Política - Discussão ou algo do género.

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onedayless
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor onedayless » quinta jun 07, 2012 2:45 pm

Venøm Escreveu:Ah, nada como ver comunas a levar uns bons tabefes.. :D


Então se for um neo-nazi a dar...





Bispo das Forças Armadas tentado a chamar o povo à rua

Paulo Alexandre Amaral, RTP 06 Jun, 2012, 18:44 / atualizado em 06 Jun, 2012, 20:56

Dom Januário Torgal Ferreira reagiu com expressões fortes aos elogios do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho à atitude dos portugueses num tempo de desemprego nunca visto. Em declarações à TSF, o Bispo das Forças Armadas manifestou-se “profundamente chocado” pelo que diz serem palavras que tomam os portugueses por “um povo dócil e tão bem amestrado”. A um discurso que o remete para “a União Nacional de má memória”, o prelado confessa ter ficado tentado a chamar o povo para a rua.

“O povo português tem sido extremamente exigente e, ao mesmo tempo, extremamente paciente (…) Uma sociedade que atingiu o nível de desemprego que nós atingimos, a que nunca estivemos habituados, nem nos tempos de intensa emigração, só pode ser uma sociedade que está apostada em vencer as dificuldades e em resgatar o futuro do país”, afirmava a noite passada Pedro Passos Coelho a partir de um hotel da capital, onde o PSD assinalava o primeiro ano desde a vitória eleitoral que levou o partido à chefia do Governo.

Foi perante este retrato de um país “paciente” que D. Januário Torgal Ferreira explodiria aos microfones da TSF: “Portugal não tem Governo, neste momento, e vão uns certos senhores dar uma passeata em certo dia, fazer propaganda tipo União Nacional, de não saudosa memória, pelo país fora, a dizer que somos os melhores do mundo e ao fim ainda aparece um senhor, que pelos vistos ocupa as funções de primeiro-ministro, dizendo obrigado à profunda resignação de um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico”.

Parecia-me estar a ouvir o discurso também de uma certa pessoa há 50 anos atrás”, acrescentou D. Januário, aludindo à figura do Professor Oliveira Salazar, dizendo-se profundamente chocado com a atitude do primeiro-ministro, Passos Coelho.

Em conclusão, o capelão máximo das Forças Armadas confessou o desejo, neste momento, de dizer aos portugueses: “Vamos para a rua, não vamos fazer tumultos, vamos fazer a democracia”.



http://www.rtp.pt/noticias/index.php?ar ... &visual=49
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » quinta jun 07, 2012 3:12 pm

para se ser troll é preciso inteligência.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Audiokollaps » quinta jun 07, 2012 9:44 pm

Venøm Escreveu:Ah, nada como ver comunas a levar uns bons tabefes.. :D


Quase que sentiste a satisfação de como se fosses tu a dar um bom tabefe a todos os esquerdistas e abrileiros deste tópico.

:D

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor JVELHAGUARDA » sexta jun 08, 2012 2:09 am

Democracia essa, que deu a D.Januário 4.400eur por mês. Podia começar por pagar a revolução do seu bolso, seria algo inovador.
:roll:

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Draconivs ScadinaVvs » sexta jun 08, 2012 8:14 am

JRM Escreveu:


Vendo as coisas pelo lado positivo, pode ser que os gregos vejam as bestas que são o pessoal da aurora dourada e, assim, o partido perca votos na próximas eleições.

Tenho pena é, para isso, uma senhora (não interessa o partido) tenha que sofrer um ataque tão bárbaro! :evil:
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor spiegelman » sexta jun 08, 2012 11:09 am

Espanha pedirá ajuda no sábado, segundo a imprensa

Pergunta...

E dinheiro para emprestar á Espanha, há?

Segunda pergunta

A culpa também foi do Sócrates?
"Sim, esta veio do silêncio E livres habitamos a substância do MU!" (HumbertoBot)

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Audiokollaps » sexta jun 08, 2012 11:13 am

Nada como pôr ex-Goldman-sachs a frente de um país e outros a vasculhar as contas dos bancos.... Lá vai a Espanha enriquecer quem a quer endireitar.

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » sexta jun 08, 2012 11:49 am

JVELHAGUARDA Escreveu:Democracia essa, que deu a D.Januário 4.400eur por mês. Podia começar por pagar a revolução do seu bolso, seria algo inovador.
:roll:



Viva a lógica retorcida...

O correio da manhã (célebre pasquim do PSD, como o é também o Sol) volta e meia tem estes tiques de assassino a soldo. A pena é não se perceber qual a importância de quanto ele ganha ( que será, certamente, - digo eu- pago pelo vaticano, que é a "entidade empregadora" primordial de um bispo), ou pelo menos a relação de quanto ganha com o que diz ter ficado chocado com o tom salazarista do discurso do PM. Não pede a ninguém para empobrecer ou que abdique do dinheiro que já ganha (pelo contrário!), não fez uma declaração moralista sobre como os portugueses deviam ganhar menos ( António Borges), não manda as pessoas pagar impostos quando é isenta (Christine Lagarde), não diz que a sua pensão mal lhe dá para as despesas (Cavaco Silva). Aí há toda a pertinência de mostrar os espetos de pau desses ferreiros. Aqui, não me parece que o salário dos Bispo seja incoerente com o que ele diz, ou sequer relevante para o que quer que seja. Só se pode criticar o ministro quando se ganha o RSI?

Haja espírito crítico no tratamento da informação. Que ele ganhe bem ou mal nada tem a ver com a pertinência do que ele disse.


EDIT: Ganha a pensão como Bispo de 3687€ mais 737 como suplemento da condição militar. Ou seja, custa aos bolsos dos portugueses 737€ mensais.


Mas essa obsessão com o fait divert só prova linha a linha o que ele afirmou.

:arrow:
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » sexta jun 08, 2012 11:54 am

spiegelman Escreveu:Espanha pedirá ajuda no sábado, segundo a imprensa

Pergunta...

E dinheiro para emprestar á Espanha, há?

Segunda pergunta

A culpa também foi do Sócrates?



Primeira: Até há, não sei é se quem tem arrecadado abre mão dele. Mas até pode especular uns trocos.

Segunda: A culpa da minha rinite alérgica também é do Sócrates.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » sexta jun 08, 2012 8:02 pm

Audiokollaps Escreveu:Nada como pôr ex-Goldman-sachs a frente de um país e outros a vasculhar as contas dos bancos.... Lá vai a Espanha enriquecer quem a quer endireitar.



Ainda bem que falas nisso...


João Moreira Rato vai ser o novo presidente do Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP), confirmou hoje à Lusa o Ministério das Finanças.

O IGCP é a agência do Estado que tem a seu cargo a emissão de dívida pública. A liderança da instituição estava vaga desde a saída de Alberto Soares, cujo mandato expirou em Março.

Moreira Rato trabalhava actualmente no banco de investimentos Morgan Stanley, tendo também passado pelo Lehman Brothers e pelo Goldman Sachs.

Antes das eleições de 2011, Moreira Rato pertenceu ao grupo de coordenadores do gabinete de estudos do PSD, que também integrava o actual ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, e a secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque. O futuro presidente do IGCP é igualmente um dos sócios do fundo de investimentos Nau Capital, um hedge fund sediado em Londres.


http://economia.publico.pt/Noticia/joao ... cp-1542627
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Audiokollaps » sexta jun 08, 2012 10:58 pm

Grimner Escreveu:
Audiokollaps Escreveu:Nada como pôr ex-Goldman-sachs a frente de um país e outros a vasculhar as contas dos bancos.... Lá vai a Espanha enriquecer quem a quer endireitar.



Ainda bem que falas nisso...


João Moreira Rato vai ser o novo presidente do Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP), confirmou hoje à Lusa o Ministério das Finanças.

O IGCP é a agência do Estado que tem a seu cargo a emissão de dívida pública. A liderança da instituição estava vaga desde a saída de Alberto Soares, cujo mandato expirou em Março.

Moreira Rato trabalhava actualmente no banco de investimentos Morgan Stanley, tendo também passado pelo Lehman Brothers e pelo Goldman Sachs.

Antes das eleições de 2011, Moreira Rato pertenceu ao grupo de coordenadores do gabinete de estudos do PSD, que também integrava o actual ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, e a secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque. O futuro presidente do IGCP é igualmente um dos sócios do fundo de investimentos Nau Capital, um hedge fund sediado em Londres.


http://economia.publico.pt/Noticia/joao ... cp-1542627


Ahhhhhhh agora fez-se luz sobre esta noticia:

Governo contraria troika e vai pagar salários mais altos no IGCP

Instituto foi convertido em empresa pública, apesar de a troika proibir a criação de novas entidades no Sector Empresarial do Estado. Remuneração do conselho directivo sobe para nível do primeiro-ministro.

O memorando de entendimento assinado com a troika é claro: "Não serão criadas quaisquer empresas públicas adicionais." Mas, na quarta-feira, o Governo furou a regra, ao converter o Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP) em empresa do Estado. O Ministério das Finanças argumenta que se tratou apenas de uma "transformação". O novo presidente, João Moreira Rato, passa assim a receber salário igual ao do primeiro-ministro.


Então o senhor vinha da Goldman-Sachs para ganhar pouco dinheiro?

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor JVELHAGUARDA » sábado jun 09, 2012 2:18 am

Para mim, só prova que, enquanto se andou a gastar o que havia e o que não havia, todos estiveram calados (muitos deles em altos cargos da nação, com acesso a muito mais informação, do que um cidadão comum) mas, agora que o pais faliu, outra vez, não faltam entendidos como esse e outros mas, até agora o silêncio e a conivência imperou...

O estado, que se diz laico, não deve gastar nem um centimo nisto.

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor tnganisius » sábado jun 09, 2012 9:42 am

Não vale a pena dizer que a culpa foi do A ou do B ou do C ... and so on ... Aliás nem vale a pena comparar o problema estructural portugês com qualquer outro problema europeu, seja ele Espanhol, Francês, Belga, Irlandês, Italiano ou Grego.

O problema portugês é, e sempre foi, só um, o Estado (administração central, fundo serviços autónomos, regiões autónomas) gasta mais do que o país produz. Os nossos politicos sabem isso, porque os técnicos que os rodeiam fartam-se de lhes dizer isso. Mas o Estado português continua a viver numa espécie de Maio de 68 aditado com um Abrilismo de 74. São estes fantasmas que se alimentaram de ideias e ideais de teorias de um século XIX, teorias que seriam uma realidade paradisíaca à 150 anos, mas completamente obsuletas nos tempos modernos em que a população mundial cresceu quase exponencialmente, e em que uma era tecnológica se está a desenrolar fazendo com que este crescimento demográfico seja um terror.

Muitos "papagaios" nas TVs falam do aumento do desemprego. Numa análise macro-economica pura e dura, o desemprego em Portugal está aquém do que é necessário para ter-mos ordem nas nossas finanças públicas. A principal preocupação não é a percentagem de população no inactivo, é de onde veio essa população. O crecimento do desemprego é do sector público ou do sector privado? E aí sim, o problema suge e leva a indignações quando vimos empresas falidas, sustentadas com impostos dos contribuintes, empresas que estão a levar a banca à descapitalização, e continuam a fazer greve!!! A privar os contribuintes (que por ironia ainda pagam os bilhetes/passes) de terem transportes para ir trabalhar e contribuir com produção REAL para o PIB, enquanto estes mesmo priviligiados abrilistas, continuam a invocar "direitos adquiridos". Autarquias, que mais parecem burgos medievais, a dividir um território em milhares de freguesias, centenas de Concelhos, que todos juntos têm a mesma população que uma cidade como a de Nova York.
A principal fonte do problema estructural de Portugal quase se pode resumir a excesso de "parasitas" no Estado (administração central, fundo serviços autónomos, regiões autónomas). Logo o desemprego devia de estar a crescer com este sector, mas para tal é preciso "bolas peludas no sitio" (e uma constituição que o permita) nas decisões politicas, seja elas de qual for o expectro politico. A conclusão é simples, não há austuridade que tenha sucesso, não há cortes nas deduções à colecta, ou 13ºs meses retidos, aumentos de IMI's ou taxas moderadoras que resista a um aparelho de Estado pesadissimo e que continua a arrastar o país para o abismo. Por isso escusam de invocar o A ou B ou o C, porque a culpa tem sido de 35 anos de desgovernação.

Houve um senhor, que deixou uma música escrita e composta, cuja letra dizia: "Eles comem tudo e não deixam nada". De facto este senhor à 40 anos acertou no mote, mas enganou-se nos protagonistas que nos últimos 40 anos comeram as Lisnaves, as Setnaves, as CUF's, as Siderurgias Nacionais, as Sorefames, as indústrias e agriculturas por todo esse país fora. De facto, ao toque de intervencionismos Abrilistas, os invocadores de "direitos adquiridos", de luta contra o capital, luta contra as classes, conseguiram comer tudo e não deixar nada.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor raxx7 » sábado jun 09, 2012 10:51 am

O gasto do Estado não é o único problema.

Como podes ver neste gráfico (que é do Álvaro antes de ser ministro...) a nossa dívida externa (em % do PIB) não parou de crescer.
Isto é essencialmente um reflexo de um ciclo vicioso: a economia cresceu com recurso ao endividamenteo externo mas a endivididamento cresceu mais depressa que a economia.

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » sábado jun 09, 2012 12:11 pm

Começando por fazer um reparo: quando perco a conta aos erros de português, algo vai mal no sistema de ensino.

Prosseguindo pela alarvidade que é dizer que ainda devia haver mais desemprego, "em termos puramente macroeconómicos", só posso referir que a economia é um utensílio dos governos, não um fim governativo. Se o modelo económico não permite emprego e condições de vida, muda-se.

Dizer que não vale a pena comparar o nosso problema estrutural com o dos outros países leva a que se diga outro profundo disparate, que aliás ocupa metade desta dissertação, que é a "febre do abrilismo". Não sabendo o que isso é, porque não existe, vou usar para efeitos de discussão a ideia geral que é o portugal democrático pós abril. Até atiro o 25 de novembro assim como bónus.

- Culpar o estado do país é ignorar o terrível estado social do país antes do 25 de Abril. O seu terrível estado económico, também. Aos fãs do neoliberalismo, considerem apenas que não podiam criar empresas próprias.

- os erros que Portugal fez, não provieram "do abrilismo". Não só isto foi já aqui discutido e desprovado. Houve erros e muitos, mas contas feitas e sem defender o indefensável por parte da maioria dos governos a verdade é esta, em termos puramente económicos: A dívida pública portuguesa não estava em valores muito diferentes da francesa ou alemã. E disparou para valores praticamente iguais aos da dívida desses países, em proporções praticamente iguais. O estado passou de repente a custar muito mais? Ou foi, tão e tão somente os juros que dispararam, em portugal como noutros países, para valores na casa dos 80% do PIB? Se Portugal entra em colapso mais cedo, não é porque o estado custe muito, é porque os portugueses não tinham nem têm poder de compra para suportar juros tão francamente extorsionistas que só no nosso caso representaram 40% do resgate da troika, (que por sua vez vem acompanhado de juros ainda maiores), fora o dinheiro dispendido e reservado para a recapitalização da banca, que é bem mais que o gasto em qualquer sector do estado. Do que se deriva, logicamente, que não é privando esse poder de compra que se resolve a situação, e que não é aceitando estas taxas de juro que se abate uma dívida.

- Daí também se deriva que o dinheiro que desaparece de um lado, tem de estar a ir para outro. Cabe-nos ver o destino desse dinheiro e concluir se vai ou não para fins que beneficiem as populações. Se o resultado destas políticas é um agravamento do fosso socio-económico, estas políticas estão erradas.

- Com o "Abrilismo" ( o que me estou a divertir com este termo, como se fosse algo que tenha existido de facto e não um completo vácuo argumentativo), não se fez mais, poeira revolucionária assente, que implementar um modelo de contrato social Social Democrata assente numa democracia representativa. Esse contrato assenta no compromisso da população em eleger representantes para os vários orgãos governamentais, conforme se identificam com o conteúdo programático, estando esses representantes eleitos mandatados de servir a população que os elegeu ao cumprir o programa que propuseram. Algo que cada vez menos acontece, seja aqui, seja nos EUA, seja numa muito esmagadora maioria dos países onde se vê a crescente desconfiança para com os políticos e a sua capacidade de cumprir promessas.

- A razão do ponto precedente, como as notícias o provam a um nível diário, é, grosso modo, a demissão da classe política em representar aqueles que elege e em governar segundo interesses próprios e não segundo os das populações. Daí derivam não pequena parte dos "erros profundos". Esse paradigma, que não é de forma alguma exclusivo ao nosso país, e não é muito menos um ideal Abrilista ( seja lá o que isso for) tem que ser mudado. Profundamente.
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