Sepultura: tópico oficial (Reset à poll)

Secção para discussão sobre bandas.

Moderador: GoncaloBCunha

Album Favorito:

Bestial Devastation
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Morbid Visions
0
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Schizophrenia
0
Sem votos
Beneath The Remains
8
53%
Arise
6
40%
Chaos A.D.
1
7%
Roots
0
Sem votos
Against
0
Sem votos
Nation
0
Sem votos
Roorback
0
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Dante XXI
0
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A-Lex
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Kairos
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The Mediator Between Head And Hands Must Be The Heart
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Machine Messiah
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Quadra
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Enigma
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Re: Sepultura

Mensagempor Enigma » sexta ago 21, 2009 10:23 pm

Zyklon Escreveu:O BTR é o album mais Master of Puppets que ouvi até hoje.


Podes concretizar essa afirmação, Zyk? (devo estar lento hoje... :? )
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coragem
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Re: Sepultura

Mensagempor coragem » sábado ago 22, 2009 12:31 am

e o Schizophrenia é o mais ride the lightning 8)

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spiegelman
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Re: Sepultura

Mensagempor spiegelman » sábado ago 22, 2009 12:54 am

Dragonlord Escreveu:
Old_Skull Escreveu:http://img128.imageshack.us/img128/1920/49218833kr8.jpg


...os rapazes ainda vão ter que esperar! :twisted:


Indeed!

Esse foi o meu primeiro concerto "grande"! (...)

Os meus pais foram-nos buscar quando aquilo acabou; e a minha mãe diz que foi das visões mais bizarras da vida dela, quando ela assistiu àquela data de "índios" a sairem pelas portas do pavilhão todos f*did*s, partidos, sangrados, esquartejados, esfolados; e com um olhar nos olhos que parecia indicar que só sairiam dali em vitória ou morte!...

Diz ainda a minha mãe, que as únicas alturas em que ela se tornou a sentir daquela maneira, foi quando abriram os portões do antigo estádio de Alvalade para deixarem sair a multidão oceânica que assistiu ao concerto de Metallica; por cima de uma zona de obras, digna de um palco do fim do mundo; e a segunda vez foi quando abriram os portões ao agora inexistente Armazem 22 onde se deu um dos concertos mais degradantes de todo a história do metal no nosso país; Kreator! O calor lá dentro era tanto, que o suor da malta pingava das chapas de zinco do tecto. Tomámos todos um enorme "banho de suor" ao som da "Tormentor" e "Flag of Hate" já no fim do concerto, enquanto lá fora uma xavala podre de bêbeda se vomitava toda encostada aos pneus de um camião TIR... e os meus pais a assistirem àquilo...

Mas o concerto dos Seps' foi fulcral! A "obra-prima" da devastação sonora na intemporal catedral do Metal em Cascais!

É caso para dizer: Open The Gates!!!

Keep Moshin'!

\w/


Eh pá. A discussão que para aqui se deu depois do meu post. :mrgreen:

Dragonlord. Provavelmente o teu relato é o mais metaleiro de corpo, alma e sangue do espirito que se vivia na altura, de todos os que alguma vez li e fez-me trazer de novo ao peito sensações que há muito estavam arrumadas num canto escuro da memória.

Tenho menos um ano que tu. O meu primeiro grande foi Metallica em 93, também o meu pai me foi buscar e lembro-me como eu e o resto da malta vinha com uma luz interior que iluminava os céus de Alvalade. Embora um estádio seja diferente do Dramático por isso a experiência do primeiro concerto à séria é diferente se foi num pavilhão a cair de podre com 6000 metaleiros ao bico do que um estádio com 60.000 pessoas as experiências aproximam-se.

Havia uma aura de energia interior, de invencibilidade, de união, que emanava daquela mole humana de cada vez que soavam os acordes iniciais de uma Beneath the Remains ou uma Dyers Eve e desatava tudo a fazer headbanging e a andar á biqueirada.

Essa energia que se fazia levantar naquele pavilhão dava para fazer revoluções, destronar ditadores, enviar exércitos à morte. Éramos micro-cosmos de poder. Sentia-mo-nos como pequenos semi-deuses, capazes de mover o mundo ao biqueiro.

O Concerto de 93 foi já na tour do Chaos AD, portanto já para além dos dois clássicos de thrash. Já na altura o pessoal começou a torcer o nariz ás experimentações mais industriais (e core) desse álbum (provavelmente aqui o dragonlord e o Coragem por exemplo :mrgreen: ) Mas o que é facto é que a malta aderiu bem e havia lá a WWANAO que se tornou uma espécie de grito de guerra metaleiro.

O Chaos AD é um grande álbum, mas marca claramente a viragem de atitude dos sepultura.
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Re: Sepultura

Mensagempor Dragonlord » sábado ago 22, 2009 9:23 am

Zyklon Escreveu:O BTR é o album mais Master of Puppets que ouvi até hoje.


Já agora, desenvolve mais esse teu raciocínio. Gostava de saber o teu ponto de vista ao pormenor. Porque se eu tivesse que relacionar um álbum de Metallica com um de Sepultura, seria o Master of Puppets com o Arise, e o RTL com o BTR,..etc... por isso gostava de conhecer a tua opinião; e porque é que "sentes" as coisas dessa maneira.


spiegelman Escreveu:
Eh pá. A discussão que para aqui se deu depois do meu post. :mrgreen:

Dragonlord. Provavelmente o teu relato é o mais metaleiro de corpo, alma e sangue do espirito que se vivia na altura, de todos os que alguma vez li e fez-me trazer de novo ao peito sensações que há muito estavam arrumadas num canto escuro da memória.

Tenho menos um ano que tu. O meu primeiro grande foi Metallica em 93, também o meu pai me foi buscar e lembro-me como eu e o resto da malta vinha com uma luz interior que iluminava os céus de Alvalade. Embora um estádio seja diferente do Dramático por isso a experiência do primeiro concerto à séria é diferente se foi num pavilhão a cair de podre com 6000 metaleiros ao bico do que um estádio com 60.000 pessoas as experiências aproximam-se.

Havia uma aura de energia interior, de invencibilidade, de união, que emanava daquela mole humana de cada vez que soavam os acordes iniciais de uma Beneath the Remains ou uma Dyers Eve e desatava tudo a fazer headbanging e a andar á biqueirada.

Essa energia que se fazia levantar naquele pavilhão dava para fazer revoluções, destronar ditadores, enviar exércitos à morte. Éramos micro-cosmos de poder. Sentia-mo-nos como pequenos semi-deuses, capazes de mover o mundo ao biqueiro.

O Concerto de 93 foi já na tour do Chaos AD, portanto já para além dos dois clássicos de thrash. Já na altura o pessoal começou a torcer o nariz ás experimentações mais industriais (e core) desse álbum (provavelmente aqui o dragonlord e o Coragem por exemplo :mrgreen: ) Mas o que é facto é que a malta aderiu bem e havia lá a WWANAO que se tornou uma espécie de grito de guerra metaleiro.

O Chaos AD é um grande álbum, mas marca claramente a viragem de atitude dos sepultura.


Sim, naqueles tempos lembro-me que à medida que te começavas a aproximar do local de um concerto, fosse pavilhão ou estádio; o teu coração começava a bater mais depressa. Como se estivesses a entrar num filme de terror; ou levado para as câmaras de gás de Auschwitz! Eu lembro-me do pormenor dos Ramp já estarem a tocar quando finalmente chegámos ao pavilhão do Dramático de Cascais, e ainda havia alta fila cá fora. E os "berros" e "uivos" que vinham de dentro do pavilhão e se ouviam cá fora, (era a "Thoughts" que estava a ser tocada, daí os "berros" da audiência na altura do refrão!) faziam-me estremecer os ossos. Eu só imaginava aquilo lá dentro como um sítio de negrume, violência, dor, ossos e dentes partidos, suor incómodo, eu sei lá!... eu só pensava: "Bem, agora já não podes dar uma de maricas; já não podes voltar atrás! Quiseste vir, armado em valente, pagaste o bilhete, agora aguenta-te à "bomboca"!" :twisted:

Curiosamente, e apesar da violência que o concerto de Sepultura foi, ninguém nos molestou, nem provocaram, nem nada. Mas no concerto de Metallica, durante a longa espera da tarde, ainda houve um badameco que nos tentou assaltar,... :x

Podes crer, que se este "ódio" latente no coração das pessoas ainda se mantivesse, (porque era mesmo ódio que nós tinhamos, só assim se explica que ouvíssemos o que ouvíamos, e que pensássemos da maneira que pensávamos!) decerto que ao cabo de 3 meses de palhaçada o actual pinóquio que se encontra entronado, teria sido destituído em "ordinary fashion"! Fosse por referendo, fosse por manifestação à moda "anti P.G.A."!

No segundo concerto de Sepultura que eu vi no Dramático de Cascais, já na altura do Chaos A.D., lembro-me que o concerto não foi necessariamente pior devido aos temas do novo disco, mas porque sobrou menos tempo para tocarem todos os grandes clássicos dos discos anteriores; e já não houve cá "Antichrist" nenhuma para ninguém...
Dos Paradise Lost não me lembro de praticamente nada; tal era a falta de atenção que eu tinha à música deles naquela altura, (e ainda hoje!) pode ser que um dia eu "desbrave" a discografia deles com mais atenção... :|

Curiosamente, aquilo que eu desgosto do Chaos A.D. nem sequer são as partes mais experimentalistas, como a WWANAO, ou a Kaiowas; mas sim todo o "miolo" do álbum. Ou seja, a parte dos "alicerces"; a "metade-thrash" que foi completamente "mongolóidizada" e feita às "3 pancadas" e que nunca me conseguiu soar a nada de jeito. Pareciam uma data de colegiais a darem os primeiros toques nos instrumentos... :(

Keep Thrashin'!

\w/
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Re: Sepultura

Mensagempor Grimner » sábado ago 22, 2009 10:52 am

Dragonlord Escreveu:
Grimner Escreveu:
Converge Escreveu:Arise atmosférico?




Eu diria que o Arise está para o Beneath como o Master está para o Ride the Lightning. em ambos os casos, são albums que não reinventam a formula, mas refinam-na e apresentam-na de uma forma mais matura. Trocam algum do entusiasmo juvenil por uma abordagem mais ambiciosa, temas mais longos mais lentos e estruturados. Comparativamente, é mais atmosférico.


O grande problema do Arise é que não há mesmo progressão do estilo depois disso. Mesmo que sepultura não tivesse tentado expandir a fórmula, as centenas de bandas que tentaram fazer o mesmo som cairam completamente de trombas no chão.


Mas são clássicos. Que só perdem ligeiramente ela produção do Scott Burns (que apesar de tudo, para os padrões dele, até dá à banda um bom som).


Só agora reparei neste teu post...

Resumiste extraordinariamente a questão do "ambientalismo" no Arise, parabéns!

Mas queria colocar-te uma questão: Tu dizes que os álbuns só perdem ligeiramente pela produção do Scott Burns,... ora esse produtor era o que estava na "berra" naquela altura para tudo o que eram bandas de Death Metal, e Thrash extremo, (como Sepultura). Bolas, até Iced Earth gravaram nos Morrisound Studios da Flórida!

Achas mesmo que os Seps' não beneficiaram de um bom som às mãos deles?

Relembro ainda que, o Arise sofreu, ainda antes de ser lançado "worldwide" uma remistura pelas mãos do Andy Wallace; que segundo não me falha, fez som para Slayer!

De que maneira achas que o som dos álbuns terá perdido devido ao Scott Burns, ou de que maneira terá o Arise "ganho" pela remistura do Andi Wallace?

Keep Thrashin'!

\w/



Eu sempre nutri um certo "ódio de estimação" pela produção do Scott Burns. Demasiado comprimida, demasiado grave, e com falta de brilho. Gosto do som de guitarras do Arise, mas acho que o "som Morrisound" era não só carimbo de fábrica, como um mau carimbo. O Andy Wallace deve ter ajudado. Mas ainda assim, aquele som de bateria não me convence. Li-te queixares-te do som do "Covenant", a produção do Scott Burns, para mim, é o Covenant embrulhado em cachecóis, de tão mais abafada que consegue ser...


O Scott Burns marcou um bocado a era das produções em série. Um pouco como aconteceu depois com o Tagtgren e os seus estudios, em que se ouvia o cunho pessoal da produção à légua. No caso do Burns, eram sempre, ou quase, abafadas e clinicas. E tal como o Tagtgren era vinculado à N.B. e o Sorychta à Century Media, o Burns gravava tudo o que era Roadrunner. Acho que os proprios Sepultura concordaram, e mal se tornaram banda de topo de vendas, escolheram o Andy Wallace.


Daquelas curiosidades que tenho, era coo triam soado com o Colin Richardson...
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Re: Sepultura

Mensagempor Dragonlord » sábado ago 22, 2009 11:50 am

Grimner Escreveu:
Eu sempre nutri um certo "ódio de estimação" pela produção do Scott Burns. Demasiado comprimida, demasiado grave, e com falta de brilho. Gosto do som de guitarras do Arise, mas acho que o "som Morrisound" era não só carimbo de fábrica, como um mau carimbo. O Andy Wallace deve ter ajudado. Mas ainda assim, aquele som de bateria não me convence. Li-te queixares-te do som do "Covenant", a produção do Scott Burns, para mim, é o Covenant embrulhado em cachecóis, de tão mais abafada que consegue ser...


O Scott Burns marcou um bocado a era das produções em série. Um pouco como aconteceu depois com o Tagtgren e os seus estudios, em que se ouvia o cunho pessoal da produção à légua. No caso do Burns, eram sempre, ou quase, abafadas e clinicas. E tal como o Tagtgren era vinculado à N.B. e o Sorychta à Century Media, o Burns gravava tudo o que era Roadrunner. Acho que os proprios Sepultura concordaram, e mal se tornaram banda de topo de vendas, escolheram o Andy Wallace.


Daquelas curiosidades que tenho, era coo triam soado com o Colin Richardson...


Sim, o "som Scott Burns" tinha um cunho muito próprio; e não posso dizer que adore ou que despreze; simplesmente era o som que me parecia "correcto" para o tipo de bandas que ele gravava, e que me pareciam que "calhava" bem terem aquele som.
Ainda me lembro de haver quem preferisse gravar na suécia com o produtor Tomas Skogsberg, que era o "Scott Burns Europeu", (produziu Entombed, por ex.) e lembro-me que um álbum gravado por ele também se distinguia à léguas de distância!
Mas curiosamente, o som que ele fez para Sepultura pareceu-me "fugir" um bocado à "norma". O BTR tem um som de bateria bastante "metálico" até, (com algum desagrado no som de "pico" que faz com que as frequências graves pareçam de tal ordem "agudas" que chegam a fazer doer os ouvidos!) Enquanto que no Arise as coisas ficaram mais "equilibradas". (Mesmo na pré-produção feita apenas pelo Scott Burns)
Mesmo assim, os álbuns "Covenant" e "Domination" de Morbid Angel estão muito mais abafados do que uma produção do Scott Burns! O "Domination", se não me falha a memória, foi produzido pelo Fleming Rasmussen; que naquela altura também produziu o "Imaginations From The Other Side" dos Blind Guardian; e são todos álbuns tão abafados que perdem logo metade da pica a ouvir!

Devo dizer que detesto álbuns com som "fininho" e "apaneleirado" como por ex: Megadeth - "Countdown to Extinction", ou o "In Search Of Sanity" de Onslaught, em que as frequências graves são inexistentes e os discos parece que estão a ser tocados sem guitarra baixo, ou bombos de bateria. No entanto devo dizer que sempre achei que as produções do Scott Burns seriam mais ou menos "graves" conforme o desejo da banda, e não necessariamente porque ele lhes quisesse "imprimir" esse "cunho"!
Temos exemplos de álbuns "abafados"; Obituary - "The End Complete", Napalm Death - "Harmony Corruption"; e temos exemplos de álbuns com um som mais "solto"; Obituary - "Cause of Death", "Arise", "BTR", Death - "Spiritual Healing", etc...
Por isso é que te digo que tive sempre a ideia de que o "abafamento" das produções seria uma exigência da banda, e não necessariamente uma consequência de o termos a ele aos comandos da produção.

Noto também que, as primeiras produções dele tinham tendência para ser mais "soltas" e que, posteriormente os álbuns começaram a sair cada vez mais "abafados" à medida que a década de '90 foi avançando. Teria sido uma pré-disposição dele a afirmar a sua "imagem de marca" como produtor, uma exigência ditada pelas bandas e pelo mercado; ou uma consequência natural dos dois factores?

Keep Producin'!

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Re: Sepultura

Mensagempor Grimner » sábado ago 22, 2009 1:57 pm

Acho que acaba por ser uma tendência mais ou menos natural.


Quanto ao Flemming e a sua nódoa como produtor, esqueceste-te do abafado mais flagrante de todos: se em vez de num disco, se metesse o "...And Justice for All" numa garrafa e se o vendesse como abafadinho madeirense... havia quem não desse pela diferença.

Quanto ao Scott, parte da coisa é gosto pessoal ( e não sou grande fã da sonoridade que ele dava às bandas, confesso), a outra é mesmo um certo "corporativismo". Obituary, Sepultura, sai tudo na mesma editora e com um som semelhante, a Roadrunner toca a assinar bandas à pazada, e enfia-as todas no mesmo estudio (semi afecto à editora), onde lhes dão 10-15 dias para fazer um álbum. A banda não se importa porque o pior que acontece é soar "à Obituary", a editora corta nos custos de produção (e até vende o selo do estudio como aval de qualidade), e o ouvido do produtor vai-se queimando com gravar 12 bandas por ano que soam todas semelhantes. Com 15 dias para fazer aquilo, experimenta-se menos, vai-se por aquilo que já foi testado e deu resultado... e a própria banda provavelmente ajuda à festa. Não sei que experiência musical tens, mas se já gravaste alguma coisa, é quase o eterno cliché o produtor virar-se e pedir cds de referência. Quase que imagino Monstrosity a chegar ao estudio, o Scott perguntar que som querem, e eles sacarem do Arise... (exemplo inteiramente ficticio para estabelecer a anedota, mas há a tendência de muita banda em inicio de carreira ouvir algo e dizer "quero este som"). É preciso um produtor muito bom para conseguir ultrapassar a sobrecarga de trabalho, e dar sons distintos a bandas que já por si tocam estilos muito semelhantes.


Mais tarde, é ver o Peter Tagtgren a fazer o mesmo. É contar o numero de bandas da Nuclear Blast que a partir de 98, foram lá gravar.

Já a produção dos sunlight... Não me consigo queixar, apesar da mesmice. é o meu lado de fanboy completo do Clandestine e do Like an ever Flowing stream. :D
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Re: Sepultura

Mensagempor Gornoth » sábado ago 22, 2009 5:28 pm

Grimner Escreveu:Mas ainda assim, aquele som de bateria não me convence.


É impressão minha ou com esta frase referias-te ao som de bateria do Arise? É que quanto a mim, por acaso, sempre que penso num exemplo de grandecíssimas produções de som de bateria, é o Arise o primeiro que me vem à cabeça. Só aquela tarola potentíssima dá de tal modo corpo e pujança à música que me é mesmo muito difícil imaginar que ficasse melhor com uma produção de bateria diferente... :)

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Re: Sepultura

Mensagempor Dragonlord » segunda ago 24, 2009 10:23 am

Grimner Escreveu:Acho que acaba por ser uma tendência mais ou menos natural.


Quanto ao Flemming e a sua nódoa como produtor, esqueceste-te do abafado mais flagrante de todos: se em vez de num disco, se metesse o "...And Justice for All" numa garrafa e se o vendesse como abafadinho madeirense... havia quem não desse pela diferença.

Quanto ao Scott, parte da coisa é gosto pessoal ( e não sou grande fã da sonoridade que ele dava às bandas, confesso), a outra é mesmo um certo "corporativismo". Obituary, Sepultura, sai tudo na mesma editora e com um som semelhante, a Roadrunner toca a assinar bandas à pazada, e enfia-as todas no mesmo estudio (semi afecto à editora), onde lhes dão 10-15 dias para fazer um álbum. A banda não se importa porque o pior que acontece é soar "à Obituary", a editora corta nos custos de produção (e até vende o selo do estudio como aval de qualidade), e o ouvido do produtor vai-se queimando com gravar 12 bandas por ano que soam todas semelhantes. Com 15 dias para fazer aquilo, experimenta-se menos, vai-se por aquilo que já foi testado e deu resultado... e a própria banda provavelmente ajuda à festa. Não sei que experiência musical tens, mas se já gravaste alguma coisa, é quase o eterno cliché o produtor virar-se e pedir cds de referência. Quase que imagino Monstrosity a chegar ao estudio, o Scott perguntar que som querem, e eles sacarem do Arise... (exemplo inteiramente ficticio para estabelecer a anedota, mas há a tendência de muita banda em inicio de carreira ouvir algo e dizer "quero este som"). É preciso um produtor muito bom para conseguir ultrapassar a sobrecarga de trabalho, e dar sons distintos a bandas que já por si tocam estilos muito semelhantes.


Mais tarde, é ver o Peter Tagtgren a fazer o mesmo. É contar o numero de bandas da Nuclear Blast que a partir de 98, foram lá gravar.

Já a produção dos sunlight... Não me consigo queixar, apesar da mesmice. é o meu lado de fanboy completo do Clandestine e do Like an ever Flowing stream. :D


Curioso achares a produção do "...and Justice For All!" abafada, quando eu a acho precisamente,... "oca"! (e ás vezes, até, desagradavelmente "estridente") Quanto mais não seja, porque baixo é coisa que não se houve muito bem por aqueles lados...
Mas percebo que tenhamos percepções divergentes acerca da maneira como soam os álbuns, porque isto também vai muito da audição/percepção de cada um e, como tal, é bastante subjectivo!
Normalmente considero a produção do Master of Puppets "ligeiramente abafada", mas nunca de maneira a comprometer de alguma maneira o meu prazer de audição. Mas o 4º álbum de Metallica, segundo consta, foi assassinado não na produção, mas na mistura...

Em relação ao que referes sobre as editoras e as suas escolhas em relação a estúdios e produtores, faz todo o sentido! E inclusive, era coisa que já me tinha vindo à cabeça após ter consultado recentemente algumas publicações de inícios da década de '90, que ainda aqui tenho em casa!

Em relação aos Sunlight Studios, é sempre bom haver alternativas à "norma"; apesar das alternativas, por vezes, se tratarem também de uma "mesmisse"! Apenas uma mesmisse "diferente"!

Não deixa, mesmo assim, de haver uma certa "nostalgia" quando revisito álbuns da "época de ouro" do Death Metal; e constatar, por vezes agradavelmente, até; que uma grande maioria dos álbuns partilha essa "união" em termos sonoros. É quase como se estivéssemos a reviver, em primeira mão, uma viagem no tempo a uma época da história da Arte que não me deixa de fazer lembrar um movimento como o próprio Renascimento Italiano, ou mesmo a antiguidade clássica... por muito que alguns desses álbuns se revelem particularmente desagradáveis de ouvir!


Gornoth Escreveu:
Grimner Escreveu:Mas ainda assim, aquele som de bateria não me convence.


É impressão minha ou com esta frase referias-te ao som de bateria do Arise? É que quanto a mim, por acaso, sempre que penso num exemplo de grandecíssimas produções de som de bateria, é o Arise o primeiro que me vem à cabeça. Só aquela tarola potentíssima dá de tal modo corpo e pujança à música que me é mesmo muito difícil imaginar que ficasse melhor com uma produção de bateria diferente... :)


Concordo contigo! Acabei agora de fazer uma "maratona Arisiana" e "mamei" de uma só "assentada" as duas versões do Arise, (A "original" remisturada pelo Andy Wallace, e a versão remasterizada.) Falta-me ter no meu espólio a primeiríssima versão "Scott Burns only", que apenas foi disponibilizada em quantidades muito limitadas no Rock in Rio II de 1991.(?) Mesmo assim, temos direito a um desses temas na sua versão original entre as faixas-bónus do Cd da remasterização, e aparte um som ligeiramente mais "cru", a força da bateria sempre esteve lá!

Digamos que a bateria do Arise está num meio-termo agradável à audição, ao contrário da bateria do BTR que tem alguns dos componentes da bateria a "romper a escala" e a fazer um "clique" desagradável para os ouvidos. Nesse aspecto a bateria do Arise está mais equilibrada; não havendo "espaço" para frequências mal-colocadas, ou bombos demasiadamente abafados, ou proeminentes!

Claro, quem me tira sons de bateria como o que se encontra presente no "Schizofrenia", "Pleasure to Kill" de Kreator, "Raging Steel" de Deathrow, ou mesmo "Mallevs Malleficarvm" dos Pestilence; tira-me tudo! Mas isto já são outras "águas"!

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Re: Sepultura

Mensagempor undermoonspell » segunda ago 24, 2009 10:23 pm

com dificuldade em escolher o meu voto vai para Roots
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Re: Sepultura

Mensagempor Zyklon » terça ago 25, 2009 12:11 am

Enigma Escreveu:
Zyklon Escreveu:O BTR é o album mais Master of Puppets que ouvi até hoje.


Podes concretizar essa afirmação, Zyk? (devo estar lento hoje... :? )

Não tinha visto ainda...
Simples é apenas uma opinião pessoal.
Lembro-me que na altura que o ouvi pela primeira vez e depois de ter levado com o Arise em cima de uma maneira anormal e quase fanática tudo aquilo me soava a Master embora numa prespectiva mais agressiva desde a maneira como os temas foram construidos até a propria voz do Max.
Ainda hoje penso assim e o vejo com um Master of Puppets mais agressivo,mais crú,mais abrasivo, alias existem por lá algumas notas que soam tremendamente a Metallica dou como exemplo aquelas cavalgadas instrumentais ao longo das faixas até a propria bateria do Igor tem aquele toque meio tosco do Lars mas que soam tão bem ao longo destes albuns antigos.
Acho que e falando nesta epoca do grupo de Belo Horizonte se existiu algo violentamente dissecado e transformado com aquele toque pessoal que os elevou a partir daqui a outra dimensão foi mesmo o album que tem a Battery.
È natural que as pessoas associem mais o Arise porque bem vistas as coisas o que faltava aqui eram aqueles inicios á Under Siege e se o BTR os tivesse notava-se bem mais....e já agora outra opinião meramente pessoal eu não associo o Arise com nada a não ser com o factor foda-se qué esta merda!!....

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Re: Sepultura

Mensagempor Malkla » domingo ago 30, 2009 10:10 pm

Beneath the Remains e um dos melhores albuns de sempre :metal:

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Re: Sepultura

Mensagempor GoncaloBCunha » sábado set 05, 2009 3:02 pm

Dragonlord Escreveu:[quando descobri que Iron Maiden já aí andava desde 1976... e que desde 1985 que vinham tocar a Cascais!


Desde 1984! Mais concretamente dia 1 ou 4 de Setembro, já não me recordo bem...
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Re: Sepultura

Mensagempor Turiacus » quinta set 10, 2009 12:50 pm

Pessoalmente prefiro o roots.

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Devan
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Re: Sepultura

Mensagempor Devan » quinta set 17, 2009 1:29 pm

Gosto de todos até o Max e o Igor saírem.
Andreas e o Paulo deviam acabar a banda em vez de tentar re-construíla.
Podiam sempre fazer uma outra banda...
Pelos vistos muita gente concorda comigo sendo o facto de quase não haver votos a partir do primeiro álbum do Derrik Green.
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