Tava no "vou não vou", quando ás 15.30h zarpo do Alentejo. Uns penosos 350 kms depois chego ao Vagos e oiço Textures enquanto monto a tenda, e só pensava "ainda bem que não tenho que estar a gramar com isto lá dentro, tresanda a banda de gaiatos com cabelo lambido e tatuagens até ao pescoço".
Entro e o som limpo e bem executado dos Coroner foi apenas, e infelizmente, banda sonora para as imperias que ia despachando a contra-relógio enquanto confraternizava com os poucos conhecidos. Foi possivel observar que estava bem menos gente que há 2 anos e que os que estavam bebiam no campismo e muito, muito pouco nas barracas lá dentro. Algo que foi posteriormente confirmado pela rapariga das senhas (boa idéia aquela das palhetas, mas, excusado será dizer que acabei por emborcar todas e não guardar nenhuma).
Como já estava no intervalo antes de OVERKIL (a única razão porque me obriguei a ir) e ainda não me encontrava em perfeitas condições alcoólicas, pedi ao rapaz da barraca do whiskey para me aviar generosamente, algo a que ele acedeu servindo-me, por 3 €, aquilo que se pode chamar um sextuplo johnny walker.
Encontro o Old_Skull já as luzes do palco anunciavam a chegada dos thrashers de New Jersey e após a entrada os problemas de som vão sendo resolvidos. Assim que Bobby "Blitz" berra "Elimination" dou o ultimo trago no balde de whiskey e vou para a frente pois não via a banda desde o conerto de 1999 em Lisboa. Assim passo todo o concerto, exceptuando a pausa durante a "Necroshine" para beber uma cerveja e fumar 1 cigarro. Set list quase perfeito, se bem que eu gostaria de ouvir pelo menos mais 5 faixas. Atentei em alguns pormenores como o Sr. Blitz de mãos nos joelhos a recuperar o folego do lado esquerdo do palco antes de se lançar em mais 1 sprint para o tripé do micro. A roda ao centro era uma constante e embora me pareça que toda a gente faz aquilo porque viu igual no youtube, interessa é que participem no concerto e se divirtam. Ficou provado a fúria dos Overkill quando beijo o tapete durante a "Rotten to the Core", algo que não me acontecia há muitos anos. O concerto passou tão depressa que só tenho pena de não guardar na memória mais momentos. The Wrecking Crew fucked you up and you came out smilling. Heróis não se abatem

Vejo Arch Enemy com a namorada e só posso dizer: som limpido, grandes musicos, a lição do metal para multidões bem estudada - desde a bandeirinha à Priest, às bocas inconsequentes ao governo, passando pelos solos melódicos do sr. Ammot - e até direito a karaoke nos ecrans laterais com os refrões mais marcantes. Tudo muito bem feito, ou seja, perfeitinho demais. Nota: o mulherio á minha volta estava em delirio.
No dia seguinte faço outros 350 kms para sul, sem direito a dormir, obrigadinho ao gajo das bombas de carnaval.
Obrigado Overkill, I´ll do it again.
Um reparo: Após acordar no domingo e com a ressaca a bater vou á barraca do grupo desportivo de Calvão e pedem-me 3,50 € por 1 café e uma garrafa de água. Desmancho-me a rir e quando o gajo atrás do balcão me diz que tem noção que é um roubo mas são ordens da organização, ainda me ri com mais vontade e ficaram as coisas em cima do balcão. Ou se põem a pau com os preços ou para o ano ainda têm menos gente.