Assim, ter a oportunidade de finalmente ver uma das bandas que me iniciou nos sons mais pesados e, qual cereja no topo do bolo, vê-los com o Hansen e o Kiske de regresso, foi algo que não poderia desperdiçar de modo algum.
E que dizer deste concerto? Memorável, no mínimo! Foram quase 3 horas de atuação (2h45 para ser mais exato), com uma setlist praticamente irrepreensível (ok, eu retiraria alguns temas mais recentes e colocaria uma Rise and Fall, mas isso é um mero pormenor - na verdade, podiam ter tocado apenas temas dos primeiros três álbuns que eu teria ficado contente.

Começo demolidor com três temas clássicos - Halloween, Dr. Stein e I am Alive a darem o mote para uma noite de verdadeira celebração de heavy metal e de uma época que, para muitos, foi marcante e ficou marcada no imaginário.
A cumplicidade e boa disposição entre os vários elementos da banda foi notória e muito bem vinda, com solos a meias entre o Hansen e o Weikath, por vezes juntando-se o Gerstner, e também uma boa interação entre o Kiske (que continua a cantar lindamente. Pode não atingir já um agudo ou outro - as músicas que ele gravou com Helloween são bem exigentes no plano vocal, mas gostei bastante da sua prestação) e o Deris, que é de uma boa disposição contagiante. Os vídeos que iam introduzindo os temas também foram outro ponto muito muito bem conseguido do espetáculo, mantendo o interesse e boa disposição do público.
Seguindo o alinhamento, If I Could Fly e Are you Metal?, não sendo grandes temas (longe disso até), mantiveram a energia bem alta e serviram também para o Kiske descansar um pouco. Novo grande momento com a March is Time, outro tema inesquecível do início de carreira dos Helloween.
Seguiu-se Perfect Gentleman, só para me recordar porque me desinteressei da banda, seguido por um medley arrepiante (eu preferia que tivessem tocado as músicas na íntegra, mas pronto...) Starlight/Ride the Sky (o que eu gosto desta música!) e Judas, aqui com o Hansen a avançar com os vocals. Heavy Metal (Is the Law) manteve toda a intensidade do concerto, seguido por um momento líndissimo com a A Tale That Wasn't Right.
Pumpkins United, dos temas mais recentes, é capaz de ser dos melhores e provou-o ao vivo. O drum solo, com a sentida homenagem ao Ingo, foi outro dos grandes destaques e que foi bem aplaudido pelos presentes.
Livin' Ain't No Crime e A Little Time foram mais dois temas que revisitaram um passado brilhante. Waiting for the Thunder, Sole Survivor e Power deram a oportunidade ao Deris de se destacar um pouco mais (ele que, sendo o vocalista há mais tempo na banda, acaba muitas vezes por ser subvalorizado perante o Kiske).
Final do set com a enorme How Many Tears. Se tivesse terminado aqui, já teria sido fantástico. Mas não, obviamente ainda faltavam alguns temas incontornáveis e, pode mesmo dizer-se que, neste caso, o melhor ficou para o fim.
Começo do encore com a minha favorita Eagle Fly Free e a monumental Keeper of the Seven Keys. Seguiu-se ainda um segundo encore com a Future World e a I Want Out, fechando um dos grandes concertos do ano!
