2012.06.15/16/17 - Hellfest Open Air - Clisson - França

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Crucified
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Re: 2012.06.15/16/17 - Hellfest Open Air - Clisson - França

Mensagempor Crucified » terça jun 26, 2012 2:59 pm

When nature calls... :p
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Passenger
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Re: 2012.06.15/16/17 - Hellfest Open Air - Clisson - França

Mensagempor Passenger » terça jun 26, 2012 3:25 pm

MeBathory Escreveu:Os wc dentro do recinto do festival eram suficientes, o problema é que o pessoal tem palas, e só se metiam na 1a fila!!! Na zona de campismo a historia é outra… sobretudo de manhã, mas o " I really need to piss" com olhos grandes ao gajo da frente resulta mesmo bem (a usar apenas em casos de urgencia sff).


Eu não me queixo das wc no recinto, mas no campismo, realmente eram poucas. E para o "I really need to piss" nunca tive dificuldade nenhuma (realmente tens razão, havia pessoal que se enfiava na 1.ª fila que havia, e as outras wc vazias e limpinhas à espera). Agora para o "I really need to shit" a história era completamente diferente, ou acordavas de manhã, ou ias aos wc do recinto logo na abertura, depois de terem sido limpas, ou então as condições eram impraticáveis (pelo menos para mim...)

MeBathory Escreveu:Os stands de comida chegavam, havia bastante escolha e os preços eram razoaveis… e devo ser muito sortuda, nunca apanhei filas para nada, o máximo que tive à minha frente foram 2 ou 3 pessoas! Humanos = ovelhas !!! Se num sitio tiver uma fila enorme, é para lá que vão para seguir o rebanho (não vá o "diabo tece-las" e aparecer por lá um predador natural, isto nunca se sabe, assim em grupo estão protegidos)!!!


Também não apanhei filas para comida ou bebida, apenas para os banhos... Mas a opção era tomar banho de manhã e apanhar o mínimo de fila ou então à tarde que não tinha praticamente ninguém, mas a essas horas eu queria era estar a ver os concertos!!! Portanto, foi acordar o mais cedo possível para tratar de tudo...

MeBathory Escreveu:A zona de campismo era suja, porque há porcos… não faltava gente a distribuir sacos para que o pessoal não espalhasse o lixo, e havia gente a fazer recolha dos mesmos!


Agreed!!!!

MeBathory Escreveu:Não apanhei àgua fria, mas há sanitas maiores que as cabines de duche, e 6 euros é pior que assalto à mão armada!


Totally agreed!!!!!!! Por 6 € merecia ter um chuveiro de luxo :P Nunca tinha pago por chuveiros num festival! E ainda por cima para ter acesso apenas a 'meia-dúzia'...

E por falar em comparações entre sanitas e cabines de duche, uma amiga minha apanhou merda num dos chuveiros, alguém que decidiu que ali era uma boa opção para se fazer o serviço... lá está, "porque há porcos..." é uma grande verdade!

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Re: 2012.06.15/16/17 - Hellfest Open Air - Clisson - França

Mensagempor PesteNegra » terça jun 26, 2012 3:31 pm

Passenger Escreveu:Agora para o "I really need to shit" a história era completamente diferente, ou acordavas de manhã, ou ias aos wc do recinto logo na abertura, depois de terem sido limpas, ou então as condições eram impraticáveis (pelo menos para mim...)


btdt :lol:
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Re: 2012.06.15/16/17 - Hellfest Open Air - Clisson - França

Mensagempor MeBathory » terça jun 26, 2012 3:44 pm

PesteNegra Escreveu:btdt :lol:


Devo mesmo estar a ficar velha, tirando o "WTF", não consigo decifrar conjuntinhos de letras!!! lol
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Re: 2012.06.15/16/17 - Hellfest Open Air - Clisson - França

Mensagempor PesteNegra » terça jun 26, 2012 3:46 pm

been there, done that.
era pra dizer que sim, o melhor a fazer era ir logo pela matina aos WC do recinto.
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Re: 2012.06.15/16/17 - Hellfest Open Air - Clisson - França

Mensagempor black rose » quarta jun 27, 2012 4:44 pm

https://www.facebook.com/pages/Joana-CardosoPhotography/192773734098658

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Re: 2012.06.15/16/17 - Hellfest Open Air - Clisson - França

Mensagempor PesteNegra » quinta jun 28, 2012 7:00 am

o Axl caiu a subir as escadas, não a descer... :twisted:
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Zelo
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Re: 2012.06.15/16/17 - Hellfest Open Air - Clisson - França

Mensagempor Zelo » quinta jun 28, 2012 11:10 am

MeBathory Escreveu:
PesteNegra Escreveu:btdt :lol:


Devo mesmo estar a ficar velha, tirando o "WTF", não consigo decifrar conjuntinhos de letras!!! lol


Não resisti :mrgreen:

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Re: 2012.06.15/16/17 - Hellfest Open Air - Clisson - França

Mensagempor MeBathory » quinta jun 28, 2012 3:41 pm

Zelo Escreveu:
MeBathory Escreveu:
PesteNegra Escreveu:btdt :lol:


Devo mesmo estar a ficar velha, tirando o "WTF", não consigo decifrar conjuntinhos de letras!!! lol


Não resisti :mrgreen:


Ahahahahah

Boa :P


Peste, thanks pela explicação! :beer:
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ffff
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Re: 2012.06.15/16/17 - Hellfest Open Air - Clisson - França

Mensagempor ffff » segunda jul 02, 2012 11:13 am

tinha curiosidade em ver se as condiçoes tinham melhorado mas parece a mesma treta de ha 2 e 1 ano atras, a organizaçao diz que vai fazer isto e aquilo e continua a mesma bandalheira, chuveiros e wcs de fugir :/ nesse o aspecto o wacken ja ha 10 anos era bem superior ao hellfest de hoje em dia.

tava a pensar se para o ano la voltava mas assim tenho duvidas
.

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Re: 2012.06.15/16/17 - Hellfest Open Air - Clisson - França

Mensagempor demonseed » segunda jul 02, 2012 4:47 pm

O pessoal exagera um bocado em relação aos W.C.
É verdade que havia filas mas nada de extraordinário, se pensarmos o numero de pessoas que frequentou o festival.
Pessoalmente nunca esperei mais de 5 minutos.
Os chuveiros eram poucos para tanta gente, mas o pessoal ia todo para a mesma fila. Tipo, ali está mais gente, deve ser melhor. :D
Pareceu-me que os problemas de (falta) higiene eram devido ao festivaleiros e não a organização.
As pessoas que andavam a recolher o lixo, davam sacos a quem queria, por isso não havia desculpa para deitar o lixo para o chão.
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Re: 2012.06.15/16/17 - Hellfest Open Air - Clisson - França

Mensagempor PesteNegra » segunda jul 02, 2012 7:31 pm

demonseed Escreveu:Pessoalmente nunca esperei mais de 5 minutos


pessoalmente uma altura tive que esperar 45min.
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Re: 2012.06.15/16/17 - Hellfest Open Air - Clisson - França

Mensagempor MeBathory » sexta jul 06, 2012 8:21 am

PesteNegra Escreveu:
demonseed Escreveu:Pessoalmente nunca esperei mais de 5 minutos


pessoalmente uma altura tive que esperar 45min.
:shock:

45 min? De certeza que deixaste tudo o que era menina passar à tua frente, afinal és mesmo um cavalheiro! E tu a dizeres que não tstststst tão modesto que és :mrgreen:
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Re: 2012.06.15/16/17 - Hellfest Open Air - Clisson - França

Mensagempor JVELHAGUARDA » quarta jul 11, 2012 2:03 pm

"In the end you were more than expected and you allowed the Hellfest to beat a new record passing from 80 000 to 112 000 festival-goers throughout the weekend!" :metal:
http://www.hellfest.fr/639-thanks-and-see-you-next-year




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Re: 2012.06.15/16/17 - Hellfest Open Air - Clisson - França

Mensagempor lucifer » quinta jul 26, 2012 10:42 pm

Tarde e a más horas e num registo mais pessoal, aqui fica a quem interessar o meu /nosso olhar sobre o fest deste ano

Spoiler: Mostrar
Num dificil 2012 o Hellfest resolver apostar num festival maior e mais arrojado, com o incrível número de seis (6!) palcos e melhor arrumados: os dois palcos principais ao fundo do recinto, deixando a entrada para a enorme tenda azul, para os concertos de Black e Death metal nos palcos The Altar e The Temple respectivamente e a lateral tenda do The Valley para as sonoridades Doom. Do outro lado da entrada, atrás do metal market (este ano maior e com melhor disposição) ficava a Warzone, tenda para o Punk e Hardcore.

Uma das melhores inovações deste ano foi a zona arborizada entre o metal market e a warzone, que ofereceu relaxantes momentos de descontração. Ainda por cima tinha junto o bar de vinhos… que mais podíamos pedir?

Ao chegar ao campismo exclamei: fuck, vim cá parar outra vez. É que a ideia não era esta, mas o cartaz deste ano voltou a pulverizar a “concorrência”. É uma qualidade em quantidade que os concertos normalmente garantem só por si. Mas este ano houve outros pontos que melhoraram, como o campismo, simultaneamente mais perto do recinto e da saída para a vila e supermercados.

As condições de higiene é que continuam escassas, com poucas casas de banho no recinto e poucos duches no campismo. Afinal foram os franceses que inventaram o perfume right?

Graças aos inovadores acordos de aluguer temporário entre o festival e os habitantes de Clisson, pudemos passar a primeira noite na casa da simpática Mme. Claire com pequeno almoço no jardim. Great! Durante a noite -1 (dia 13 de Junho) tomámos de novo o contacto com o fresco vin blanc muscadet da região que nos iria acompanhar durante os próximos cinco dias.

Quinta-feira 14, dia zero, começava a chegar a maior massa de festivaleiros à vila e foi tempo de encontrar a excursão para a incursão no campismo. Antes uma agradável conversa com uns amigos suíços do Tom. G. Warrior ao café. Cheers!

Estar num hipermercado com milhares de metaleiros, pintando a negro todos os corredores e entradas é uma daquelas visões que só perde sendo descrita. Vão lá!

Já no Metal Corner (espaço de lazer e concertos no caminho do campismo para o recinto) a garrafa de muscadet estava a 6 €. Grande negócio. Manda vir!
Já com um grande ambiente, apesar da chuva, a primeira noite voltou-me a foder o esquema para a manhã seguinte. Parece que não aprendes.

SEXTA-FEIRA, 15
Por isso acordar a tempo de ver Celeste foi mentira, pelo que chegar a tempo de MERRIMACK já foi bem bom. Os blackers franceses voltaram a trocar de vocalista mas apresentaram-se em palco na forma evolutiva como o têm feito em álbum. Uma malha do novo álbum e o resto do Grey Rigorism e do Enthropy and Life Denial deram corpo a um concerto competente e intenso q.b. para as 11:00 da manhã.
Mudança de som e de tenda em direcção à Warzone para o primeiro contacto com os punks britânicos EXTINCTION OF MANKIND. Punk/crust tradicional mas suficientemente animado para gerar a primeira agitação do pessoal. Terceira banda, terceira tenda e terceiro som. THOU no The Valley. É aqui que o Hellfest é melhor que todos os outros: uma grande variedade de estilos, mas sempre com as melhores bandas de cada um deles. Os norte americanos apresentaram o seu sludge/drone ablacalhado para os primeiros fumos do dia na primeira deambulação pela narcómana tenda do doom. Bom concerto. A vêr à noite.
Estava prometido um grande festival.

ENDSTILLE foi a banda seguinte, eles que deixaram boa impressão aquando da sua passagem por Barroselas. Desta vez tiveram o azar (ou aselhice) de passar o concerto com um som sofrível, onde os bombos mal se ouviam. Ainda assim deram o litro e entregaram 40 minutos bom black metal alemão. Conquest is Atheism, Dominanz, Navigator e Anomie foram os pontos altos.

Depois da troca de Vomitory pelos locais Gorod, sobrou tempo para rever os veteranos crusters DISCHARGE voltarem a dar um animado concerto, embora a hora do dia e o ainda em construção nível de consumos o tenham deixado à distância daquele do Caos Emergente em 2008. Sair da Warzone implica passar pelo bar a vins, pelo que Orange Goblin ficou para outra altura. Assim regressámos ao The Temple para TAAKE. Bem sei que o Hoest tem lançado álbuns menos intensos, mas ao vivo voltou a mostrar que a banda norueguesa continua no topo dos performers black metal actuais. Grande concerto, sem tréguas, bom setlist e com grande receptividade de uma tenda já quase cheia.

Cinco minutos depois e ali ao lado Começava NASUM. Foi bom estar presente num dos selectivos concertos que marcam o regresso… e o final dos grinders suecos. Som portentoso, cheio de corpo, a puxar por uma reacção a condizer do público, que brindou a banda com uma grande ovação. Mereceram.

Para o final da noite três atracções principais: primeiro CANNIBAL CORPSE a debitar mais uma hora de brutal death metal pesadão e dilacerante, executado na perfeição. São uma verdadeira máquina de death metal. Aquele pescoço do Corpsegrinder Ficher qualquer dia salta…
Evisceration Plague, Make Them Suffer, Hammer Smashed Face e a final Stripped, Raped and Strangled foram algumas nas pisadelas que nos deram. Grande.

Os últimos cinco minutos dos norteamericanos foram passados em frente ao palco onde de seguida ia tocar SATYRICON. Mas até ao final todos os que nesse palco se encontravam estiveram de costas, no headbanging de CC. Via-se portanto que a tenda estava cheia. Ou melhor, demasiado cheia. Tanto, que provocou mossa num dos elementos da comitiva. Furar meia tenda a caminho do exterior em velocidade é uma experiência a não repetir. Mas alucinante ainda assim… retemperadas as forças e duas músicas depois foi o tempo para voltar ao concerto. Ainda que mais atrás, vimos um Satyr com um “cabelo à fodasse” mas entregue à actuação que viria a marcar um dos concertos de topo deste festival. Som perfeito, numa apresentação intensa dos noruegueses. Forhekset, Hvite Krists Doo, Reppined Bastard Nation, Mother North, To the Mountains, K.I.N.G. e Fuel for Hatred foi o alinhamento deste verdadeiro concerto de black metal. Ainda bem.

Tempo para ver ao longe as duas ultimas músicas de Megadeth e as primeiras duas de King Diamond, antes da estreia em TRAGEDY, para o fim de noite. Acabámos por ficar mais atrás do que o previsto numa enlameada tenda que não encheu mas que presenciou um grande concerto dos americanos. Quem não foi perdeu uma bela dose de punk/crust moderno. Se os voltar a ver farei questão de estar lá à frente.

Fim de festa, num dia de muito bom gosto.

SÁBADO, 16
Se pensávamos que a sexta-feira seria o dia mais forte desta edição, o sábado veio-nos provar o contrário: a maior enchente das quatro edições do Hellfest a que fomos. Ainda assim a boa disposição do recinto permitiu que todos circulassem sem problemas de maior. Ok, a primeira noite também reteve muita gente no campismo até mais tarde.

Num dia já com sol, ORANSSI PAZUZU foi o início das hostilidades. Pois, exacto, acordar a tempo de ver Glorior Belli não foi possível. Afinal estar num festival também é estar de férias, não? Rompreprop também ardeu.

Foram portanto os finlandeses Oranssi Pazuzu a trazer uma forte lufada de ar fresco com o seu noisy black metal experimental. Descontraídos, deram um bom concerto que deixa água na boca para uma futura aparição num ambiente mais… nocturno. Sienipilui, Uussi Olento e a relaxada Komeetta foram as principais atracções.

Paris, Maio de 2009: amanhã toca uma banda belga, Amenra. Não conheço. Vou descobrir. É bom. Vamos? Não. Então decidi ir sozinho. Preparei-me para saír, enrolei um charuto. Fumei-o. Já não saí.
Clisson, 16 de junho de 2012: AMENRA toca no The Valley. Fiz outro charuto. Fumei-o e assisti ao meu melhor concerto sludge de sempre (sim já sei, falta ver Neurosis). Silver Needle, Garden Nail, De Doddenakker, Aorte – Nous Sommes du Même Sang e Terziele foram os pontapés no estômago que nos aviaram. A voz esquizofrénica do vocalista entrega a demência à encorpada parede de riffs dizimantes que os belgas debitam, para te proporcionar uma viagem cheia de turbulência. É uma banda para tocar claramente mais tarde. Assim deverá ser no Amplifest.

Ainda a tentar saír do fundo buraco para onde os belgas me atiraram, NECROS CHRISTOS tiveram o condão de trazer alguma luz à superfície, ainda que negra, bastante negra também. Com seu occult death metal e o novo Doom of the Occult na bagagem, os gregos não deixaram de tocar temas do Triune Impurity Rites num concerto novamente bastante denso, animado por um bêbado bastante chato, que não se livrou de uns encontrões mais directos. Os solos e slows manhosos com que resolveram abordar o fim do concerto, fizeram diminuir a intensidade do mesmo. O de Barroselas foi melhor.


Tempo depois para rever os veteranos AVULSED, com o crowsurf do carismático vocalista que passou o concerto a falar espanhol e inglês. Estamos em França, mas eles não se importam e a tenda foi invadida por espanhóis que, no geral devem representar cerca de 10% dos festivaleiros (talvez outros 10% para ingleses e 60% para franceses sobrando 20% para o resto do mundo talvez…).
Sem pausas, os desconhecidos black metalers ASCENSION aterraram no The Temple com um vocalista algo bizarro que custou a entrosar ao início. Depois acabaram por dar um bom concerto, numa boa primeira apresentação. A ouvir.

Regresso ao The valley para mais um grande concerto sludge/doom: UFOMAMUT. Numa tenda menos cheia deu para chegar mais á frente para apanhar a boleia do descontrolado voo de riffs pontiagudos arrastados dos italianos, numa prestação com menos vocalizações do que em álbum. Muito bom. Tragam-nos a Portugal.
Seis concertos intensos de seguida? Quero digerir isto. Deixa lá estar Vomitory.

Das poucas comidas de jeito no recinto, é a baguete de carne argentina grelhada a que mais me satisfaz. Mnham. Fuck kebabs!

Alguns muscadets depois, tempo para o regresso de SHINNING. As três primeiras vezes que os vi foram desconcertantes. A última, desapontante. Neste concerto voltaram a apresentar o poder agitador anterior, mas com uma nova receita: menos show-off e mais competência. Ok, o Kvarforth continua a ser um fora, mas aparenta agora um quê de sobriedade que encorpa mais o conjunto. O setlist podia até ter sido melhor, tendo a Lat Oss ta Alt, Fran Varandra e Submit to Self Destruction sido os pontos altos de um dos melhores concertos deste ano. Na manhã seguinte ainda os iria encontrar ao pequeno-almoço. Fumavam cigarros de empreitada. Normal.

Logo depois ABORTED deram outro bom concerto, transportando a sua máquina de guerra para uma actuação pesada e cativante. De SAINT VITUS não me lembro de nada. Fuck. De ENSLAVED lembro-me de tudo. Mais um bom concerto dos noruegueses, banda sempre superior ao vivo do que em álbum. Ruun, Fusion of Sense and Earth, all for oddin e a surpreendente Immigrant Song de Led Zeppelin foram as melhores malhas. É sempre óptimo ouvir uma versão de Led Zeppelin em metal. Não foi O momento do festival mas mereceu aplausos.

Para o final da noite três propostas: duas músicas de Axel Rose e &, um concerto intenso de ENTOMBED e um surpreendente concerto de black metal de BEHEMOTH.
Os suecos fecharam o The Altar naquela noite com mais um concerto brutal que arrancou uma reacção condizente do público. Wolverine Blues, Left hand Path, Like This With the Devil e I for an Eye comandaram mais uma grande actuação desta banda que copia o espirito do vinho do Porto: quanto mais velho, melhor.

Behemoth deram um concerto de black metal. Ponto. Apesar de num nível de grande produção na mesma, conseguiu ser também intenso para uma prestação muito coesa e directa. Entre malhas mais antigas como moonspell Rites ou Christian to the Lions, ou temas mais recentes, Demigod e At the Left Hand ov God, os polacos surpreenderam pela positiva. Ainda Bem.

Tivemos que sair antes do final, pelo que ainda apanhámos com 15 minutos de REFUSED. Quem diria. Mas, apesar de atrás, o concerto até que nem estava a ser mau…

Pois, quem é que disse que a sexta era o melhor dia?

DOMINGO, 17
Mais uma vez houve que perder bandas da manhã que estavam no topo das prioridades. Mas pôr bandas como Aosoth ou Year of no Light às 11:05 não se faz. O mesmo com Merrimack, Celeste ou Glorior Belli. Àh, espera, são todas francesas. Quem é que apoia o metal nacional hein? Ainda por cima houve bandas com menos estatuto a tocar mais tarde que poderiam ter trocado de posição no alinhamento. Liturgy ou Ascension por exemplo. Afinal estou de férias e por isso não me levanto antes das 10h porra!

Foi portanto WINTERFYLLETH a primeira actuação do dia, banda inglesa que em álbum toca um black metal com laivos medievais. Mas ao vivo apresentaram-se de boné e calças de trabalho descurando qualquer preocupação estética que o seu som, afinal, exige. Não trouxe nada de novo. Ao contrário de LITURGY, banda que apresentou o seu post black / sludge barulhento que talvez ficasse melhor no The Valley. Mas, apesar de apenas uma guitarra e um baixo, souberam entreter na perfeição.

Já BRUTAL TRUTH nem por isso. Nunca tinha visto, mas pareceu-me que o som estava mau. Não vi até ao fim.

Depois de ter presenciado uma nada apelativa luta na lama (entre homens) foi tempo de regressar para o primeiro contacto com BLOOD RED THRONE. “Do you want some norwegian brutal death metal?” isso existe? Claro que sim, e eles virão a ser provavelmente o seu expoente máximo. O vocalista é um bocado cromo mas o concerto foi pesadão.

Pouco depois regresso de ANAAL NATHRAKH. A banda do V.I.T.R.I.O.L. deu um concerto memorável no Hellfest 2008 e pelos vistos não se esqueceram, tal foi a quantidade de referências sentidas que o vocalista fez acerca desse momento, a provar que o sentimento havia sido mútuo. Mais compactos enquanto banda, os ingleses lançaram o caos e a anarquia sobre a tenda, num concerto demolidor. O seu black/grind ofereceu-nos a Do Not Speak, More of Fire Than Blood, Pandemonic Hyperblast ou a grande Submission is for Weak, em mais uma contagiante actuação. Ficavam tão bem em Barroselas.

E por isso foi difícil aos DYING FETUS arrancarem-me para outro grande concerto logo a seguir. Ainda assim os deathsters norte americanos estiveram ao seu nível, em mais um bom concerto de brutal death. O mesmo não se passou com os LOCK UP. Acho que não gosto de nenhuma das bandas de onde provêm os elementos deste super grupo, mas nesta actuação também não gostei do efeito do conjunto. Sobretudo da voz do Thomas Lindberg. Mas nunca é de se deitar fora a possibilidade de ver o grande (cada vez mais, literalmente) Nicholas Barker na bateria. É impressionante. Mas 20 minutos chegaram, porque ao mesmo tempo tocavam os veteranos PENTAGRAM. Yeah! grande concerto, grande ambiente na tenda e, porque não, grande carimbo na caderneta.

A seguir, até the Obsessed não havia nada, por isso há-que ver o Portugal vs Holanda. Grande coça de bola demos aos holandeses! Toma! Que aceleramento.

Acabámos por não ver os norte americanos e regressámos só para ARCTURUS. Blhac, que mau. Foi muito mau. Descoordenados em todos os sentidos, com um vocalista terrível, revelaram-se um verdadeiro flop. Há bandas que devem voltar, outras que nem por isso. Veremos se é só da falta de práctica…

E sem querer eis que acabei por voltar a espreitar Ozzy. Tá todo comido, isto é, está na mesma. Mas na mesma não ficámos depois de SUNN O))). Tenda a abarrotar, tudo a fumar, com um fumo e uma falta de luz intensas que criaram um ambiente tenebroso, que cavou a sepultura de todos os presentes naquele culto. Foi um descarregar ininterrupto de energia negativa, miserável, que me deixou inerte e alucinado ao mesmo tempo. Mas derrotado. Claramente derrotado. Uma rajada hipnótica de feedbacks estridentes e vocalizações alucinogénicas transportaram-me para um estado catatónico de pura saciação.

Quem é que ia conseguir ver dimmu Borgir a seguir? Pois, nós também não.

Incursão na última noite de metal corner, local onde este ano passámos menos tempo, mas as atracções no recinto não davam outra hipótese. Muitos seguranças a agirem como polícias e a falharem completamente o espírito da coisa nesta noite. Quelle conerie.

Na manhã seguinte foi levantar e perceber que, claro, não havia banhos. You pigs!

E pronto, fim de mais um Hellfest.

Pontos altos: Satyricon, Amenra, Shinning, Taake, Anaal Nathrakh, Sun O))), Entombed, Merrimack, Ufomamut, Tragedy, Thou e Cannibal Corpse.;

Portugal vs Holanda; Quantidade de concertos acima da média; andamento e intensidade cada vez maior do festival; zona verde; vodka, muscadet, drugs and good looking women.

Pontos baixos: falta de interesse dos palcos principais; escassas condições de higiene; a ordem de actuação das bandas francesas nas tendas.

O Hellfest cresceu. Está melhor, com mais andamento, que as repetidas passagens de álcool proibido pela segurança ajudam a acompanhar e, porque não, a aumentar. Ao contrário do ano passado, este ano digo que para o ano quero voltar. Foi o melhor festival de sempre. Á lá prochaine Clisson!
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