Início do alinhamento de concertos do dia com a Emma Ruth Rundle, em versão a solo (mas não em versão acústica, como cheguei a pensar que fosse - tanto melhor assim). Como não a consegui ver em nenhuma das duas ocasiões anteriores que passou por Portugal, não posso fazer comparações entre esta atuação e com banda a acompanhá-la. O que posso, sim, dizer, é que gostei bastante da sua atuação, que deixou a sala 1 do Hard Club em (quase) absoluto silêncio (coisa rara nos dias que correm, infelizmente), simplesmente maravilhado com a sua prestação. Concerto intimista, sóbrio e que mostrou os temas em formato mais próximo da sua composição (suponho) e com a excelente voz da Emma. Excelente começo de festival, deixando-me expectante quanto a ver esta senhora com banda a acompanhá-la. Seguiram-se os Candura, duo lisboeta que anda pelos meandros do drone, dark ambient embora seja bastante dificil etiquetá-los, e mais difícl ainda de absorver e assimilar a sua música. Aliás, sem qualquer picardia ou polémica estéril, o que os Candura fazem encontra-se nas fronteiras daquilo que pode ser considerado música. De qualquer modo, a minha apreciação não é muito positiva para a sua atuação. Ouvir ruídos e sons sinistros, que poderiam ser uma (boa) banda sonora para um filme de terror, durante 45 minutos, com o som assustadoramente alto, sem praticamente nenhuma variação foi penoso. Penso que teria sido bastante adequado que tivessem algumas projeções durante o concerto, pois poderia acrescentar algo mais. A parte final, em que houve um acrescento de intensidade acompanhada de alguns berros, foi a que se destacou no meio da monotonia. Por esta altura, confesso, já ansiava por ouvir os sons de uma bateria e mais guitarra também.





Dia 2
O segundo dia do fest não poderia ter começado melhor, precisamente com os enormes Inter Arma que, em cerca de 45 minutos (foi pena não terem esticado mais o set, pois tinham tempo para isso), confirmaram todos os elogios que lhes têm sido feitos. Grande banda com uma excelente discografia e um novo álbum que é dos meus favoritos de 2019. Como referi, foi uma atuação que me soube a pouco (estavam num slot para 60 minutos...), tal foi a sua intensidade. Apostaram, naturalmente, nos temas do Sulphur English, que se mostraram demolidores, quer nas passagens mais lentas, quer nas mais rápidas e intensas, mantendo sempre um peso tremendo. Concertão!




Nota final para a excelente organização do evento: localização excelente, espaço do Hard Club está ao nível do melhor que temos no país, horários dos concertos cumpridos escrupulosamente e condições sonoras também muito boas.
Abraço a todos os que me acompanharam e também aos que vi por lá.
