Política - Discussão ou algo do género.

[Indigente]

Indigente. Desculpa mas a maior parte da dor de cú a volta do Pingo Doce é pura e simplesmente por ter sido no 1º de Maio (daí os loucos uivos de muito sindicato!), não me venham com tretas, é a razão principal!. De facto eles não são culpados de nada. Mas nunca os vejo a dizer algo de concreto nestas situações para além de frases políticas começadas em "o trabalhador..." ou "o operário..." ou "inserir frase anti-reaccionária aqui".

Se fosse num outro dia de fim de semana qualquer. Acredita, aposto o colhão direito, em como ninguém se iria pronunciar ou se se pronunciassem seria uns bitaites aqui e ali. Ou não fosse tão previsível o nosso povo.

Se alguém organizar um churrasco monumental na Sexta-Feira Santa, a ideia não vai ser bem aceite por muitas pessoas. Mesmo entre aquelas que gostam de comer carne.
Quando alguém organiza um evento no Dia do Trabalhador que entra em conflito com os princípios celebrados nesse feriado, a ideia não vai ser bem aceite por muitas pessoas. Mesmo entre aqueles que gostam de comprar mercearias baratas.

Timing matters.

[Grimner]

E os trabalhadores? De certeza que estavam a trabalhar "obrigados"? Não li isso em lado nenhum. Pelo menos ainda.

E outra coisa. Não estou aqui a por-me do lado do pingo doce. Isto é só o que eu acho desta situação toda. Tem-se falado e dado uma gravidade brutal a esta coisa do pingo doce mais do que aquela que se devia dar a muitas medidas que nos estão a ser impostas. Tomara fazer-se deste tipo de escandalos e polémicas para coisas que realmente interessam... enfim.

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=553949

"Sindicato acusa" não quer dizer "aconteceu".

A isto só posso responder, quantos dias por conta de outrem já tu trabalhaste?

[Enigma]

Estado social não é necessário, temos o Pingo Doce para zelar pelos pobrezinhos...

Pingo Doce ressalva "preocupação social" na campanha de descontos
O diretor-geral do Pingo Doce rejeitou ontem à noite as acusações de "dumping" que recaíram sobre a campanha de 50% de descontos em compras superiores a 100 euros. Em entrevista à TVI, Luís Araújo ressalvou que a campanha é fruto de uma "grande preocupação social" e que será repetida mais vezes este ano.
O diretor-geral do Pingo Doce afirmou ontem que a campanha de descontos protagonizada pela cadeia de supermercados no 1º de maio foi fruto de "uma grande preocupação social" e de uma "leitura muito atenta do mercado".

Em entrevista ao Jornal das 8 na TVI, Luís Araújo recusou, no entanto, revelar os resultados da campanha. Ficou por saber quantas pessoas entraram nos 300 supermercados espalhados pelo país no Dia do Trabalhador e se o Pingo Doce perdeu dinheiro na campanha.

Luís Araújo garantiu apenas que a cadeia "não vendeu com prejuízo", não praticou "dumping" (vender abaixo do preço de custo) e "cumpriu a lei". O diretor-geral revelou ainda que entraram nas lojas cinco vezes mais clientes do que era esperado, recusando-se a avançar números concretos.

Luís Araújo admitiu que a campanha possa ser repetida mais vezes durante este ano. "Estaremos sempre atentos às necessidades dos nossos clientes", revelou. Desvalorizou ainda as situações de desacatos em várias lojas e frisou que houve "uma grande preocupação", com reforço das equipas e segurança nas lojas.

"Durante todo o dia, de Faro a Vieira do Minho, vi pessoas com carrinhos de compras, elegantemente à espera da sua vez de fazer a faturação", disse, contrariando as imagens televisivas que davam conta de alguma confusão e desacatos entre clientes.

Quanto às críticas de partidos e sindicatos que acusam o grupo de transformar o Dia do Trabalhador no dia do consumidor, o diretor-geral respondeu apenas que o primeiro dia de cada mês é sempre o dia em que os clientes fazem as compras do mês. "O ano passado trabalhamos no 1.º de maio, este ano decidimos fazer o mesmo com uma abordagem diferente: todos os objetivos foram alcançados", concluiu.

http://noticias.sapo.pt/nacional/artigo ... _3558.html

[Enigma]

Como já era de esperar, com a austeridade a rebentar com a economia, a receita fiscal está a derrapar (mesmo com as subidas de impostos) de tal forma, que os cortes na despesa não compensam...

Buraco nas contas públicas pode chegar aos 800 milhões
Aviso parte da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), que destaca como positivo o corte na despesa.As contas públicas podem chegar ao final deste ano com um buraco superior a 800 milhões de euros. O alerta parte da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), com base na execução do primeiro trimestre do ano.

A UTAO – gabinete que funciona no Parlamento para apoio aos deputados – refere que a previsão da receita fiscal pode ficar muito aquém do previsto com um desvio na cobrança do IVA em pelo menos meio por cento do PIB.

A unidade técnica sublinha ainda o risco colocado pela Segurança Social pelo aumento, não previsto, de subsídios de desemprego e quebra nas contribuições.

A correr bem, refere a UTAO, está o corte de despesa, em concreto com pessoal.

http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.as ... &did=60742

[UtopiaIsBanished]

E eu, depois de ler uns posts, estava quase a acreditar que a JM se estava a cagar para todos nós, que vai pagar os seus impostos à Holanda porque não tem nada que pagar a crise nacional e, afinal, eles sofrem é de excesso de preocupação social para com o povo português?
Fez-se luz.

[Old_Skull]

...cá vamos cantando e rindo!

[Grimner]

...cá vamos cantando e rindo!

ahahahahahahahaha

[Vooder]

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... 54473&pn=1
"Foi uma humilhação"

Um artigo de um perigoso comunista sobre a cena do pingo doce... wait

[UtopiaIsBanished]

Bom texto, acho que merece que se citem algumas partes importantes:

Contado, toda a gente acredita: o Pingo Doce dá um super-desconto, a população adere em massa, é um golpe genial. Visto, é inacreditável: uma turba faminta amotina-se, espanca-se, enlouquece, encena uma pilhagem sórdida. É uma miséria de marketing. É um marketing da miséria. "O balanço é positivo, considerando-se a acção como conseguida".

Dar um desconto de 50% num cabaz significa ter uma margem média de 100% para ganhar dinheiro. Margens médias de 100% na distribuição são como manadas de gazelas na Atlântida, não existem. Dir-se-á: e os clientes com isso? É concorrência e a concorrência é linda. Pois, mas esta é feia. Porque se é abaixo de custo, a do Pingo Doce ou a do Modelo, não é concorrência, é anti-concorrência. É destruir concorrentes que não suportam predações. É aniquilar fornecedores que as subsidiam.

A distribuição não é para meninos. É um negócio de margens reduzidas, negociações complexas, de um conhecimento quase doentio dos hábitos dos clientes. Fazem-se promoções ao meio-dia porque quem está com fome compra mais. Perfuma-se o ambiente com pão quente porque se vende mais. Dispõe-se os alhos ao pé dos bugalhos, nivela-se as prateleiras pela criançada, desnivela-se a iluminação entre dois corredores, puxa-se o lustro à fruta. É assim. E a Jerónimo Martins é o melhor grupo português a fazê-lo. É a empresa mais valiosa em Bolsa. Vale mais que a Galp.

Também vale arrancar olhos. Assim foi neste 1º de Maio. Cenas lúgubres em todo o país. Os gestores viram um livro de marketing a ser implementado. Os economistas viram um livro com curvas de oferta e procura. Os juristas viram um livro de direito da concorrência. Eu vi um livro de Saramago a escrever-se sozinho.

Já foi escrito: a reacção dos clientes é racional, nada a apontar. Faltou escrever: quem organizou o circo romano sabia ao que ia. E orgulhou-se no dia seguinte. Ficámos a saber como está o país. A violência que não se vê nas manifestações de rua comprime-se no afã vidrado de uma fila de supermercado.

Esta não é uma questão entre direita e esquerda, entre idiotas e ideólogos, entre moralistas e pragmáticos, não é distracção, não se compara com saldos de trapos nem com liquidações de livros. Porque nenhuma dessas promoções provoca estes tumultos descontrolados. Talvez só uma oferta de gasolinas produzisse a mesma loucura.

Numa entrevista notável, a Teresa de Sousa, publicada no Público este domingo, Rob Riemen, que não tem medo de falar de fascismo, afirma: "O espírito da democracia quer dizer que a verdadeira democracia é o oposto da democracia de massas." Riemen refere-se a Tocqueville ou a Gasset. "Ou Espinosa, para quem uma verdadeira democracia significa que somos mais do que indivíduos, aspiramos a ser pessoas de carácter, que não somos apenas motivados pelo medo, pela ganância, pela estupidez, mas capazes de um pensamento e de escolhas".

Acicatar a voragem desumana, como se viu neste Maio, não faz parte dos valores que Alexandre Soares dos Santos construiu. De defesa de salários dignos, de criação de postos de trabalho, de assistência social aos funcionários em dificuldades. Nem serão os valores de Isabel Jonet, que gere no Banco Alimentar situações de pobreza extrema com tacto social e dignidade individual. Isto é uma manifestação de poder autoritário.

Para o Pingo Doce, os descontos do 1º de Maio terão sido um golpe de marketing ou um anúncio de uma nova estratégia. Mas para os portugueses, que reviram um país negado e renegado, foi mais do que isso. Foi uma humilhação. Como no "Rei Lear", de Shakespeare: "Esta é a praga deste tempo, quando os loucos guiam os cegos".

Pedro Santos Guerreiro
psg@negocios.pt

[spiegelman]

Outra.

Se for um chefe de estado de um país da américa do sul a oferecer comida no dia do aniversário do próprio à turba faminta que se aglutina nas ruas, ouvem-se vozes violentas contra as ações de propaganda do regime.

Quando é um capitalista a oferecer coisas a metade do preço a uma turba esfomeada num dia feriado quando nos outros 364 dias os vende a preços inflacionados já é uma jogada genial de marketing.

Bela merda de argumento.

[spiegelman]

A Jerónimo Martins e quejandos é tudo uma cambada de santinhos:

Por outro lado, a CC conclui também que a transferência de riscos e custos
excessivos dos retalhistas para os seus fornecedores, decorrente do poder de
compra detido pelas principais cadeias retalhistas, grossistas e centrais de
compras constitui um aspecto dos mercados do retalho alimentar que dificulta,
restringe e distorce a concorrência no sector.

Relatório Final sobre Relações Comerciais entre a Distribuição Alimentar e os seus Fornecedores da Autoridade para a Concorrência (2010)

[spiegelman]

Well, no shit doctor Sherlocks:

Pingo Doce vendeu produtos abaixo do preço de custo, diz ASAE

[UtopiaIsBanished]

Well, no shit doctor Sherlocks:

Pingo Doce vendeu produtos abaixo do preço de custo, diz ASAE

Foi por água abaixo a teoria dos "rumores, sim rumores", a da pura especulação. Afinal as teorias da conspiração não eram assim tão conspirativas.
Qualquer dia ainda se descobre que o que o sindicato acusa, afinal aconteceu...

[Mak]

Outra.

Se for um chefe de estado de um país da américa do sul a oferecer comida no dia do aniversário do próprio à turba faminta que se aglutina nas ruas, ouvem-se vozes violentas contra as ações de propaganda do regime.

Quando é um capitalista a oferecer coisas a metade do preço a uma turba esfomeada num dia feriado quando nos outros 364 dias os vende a preços inflacionados já é uma jogada genial de marketing.

Bela merda de argumento.

Confere. Mas quem se f@de sempre é o mexilhão.

Oh wait... é o comuna

[Venøm]

Pá. Relativamente ao Pingo Doce:

Batam uma que isso passa.

Dito.