2012.06.02 - Process of Guilt + Joseph @ Hard Club - PORTO

[Blunder]

Está prometida uma noite de sonoridades lentas na sala 2 do já mítico Hard Club, na nossa Invicta. Tudo preparado, entra-se no carro e começa a preparação para mais uma bela noite de concertos. O MP3 fornece a energia necessária ao disponibilizar o grande "Enemy Of The Sun" dos, ainda maiores, Neurosis. O desconforto instala-se no corpo... já há sentimentos devastadores no fã que vai prestar homenagem a uma das maiores promessas do underground nacional.

Depois de 40 minutos de condução ao som de Neurosis, eis que o Hard Club se apresenta a todos os que têm curiosidade de olhar para ele. Compra-se o bilhete e entra-se na sala para molhar a garganta com uma bela de uma cerveja... era necessário, a noite prometia ser agonizante por si só.

Entram os Joseph, o fã desconhece o projecto, e não sabe o que esperar. Há apenas a confiança em saber que a noite de hoje foi organizada pela excelente equipa que é a Amplificasom. A confiança parece justa, os Joseph revelam-se bem enquadrados para a noite pretendida e começam logo a despejar o seu post-metal. É um belo de um aquecimento, não há nada que impressione especialmente o fã... os ouvidos dele já ouviram muita coisa daquele género. Falta uma alma própria, mas não há problema, pois a falta de alma própria é compensada com uma sonoridade que o fã adora. Ele sente-se confortável no meio de momentos que proporcionam desconforto. Ironia hein?

Joseph finalizam o set e chega o intervalo. O concerto é avaliado por fãs e outras conversas surgem... o normal. Os Process of Guilt estão em palco, o fã necessita de mais uma cerveja para limpar a garganta que já se encontra seca... outra vez. Os eborenses trazem o seu recente "FÆMIN" debaixo do braço, um eufemismo tendo em conta a brutalidade imensurável que é este novo trabalho, a verdade é que eles carregam-no às costas.

Eles arrancam, de repente o ambiente fica negro, fica depressivo, há um desconforto que faz o fã se lembrar da viagem que o trouxe até aquela mesma sala... perfeito. Há demolição por todo o lado, o Sr. Hugo Santos trouxe a sua voz, e a sua voz carrega uma destruição massiva a que é impossível ficar indiferente. O arranque é maravilhoso, há diversidade oferecida por uma secção rítmica poderosa no qual o, já rodado, Sr. Gonçalo Correia apresenta-se como sendo a peça central. Aliás o fã fica com a clara sensação que o Sr. Gonçalo Correia é capaz de aprofundar os temas como poucos. O primeiro tema termina, então o fã olha para ver a reacção dos restante fãs e... estão lá meia dúzia de pessoas. Há lembranças de reviews fantásticas, de uma grande adesão ao novo disco dos homens de Évora, mas isso não parece ser o suficiente para conseguir uma sala mais composta, uma sala que preste a devida homenagem aos Process of Guilt... bem nada de novo!

Segue o concerto e a destruição continua, a sonoridade é diversificada, tanto há uma mastigação quase esgotante do RIFF, como de repente o Sr. Gonçalo Correia decide abrir os horizontes e proporcionar novos desafios aos poucos que se mostraram receptivos a um concerto desta magnitude. O baixo do Sr. Custódio Rato acompanha estes desafios, complementado tudo o que é pedido. Já as guitarras do Sr. Hugo Santos e do Sr. Nuno David... bem é bom saber que há uma razão para haver duas guitarras, elas complementa-se e não se cingem a ser sombras uma da outra. O concerto continua e o fã sofre alegremente com os temas que estes homens destilam com toda a energia e brutalidade que os caracteriza. Confirma-se, os eborenses são realmente uma das melhores coisa que Portugal tem para oferecer. Eles estão a evoluir, eles estão no caminho certo para marcar o metal português.

E de repente... o concerto terminou. Incrédulo o fã põe um sorriso nos lábios, ele está orgulhoso de si mesmo, ele foi inteligente o suficiente de prestar homenagem a esta banda. É bom quando o fã apresenta tal inteligência.

Mais uma grande noite, mais um grande concerto, mais um par de boas conversas com as personagens do costume, no melhor sítio do costume. Perfeito!

[Dante]

Boa review, Blunder!
Em Lisboa será, certamente, de idêntica qualidade. São, sem dúvida (para mim) a melhor banda nacional, tanto em estúdio como ao vivo.
O problema da afluência é a vergonha do costume. Já esta semana nos Disaffected, em Almada, foi o mesmo. Enfim, tanta gente com moral para falar mas, aparecer, tá quieto....

[Pedro Web]

E eu a julgar que o povo estava neste concerto em vez de ter ido ao Metalpoint! Mas se calhar foi ao contrário.

Ou se calhar foram mesmo ao Rock in Rio...

Se deixar de haver concertos, vão aparecer logo uns quantos a perguntar porquê e a resposta é simples: onde estavas tu quando havia concertos?!

[tyberh]

Foi um concerto de caraças, pena a fraca adesão mesmo.

[Illusion's Play]

Harvest. Hard Club Sala 2. 02/06/2012

[EduardoMarinho]

Depois de ter visto os Process of Guilt pela segunda vez em Barroselas e ter ficado completamente conquistado, decidi que não deveria perder outra oportunidade de vê-los, ainda para mais no Hard Club.

Joseph - Não os conhecia e fiquei agradavelmente surpreendido. Aliás, acho que foi o que aconteceu com toda a gente que estava lá. Post-Rock/Metal instrumental de muito bom gosto e, tal como disse o Blunder e bem, muito bem enquadrado nesta noite. Gostei muito e acho que quando deixaram de projectar aquela imagem clara no fundo e o ambiente se tornou mais escuro ainda soube melhor ouvi-los.

Process of Guilt - Sempre respeitei estes senhores, apesar de nunca lhes ter dado a devida atenção. Contudo, isso mudou no Sábado. Que grande concerto, super intenso e destrutivo. O novo álbum está muito bom e ao vivo resulta ainda melhor! Além disso, nota-se que a banda está a atravessar um momento de excelente forma. Só espero que uma boa editora pegue neles, porque eles bem merecem.

Já agora, o alinhamento foi o "Faemin" tocado na íntegra, certo?

[prla]

Só espero que uma boa editora pegue neles, porque eles bem merecem.

Diria que já pegou: www.divisionrecords.com

Já agora, o alinhamento foi o "Faemin" tocado na íntegra, certo?

Sim, com a "Lava", do Erosion, entre a "Blindfold" e a "Harvest".

[EduardoMarinho]

Sim, mas refiro-me a uma editora que lhes permita voos maiores, porque acho que eles têm qualidade para se tornar numa referência a nível internacional

E obrigado pela "Lava", tinha-me esquecido dela!

[prla]

Sim, mas refiro-me a uma editora que lhes permita voos maiores, porque acho que eles têm qualidade para se tornar numa referência a nível internacional

Percebo a ideia, no entanto acho que a Division é uma excelente aposta para esta fase dos Process of Guilt.

[EduardoMarinho]

Fica aqui uma breve reportagem para quem quiser ler:
http://thehangedmanswansong.blogspot.pt/2012/06/process-of-guilt-joseph-fmin-tour-hard.html

[sirsun]

Já tinha informado o Blunder na thread do concerto, mas fica aqui novamente a propaganda fácil.
Os links dos locais habituais de Joseph encontram-se na minha assinatura.
Visitem, acompanhem, suportem.

Algumas fotos do concerto já se encontram no facebook. Fotos a cargo do grande Jorge Silva. Vale sempre a pena passar os olhos pelo que sai daquela lente.

Obrigado pelas breves palavras, Blunder e Eduardo

Cumps

[Kustu Rica]

O problema da afluência é a vergonha do costume. Já esta semana nos Disaffected, em Almada, foi o mesmo. Enfim, tanta gente com moral para falar mas, aparecer, tá quieto....

Pois, e nota-se que nem rescaldos há, apesar de não ser indicador...

Blunder, boa review, diferente do habitual, está assim para o cómico.

[Blunder]

Blunder, boa review, diferente do habitual, está assim para o cómico.

Um gajo tem que ir variando se não cai-se na monotonia