Política - Discussão ou algo do género.

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » sábado set 22, 2012 10:36 am

Não sei se isso diz mais da memória que da qualidade dos líderes. A maioria das escolhas parecem-me equivaler a "prefere a sua poia com canela, ou pimenta?".

E magnífica demonstração ( mais uma) de autismo político neste país. Depois das manifestações mais expressivas de sempre do nosso país, que estão a mostrar que a mobilização civil transcende a partidária, e perante a semana mais contestada de sempre desde 74, continuam a fazer orelhas moucas e não se apercebem do quão sozinhos estão.

O comunicado do conselho de estado foi das coisas mais vazias que já vi surgir de um presidente que sabe que este governo já não tem estabilidade para governar, e que estas políticas de austeridade já não são implementáveis. Dizerem que se vai recuar na TSU ( como se fosse isso o motivo da manifestação, a julgar pelos comentadores amestrados) para aplicar outras medidas iguais irá provocar resposta igual. E se nos mantemos pacíficos, garanto que já não nos sinto mansos.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Enigma » sábado set 22, 2012 1:51 pm

Grimner Escreveu:Não sei se isso diz mais da memória que da qualidade dos líderes. A maioria das escolhas parecem-me equivaler a "prefere a sua poia com canela, ou pimenta?".


Parece-me mais (e independentemente da qualidade ou falta dela) falta de conhecimentos políticos, daí escolher-se os últimos líderes. Colocar Seguro (que está há 1 ano ou pouco mais como líder do partido) à frente de figuras históricas como Soares aponta nesse sentido, imo.

Grimner Escreveu: O comunicado do conselho de estado foi das coisas mais vazias que já vi surgir de um presidente que sabe que este governo já não tem estabilidade para governar, e que estas políticas de austeridade já não são implementáveis. Dizerem que se vai recuar na TSU ( como se fosse isso o motivo da manifestação, a julgar pelos comentadores amestrados) para aplicar outras medidas iguais irá provocar resposta igual. E se nos mantemos pacíficos, garanto que já não nos sinto mansos.


Não discordando do dizes, tenho sérias dúvidas que as manifestações e o descontentamento tivesse atingido estas proporções gigantescas se Passos Coelho tivesse anunciado (como quase toda a gente previa) o corte de um subsídio nos privados e a devolução de um dos dois subsídios retirados à função pública e pensionistas.
Agora, dado o grande tiro no pé que foi a TSU, o Governo fragilizou-se a níveis impensáveis para quem está há um ano e meio no poder e desbaratou a pouca tolerância que ainda pudesse existir perante mais medidas de austeridade. A partir de agora, qualquer medida que venha a ser tomada será sempre contestada.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grind-zé » sábado set 22, 2012 2:01 pm

Qualidade de líder? Fizeste-me pensar melhor, e concordo com estes resultados. Definitivamente o Socrates terá sido dos melhores tocadores de flauta que o PS já teve. O número de ratos que seguiram atrás dele confirma-o.

Quanto aos acontecimentos de ontem, diria que o Presidente protege os seus interesses partidários: não pode fazer cair um Governo da sua cor.
Os resultados de ontem foram patéticos, nulos. Ai de quem se resignar com esta disponibilidade do Governo para "estudar alternativas à alteração da TSU".

Após ler e ouvir os comentários jornalisticos dos acontecimentos de ontem, devo dizer que há jornalistas que deverão ter presenciado outra vigília que não aquela em que participei. Nomeadamente nos momentos, em que os "ânimos se exaltaram".
Serão efeitos do bolo rei que se serve no Palácio de Belém?


Ainda ontem, o Sr. Passos Coelho voltou a contar um conto de terror na AR: O incumprimento significa a saida da zona euro, e uma pobreza generalizada em Portugal. Obviamente que este senhor não conhece a realidade portuguesa...
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grind-zé » sábado set 22, 2012 2:05 pm

Enigma Escreveu:Agora, dado o grande tiro no pé que foi a TSU, o Governo fragilizou-se a níveis impensáveis para quem está há um ano e meio no poder e desbaratou a pouca tolerância que ainda pudesse existir perante mais medidas de austeridade. A partir de agora, qualquer medida que venha a ser tomada será sempre contestada.


E a descrença em Cavaco também aumenta.
Aqui entre nós não consigo perceber como lhe deram um segundo mandato como Presidente da República. Já nem quero falar dos outros mandatos do bicho, mas a re-eleição para Belém?
Quer dizer, até percebo o porque, mas não compreendo.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » sábado set 22, 2012 3:44 pm

Grimner Escreveu: O comunicado do conselho de estado foi das coisas mais vazias que já vi surgir de um presidente que sabe que este governo já não tem estabilidade para governar, e que estas políticas de austeridade já não são implementáveis. Dizerem que se vai recuar na TSU ( como se fosse isso o motivo da manifestação, a julgar pelos comentadores amestrados) para aplicar outras medidas iguais irá provocar resposta igual. E se nos mantemos pacíficos, garanto que já não nos sinto mansos.


Não discordando do dizes, tenho sérias dúvidas que as manifestações e o descontentamento tivesse atingido estas proporções gigantescas se Passos Coelho tivesse anunciado (como quase toda a gente previa) o corte de um subsídio nos privados e a devolução de um dos dois subsídios retirados à função pública e pensionistas.
Agora, dado o grande tiro no pé que foi a TSU, o Governo fragilizou-se a níveis impensáveis para quem está há um ano e meio no poder e desbaratou a pouca tolerância que ainda pudesse existir perante mais medidas de austeridade. A partir de agora, qualquer medida que venha a ser tomada será sempre contestada.[/quote]

Será parte isso, e parte um efeito panela de pressão. Havia um ranger de dentes generalizado, uma sensação de que as pessoas não faziam nada, de que estava tudo manso e conformado. E concordo também com o que dizes, mas acho que havia muita gente que estava à espera de algo para finalmente reagir. Fosse o que fosse. Claro que este tipo de análises à posteriori valem o que valem, mas o rastilho teria que se incendiar mais tarde ou mais cedo; num país tão perto do limite, é simplesmente incomportável anunciar mais medidas, especialmente quando as pessoas juntam dois mais dois e vêem que as que tinham sido pedidas pioraram o país em vez de o melhorar. Um sacrifício ou compromisso social é justificável quando se sente a contrapartida.

Por outro lado, a ideia de que o défice está a derrapar bem mais que o esperado ou anunciado, é difícil de levar com algum tipo de spin. A própria Troika meteu por completo os pés pelas mãos ao avisar primeiro que não sugeriu os aumentos da TSU para depois vir afirmar que as receitas dessa TSU TÊM que constar no Orçamento de Estado. Na prática, mostrou finalmente os dentinhos, como já fizera antes com a Grécia. Se calhar era necessário ver, um ano depois, os efeitos práticos negativos desta política para se poder entrar em pleno com a oposição à mesma e, se a oposição anti troika tiver dois dedos de cabeça, começar a focar o debate na questão da dívida, e nas alternativas.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor napenum6ra » segunda set 24, 2012 3:15 pm

Grind-zé Escreveu:Imagem
Vitima de suicidio politico em Vouzela.
RIP.

Foi mais forte que eu.


O Verão está a acabar, mas para algumas cigarras é sempre Verão.
http://www.publico.pt/Sociedade/ministro-recebe-subsidio-de-alojamento-apesar-de-passar-a-semana-em-casa-propria-na-capital-1517635

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grind-zé » segunda set 24, 2012 3:48 pm

Atenção que esta noticia é antiga.
No dia 23 de Outubro noticiava-se que "o ministro da Administração Interna anunciou hoje que amanhã irá renunciar ao subsídio de alojamento, após a polémica sobre o assunto": http://economico.sapo.pt/noticias/migue ... 29708.html

Mas sei apenas isso. Não tenho o conhecimento necessário para afirmar que de facto renunciou, ou que não recebe outro subsidio que substitua este.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor aftermath » segunda set 24, 2012 4:59 pm

Como já se aperceberam que, neste momento, qualquer tirada ao lado é vista como provocação, o sr. ministro da bófia já veio dar a costumeira desculpa sem se desculpar "Fui mal interpretado!" ou seja, quem tem cú tem medo!

http://www.dn.pt/politica/interior.aspx ... id=2788260

Afinal era homenagem....
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Yield unto temptation and be ruler of the world
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grind-zé » segunda set 24, 2012 5:38 pm

Usei o meu perfil de facebook para expressar a minha opinião sobre o discurso de ontem, e os seus vassalos atacaram-me prontamente, acusando-me de estar a fazer propraganda.
Infelizmente apenas um teve a coragem de o fazer em aberto.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » segunda set 24, 2012 6:04 pm

Passo 1: Afirmar publicamente "os nossos políticos não são corruptos" num evento do PSD


A procuradora-geral Adjunta Cândida Almeida afirmou sábado que "Portugal não é um país corrupto" e que existe uma "perceção" exagerada da dimensão deste crime, sublinhando que é dos poucos Estados europeus onde se investigam "grandes negócios do Estado".

"O nosso país não é um país corrupto, os nossos políticos não são políticos corruptos, os nossos dirigentes não são dirigentes corruptos. Portugal não é um país corrupto. Existe corrupção obviamente, mas rejeito qualquer afirmação simplista e generalizada, de que o país está completamente alheado dos direitos, de um comportamento ético (...) de que é um país de corruptos", disse a diretora do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), numa conferência na Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide.

Depois de insistir várias vezes nesta ideia, a magistrada disse que, porém, não é essa a "perceção" da opinião pública, referindo que os relatórios da organização Transparência Internacional Portugal e os meios de comunicação social "arrasam-nos permanentemente" com a ideia de que o país "é corrupto".



Ler mais: http://expresso.sapo.pt/candida-almeida ... z27Pa45Kb5

Passo 2: Ser o nome falado para chefiar o orgão mais capaz para investigar essa mesma corrupção.



A procuradora-geral adjunta Cândida Almeida (na foto) deverá suceder a Pinto Monteiro no cargo de Procurador-Geral da República (PGR). A notícia está a ser avançada pela revista “Visão”.

Segundo esta publicação, Cândida Almeida “parece ser” o nome “mais consensual entre o Governo e a Presidência da República, se bem que, em Belém, terá encontrado algumas reticências”.

A “Visão” aponta ainda que “nos últimos meses foi possível a ‘candidatura” da procuradora-geral adjunta, “tida nos meios judiciais como uma figura próxima do PS”, dado que conseguiu “reunir também apoios nas áreas do PSD e do CDS”. Cândida Almeida marcou presença numa iniciativa recente do PSD, a Universidade de Verão do partido.

De acordo com a mesma fonte, “as discussões” entre a presidência da República e a ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz “estarão já numa fase avançada”.


http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=580001


Ele há coincidências. E em 15 dias, que é para não dizerem que a justiça é lenta.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor spiegelman » terça set 25, 2012 10:24 am

Menos impostos e contribuições mantêm derrapagem orçamental em Agosto

Podia aqui vociferar uma qualquer ladainha bolchevique contra a ofensiva ideológica deste governo contra a classe trabalhadora.

Mas, depois de ver os resultados da execução orçamental de agosto, a única coisa que me apraz dizer destes tipos é que, um governo que consegue reduzir 15% nas despesas com o pessoal do estado e ainda assim consegue a proeza de agravar o défice, é pura, crua e simplesmente

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor UnknownOne » terça set 25, 2012 11:05 am

spiegelman Escreveu:Menos impostos e contribuições mantêm derrapagem orçamental em Agosto

Podia aqui vociferar uma qualquer ladainha bolchevique contra a ofensiva ideológica deste governo contra a classe trabalhadora.

Mas, depois de ver os resultados da execução orçamental de agosto, a única coisa que me apraz dizer destes tipos é que, um governo que consegue reduzir 15% nas despesas com o pessoal do estado e ainda assim consegue a proeza de agravar o défice, é pura, crua e simplesmente

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Não te esqueças que tens uma subida brutal nas despesas de cariz social (que é só a maior parcela do orçamento de estado).

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » terça set 25, 2012 11:16 am

http://issuu.com/cgtp/docs/propostas_economia

A Iniciativa para a Auditoria Cidadã (IAC) à Dívida Pública considera que uma moratória do pagamento da dívida com vista à sua reestruturação pode ser “a única resposta possível” à falta de solução que vê na política de austeridade em curso.

A IAC reconhece que “as consequências de um passo como este não são leves”, mas recusa que isso leve à impossibilidade de pagar salários e pensões por parte do Estado, porque, “uma vez suspenso o serviço da dívida, as receitas públicas podem cobrir as despesas correntes do Estado enquanto a negociação [com os credores] decorre”.

E defende como “urgente a reestruturação da dívida pública liderada pelo Estado soberano [português], estendendo a maturidade dos empréstimos, reduzindo as suas taxas de juro, ou mesmo reduzindo o capital em dívida”. Ressalva contudo que o início de negociações com a troika, na sua qualidade de representante dos credores, pressupõe “uma grande determinação” e “forte apoio social”, mas considera que esse apoio “começa a existir”, em resultado de uma “clara consciência da gravidade da situação”.

Estas são ideias fortes de uma nota de imprensa que a Comissão da IAC divulgou hoje por ocasião da sua actividade, que está próxima de completar um ano. A recusa da austeridade já vem de trás, quando em Dezembro do ano passado a Convenção de Lisboa que deu origem a esta organização declarou que “a austeridade, o nome dado a todos os cortes e confiscos, não resolve nenhum problema, nem sequer os da dívida e do défice público. Pelo contrário: conduz ao declínio económico, à regressão social, e depois disso à bancarrota”.

O que é novo é que, face à evolução do país, a IAC conclui que não se enganou. “Apesar de todos os cortes, o Governo falhou nas metas do défice de 2011 e 2012”, e simultaneamente “a dívida pública não parou de crescer”. E lembra que “antes do memorando”, entre o primeiro trimestre de 2010 e o mesmo trimestre de 2011, “a dívida aumentou 20.7 mil milhões de euros”, e “depois do memorando, também num só ano (do primeiro trimestre de 2011 ao mesmo trimestre de 2012) aumentou ainda mais: 26.6 mil milhões de euros”.

A Comissão da Auditoria à Dívida Pública avisa que “por este caminho a dívida continuará a aumentar no futuro”. No memorando da troika previa-se que passasse de 106,4% do PIB, em 2011, para 112,9%, em 2015. Mas segundo o Eurostat, no primeiro trimestre do ano em curso já havia chegado aos 111,6%. “De ‘revisão em alta’ em ‘revisão em alta’ a realidade vai fazendo explodir metas do memorando”, lê-se na mesma nota de imprensa.

A IAC levanta ainda algumas outras questões, como se a auditoria deve dirigir-se em exclusivo à dívida pública, que “é apenas uma parte de um problema mais vasto: o endividamento externo”, ou ainda se é possível identificar “parcelas” legítimas e ilegítimas da dívida.

Isto porque “a dívida bancária, pela ligação umbilical estabelecida entre Estado e finança privada, é ainda mais ameaçadora do que a dívida pública”. Por outro lado, considera-se que quando o serviço da dívida “é feito à custa da ruptura de compromissos do Estado como aqueles que o Estado contraiu junto de pensionistas, reformados e desempregados”, a prioridade aos compromissos contraídos junto dos credores “é de facto ilegítima”.

A Iniciativa para a Auditoria Cidadã à Dívida Pública foi criada numa convenção de mais de 700 pessoas, onde foi instituída uma Comissão de Auditoria com 44 personalidades, onde se incluem os economistas José Reis e José Castro Caldas (da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra) e o sociólogo Boaventura de Sousa Santos. O ex-dirigente da CGTP Carvalho da Silva e activistas sociais como João Camargo e João Labrincha (envolvidos na convocação da manifestação de dia 15 deste mês e de Março do ano passado) também fazem parte da comissão.


http://economia.publico.pt/Noticia/audi ... es-1564316


Porque não há alternativas.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Indigente » terça set 25, 2012 11:20 am

UnknownOne Escreveu:Não te esqueças que tens uma subida brutal nas despesas de cariz social (que é só a maior parcela do orçamento de estado).

E a subida do desemprego é algo completamente alheio ao desempenho do governo.

Já agora, quando te referes a despesas de cariz social, o que é que cai dentro dessa categoria? Presumo que não te refiras apenas aos subsídios.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » terça set 25, 2012 11:30 am

UnknownOne Escreveu:
spiegelman Escreveu:Menos impostos e contribuições mantêm derrapagem orçamental em Agosto

Podia aqui vociferar uma qualquer ladainha bolchevique contra a ofensiva ideológica deste governo contra a classe trabalhadora.

Mas, depois de ver os resultados da execução orçamental de agosto, a única coisa que me apraz dizer destes tipos é que, um governo que consegue reduzir 15% nas despesas com o pessoal do estado e ainda assim consegue a proeza de agravar o défice, é pura, crua e simplesmente

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Não te esqueças que tens uma subida brutal nas despesas de cariz social (que é só a maior parcela do orçamento de estado).


E isso não deveria estar previsto e com as devidas precauções tomadas por qualquer economista que se preze?

- Se há um corte brutal do poder de compra

- E se há medidas que activamente incentivam o desemprego, a subcontratação e a precariedade, com consequente baixa de salários

As consequências clarissimas são a perda de receitas por parte de impostos como o IVA, ou mesmo o IRS, de que agora está isento quase 1,5 milhões de Portugueses por força das circunstâncias. A outra é o aumento das prestações sociais. Eu não sou economista e previ isto o ano passado. Como podem economistas que supostamente nos governam, ser incapazes de o fazer

E pegando no que o Indigente disse, se por aumento das prestações sociais se entender os subsídios, estes são uma parcela relativamente pequena. Só juros, pagamos 4 vezes mais que subsidios. As restantes, podes ter um aumento do número de pedidos de reforma antecipada (de novo, consequência directa das acções do governo), mas não há de forma alguma aumento das prestações em si.
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