LurkerOfChalice Escreveu:Phobos Escreveu:Quanto ao Avatar continuo a recomendar vivamente o filme. Convém é não ir com um espírito excessivamente critico. Se houver a capacidade de ligar o modo criança é uma viagem e tanto. Já noutro sitio dei o exemplo da História Interminável... às vezes o cinema também tem o papel de simplesmente levar a pessoa para outros locais.
fui vê-lo hoje ao cascais e concordo, especialmente com a parte do excessivamente crítico. tirando o facto de às vezes parecer que começa em fade in a banda sonora da pocahontas e os sucessivos clichés, é uma viagem visual espectacular, especialmente em 3D, panorâmicas incríveis
E melhor que isso, lembrei-me eu agora:
Os animais emitem sons iguais aos dos dinossauros do Jurassic Park. E quando estou a dizer "iguais", é mesmo iguais, mesmo rip-off total e brutal, não são meramente parecidos. Se eu fosse o Spielberg metia já o Cameron em tribunal e ganhava uns cobres, mas isso sou eu que sou um sacana pobre.

Demoniac Escreveu:Estás muito enganado (infelizmente). Bergman, Tarkovsky e Kurosawa(como também,Pasolini, Fellini, O Luiszinho B. e o Sergei Parajanov) são modas! Modas boas! Mas modas dentro de um circulo artístico, é bastante natural estarem lá realizadores que venceram mais prémios que sei lá quem.
Quando eu disse oscares, era tipo uma celebração tipo para qualquer vangloriador de ego. E sim tens razão eu nunca li esse livro, pq só o titulo mostra-me o quanto eu tenho algum nojo de tamanho marketing.
(Não tou a dizer que o livro não tem um lado bom, apenas te disse aquilo num tom aventureiro e para preservar algo que tem morrido tanto no mundo da musica como no da 7ª arte - a surpresa da auto-descoberta. Hoje em dia ng compra um CD sem ter sacado primeiro e com o cinema já está a meio caminho andado, senão pior!
E também pq eu costumo ficar preenchido tanto com os ignorados (pelos prémios/hype/fama..whatever makes your day) como com os vangloriados. No meu caso é mais um caso de frustração onde não consigo seguir nenhum pequeno conselho sem ficar claramente desapontado. E daí a minha conclusão, do it on your own - Foi daqui que veio o meu bate papo ctg.)
Aqui dava espaço para falarmos de um tema engraçado que é o mérito de receber prémios e o pq de os mesmos existirem(resumindo é sempre um votação entre um grande ciclo de amigos onde ambos se ajudam a subir na vida, more $$$, more everything). Os oscares são apenas mais flagrantes, mas existe em todo o lado. Hipocrisia no seu melhor!(como tudo na vida).
Cheers e espero ver-te lá em cima no sábado!
Infelizmente não poderei comparecer no Sábado, mas conto ver-te no Lucifer Está Subindo Fest.

Eu quanto à tua resposta, contradigo-te simplesmente da seguinte maneira:
Apesar de até poder ser uma manobra de marketing (man, não vejo muita gente a comprar este livro, nem sequer interessada em cinema, pelo menos no meu círculo de amizades e conhecidos, portanto se era suposto ganharem algo com a venda em massa disto, foi um golpe que saíu bastante gorado pelos motivos óbvios) e apesar de teres razão no que toca ao "estragar a surpresa", a verdade é que para além das eventuais breves descrições de momentos-chave, que sejam representativos da importância do filme, não ficas a saber muito mais do que saberias através de um trailer ou através da recomendação de um amigo teu.
E dito isto ainda te dou mais um motivo (em jeito de off-topic, é certo) para perceberes o estilo de livro:
Eu normalmente (e aqui até deves coincidir comigo) interpreto tanto a música, como o cinema, como a pintura, como obras de arte, que por isso mesmo contêm algo mais do que o intuito extremamente linear de "entreter" ou de ser "apreciado". Escondido no meio disso, há, penso eu, um misto de emoções, objectivos e significados imbuídos pela mão do compositor/realizador/pintor que não estão à vista desarmada e que merecem ser descobertos, se possível, sozinhos, ou se necessário, através da ajuda de exteriores, neste caso a ajuda sendo o "1001". Este livro ajuda e muito a interpretar os filmes muito para além da sua estória, dando informação sobre a época em que eles foram realizados, as condições em que foram feitos e dá um vislumbre, mesmo que breve, daquilo que poderá ter sido a ideia pura do realizador, quando imaginou o filme na cabeça e o que quis transmitir com ele. Eu basicamente vejo o "1001" como um livro da Taschen sobre pintura contemporânea que me explica muita da coisa que nunca poderia entender sozinho e que me permite olhar para um quadro de maneira diferente, basicamente dando outra perspectiva, para além da evidente estória dele. E por isso mesmo, não vejo qualquer problema nisso. Imagina o que seria do Mundo se todos olhassem para os quadros dos grandes artistas e pensassem só que "este quadro é bonito"? Não achas que vale a pena dissecar e interpretar as obras sob outros prismas e entender que por exemplo os quadros citadinos de Monet representam também a despersonalização individual inerente à crescente expansão cosmopolita das cidades ao virar do séc. XIX? Eu pelo menos acho que não teria chegado a essa conclusão sozinho e acho que vale mesmo a pena entender isso, nem que tenha de ser com a ajuda de um livro que supostamente é uma manobra de marketing. O mesmo acontece com os tais filmes do "1001" e já te digo que o que leio nele não implica que eu concorde com o que veja, pois não tenho obrigatoriamente de seguir à risca as linhas de pensamento ali expostas, mas que é interessante de verificar a veracidade ou não delas, lá isso é, para além de depois poder formular a minha própria ideia.
E mais, tenho a certeza que quando for um dia ao Museu d' Orsay, não me vou sentir defraudado por ter visto as pinturas que já vi antes em papel, tal como não me sinto ao ver os filmes, depois de ter lido sobre eles.
