Affäire - banda nacional de glam que atuou em bom plano. Boas malhas, um bom vocalista e também algum cuidado na apresentação em palco, com um visual bastante adequado ao estilo. Sendo a música o mais importante, obviamente, é de enaltecer as bandas que têm algum cuidado com a maneira como se apresentam em palco. Sendo o Chris Holmes o headliner do fest deste ano, foi um bom aperitivo para o que viria mais tarde.
Dark Oath - começo de concerto com algum atraso, devido a alguns problemas no sound check. Não foi, no entanto, nada que os impedisse de ter uma prestação bastante sólida, mostrando (até por comparação com as bandas anteriores do alinhamento) mostrando maior rodagem de palco. Com uma vocalista bem competente, explanaram bem os seus temas melodeath com uma influência notória, e bem aplicada, do melodic death finlandês, com passagens épicas e orquestrais.
Balmog - era das bandas que mais interesse tinha em ver e, apesar do set bastante curto (pelo menos, assim me pareceu), não deixaram os seus créditos por mãos alheias. Se o Hard Metal Fest conta com um slot para BM, Balmog deram muito bem conta do recado. Já é a terceira vez que os vejo, se não me falha a memória), e estão cada vez melhores. O último álbum assim o prova também, tal como as atuações ao vivo. Emprestaram a dose certa de negritude e desolação a um cartaz mais "festivo", o que me agradou bastante.

Ironsword - no início do concerto o som esteve longe de perfeito, especialmente a voz, mas a intensidade dos temas, o seu tom épico e a envolvência do público, foram mais que suficientes para assinalar uma atuação de grande nível. Se é verdade que a banda não sabe dar maus concertos (já os vi várias vezes e saí sempre satisfeito), esta foi provavelmente a ocasião em que mais gozo me deu ver Ironsword. Forging the Sword, Eye for An Eye são temas irrestíveis, para celebrar de punho bem erguido e a berrar a plenos pulmões e, qual cereja no topo do bolo, a cover de Manilla Road - The Riddle - foi um momento dos mais belos de todo o fest. Cá se espera pelo novo álbum, estão em grande forma!
Night In Gales - segunda banda de melodeath da tarde/noite, mas se a primeira - Dark Oath - tinha influências finlandeses, aqui claramente o som que se ouviu veio da escola sueca. Foi nesta atuação que o circle pit se instalou (e veio para ficar, até quando não se justificaria...), e inclusivamente algum stage diving. Não conhecia a banda, portanto não tinha qualquer expetativa. Deram um bom concerto, bastante intenso e enérgico.
Chris Holmes - público bem compacto para assistir ao concerto do headliner da noite. Sendo a figura com passado que tem nos WASP, aqui as boas notícias foi o facto de não ter havido surpresas, ou seja, tocou os temas da sua banda de origem que se esperavam, que foram escutados por muitas gerações e que empolgaram, e de que maneira, o público presente. Acompanhado por uma banda bastante competente e com um vocalista à altura, foi a figura do Chris Holmes que concentrou as atenções. Apesar do figurão, em palco até se apresenta algo discreto, e sem exibicionismos desnecessários e fúteis. LOVE Machine, Wild Child e Animal (Fuck Like a Beast) foram as minhas preferidas, numa atuação que contou ainda com duas excelentes covers de Black Sabbath, com as quais não contava - War Pigs e Eletric Funeral. Mais que um muito bom concerto, que o foi, foi uma excelente viagem ao passado.

Steve Grimmet´s Grim Reaper - não seria fácil, para qualquer banda, tocar imediatamente a seguir ao headliner e conseguir reconquistar a atenção e energia do público. Pois bem, foi isso mesmo que aconteceu! Esperava um bom concerto, mas não esta masterclass de NWOBHM que o senhor Steve Grimmet (e restantes membros da banda) presentearam os presentes em Mangualde. Apesar do infortúnio que lhe bateu à porta, mostrou um sentido de humor e ironia assinaláveis e que ainda acrescentaram um pouco mais a um concerto que teve energia, a intensidade, a ainda excelente voz do Grimmet e especialmente excelentes temas de heavy metal. All Hell Let Lose, Wrath of the Reaper, Rock You To Hell, Fear No Evil, See You In Hell são completamente irrestíveis e que não deixaram ninguém indiferente. Acrescente-se ainda a belíssima balada The Show Must Go On e o, para mim, melhor momento de todo o fest, que foi a cover do Dio (Don't Talk To Strangers). Para mim, foi O concerto do fest!
Gama Bomb - seguiram-se os norte irlandeses para um descarga de, nas palavras do próprio vocalista, nerd thrash metal. Energia a rodos, tanto do público, como da banda, que deu literalmente tudo, sempre com uma grande boa disposição. O circle pit foi enorme (o maior do fest), e durou do primeiro ao último instante. Destaco os temas I Respect You (escrita como homenagem a todos os fãs de heavy metal e que, afinal de contas, são os responsáveis por haver bandas, concertos, festivais...), Bring Out The Monster, Give Me Leather e a incontornável Ninja Untouchables (com coreografia à mistura) foram os melhores momentos do concerto e que maior headbanging e movimentações no circle pit provocaram.
Agressor - se o slot de BM foi muito bem entregue aos Balmog, o mesmo aconteceu com o slot de DM. Banda francesa da velha escola, ainda dos tempos em que não havia fronteiras bem delimitadas entre estilos (daí poderem ser etiquetados de death/thrash), deram um concerto bem potente. Apesar do adiantar da hora e do cansaço que se ia acumulando, aqui o headbanging também foi constante. Deixaram boa impressão.
Analepsy - não há muito a dizer, pois devido ao adiantar da hora e ao cansaço, só assisti ao início do concerto. Quem tenha ficado até ao tempo (schwarze?), que se pronuncie.
Palavras finais para mais uma excelente organização do Rocha, a assinalar as vinte e cinco edições do festival. Fico já a aguardar pelos nomes para a próxima edição.

Abraço aos companheiros de jornada - Santyago, Peixoto e Eternal Champion, e também aos MUsers que por lá encontrei (schwarze engel e Rui).
