raxx7 Escreveu:Wyrm,
1 o objectivo não é descortinar e resolver todos os problemas de educação, é só resolver um (que é crónico na administração pública): distinguir os professores que ultrapassam os problemas e se erguem acima dos mínimos que lhes exigem ao dar o canudo dos que nem os mínimos cumprem.
Isso é um dos pontos que se pretende que sejam explanatórios da avaliação.Algures no site do ME temos isto:
"O novo regime de avaliação, mais exigente e com efeitos no desenvolvimento da carreira, tem como principal objectivo a melhoria dos resultados escolares dos alunos e da qualidade das aprendizagens, proporcionando condições para o desenvolvimento profissional dos docentes, tendo em vista o reconhecimento do mérito e da excelência."
Ou seja, a intenção é declaradamente a melhoria dos resultados, sobretudo em estados estatísticos e burocráticos.
raxx7 Escreveu:2 compreendo o teu ponto mas olhando para os campos das fichas de avaliação, não me parece demasiado grave ter professores de uma área a avaliar os de outra. Já a necessidade de avaliar a capacidade dos avaliadores é importante mas creio que está prevista. A sugestão de ir buscar outros professores é interessante mas lembra-te que este processo de avaliação tem de ser ajustado à realidade de cada escola e parece-m crítico que os professores avaliados e avaliadores sejam da mesma escola.
O problema entra nas questões técnicas e nos conteúdos programáticos que se devem seguir.Por mais competente que seja, um professor de Português pode não ter capacidade e perfil para avaliar os seus colegas de Física, Geometria Descritiva, Educação Musical e outras.No mínimo, seria boa ideia ver quantos professores as escolas têm e para que disciplinas e aí organizar as coisas convenientemente.E sim, a capacidade de avaliar os avaliadores está prevista, resta é saber como vão ser avaliados esses avaliadores.Quanto ao facto de avaliados e avaliadores serem da mesma escola, podemos remeter à frase anterior, mas acho que a isenção de fora seria sempre bem vinda.
raxx7 Escreveu:3. Teoricamente, o processo de avaliação começa no inicio do ano com a definição de objectivos e conlcui-se no fim do ano com a avaliação.
Em traços teóricos sim, por isso discordo de se começarem com as avaliações este ano, já que, vão contra a ideia base para a fundamentação da avaliação (planeamento anual) e vão ser certamente feitas à pressa.
---
raxx7 Escreveu:Parece-me que o aspecto mais polémico da avaliação dos professores incluir uma componente do sucesso escolar dos alunos e o medo que isso resulte em notas dadas para cumprir metas de sucesso escolar.
Contudo, a mim parece-me que isso é
a) ignorar que isso é apenas uma parte da avaliação (6.5%, incluindo a componente de auto-avaliação)
b) ignorar que ps objectivos não são colocados a um nível nacional uniforme mas sim a um nível individual tendo em conta a realidade de cada escola.
c) passar um atestado de incompetência e quiçá, de corruptibilidade, a todos os professores avaliados e avaliadores.
Não só mas também...Acho que um dos problemas é de facto o iniciar já a avaliação.Não é de todo justo nem correcto, estabelecerem-se padrões e andar com isto para a frente só para fazer obra.O facto de as escolas também se juntarem ao barulho, dizendo que não têm meios nem condições para iniciar já as avaliações, devia ser tida em conta e pesada com respeito.Afinal, se são uma das entidades com as quais se deve estar de acordo para estabelecer os conteúdos e avaliadores, ao queixarem-se (as escolas) podemos denotar alguma falta de sensibilidade e interesse em realmente fazer as coisas como devem ser feitas.Neste caso, sou totalmente a favor da opinião do António Vitorino e de um modelo experimental, para que se possa tirar ilações do melhor modo.
raxx7 Escreveu:Nesse caso, talvez devamos despedi-los todos os professores e recomeçar esta treta do zero.
Os engenheiros e os Burnt By The Sun têm uma frase: the perfect is the enemy of the good.
Não basta apontar as falhas e limitações deste processo de avaliação. Ou propõem um melhor ou mostram que este é pior que o status quo actual.
Despedir todos os professores seria uma medida digna do "lol".Quanto às falhas e limitações, acho que estão à vista e basta colocarmo-nos no lugar de quem vai avaliar e quem vai ser avaliado, pensando nas repercussões em todos os pólos.Ao apontar as falhas e limitações, está-se simultaneamente a dar azo a alterações que podem ser feitas para o melhor e não para o pior.
Mas isto sou eu a falar.