Política - Discussão ou algo do género.

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » quinta mai 17, 2012 2:01 am

Palestra do Milionário Nick Hanauer dada numa conferência do TEDTalks, e que a direcção do mesmo censurou por ser "demasiado controversa".

Vale a pena ler


It is astounding how significantly one idea can shape a society and its policies. Consider this one.

If taxes on the rich go up, job creation will go down.

This idea is an article of faith for republicans and seldom challenged by democrats and has shaped much of today's economic landscape.

But sometimes the ideas that we know to be true are dead wrong. For thousands of years people were sure that earth was at the center of the universe. It's not, and an astronomer who still believed that it was, would do some lousy astronomy.

In the same way, a policy maker who believed that the rich and businesses are "job creators" and therefore should not be taxed, would make equally bad policy.

I have started or helped start, dozens of businesses and initially hired lots of people. But if no one could have afforded to buy what we had to sell, my businesses would all have failed and all those jobs would have evaporated.

That's why I can say with confidence that rich people don't create jobs, nor do businesses, large or small. What does lead to more employment is a "circle of life" like feedback loop between customers and businesses. And only consumers can set in motion this virtuous cycle of increasing demand and hiring. In this sense, an ordinary middle-class consumer is far more of a job creator than a capitalist like me.

So when businesspeople take credit for creating jobs, it's a little like squirrels taking credit for creating evolution. In fact, it's the other way around.

Anyone who's ever run a business knows that hiring more people is a capitalists course of last resort, something we do only when increasing customer demand requires it. In this sense, calling ourselves job creators isn't just inaccurate, it's disingenuous.

That's why our current policies are so upside down. When you have a tax system in which most of the exemptions and the lowest rates benefit the richest, all in the name of job creation, all that happens is that the rich get richer.

Since 1980 the share of income for the richest Americans has more than tripled while effective tax rates have declined by close to 50%.

If it were true that lower tax rates and more wealth for the wealthy would lead to more job creation, then today we would be drowning in jobs. And yet unemployment and under-employment is at record highs.

Another reason this idea is so wrong-headed is that there can never be enough superrich Americans to power a great economy. The annual earnings of people like me are hundreds, if not thousands, of times greater than those of the median American, but we don't buy hundreds or thousands of times more stuff. My family owns three cars, not 3,000. I buy a few pairs of pants and a few shirts a year, just like most American men. Like everyone else, we go out to eat with friends and family only occasionally.

I can't buy enough of anything to make up for the fact that millions of unemployed and underemployed Americans can't buy any new clothes or cars or enjoy any meals out. Or to make up for the decreasing consumption of the vast majority of American families that are barely squeaking by, buried by spiraling costs and trapped by stagnant or declining wages.
Here's an incredible fact. If the typical American family still got today the same share of income they earned in 1980, they would earn about 25% more and have an astounding $13,000 more a year. Where would the economy be if that were the case?

Significant privileges have come to capitalists like me for being perceived as "job creators" at the center of the economic universe, and the language and metaphors we use to defend the fairness of the current social and economic arrangements is telling. For instance, it is a small step from "job creator" to "The Creator". We did not accidentally choose this language. It is only honest to admit that calling oneself a "job creator" is both an assertion about how economics works and the a claim on status and privileges.

The extraordinary differential between a 15% tax rate on capital gains, dividends, and carried interest for capitalists, and the 35% top marginal rate on work for ordinary Americans is a privilege that is hard to justify without just a touch of deification

We've had it backward for the last 30 years. Rich businesspeople like me don't create jobs. Rather they are a consequence of an eco-systemic feedback loop animated by middle-class consumers, and when they thrive, businesses grow and hire, and owners profit. That's why taxing the rich to pay for investments that benefit all is a great deal for both the middle class and the rich.

So here's an idea worth spreading.

In a capitalist economy, the true job creators are consumers, the middle class. And taxing the rich to make investments that grow the middle class, is the single smartest thing we can do for the middle class, the poor and the rich.

Thank You.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor HFVM » quinta mai 17, 2012 11:24 am

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/In ... id=2526439

Primeiro-ministro francês vai propor redução salarial de 30% aos ministros



Por cá os cortes apenas são para o povo. Os ministros continuam com os seus motoristas, os seus mercedes, os seus subsídios de alojamento, almoço, etc...
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Brunhu » quinta mai 17, 2012 11:26 am

HFVM Escreveu:http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=2526439

Primeiro-ministro francês vai propor redução salarial de 30% aos ministros



Por cá os cortes apenas são para o povo. Os ministros continuam com os seus motoristas, os seus mercedes, os seus subsídios de alojamento, almoço, etc...

E será que isso chega a ser concretizado?

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » sexta mai 18, 2012 2:19 am




Do melhor que ouvi deste senhor em muito tempo. E esta rúbrica até tem sido bastante boa.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Sir Sardine » sexta mai 18, 2012 10:54 am

Idém. Atingiu bem na altura certa.

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Vooder » sexta mai 18, 2012 11:39 am

“Se a Grécia sair do euro esperem o caos”

http://economico.sapo.pt/noticias/se-a- ... 44854.html

O que a Comissão Europeia e Alemanha estão a fazer com a Grécia é um enorme BLUFF. Espero que os gregos não se deixem levar na cantiga deste sistema moribundo, como aconteceu no caso Irlandês no seu segundo referendo.

O irónico disto é que é novamente a partir da Grécia que poderá nascer uma nova Europa, mais de 2000 anos depois.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » sexta mai 18, 2012 8:21 pm

Ou ressurgir uma não tão velha assim.


Estas ameaças e indirectas mostram bem o pânico dos mercados face à democracia. Resta ver até onde podem ir e que pressões políticas podem exercer. A vontade do povo grego é clara, mas um país em que metade da força policial votou na Golden Dawn (e que chegam a fazer mesmo acções conjuntas com as milícias) e que recentemente viu a ditadura dos coronéis a espreitar por cima do ombro está longe de dar garantias de que a democracia se cumpra.
Eu já vi o raxx num papo seco

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » sexta mai 18, 2012 8:37 pm

Por cá, Miguel Relvas anda mesmo mortinho pelo lápis azul.

A saber:

Em Janeiro, extingue-se misteriosamente a crónica da rádio "Este Tempo" na sequência de críticas ao prós e contras realizado em Angola.

Agora, só nesta semana, e envolvendo um caso de tráfico de influências nas nossas secretas em que o citado está directamente envolvido, surgem primeiro alegações de repórteres da RTP de pressões internas. E hoje o Conselho de redacção do público denuncia a existência de ameaças pessoais por parte do ministro a uma jornalista:

Spoiler: Mostrar
COMUNICADO DO CONSELHO DE REDACÇÃO
A jornalista Maria José Oliveira pediu ao Conselho de Redacção que analisasse uma
série de episódios ocorridos na passada quarta-feira, na qual o ministro Adjunto e dos
Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, queixou-se ao jornal de estar a ser perseguido,
ameaçando a jornalista e o PÚBLICO se fosse publicada uma determinada notícia,
relacionada com o caso das “secretas”. A notícia não foi publicada.
O CR ouviu a jornalista, a editora de Política e os directores Bárbara Reis e Miguel
Gaspar e, destas auscultações, entende considerar o assunto em duas vertentes: as
ameaças de Miguel Relvas e a não publicação da notícia.
As ameaças
As ameaças foram confirmadas pela editora de Política, que recebera um telefonema
de Relvas depois de Maria José Oliveira ter enviado ao ministro questões para uma
notícia de follow-up às incongruências das declarações do governante ao Parlamento,
um dia antes. Relvas terá dito que, se o jornal publicasse a notícia, enviaria uma queixa
à ERC, promoveria um “black out” de todos os ministros em relação ao PÚBLICO e
divulgaria, na Internet, dados da vida privada da jornalista. Estas ameaças foram
reiteradas num segundo contacto telefónico.
A editora de Política afirma que, ao longo dos anos, sempre recebeu ameaças de
governantes e sempre as tratou da mesma maneira, ignorando-as. De qualquer forma,
a jornalista foi informada pela editora do teor da conversa com o ministro e ambas, a
pedido da jornalista, levaram o caso à directora Bárbara Reis, que não atribuiu relevo
às ameaças, por também lidar com situações do género com muita frequência.
Posteriormente, Miguel Relvas falou com Bárbara Reis, a contestar o conteúdo da
notícia saída no papel naquele dia, sobre a qual a jornalista pretendia fazer um followup. A directora não interpelou o ministro sobre as ameaças feitas no telefonema à
editora. Até ontem, quinta-feira, a direcção editorial não tinha tomado posição, nem
feito qualquer diligência sobre as ameaças em si. Segundo a directora, é um assunto
que tem de ser tratado com calma, e não “a quente”. O director Miguel Gaspar
considera que o caso é grave e vai ser tratado pela direcção.
O Conselho de Redacção é da opinião que ameaças como aquelas, vindas de um dos
ministros mais importantes do Governo e que, além disso, tem o pelouro da
Comunicação Social, não deviam ter sido tratadas como se fosse um episódio normal,
igual a tantos outros. Pelo contrário, o CR considera que as ameaças, cujo único fim
era condicionar a publicação de trabalhos incómodos para o ministro, são intoleráveis
e revelam um desrespeito inadmissível do governante em relação à actividade
jornalística, ao jornal PÚBLICO e à jornalista Maria José Oliveira. Mostram, ainda, uma
grosseira distorção do comportamento de um governante que, ao invés de zelar pela
liberdade de imprensa, vale-se de ameaças – um acto essencialmente cobarde – para
tentar travar um órgão de comunicação social que cumpre o seu inalienável papel de
contra-poder.
O PÚBLICO teve três oportunidades para lidar com as ameaças: no primeiro
telefonema à editora de Política, numa segunda conversa telefónica com a directora e nas próprias páginas do jornal do dia seguinte, através de uma notícia, um editorial,
uma nota da direcção, ou qualquer outra forma pela qual o PÚBLICO manifestasse o
repúdio pelos actos do ministro, que é de manifesto interesse público divulgar. Os
portugueses têm o direito de saber quem é e como age o seu ministro Adjunto e dos
Assuntos Parlamentares, e o PÚBLICO tem a obrigação de revelar este triste episódio,
no âmbito da cobertura que tem feito do caso das “secretas”.
Nada, no entanto, foi feito nem no dia em que as ameaças foram proferidas, nem no
dia seguinte. Editores e directores têm toda a legitimidade para tratar dos assuntos
sob a sua tutela de acordo com o seu modo e juízo pessoal. Mas, neste caso, o jornal
falhou ao não repudiar imediata e publicamente a inaceitável atitude de pressão
daquele que é considerado o “número 2” do Governo da República. O PÚBLICO não
pode nunca aceitar, calado, tal tipo de pressões e é lamentável que o tenha feito.
Os elementos do CR irão estudar o caso com o advogado do jornal e com o Sindicato
dos Jornalistas para definir acções futuras junto das entidades competentes.
A não publicação do artigo
O artigo que não chegou a ser publicado era um follow-up da notícia que apontava
incongruências no depoimento de Relvas no Parlamento, publicada no papel naquela
quarta-feira. Maria José Oliveira enviou ao ministro perguntas que não tinham sido
feitas ou respondidas no Parlamento. O resultado foi uma notícia cujo “lead” era o de
que o ministro se recusava a esclarecer ao PÚBLICO sobre as incongruências,
acrescentando mais alguns detalhes sobre as mesas.
A editora de Política, antes de receber o telefonema do ministro, disse que não valeria
a pena publicar a notícia no papel, pois não trazia nada de substancialmente novo em
relação ao que já tinha sido escrito. A editora reiterou várias vezes ao CR que decidira
não publicar no papel antes do telefonema de Miguel Relvas, com as ameaças. Não se
opôs, de qualquer forma, que fosse publicada no online, porque o texto que constava
na edição escrita do jornal (e onde eram já mencionadas as incongruências nas
respostas do ministro) não estava disponível na edição electrónica.
Segundo a directora Bárbara Reis, a relevância do artigo levantou dúvidas desde o
meio da tarde junto dos editores do online. A jornalista foi questionada várias vezes
sobre a redacção da notícia ao longo da tarde e o próprio texto que saíra no jornal
naquele dia foi alvo de reconfirmação, na sequência de um telefonema de Miguel
Relvas à directora a dizer que a notícia era falsa. A direcção confirmou que a notícia já
publicada no papel estava correcta.
Só já à noite é que o director Miguel Gaspar, a quem o assunto foi passado horas
depois de ter sido discutido por editores e pela directora, decidiu não publicar a
notícia. Miguel Gaspar disse ao CR que a decisão baseou-se única e exclusivamente na
sua interpretação de que dizer apenas que o ministro não respondera ao PÚBLICO não
era uma notícia – em consonância com opiniões já expressas pela directora e pela
editora-substituta do online. A editora de Política, como referido, não se opôs à notícia
sair no online, dizendo ao CR que não interfere na edição electrónica. Miguel Gaspar
afirmou ainda ter sugerido à jornalista que continuasse a investigar o caso, fazendo eventualmente um trabalho mais sistematizado, com mais dados, sobre as
incongruências do ministro Miguel Relvas.
Os membros do Conselho de Redacção consideram que existia relevância noticiosa no
texto de Maria José Oliveira, que fez o que qualquer jornalista deve fazer: não deixou
cair a história e trabalhou para aprofundá-la, procurando esclarecimentos junto do
ministro.
O CR é da opinião que, mesmo que os telefonemas do ministro não tenham tido aqui
qualquer influência, a não publicação da notícia passará a imagem para fora, quando o
assunto vier a tornar-se público, como é expectável, de que foi justamente isto o que
aconteceu: que o PÚBLICO vergou-se perante ameaças do “número 2” do Governo.
Independentemente da mais-valia de se aguardar por um follow-up mais aprofundado,
a publicação da notícia, juntamente com a divulgação pública das pressões do
ministro, teria certamente evitado este possível dano na imagem de independência do
PÚBLICO, imagem esta que o jornal tem o dever de preservar.
Bruno Prata
Clara Viana
João D’Espiney
João Ramos de Almeida
Luís Francisco
Luís Miguel Queirós
Ricardo Garcia
Rita Siza


(em spoiler pela extensão do comunicado)


Isto por si só, é grave. Mais grave no entanto é a reacção do próprio Ministro, onde, apesar de negar pressões, admite ter telefonado à direcção do jornal e à editora de política.

Igualmente grave, se não mais, a reacção dos orgãos dirigentes dos jornais, onde criticam a atitude CR do seu próprio jornal, embora não desmintam que tenha havido pressões e ameaças. Simplesmente, consideraram-nas "normais e pouco importantes" e afirmam ser política interna não denunciar ameaças aos seus jornalistas.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor raxx7 » sexta mai 18, 2012 9:06 pm

Não é nessariamente um bluff.
O sistema bancário mundial não tem bolsos sem fundo. Na verdade, é um castelo de cartas em cima duma bomba relógio.
Se a Grécia não pagar a dívida, podemos ver bancos a falir uns atrás dos outros em dominó.
E nessa altura, não haverá possibilidade de ajudar a Grécia, com ou sem vontade.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor spiegelman » sexta mai 18, 2012 9:29 pm

raxx7 Escreveu:Não é nessariamente um bluff.
O sistema bancário mundial não tem bolsos sem fundo. Na verdade, é um castelo de cartas em cima duma bomba relógio.
Se a Grécia não pagar a dívida, podemos ver bancos a falir uns atrás dos outros em dominó.
E nessa altura, não haverá possibilidade de ajudar a Grécia, com ou sem vontade.


Nem a grécia nem o resto. A pergunta é. Qual a extensão do efeito dominó. Até onde cairão as peças?
"Sim, esta veio do silêncio E livres habitamos a substância do MU!" (HumbertoBot)

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor raxx7 » sexta mai 18, 2012 9:44 pm

Acho que até uma catástrofe mundial, estilo 1929.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » sexta mai 18, 2012 9:50 pm

Os bolsos sem fundo não se colocaram em causa quando os bancos financiaram e especularam com dinheiro que não existia, sendo depois injectados com dinheiro real. Às custas de populações um pouco por todo o mundo, que taparam esse buraco de dinheiro inexistente com dinheiro real.


Que volta a ir para os bancos e mercados que o usam para criar e agitar o vórtice.


A metáfora estaria adequada ao buraco negro que à bomba relógio.

Agora, o dinheiro que todos estamos a perder existe. A questão é para onde está a ir, e porque é que vai para onde vai e em que é que ir para onde vai ajuda a economia.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor raxx7 » sexta mai 18, 2012 10:02 pm

O dinheiro que os bancos perderam era de empréstimos impagáveis. Existia apenas assente no compromisso das pessoas de pagar os seus empréstimos, volatizou-se quando deixaram de o fazer.
Os Estados pediram dinheiro emprestado aos bancos para o dar/emprestar de novo aos bancos. Existe apenas assente no compromisso dos Estados de pagar os seus empréstimos, volatizar-se-à quando o deixarem de fazer.
Não vejo a diferença entre a realidade de um e de outro.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » sexta mai 18, 2012 10:15 pm

Se se volatiliza quando as pessoas deixam de pagar ( e não foi nem de perto nem de longe esse o gatilho único, a especulação tipo casino contribuiu tanto ou mais para essa evaporação), então é seguro assumir que o empréstimo é feito com dinheiro que não existe, sobre o qual se exigem juros igualmente não existentes. Não me podes cobrar juros reais de dinheiro imaginário.

Quando esse dinheiro deixou de existir, de repente, surgiu dinheiro para injectar. Com nacionalizações, bailouts, o que lhe queiram chamar. Assim é fácil ser capitalista de risco, se o laisser faire nunca me laisserá tomber.

Quando se tenta fazer a responsabilização pelo princípio inverso é que se verifica a diferença. É que ao contrário das instituições bancárias, os países, as suas infraestruturas, e as pessoas que nela vivem, são activos tóxicos bem mais dispensáveis.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor raxx7 » sexta mai 18, 2012 10:46 pm

Mas os juros são tão imaginários como o dinheiro que te emprestei em primeiro lugar.
Em emprestei-te dinheiro imaginário, tu pagaste ao pedreiro e ao pintor com esse dinheiro imaginário, etc, etc. E é com esse dinheiro imaginário que o pintor vai pagar os juros do empréstimo dele.

A nossa economia está assente sobre dinheiro imaginário. O dinheiro que tens depositado.. é dinheiro imaginário que o banco te deve. Se o banco falir e não for capaz de pagar as dívidas, ficas sem ele .
Ou ficarias, não fosse a garantia do Estado. Mas o Estado como não tem excesso de receita, também vai ter de pedir dinheiro emprestado aos bancos para cobrir o fundo de garantia.
É uma pescadinha de rabo na boca.

Tu falas de responsabilidade. E de facto, há muito para falar da responsabilidade dos bancos, dos seus dirigentes, dos políticos.

Mas eu estava a falar de sustentabilidade.
Sustentabilidade é uma palavra que toda a gente gosta, até lhes dizerem que o seu modo de vida não é sustentável.
Uns não gostam de ouvir que têm de andar menos de carro porque o petróleo é finito.
Outros não gostam de ouvir que têm de gastar menos electricidade porque o CO2 causa aquecimento global.
Ainda outros não gostam de ouvir é preciso fazer cortes na despesa, porque não há receita e o sistema só aguenta até certo ponto de empréstimos impagáveis.
E como não gostam do que ouvem, fazem ouvidos moucos e continuam a caminhar para o abismo como os lemmings.

Bugger. Ocasionalmente, gostava de emigrar de planeta.
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