2017.05.20 METAL KEEPER FEST- Another Place, Almada
Enviado: segunda mai 22, 2017 6:16 pm
Aberto tópico de rescaldo para a primeira edição do festival nacional dedicado ao heavy metal.
Cheguei ao Another Place pouco antes das 16h30, hora marcada para o início da primeira banda e, qual não é a minha surpresa, quando me apercebo que a banda que está em palco, a fazer o soundcheck são os italianos Dark Quarterer, penúltima banda a atuar. Não faço ideia se a responsabilidade do atraso se deveu unicamente à organização, ou se foi a banda italiana que se atrasou. Seja como for, a responsabilidade final cabe sempre à organização. Arrumo já este assunto, pois foi o único aspeto negativo de todo o dia/noite. FIquei bastante satisfeito por não terem encurtado o set das bandas para recuperar o atraso (teria sido pior a emenda que o soneto).
Speedemon - começaram com mais de uma hora de atraso, o que não foi nada bom para envolver o público na sua atuação, pois estava tudo bastante entediado por esta altura. Se já não é fácil à primeira banda de um qualquer evento puxar pelo público, menos ainda quando o atraso é tão grande. Apesar disso, deram um bom concerto e, aos poucos, o pessoal lá se foi chegando mais à frente, criando uma melhor atmosfera mais para a parte final da sua atuação.
Lizzies - desconhecia por completo esta female heavy metal band (excetua-se o baterista mas, ao que julgo saber, a anterior baterista saiu recentemente e este é apenos membro temporário), vinda de Madrid. Demonstraram uma energia e "boa onda" contagiantes que, em muito pouco tempo, agarrou o público e não mais o largou até ao final do concerto. Com temas facilmente memorizáveis (aquela Night in Tokyo ficou-me na cabeça!) e com uma excelente atitude em palco (e também com uma vocalista com um excelente registo vocal), deixaram uma ótima impressão.
Ravensire - já são algumas as vezes que os vi ao vivo e nunca desapontaram. Também não foi desta vez que o fizeram, bem antes pelo contrário. Mostraram muito bem o seu heavy metal de contornos épicos e temas como Facing the Wind ou a final Drawing the Sword são sempre grandes momentos, dada a sua, lá está, "epicidade". Com uma formação renovada recentemente (Alex de Midnight Priest na bateria e Mário Figueira de Bleeding Display na guitarra), mas sempre sob a batuta do Rick e do Nuno, continuam a ser uma das propostas de heavy metal nacional mais competentes.
Leather Heart - segunda banda madrilena do cartaz a atuar e, tal como a anterior, traziam uma abordagem ao hard n´heavy bastante 80's (dúvidas houvesse, bastaria olhar para a indumentária e corte de cabelo de um dos guitarristas.
). Apesar de alguns problemas técnicos (o mic deixou de funcionar num dos temas e a sua substituição tardou, obrigando o vocalista a utilizar o mic do baterista), deram um excelente concerto, com uma grande garra e energia em palco que cativou os presentes. Tal como as suas compatriotas Lizzies, deixaram também uma excelente impressão para a primeira vinda a Portugal (julgo que tenha sido a primeira vez que cá vieram).
Midnight Priest - o melhor elogio que lhes posso fazer é dizer que, sendo já muitas as vezes que os vi (tanto com o Padre como agora como agora com o Lex Thunder na voz), este foi dos melhores concertos deles a que já assisti (e com o Lex na voz foi mesmo o melhor). Se num concerto de Midnight Priest já se espera uma grande entrega e energia da banda, desta vez teve-a em doses redobradas e, com o público também bastante entusiasmado para esta atuação (este foi daqueles felizes casos em que a banda puxa pelo público e vice-versa), deram um verdadeiro recital de heavy metal. A setlist continua, e bem, a ter os clássicos do primeiro EP e álbum - Rainha da Magia Negra e O Conde são incontornáveis e são sempre dos melhores momentos, assim como Ferro em Brasa e À Boleia com o Diabo - e em que os temas mais recentes (cantados em inglês), como Hellbreaker e Into the Nightmare fluem muito bem e já não se nota (talvez por habituação, provavelmente) a discrepância entre temas mais antigos e recentes. O Lex também cada vez está mais confortável em palco e a cantar melhor. Muito bom!
Ironsword - tendo-os visto há muito pouco tempo, a abrir para Omen, era previsível que a sua atuação não me trouxesse grandes novidades e soasse um pouco a deja-vu. Mas quando a banda é boa e a presença em palco também, rapidamente se esquece que se ouviram os mesmos temas ao vivo há um par de semanas. Continuam em grande forma e provaram-no mais uma vez. Foi a única atuação em que me pareceu que o set foi um pouco encurtado ao que estava inicialmente previsto (mas posso estar enganado).
Dark Quarterer - tendo em conta a semelhança de estilo entre as várias bandas que já tinham atuado, e que é prefeitamente natural num festival dedicado a uma sonoridade específica, foi bastante refrescante ter uma banda com uma abordagem ao heavy metal completamente diferente das restantes, com grande influência do prog. Mostraram que são excelentes músicos e conseguiram, apesar da hora bastante tardia em que atuaram, cativar os presentes com temas bastante diversificados e com uma grande abrangência musical (desde partes mais heavy, passando por outras mais doomy e alguns momentos prog bem interessantes), finalizando com o tema magistral que dá nome à banda.
Manilla Road - eram cerca das 2h15 quando os headliners subiram ao palco para o concerto que toda a gente mais aguardava. Mesmo considerando a longa carreira - não é por acaso que esta tour se destina a comemorar os seus 40 anos - não devem ter sido assim tantas as vezes que começaram uma atuação a estas horas da madrugada. Se estou a bater novamente nesta tecla, é mesmo porque foi o único aspeto negativo do fest. Quando ao concerto, que terminou pouco antes das 4h, foi (a exemplo do que se tinha verificado o ano passado no RCA) um concerto estrondoso de uma banda mítica do heavy metal. A setlist consistiu unicamente (se excetuarmos a também excelente Truth in the Ash do The Blessed Curse) em tocar clássicos atrás de clássicos de álbuns memoráveis como Crystal Logic, Open the Gates, The Deluge e Mystification. Por isso, falar de momentos de maior destaque seria fastidioso porque...foram todos! Apesar dos pequenos problemas técnicos nos dois primeiros temas (que incomodaram principalmente o Hellroadie, que continua a ser, para além de excelente vocalista, de extrema simpatia e boa disposição em palco), nada faltou para que esta atuação fosse mesmo bastante especial. Muito respeito e admiração pelo Mark Shelton que continua, ano após ano, a dedicar e demonstrar a mesma paixão de sempre pelo heavy metal.
Nota final para o fest: excetuando o problema do longo atraso, tudo o resto decorreu muito bem. Desde logo, das 8 atuações, não houve uma única que fosse fraquita, o som esteve em bom plano (os problemas técnicos, quando os houve, foram corrigidos), o espaço também é razoável (e incomparavelmente melhor que os Nirvana Studios e o Stairway Club!), e todos os restantes aspetos organizativos foram cumpridos. A adesão de público foi razoável embora, verdade se diga, esperava um pouco mais. Em suma, objetivos plenamente cumpridos de um festival que, espero, tenha vindo para ficar.
Cheguei ao Another Place pouco antes das 16h30, hora marcada para o início da primeira banda e, qual não é a minha surpresa, quando me apercebo que a banda que está em palco, a fazer o soundcheck são os italianos Dark Quarterer, penúltima banda a atuar. Não faço ideia se a responsabilidade do atraso se deveu unicamente à organização, ou se foi a banda italiana que se atrasou. Seja como for, a responsabilidade final cabe sempre à organização. Arrumo já este assunto, pois foi o único aspeto negativo de todo o dia/noite. FIquei bastante satisfeito por não terem encurtado o set das bandas para recuperar o atraso (teria sido pior a emenda que o soneto).
Speedemon - começaram com mais de uma hora de atraso, o que não foi nada bom para envolver o público na sua atuação, pois estava tudo bastante entediado por esta altura. Se já não é fácil à primeira banda de um qualquer evento puxar pelo público, menos ainda quando o atraso é tão grande. Apesar disso, deram um bom concerto e, aos poucos, o pessoal lá se foi chegando mais à frente, criando uma melhor atmosfera mais para a parte final da sua atuação.
Lizzies - desconhecia por completo esta female heavy metal band (excetua-se o baterista mas, ao que julgo saber, a anterior baterista saiu recentemente e este é apenos membro temporário), vinda de Madrid. Demonstraram uma energia e "boa onda" contagiantes que, em muito pouco tempo, agarrou o público e não mais o largou até ao final do concerto. Com temas facilmente memorizáveis (aquela Night in Tokyo ficou-me na cabeça!) e com uma excelente atitude em palco (e também com uma vocalista com um excelente registo vocal), deixaram uma ótima impressão.
Ravensire - já são algumas as vezes que os vi ao vivo e nunca desapontaram. Também não foi desta vez que o fizeram, bem antes pelo contrário. Mostraram muito bem o seu heavy metal de contornos épicos e temas como Facing the Wind ou a final Drawing the Sword são sempre grandes momentos, dada a sua, lá está, "epicidade". Com uma formação renovada recentemente (Alex de Midnight Priest na bateria e Mário Figueira de Bleeding Display na guitarra), mas sempre sob a batuta do Rick e do Nuno, continuam a ser uma das propostas de heavy metal nacional mais competentes.
Leather Heart - segunda banda madrilena do cartaz a atuar e, tal como a anterior, traziam uma abordagem ao hard n´heavy bastante 80's (dúvidas houvesse, bastaria olhar para a indumentária e corte de cabelo de um dos guitarristas.

Midnight Priest - o melhor elogio que lhes posso fazer é dizer que, sendo já muitas as vezes que os vi (tanto com o Padre como agora como agora com o Lex Thunder na voz), este foi dos melhores concertos deles a que já assisti (e com o Lex na voz foi mesmo o melhor). Se num concerto de Midnight Priest já se espera uma grande entrega e energia da banda, desta vez teve-a em doses redobradas e, com o público também bastante entusiasmado para esta atuação (este foi daqueles felizes casos em que a banda puxa pelo público e vice-versa), deram um verdadeiro recital de heavy metal. A setlist continua, e bem, a ter os clássicos do primeiro EP e álbum - Rainha da Magia Negra e O Conde são incontornáveis e são sempre dos melhores momentos, assim como Ferro em Brasa e À Boleia com o Diabo - e em que os temas mais recentes (cantados em inglês), como Hellbreaker e Into the Nightmare fluem muito bem e já não se nota (talvez por habituação, provavelmente) a discrepância entre temas mais antigos e recentes. O Lex também cada vez está mais confortável em palco e a cantar melhor. Muito bom!
Ironsword - tendo-os visto há muito pouco tempo, a abrir para Omen, era previsível que a sua atuação não me trouxesse grandes novidades e soasse um pouco a deja-vu. Mas quando a banda é boa e a presença em palco também, rapidamente se esquece que se ouviram os mesmos temas ao vivo há um par de semanas. Continuam em grande forma e provaram-no mais uma vez. Foi a única atuação em que me pareceu que o set foi um pouco encurtado ao que estava inicialmente previsto (mas posso estar enganado).
Dark Quarterer - tendo em conta a semelhança de estilo entre as várias bandas que já tinham atuado, e que é prefeitamente natural num festival dedicado a uma sonoridade específica, foi bastante refrescante ter uma banda com uma abordagem ao heavy metal completamente diferente das restantes, com grande influência do prog. Mostraram que são excelentes músicos e conseguiram, apesar da hora bastante tardia em que atuaram, cativar os presentes com temas bastante diversificados e com uma grande abrangência musical (desde partes mais heavy, passando por outras mais doomy e alguns momentos prog bem interessantes), finalizando com o tema magistral que dá nome à banda.
Manilla Road - eram cerca das 2h15 quando os headliners subiram ao palco para o concerto que toda a gente mais aguardava. Mesmo considerando a longa carreira - não é por acaso que esta tour se destina a comemorar os seus 40 anos - não devem ter sido assim tantas as vezes que começaram uma atuação a estas horas da madrugada. Se estou a bater novamente nesta tecla, é mesmo porque foi o único aspeto negativo do fest. Quando ao concerto, que terminou pouco antes das 4h, foi (a exemplo do que se tinha verificado o ano passado no RCA) um concerto estrondoso de uma banda mítica do heavy metal. A setlist consistiu unicamente (se excetuarmos a também excelente Truth in the Ash do The Blessed Curse) em tocar clássicos atrás de clássicos de álbuns memoráveis como Crystal Logic, Open the Gates, The Deluge e Mystification. Por isso, falar de momentos de maior destaque seria fastidioso porque...foram todos! Apesar dos pequenos problemas técnicos nos dois primeiros temas (que incomodaram principalmente o Hellroadie, que continua a ser, para além de excelente vocalista, de extrema simpatia e boa disposição em palco), nada faltou para que esta atuação fosse mesmo bastante especial. Muito respeito e admiração pelo Mark Shelton que continua, ano após ano, a dedicar e demonstrar a mesma paixão de sempre pelo heavy metal.

Nota final para o fest: excetuando o problema do longo atraso, tudo o resto decorreu muito bem. Desde logo, das 8 atuações, não houve uma única que fosse fraquita, o som esteve em bom plano (os problemas técnicos, quando os houve, foram corrigidos), o espaço também é razoável (e incomparavelmente melhor que os Nirvana Studios e o Stairway Club!), e todos os restantes aspetos organizativos foram cumpridos. A adesão de público foi razoável embora, verdade se diga, esperava um pouco mais. Em suma, objetivos plenamente cumpridos de um festival que, espero, tenha vindo para ficar.
