhorado as suas prestações. Muito sólidos musicalmente, todos os passos muito bem estudados em palco (particularmente toda a teatralidade do vocalista e o aspeto visual), nenhum pormenor é descurado. Deram o melhor concerto que já lhes vi e mostraram que é uma banda que veio para ficar. Numa breve sidenote, nunca vai ser banda que entre nas minhas principais preferências, essencialmente pela voz. Não costumo ser muito esquisito, mas com esta abordagem musical pedia-se outro tipo de vocals (na minha modesta opinião).
Marthyrium - confesso que, por esta altura, o cartaz pedia mesmo uma banda de BM com uma abordagem mais clássica ou "tradicional" ao estilo. E, se não era o cartaz, eram pelo menos as minhas preferências.
E foi mesmo isso que aconteceu com esta banda galega, que conta nas suas fileiras com o vocals/guitar de Balmog, aqui com o baixo e backing vocals. Banda em formato trio com uma abordagem direta e eficaz, deram uma valente tareia aos presentes, não tirando o pé do acelerador praticamente um único segundo. Provaram que de Espanha (e, neste caso, da Galiza) se andam a fazer coisas muito interessantes e, embora prefira Balmog, Marthyrium correspondeu inteiramente às expetativas e deram o segundo melhor concerto da noite (logo após Cavemaster).Palavra final para a excelente organização do evento, com os horários a serem cumpridos, apenas com um ligeiro atraso, mas perfeitamente aceitável. O som também esteve bom e os problemas que surgiram foram resolvidos. A presença de público foi razoável, considerando a muita oferta existente neste fim de semana.