2019.01.12 - 25º HARDMETAL FEST (Mangualde)

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Enigma
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2019.01.12 - 25º HARDMETAL FEST (Mangualde)

Mensagempor Enigma » domingo jan 13, 2019 10:25 pm

Basalto - começo de tarde com esta banda nacional, de Viseu (portanto, praticamente a jogar em casa), a abrir o festical. Stoner metal instrumental (ou praticamente instrumental, se bem me lembro o guitarrista ainda fez alguns vocais) envolvente, atmosférico (este termo pode soar estranho se aplicado a uma banda de stoner, mas é o que me ocorre), abrasivo e que me agradou. Bom início de fest.

Affäire - banda nacional de glam que atuou em bom plano. Boas malhas, um bom vocalista e também algum cuidado na apresentação em palco, com um visual bastante adequado ao estilo. Sendo a música o mais importante, obviamente, é de enaltecer as bandas que têm algum cuidado com a maneira como se apresentam em palco. Sendo o Chris Holmes o headliner do fest deste ano, foi um bom aperitivo para o que viria mais tarde.

Dark Oath - começo de concerto com algum atraso, devido a alguns problemas no sound check. Não foi, no entanto, nada que os impedisse de ter uma prestação bastante sólida, mostrando (até por comparação com as bandas anteriores do alinhamento) mostrando maior rodagem de palco. Com uma vocalista bem competente, explanaram bem os seus temas melodeath com uma influência notória, e bem aplicada, do melodic death finlandês, com passagens épicas e orquestrais.

Balmog - era das bandas que mais interesse tinha em ver e, apesar do set bastante curto (pelo menos, assim me pareceu), não deixaram os seus créditos por mãos alheias. Se o Hard Metal Fest conta com um slot para BM, Balmog deram muito bem conta do recado. Já é a terceira vez que os vejo, se não me falha a memória), e estão cada vez melhores. O último álbum assim o prova também, tal como as atuações ao vivo. Emprestaram a dose certa de negritude e desolação a um cartaz mais "festivo", o que me agradou bastante. :P

Ironsword - no início do concerto o som esteve longe de perfeito, especialmente a voz, mas a intensidade dos temas, o seu tom épico e a envolvência do público, foram mais que suficientes para assinalar uma atuação de grande nível. Se é verdade que a banda não sabe dar maus concertos (já os vi várias vezes e saí sempre satisfeito), esta foi provavelmente a ocasião em que mais gozo me deu ver Ironsword. Forging the Sword, Eye for An Eye são temas irrestíveis, para celebrar de punho bem erguido e a berrar a plenos pulmões e, qual cereja no topo do bolo, a cover de Manilla Road - The Riddle - foi um momento dos mais belos de todo o fest. Cá se espera pelo novo álbum, estão em grande forma!

Night In Gales - segunda banda de melodeath da tarde/noite, mas se a primeira - Dark Oath - tinha influências finlandeses, aqui claramente o som que se ouviu veio da escola sueca. Foi nesta atuação que o circle pit se instalou (e veio para ficar, até quando não se justificaria...), e inclusivamente algum stage diving. Não conhecia a banda, portanto não tinha qualquer expetativa. Deram um bom concerto, bastante intenso e enérgico.

Chris Holmes - público bem compacto para assistir ao concerto do headliner da noite. Sendo a figura com passado que tem nos WASP, aqui as boas notícias foi o facto de não ter havido surpresas, ou seja, tocou os temas da sua banda de origem que se esperavam, que foram escutados por muitas gerações e que empolgaram, e de que maneira, o público presente. Acompanhado por uma banda bastante competente e com um vocalista à altura, foi a figura do Chris Holmes que concentrou as atenções. Apesar do figurão, em palco até se apresenta algo discreto, e sem exibicionismos desnecessários e fúteis. LOVE Machine, Wild Child e Animal (Fuck Like a Beast) foram as minhas preferidas, numa atuação que contou ainda com duas excelentes covers de Black Sabbath, com as quais não contava - War Pigs e Eletric Funeral. Mais que um muito bom concerto, que o foi, foi uma excelente viagem ao passado. :metal:

Steve Grimmet´s Grim Reaper - não seria fácil, para qualquer banda, tocar imediatamente a seguir ao headliner e conseguir reconquistar a atenção e energia do público. Pois bem, foi isso mesmo que aconteceu! Esperava um bom concerto, mas não esta masterclass de NWOBHM que o senhor Steve Grimmet (e restantes membros da banda) presentearam os presentes em Mangualde. Apesar do infortúnio que lhe bateu à porta, mostrou um sentido de humor e ironia assinaláveis e que ainda acrescentaram um pouco mais a um concerto que teve energia, a intensidade, a ainda excelente voz do Grimmet e especialmente excelentes temas de heavy metal. All Hell Let Lose, Wrath of the Reaper, Rock You To Hell, Fear No Evil, See You In Hell são completamente irrestíveis e que não deixaram ninguém indiferente. Acrescente-se ainda a belíssima balada The Show Must Go On e o, para mim, melhor momento de todo o fest, que foi a cover do Dio (Don't Talk To Strangers). Para mim, foi O concerto do fest!

Gama Bomb - seguiram-se os norte irlandeses para um descarga de, nas palavras do próprio vocalista, nerd thrash metal. Energia a rodos, tanto do público, como da banda, que deu literalmente tudo, sempre com uma grande boa disposição. O circle pit foi enorme (o maior do fest), e durou do primeiro ao último instante. Destaco os temas I Respect You (escrita como homenagem a todos os fãs de heavy metal e que, afinal de contas, são os responsáveis por haver bandas, concertos, festivais...), Bring Out The Monster, Give Me Leather e a incontornável Ninja Untouchables (com coreografia à mistura) foram os melhores momentos do concerto e que maior headbanging e movimentações no circle pit provocaram.

Agressor - se o slot de BM foi muito bem entregue aos Balmog, o mesmo aconteceu com o slot de DM. Banda francesa da velha escola, ainda dos tempos em que não havia fronteiras bem delimitadas entre estilos (daí poderem ser etiquetados de death/thrash), deram um concerto bem potente. Apesar do adiantar da hora e do cansaço que se ia acumulando, aqui o headbanging também foi constante. Deixaram boa impressão.

Analepsy - não há muito a dizer, pois devido ao adiantar da hora e ao cansaço, só assisti ao início do concerto. Quem tenha ficado até ao tempo (schwarze?), que se pronuncie.

Palavras finais para mais uma excelente organização do Rocha, a assinalar as vinte e cinco edições do festival. Fico já a aguardar pelos nomes para a próxima edição. :metal:

Abraço aos companheiros de jornada - Santyago, Peixoto e Eternal Champion, e também aos MUsers que por lá encontrei (schwarze engel e Rui). :cheers:
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schwarze_engel
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Re: 2019.01.12 - 25º HARDMETAL FEST (Mangualde)

Mensagempor schwarze_engel » segunda jan 14, 2019 12:56 am

Enigma Escreveu:Analepsy - não há muito a dizer, pois devido ao adiantar da hora e ao cansaço, só assisti ao início do concerto. Quem tenha ficado até ao tempo (schwarze?), que se pronuncie.

Analepsy só têm um defeito: sets demasiado curtos. :P
De resto (e apesar de me ter parecido que por vezes as guitarras andaram ali um bocadinho indefinidas), foi a belíssima prestação a que já nos habituaram. Ficou justificado cada minuto que passei à sec... er, a meditar em alguns dos concertos :mrgreen: , à espera de os ver pela madrugada dentro. Não olhei para o relógio, mas devem ter terminado pelas 3:30, calculo.

Para mim esta edição do HMF valeu por Analepsy, Gama Bomb, Balmog, Night In Gales, Agressor e Dark Oath. Tive pena de só ter chegado a tempo de apanhar a última de Basalto. A rever.
Os restantes nomes merecem-me todo o respeito sem dúvida, mas não são o meu tipo de som.

Esta edição do HMF valeu-me também uma boa constipação, mas quem ruma a Mangualde em Janeiro para ficar na rua até às 4 da matina, sabe ao que vai. :P Senti foi falta da poncha, aquilo aquecia que era um mimo... O vinho quente com licor de não-sei-quê não era mau, mas não dava para abusar.

E é sempre bom regressar a Mangualde e ver que certas coisas não mudam - embora eu não seja uma assídua, pois foi apenas o meu 4º ano, sendo que a primeira edição a que fui foi a 14ª, há exactamente 11 anos.
Há malta que não muda (há caras que vejo por lá desde 2008), o frio não muda, a filosofia do fest não muda, o lago de cerveja no chão a meio da noite também não, nem os respectivos malhos no mesmo... E sobretudo o empenho de quem leva isto a cabo há tantos anos, também se mantém. Tem um público-alvo bem definido (e são mais as vezes em que eu não faço parte dele do que as que faço) e clientes fiéis, que uma vez por ano fazem de Stº André e da pensão Russa a sua casa.

Abraço aos reencontrados aqui do MU (participantes e anónimos :P ).
Venha o próximo, que apesar do cansaço, foram só 12h de concertos e soube a pouco! :beer:
Hear the words I sing,
War's a horrid thing.
So I sing, sing, sing...
...ding-a-ling-a-ling.

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aetheria
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Re: 2019.01.12 - 25º HARDMETAL FEST (Mangualde)

Mensagempor aetheria » segunda jan 14, 2019 9:34 am

Relatos bonitos :cry:
Poucas coisas do cartaz me cativavam por isso deixei-me ficar em banho-maria, como tem acontecido ultimamente... mas sempre com uma ponta de pena, porque nunca houve vez em que tenha ido que não me tenha divertido, também por todas as razões que ali a Schwarze invocou.
Will see next year... :beer:
Só é tua a loucura Onde, com lucidez, te reconheças. Torga
A partir de um determinado ponto já não há retorno. É esse ponto que se tem que alcançar. Kafka

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Re: 2019.01.12 - 25º HARDMETAL FEST (Mangualde)

Mensagempor PeiXotO » segunda jan 14, 2019 5:16 pm

Foi giro, mas bom foi ouvir o novo de Chapel of Disease pelo caminho!
"O problema da vida real é não ter música de fundo..."

Santyago
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Re: 2019.01.12 - 25º HARDMETAL FEST (Mangualde)

Mensagempor Santyago » quarta jan 16, 2019 11:39 pm

PeiXotO Escreveu:Foi giro, mas bom foi ouvir o novo de Chapel of Disease pelo caminho!


Para a próxima, será o álbum de Analepsy! :mrgreen:

Quanto ao festival, já não lembro a quantas edições já fui, mas é sempre bom voltar a Mangualde. É a rentrée do ano para os concertos. Com muita perseverança, o festival continua a existir e já mantém uma base fiel de fãs, que deixa sempre uma casa muito bem composta nos fins de semana congelados. Este festival ainda teve um plus de maior variedade gastronómica, e de cerveja artesanal para quem é apreciador. São sempre apostas bem vindas!

Em termos de concertos, o rui já falou muito ao detalhe de cada uma das bandas, retirando Analepsy. Também tenho parte de culpa disso, é me difícil ouvir Brutal Death às 3 da manhã já todo cansado após metade de um dia completo em pé.

Curti bastante os concertos de Grim Reaper (sei que é a versão de Steve Grimmett, cujo senhor merece uma vénia, que ainda vai a palco com uma prótese como perna e tenta dar um bom espectáculo aos muitos fãs que vieram ver e ouvir os clássicos da banda) e de Ironsword (Não havendo Manilla Road, ao menos deixou bons discípulos). O Chris Holmes foi engraçado, valeu pelas covers de Wasp, as duas de Black Sabbath e Keep on Rocking in the Free World.

De resto, as bandas foram boas. A minha principal razão foi Agressor. Curti do concerto, death metal à maneira, mas também pelo avançar da hora, é complicado conseguir curtir um bocado mais.

Um prazer em rever antigos companheiros e companheiras. Para futuros eventos e concertos :metal:
Old_Skull Escreveu:Esta MUrda é cada vez mais um antro de Guerrilheiros de Teclado. Até dá gosto... :grim:


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