Metal Underground

Provavelmente, como me disseram, devo ter sido o único a decidir ir pelas bandas de abertura. Mas no fundo foi o package de 4 bandas que me motivou. Caso as bandas tocassem mais tempo, estávamos perante um mini-festival de metal com diversos estilos .....

Cheguei às 19.00h e fui comer qualquer coisa à pressa perto do RCA. 19.25h já estava na sala, bem a tempo de ver Billion Dollar Babies, mais uma banda que vem da Suécia e que fez parte da 2ª vaga de Swedish Sleaze do séc. XXI. Depois de 2 álbuns e alguns EPs claramente de hard rock, o álbum de 2016 "Chemical God" mostrou uma mudança de som, fazendo jus a uma das influências que apregoam "Rob Zombie". Num concerto de cerca de 30 minutos, apresentaram 6 temas, sendo 4 do ultimo álbum, com grandes malhas como "One", "The Junkies Ball" ou "I Want to See You Burn", tema de abertura. Grande prestação, enérgica e competente. Boa surpresa desta jovem banda. Estava a olhar para a sua prestação e por momentos revi aquela energia que caracterizava as novas bandas de hard rock dos anos 80. \m/ Hell Yeah.

Passados 15 min. começa a segunda banda sueca da noite "Dynazty", igualmente uma banda jovem e que nasceu da New Wave of Swedish Hard Rock. Atualmente o som da banda é mais alinhado com Power Metal e que está patente no último álbum "Titanic Mass". Uma boa prestação, mas ao contrário dos primeiros não superou as minhas expetativas. O som também me pareceu que não estava tão bom. Início com The Human Paradox, seguindo-se The Northen End. Grandes malhas, mas para mim o ponto alto foi atingindo com a faixa homónima "Titanic Mass" ..... FIRE !!! FLAMES !!!! FURY !!! ..... THE TITANIC MASS ..... .... Mais uma curta prestação de 30 min, com um bass solo para ocupar no meio da Incarnation.

Mais 15 mim. e a sala escureceu. Mudança radical de som e os "The Vision Bleak" tomam de assalto o palco e sala. Não conhecia a banda antes e foi muito bom. Grande ambiente ..... Carpathia, Kutulu, Wolfmoon .... tudo excelente. Notou-se que muita gente estava lá especialmente para os ver. Talvez quase 200 pessoas no RCA.

Por fim, os donos da noite, PAIN !!!! Industrial metal/rock sueco muito porreiro. Antes de decidir ir ao concerto conhecia 3 faixas que tocaram "Same Old Song", "End of the Line" e a emblemática "Shut Your Mouth" com que acabaram o concerto em grande. A atuação da banda centrou-se no último álbum "Coming Home", do qual tocaram 7 musicas. Fiquei fã especialmente de Starseed, Call Me e Black Night Satellite. Não tendo sido um concerto de arromba, foi de certeza uma atuação competente numa noite muito bem passada.

Já coloquei as 4 setlists no setlist.fm ..... já as passo para aqui .....

Venho só aqui dizer que a primeira malha de The Vision Bleak é uma bodega e ocupou 8 minutos que podiam ter sido preenchidos por músicas melhores e que o Peter nas primeiras malhas estava com uma voz de frete mesmo assustadora. Temi o pior, mas assim que começou a soltar a franga aquilo correu muita bem.

Aguardando o rescaldo do rpa e da Schwarze Engel que estiveram numa posição mais avançada

Não tenho muito jeito para rescaldos, mas aqui vai...

Billion Dollar Babies e Dynazty não são o meu género, mas como aquecimento serviu bem o propósito e acabei por gostar. Boas performances, bandas jovens mas com bom som.

Pain é banda que já tentei ouvir mas não me fica. Simplesmente não é para mim, apesar de lhes reconhecer qualidade, e particularmente o Tagtgren não ter nada a provar. Pessoalmente teria preferido se fosse Hypocrisy, mas o que é certo é que gostei bastante do concerto. Grande banda e grande exibição, com o público a responder à altura.

Quanto a Vision Bleak, motivo da ida a Lisboa, corresponderam inteiramente às expectativas. No início o som não me pareceu estar a 100%, mas depressa se compôs. Há que realçar que não é propriamente um som fácil de reproduzir ao vivo, quando se misturam blastbeats com uma voz daquelas, mas acabou por funcionar lindamente.
Para mim, o concerto pecou por curto, mas já sabia que seria assim.

Merchandise a rodos e a preços decentes; convívio com as bandas no final para as fotos e autógrafos da praxe; RCA em si continua excelente e continuo a suspirar por uma sala equivalente no Porto (para já o mais próximo é a sala 2 do Hard Club); ao Peixoto e aos demais que por lá encontrei.

Em suma, foi uma noite bonita.

A schwarze_engel e o rpa andaram atrás do Peixoto no fim de Pain para prosear um bocado, mas ele deve ter fugido logo no fim, antes das badaladas da meia-noite.

Que acrescentar ao que já foi dito?
Que esperei cerca de 10 anos para ver The Vision Bleak e que saí do RCA consoladinha, apesar do set curto.
Que não contava que eles fossem tão afáveis, quer em cima do palco quer cá em baixo a aturar a malta dos autógrafos e das fotos.
Que fiquei contente por poder ver como ao vivo as músicas resultam tão bem.

Foram um daqueles 'cromos' que eu queria já há muito pôr na minha caderneta, mas já tinha perdido a esperança de que isso pudesse acontecer. Mais depressa imaginava os Vision Bleak a acabarem, do que a virem tocar a Portugal, confesso. Agora só aguardo por um concerto em nome próprio onde possam tocar mais temas. Foi tão bom!

Quanto a Pain, bom espectáculo. Ver assim pertinho o xôr Tätgren é sempre uma honra, ainda que este projecto em si não me diga grande coisa. É bom ver que os restantes membros da banda não ficam ofuscados pelo 'brilho' do Peter (preciso saber a marca do café que toma aquele baixista), e o Tätgren Jr. também vai bem encaminhado, ao comando da bateria. Quando um apadrinhamento serve para promover gente talentosa, não sou contra.

Como foi o caso de pelo menos uma das bandas de abertura, os Dynazty. Tanto eles como os Billion Dollar Babies sabem estar e comunicar com o público, tocam para caraças e estão muito bem dentro do seu género. Não são a minha praia e não pagava para os tornar a ver, mas também não foram duas bandas para a seca, conseguiram pôr-me a mexer, a mim e a muita gente na sala.

rpa Escreveu:RCA em si continua excelente e continuo a suspirar por uma sala equivalente no Porto (para já o mais próximo é a sala 2 do Hard Club)

Pshcala-te, que enquanto o Hard Club continuar a permitir fumar-se lá dentro, estará sempre a anos-luz do RCA. Anos-luz. Palettes deles.

E é isto que me apraz dizer, para já.

schwarze_engel Escreveu:A schwarze_engel e o rpa andaram atrás do Peixoto no fim de Pain para prosear um bocado, mas ele deve ter fugido logo no fim, antes das badaladas da meia-noite.

Eu sei que isto não é algo que se deva dizer a malta que veio de propósito da Invicta, mas tive de sair logo porque ainda tinha de andar um bocadinho de carro e porque tinha escola bem cedo no dia seguinte. E porque já me doía o pescoço e as costas. A idade e os concertos do dia anterior não ajudam a carcaça