Sadist - aqui, naturalmente, as coisas subiram de nível de interesse, Desde logo, pela entrada em palco do vocalista, com uma máscara e munido de uma motosserra, fazendo jus ao nome da banda. Musicalmente, apresentam um prog death metal como hoje em dia já não se vê muito, com uso ocasional de teclados (o guitarrista ia alternando entre a guitarra e as teclas, qual Pedro Paixão) e uma presença do baixo bem vincada. Foi uma atuação curta (não tocaram muito mais tempo que os Arcanus), mas que deixou boa impressão e um muito melhor aquecimento para as bandas principais da noite. Gostei bastante dos backdrops com a cara do Alfred Hitchcock, ele que foi a grande inspiração para o último álbum da banda (só por isso já vale a pena ouvi-lo.

Vital Remains - inicialmente estava previsto atuarem imediamente antes de I Am Morbid, mas à última da hora houve uma alteração nos horários e a troca da ordem de atuação de Vital Remains e Atrocity. Aqui o principal destaque vai para o vocalista, Brian Werner, que com a sua atitude em palco, conquistou facilmente o público e elevou bastante o interesse e o envolvimento dos presentes nesta atuação que, talvez com outro frontman, tivesse decorrido de uma forma mais morna. Assim, este concerto foi tudo menos morno. Diria até que, de todas as bandas, foi aquela que deu o concerto mais intenso e em que o moshpit não parou, após os incentivos bastante diretos do vocalista que, para dar o exemplo, fez crowsurf durante dois temas, enquanto berrava as letras, entre outras diatribes.


Atrocity - tinham uma tarefa bem complicada pela frente, pois o concerto de Vital Remains foi, para dizer o mínimo, bastante animado. Talvez por esse facto, senti, especialmente no início, a banda a esforçar-se em demasia em agarrar o público, o que por vezes torna as coisas um bocadinho forçadas. Também me pareceu que algum do pessoal presente se ausentou da sala durante esta atuação, deixando as filas da frente mais despidas de público. Apesar de todos estes fatores souberam, aos poucos agarrar o público, devido sobretudo à forte presença do Alexander Krull, sempre em movimento e com constantes apelos para o público. Da setlist apresentada, os temas mais antigos, da era death metal da banda, foram os melhores e, a título pessoal, foram os melhores momentos de todas as bandas que tocaram antes de I am Morbid. Old school death metal que soou que nem ginjas.

I Am Morbid - entrada em palco com bastante atrasado (mais à frente já vou à questão dos horários), elevando ainda mais a expetativa de ver o David Vincent de regresso a Portugal, agora com os recém criados I Am Morbid, que conta também com o ex-Morbid Angel Tim Yeung, um verdadeiro polvo na bateria (a formação é completada com a adição de dois excelentes guitarristas que, mais para o final da atuação, mostraram todo o seu virtuosismo num solo. Como já conhecia a setlist, não fiquei preocupado com a intro do Illud.


Relativamente aos horários das bandas, não deixa de ser curioso e até caricato que, no dia do evento, a promotora anuncie uma antecipação dos horários em meia hora (a pedido das própria bandas) e que se verifique, que, quando I Am Morbid subiu ao palco, fizeram-no com 10 minutos de atraso em relação ao horário inicialmente anunciado...relativamente ao horário anunciado no dia, foram "apenas" 45 minutos. Para mim, é ótimo que os concertos comecem mais cedo mas, se não é para cumprir, mais vale nem anunciar. E outro pormenor, não anunciem o início de uma banda para a mesma hora de abertura de portas... Não faz qualquer sentido.
Nota ainda para o pouco público presente, que me causou alguma surpresa. Nem sequer lá estaria meia casa, digo eu. Convenhamos que, para um cartaz destes, é muito pouco. Depois não se queixem que muitas tours cheguem a Madrid e voltem para trás...