Política - Discussão ou algo do género.

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OrDoS
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor OrDoS » quarta fev 22, 2012 1:57 pm

Pedro Lopes Escreveu:
OrDoS Escreveu:
Enigma Escreveu:Mesmo....Bem podem clamar aos céus para as exportações recompensarem a quebra da procura interna que, por mais que subam (e até se têm portando muito bem) não compensarão. Ah, e estamos apenas em Janeiro. À medida que a recessão se agravar (se 2011 já foi mau, tudo indica que 2012 será pior) a quebra da receita fiscal tenderá para se agravar também.


Agora a questão é, como é que se vão subir os índices de consumo depois destas medidas de austeridade, de colheita de receita (à pala do contribuinte) e défice de cortes? :? E já agora, para quando cortes realistas na despesa do Estado que não seja nas pessoas? :roll:

Cá as espero... (sentado) :|



Samuel

Enviei-te um mail com uma análise sobre este assunto.

O problema está efectivamente no facto de 85% da nossa receita total ser consumida por despesas com pessoal, prestações sociais e juros da divida. Reduzir nos consumos intermédios ou na despesa de capital colide com noticias como a da água no parlamento. :D


Pedro, eu tenho cá na minha mente que os juros da dívida não deviam subir da forma que sobem quando há planos a serem executados escrupulosamente, onde um povo inteiro está a pagar caríssimo por isso. Para mim é simplesmente agiotismo da pior espécie (tal já é imoral há muito tempo quando falamos disto a nível de empréstimos pessoais/empresas).

No que toca a despesas com prestações sociais e com pessoal, até concordo, mas mesmo assim, se um país inteiro não produz tanto ou mais do que importa nem consome q.b. (nem tem poder de compra), é mesmo uma espiral que só de si não tem (quase) NADA de positivo. A única coisa que eu vejo de positivo é a abertura que existe para realmente começar a cortar nas gorduras de Estado, mas de abertura a aplicação ainda falta MUITO!
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Pedro Lopes
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » quarta fev 22, 2012 4:22 pm

Uma frase para reflectir e que se enquadra perfeitamente nos muitos exemplos que tenho aqui apresentado sobre aquilo em que Portugal se transformou.

E volto a insistir, tanto faz ser à esquerda como à direita.


Frase da filósofa russo-americana Ayn Rand (judia, fugitiva da revolução russa, que chegou aos Estados Unidos na metade da década de 1920), mostrando uma visão com conhecimento de causa:


"Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada".
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor OrDoS » quarta fev 22, 2012 4:32 pm

Pedro Lopes Escreveu:Uma frase para reflectir e que se enquadra perfeitamente nos muitos exemplos que tenho aqui apresentado sobre aquilo em que Portugal se transformou.

E volto a insistir, tanto faz ser à esquerda como à direita.


Frase da filósofa russo-americana Ayn Rand (judia, fugitiva da revolução russa, que chegou aos Estados Unidos na metade da década de 1920), mostrando uma visão com conhecimento de causa:


"Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada".


E bem pode ser comunista, capitalista ou neo-liberal-whatever... 8)
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ALVES134
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor ALVES134 » quarta fev 22, 2012 4:33 pm

Ora aí está o reflexo da nossa sociedade.

Houve quem se risse quando afirmei que a "corrupção nasceu na Itália mas os italianos à nossa beira são uns meninos". Eles podem ser mais corruptos mas "nós" fazemos tudo à cara podre, nas barbas de toda a gente.

Somos um país sem rei nem roque, quando as câmaras municipais e outros organismos públicos não obdecem aos orgãos de soberania superiores e fazem o que bem lhes apetece, está tudo dito. Não queremos nada com isto há que gozar pra frente o resto é treta.
    CDs, LPs - Metallica, Amorphis, My Dying Bride, Mão Morta, Cancer,etc.
http://www.metalunderground.org/viewtopic.php?f=49&t=29565

Pedro Lopes
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » quarta fev 22, 2012 5:07 pm

OrDoS Escreveu:Pedro, eu tenho cá na minha mente que os juros da dívida não deviam subir da forma que sobem quando há planos a serem executados escrupulosamente, onde um povo inteiro está a pagar caríssimo por isso. Para mim é simplesmente agiotismo da pior espécie (tal já é imoral há muito tempo quando falamos disto a nível de empréstimos pessoais/empresas).

No que toca a despesas com prestações sociais e com pessoal, até concordo, mas mesmo assim, se um país inteiro não produz tanto ou mais do que importa nem consome q.b. (nem tem poder de compra), é mesmo uma espiral que só de si não tem (quase) NADA de positivo. A única coisa que eu vejo de positivo é a abertura que existe para realmente começar a cortar nas gorduras de Estado, mas de abertura a aplicação ainda falta MUITO!


Samuel

Efectivamente, deveriamos ter recorrido ao FEEF logo em 2010 para reduzir os custos de financiamento pois vender divida publica a 7% como andava o Socretino a fazer era perfeitamente insustentável.

Ainda assim, tens o problema do custo de financiamento do FEEF depender da taxa de colocação da sua divida.

Depois tens a guerra com as agências de rating e a indefinição da Europa relativamente à forma de resolver esta situação.

Desde 2010 que defendo a emissão de divida soberana europeia mas os países mais ricos não querem aceder ao facto de terem de suportar juros mais altos para que os países mais pobres paguem juros mais baixos. A questão da divida federal leva-nos a discussões por tempo indeterminado e tempo é coisa que não temos.

Por outro lado, mesmo que a Europa chegasse a acordo para a emissão dos Eurobonds, os problemas estruturais de países como Portugal ou a Grecia teriam necessariamente de ser resolvidos voltando novamente à baila a questão da soberania.

Não há duvida em que existiria um alivio nessa componente da despesa que representa, como viste, cerca de 5,5% do nosso PIB. No entanto, seria sempre necessário reforçar a nossa competitividade a qual, infelizmente, tem sido efectuada pela queda dos salários.

A outra hipótese consiste em tornar o BCE como emissor de moeda assegurando a compra da divida, à semelhança do que fez recentemente a Inglaterra ou os EUA. Mas esta possibilidade (também rejeitada liminarmente pela Alemanha) levará a um acréscimo de inflação com grandes perdas ao nível do poder de compra.

Existe, claro, a possibilidade defendida aqui por alguns users relativamente ao não pagamento de uma parte da divida mas, para isso, precisas de não depender dela.

Actualmente, a solução encontrada reside na redução das taxas de referência por parte do BCE (representando um alivio para muitas familias portuguesas) e através da injecção de liquidez no mercado interbancário através da emissão de 489 mil milhões de euros a 3 anos com taxas de 1% com algum relaxamento em relação aos colaterais exigidos como garantia.

Com efeito, os activos a apresentar podem incluir empréstimos e não apenas titulos.

Na prática, o que se pretende é que esta injecção de liquidez possibilite a satisfação das necessidades de financiamento da banca nomeadamente para permitir a aquisição de divida publica reduzindo assim de forma indirecta as respectivas taxas de juro.

Neste caso existe muita permissividade em relação à Banca que pede emprestado a 1% para comprar divida soberana apresentando como garantia activos com risco associado (no caso de Portugal estamos a falar de empréstimos bancários individuais, garantidos ou não por hipoteca com probabilidade de incumprimento não superior a 1,5%).
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor OrDoS » quarta fev 22, 2012 6:00 pm

Pedro,

Tira-me uma dúvida, no mail que me enviaste, a rúbrica "Outra Receita Corrente" refere-se a quê, exactamente? Recuperação de investimentos, em parte relativos à Despesa de Capital? Recepção de dividendos das partições em empresas e "lucros" (lol) de algumas PPP?

Faz-me confusão o valor do consumo intermédio (isto incluio, por exemplo, gastos commaterial dos hospitais???), o dos juros (3,5 mil milhões em 2 anos!? UODASS!) e também gostava de ver descriminada a "Outra Despesa Corrente".

Assim por grosso, consegues descrever-me o grosso das despesas dentro de cada um? Não me estava a apetecer ler relatórios de contas do Estado :lol:
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Pedro Lopes
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » quarta fev 22, 2012 6:48 pm

A pedido de várias familias aqui vai uma tentativa de resumo dos casos da Grecia, Irlanda e Portugal.


Grécia

Problemas:

Credibilidade: relativamente às estatísticas e informação oficial - esta foi uma questão fundamental em todo o processo, pois conduziu a diagnósticos errados no passado, quer pelas entidades oficiais quer pelos investidores internacionais. A quebra da confiança nesta matéria teve também implicações na percepção dos observadores internacionais quanto a qualidade e independência das próprias instituições gregas.

Divida Publica: excessiva e insustentável e que acabou por arrastar o sector financeiro, demasiado exposto a este activo. A ausência de um nível de poupança interna que permitisse sustentar níveis tão elevados de dívida do estado (como existe no Japão, na Bélgica ou em Itália), implicou que as instituições financeiras funcionassem como intermediários no acesso ao financiamento externo, ficando depois vulneráveis à alteração do sentimento dos investidores e ao fechar de portas dos mercados interbancários.

Sistema Tributário: não funciona! Aliás, as instituições parecem não funcionar. Apesar da Grécia apresentar rácios de carga fiscal reduzidos, antes da eclosão da crise, sugerindo uma capacidade potencial de rápido aumento da receita em caso de necessidade (como se verificava na altura), aparentemente o sistema não funcionou ou não houve capacidade de resposta.
Apesar dos sucessivos aumentos de impostos que se registaram desde Maio de 2010, o comportamento da receita tributária desapontou sistematicamente, denunciando elevados níveis de evasão fiscal e reforço da economia paralela. Os sistemas de informação não comunicam entre si, permitindo que haja uma fuga sistemática e defraudando expectativas de rápida recuperação da receita tributária.

Reparem que em Portugal, foi feito um trabalho nesta matéria ao longo da última década (apesar da nossa economia paralela se manter em níveis que se estimam acima dos 20% do PIB).
Na Grécia, a tentativa de “emendar a mão” foi feita demasiado tarde, pois não se criam estruturas e sistemas articulados de informação, gestão e controlo apenas pela vontade (se é que ela existe).

Corrupção e dependência da economia em relação ao Estado: terrível! Os exemplos que nos têm sido apresentados são de bradar aos céus.


Irlanda

A origem da crise e necessidade de intervenção centrou-se, para além da queda acentuada da procura externa, numa bolha especulativa no mercado imobiliário ao qual o sector bancário estava muito exposto, suportado em níveis de alavancagem extremos, tendo por base divida contraída no exterior.

O crédito bancário relativamente ao PIB atingiu valores francamente superiores aos observados nos pares Europeus. A título de exemplo, o rácio de transformação de depósitos atingiu 220% em Maio desse mesmo ano (ou seja, 1 Euro de depósito representava 2,2 Euros de crédito).

A dimensão da crise no sector financeiro irlandês levou o estado a assumir todas as responsabilidades, pelo que o problema irlandês passou a ser também uma questão de finanças públicas levando á necessidade de consolidação.

No entanto, fora dos sectores referidos, a economia irlandesa é uma economia flexível, diversificada e com capacidade de resposta rápida à situação difícil em que se encontram.

Com efeito, trata-se do segundo país da OCDE com maior grau de abertura ao exterior, apresenta uma elevada mobilidade do factor trabalho, e, sobretudo, uma elevada capacidade de atracção de Investimento Directo Estrangeiro (IDE), que em 2010 representava 120% do PIB (Portugal regista cerca de 49 %).

O sector industrial é bastante desenvolvido, sobretudo em sectores com maior valor acrescentado: em 2009 a manufactura representou 24% da riqueza gerada, mais 10 pontos percentuais do que em Portugal.

A população activa é bastante qualificada: em 2010, cerca de 73.5% da população em idade activa (dos 25 aos 64 anos) completara o ensino secundário, patamares que contrastam com os restantes países “periféricos” e designadamente com Portugal (31.9%).

Face a este diagnóstico e aos progressos observados desde Setembro de 2010 (quando o financiamento de 85 mil milhões de euros foi acordado) nas mais diversas áreas, desde o crescimento, passando pela consolidação fiscal (a Irlanda tem vindo a cumprir todas as metas estabelecidas no acordo com a Troika) e mesmo estancagem no aumento do desemprego, o prémio de risco da República da Irlanda tem vindo a declinar significativamente no mercado secundário de dívida pública e a divida soberana anunciou que poderá voltar ao mercado primário ainda este ano.

A queda significativa das yields em mercado secundário e a boa aceitação de um swap de dívida emitida pela Irlanda no final de Janeiro confirmam a apreciação muito favorável pelos investidores, que atribuem uma maior probabilidade de sucesso ao bail-out irlandês que ao caso grego ou português.

De facto, no final de Janeiro, praticamente 1/3 dos detentores de uma emissão de obrigações de EUR 11.8 mil milhões, com cupão de 4.9% e maturidade em Janeiro de 2014 (quando a Irlanda enfrenta vencimentos avultados e o acordo de assistência já terá terminado) aceitaram a troca por um novo titulo com taxa média de 5.15% e vencimento em Fevereiro de 2015.

Na prática, este swap pode ser considerado como uma reestruturação de dívida que não foi encarada de forma negativa pelos investidores.


Portugal

Aos motivos que levaram ao apoio financeiro oficial subsiste um carácter estrutural: falta de competitividade externa, reduzido grau de abertura ao exterior, elevada economia paralela e uma forte dependência do Estado (ainda que em níveis inferiores aos da Grécia), dualidade no mercado laboral, mau funcionamento do sistema judicial, baixo nível de qualificação da população e orientação do sector produtivo para actividades mão-de-obra intensivas e/ou de baixo valor acrescentado.

A todos estes factores acresce o aumento exponencial do endividamento do sector privado desde a entrada na UE, sobretudo desde a formação da união monetária, quando as expectativas relativamente à inflação, taxas de juro e rendimentos futuros sofreram alterações encaradas como tendo carácter definitivo, estimulando o recurso ao crédito.

Entretanto, no sector público, o endividamento cresceu também de forma significativa e o estado assumiu responsabilidades em alguns sectores que implicaram mais tarde o reconhecimento de aumento de endividamento público: os contratos diversos em termos de parcerias público-privadas e a falta de capacidade de gestão do sector empresarial do estado, onde muitas empresas foram acumulando endividamento público encapotado, são alguns dos factores que explicam o salto do rácio de dívida pública relativamente ao PIB em 24% em apenas 3 anos e também a expectativa de que este venha a aumentar cerca de mais 10 % do PIB este ano, não obstante o menor défice do estado.

Para compor o ramalhete, verificamos que, na última década, verificamos que Portugal foi o país que menos cresceu, a seguir a Itália.

Para o que contribuiu: o reduzido peso das exportações, sendo que uma pequena economia não pode depender apenas do mercado interno (veja-se os casos da Irlanda, Bélgica, Holanda, Hungria, Rep. Checa): a contrapartida é o peso elevado do consumo privado, que se formou através do endividamento.

Finalmente, a segunda menor taxa de poupança nacional, justificando a formação de um desequilíbrio externo “permanente”, que se reflectiu na acumulação de responsabilidades face ao exterior.

Ao compararmos as necessidades de financiamento externo encontra-se o principal motivo pelo qual os investidores internacionais encaram a situação da Irlanda com maior benevolência: no pior ano, em 2008, as necessidades de financiamento externo alcançaram apenas 5.6% do PIB na Irlanda, enquanto em Portugal se situaram em 11.4% e na Grecia excederam 16% do PIB.

Numa outra perspectiva, do outro lado do espelho, verifica-se que a poupança líquida do sector privado na Irlanda é claramente superior aos níveis observados ao longo da década quer em Portugal quer também na Grécia, excedendo, neste momento os 10% do PIB.

Apesar de os três países intervencionados estarem integrados na UEM, como se verificou, os desequilíbrios e problemas distintos que registavam antes da assistência financeira externa e as características intrínsecas e estruturais de cada economia determinam processos e velocidades de ajustamento diferentes.

A Irlanda poderá eventualmente confirmar a actual perspectiva e avaliação mais benevolente atendendo á maior flexibilidade e diversificação da sua actividade económica; ou seja, não obstante as dificuldades causadas pela necessidade de diluição da bolha especulativa no mercado imobiliário e construção, e a escalada da dívida publica, reflexo da assumpção dos males que afectavam o sistema bancário, os restantes sectores de actividade poderão rapidamente regressar ao crescimento e contribuir para diluir os desequilíbrios entretanto formados. Ainda que exista o risco da procura externa, pois a economia irlandesa está muito dependente do sector exportador.

O caso grego é o mais complicado, atendendo ao processo de reestruturação de dívida em curso, significando que tão cedo a divida soberana dificilmente regressará aos mercados, mesmo que continue integrado na UEM/UE. A tensão social e as dificuldades de ordem política interna dificultam também progressos mais consistentes nas reformas necessárias, exigidas pela Troika, e o regresso da confiança pelos credores e observadores internacionais. A chegada a bom porto depende de múltiplos factores, de natureza interna e externa.

Relativamente a Portugal, as reformas estruturais estão em curso, os desvios de execução orçamental têm sido identificados a tempo, permitindo a implementação de medidas de correcção, as avaliações pela Troika e vários responsáveis Europeus são favoráveis.

Por um lado, é fundamental tentar acelerar o processo de consolidação pelo lado da despesa (sempre difícil perante o peso e a relutância do aparelho do Estado). Por outro lado, o processo de correcção dos desequilíbrios poderá ser mais moroso atendendo a natureza mais estrutural dos problemas que Portugal defronta. A questão do reforço da competitividade externa, para assim possibilitar o alcance de patamares de crescimento mais elevados e reduzir as necessidades de financiamento externo, é a questão fundamental.

Paralelamente a tudo isto, o crescimento das três economias dependerá muito das políticas desenvolvidas pela UE neste sentido. Aqui reside uma das grandes dúvidas actuais. De que forma os países mais ricos estarão dispostos a abdicar da sua riqueza por forma a permitir que a austeridade que está a ser imposta seja suficientemente flexível e ajustável com medidas concretas por parte das instituições europeias.

Eu acredito na capacidade de resposta dos portugueses mas tenho receio a nível interno que os lobbies e as elites do poder que se encontram instalados na economia atrasem a execução das reformas.

É aqui que deve residir a luta de todos nós que trabalhamos honestamente.

Quando temos um país onde presidentes de câmara corruptos são eleitos novamente porque “roubam mas fazem obra" está tudo dito.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » quarta fev 22, 2012 7:26 pm

Pedro,

Quando não dizes a verdade, é natural que se chamem as coisas pelos nomes. A ajuda para o pagamento da dívida do Icesave foi chumbada não por um, mas por dois referendos. Os fundos do FMI ( que foram suportados por grupos europeus nórdicos, os mesmos interessados no pagamento do dinheiro que tiveram que reembolsar ) destinavam-se a esses apoios e a esse pagamento. Que não está a ser feito, havendo aliás e de resto contencioso no tribunal.

http://www.eftasurv.int/press--publicat ... et/nr/1560

Não se pode assim dizer que a Islândia está a pagar a sua dívida, que previa, no acordo inícial de 2008, o reembolso das despesas do Icesave. Pelo contrário e por vontade expressa já em dois referendos, esta está a ser recusada.

De resto, li o que tu escreveste, mas tive de facto dificuldade em encontrar algo de novo.

Falamos de uma má utilização dos dinheiros públicos, de uma subsidio-dependência, de uma série de políticas de encorajamento à não produção, de uma péssima utilização dos dinheiros públicos? Com certeza, e gostava de ver onde me viste dizer que a mesma não há. Desde as subsidizações para não produção do Cavaco, às PPP's iniciadas por Cavaco, com enorme expansão no governo Guterres para atingir o descalabro no governo Sócrates, aos negócios e tráfico de influências originários do BPN, ao tráfico de influências na compra de armamento alemão dirante o Governo AD de Durão Barroso, tudo isso pesa, e de que maneira na dívida. É aliás em nome dessa transparência que defendo uma auditoria. E não é pela manutenção do Status Quo que o faço.

Agora: As reformas estruturantes que têm de acontecer não podem ser feitas à custa da população em geral. Quando tal acontece, cria-se um fosso que penaliza o verdadeiro motor da economia de mercado: os consumidores, ou dito de outra forma, a classe média. Dirás que não somos o único país a implementar austeridade, certo, mas nenhum dos outros está a gerar riqueza à custa dessas medidas. Pelo contrário. Estas medidas levam invariavelmente à estagnação e recessão. Obrigado por usares o caso ilustrativo da Bélgica que estava em crescimento moderado sem austeridade e decaiu quando, no trimestre de 2011, se formou governo que implementou austeridade. É que prova o que digo, causa e efeito. Nem se trata de uma questão de incumprimento. A Grécia, a despeito das boçalidades do governo alemão, tem cumprido. Aliás, tanto excesso de zelo aplicou, que o corte na despesa pública foi, segundo a 5ª revisão do acordo da Troika, 20% superior ao exigido. Ou seja, cumpriu e superou. E o resultado é nulo. Não se estimula crescimento cortando no crescimento. Isto é básico. Mais básico só com um desenho. Com licença:

Imagem

Fontes: previsões do 1º relatório para a Grécia do FMI (a azul) contrastadas com o 5º (a vermelho).

Vamos responsibilizar a população? Terá uma quota parte da culpa, sem dúvida, especialmente por mandatar sempre os mesmos e ter deixado andar. Mas as fatias de leão da responsabilidade estão nos governos que geraram essas iniciativas. Com a completa e total conivência dos mercados, que compactuaram nesses negócios ( o que precipitou de resto a crise) e com a corrupção generalizada. Agiram com perfeito conhecimento de causa e/ou negligência. No entanto, são eles a lucrar com esta conjectura. Neste momento, estamos, por estar presos a uma dívida contraída a juros extorsionistas que toda a gente sabe não poder ser paga, a tomar medidas que comprometem alicerces do país.

O que é o princípio jurídico de dívida odiosa: Dívida impagável contraída contra os interesses do estado. Princípio perfeitamente coadunável com as realidades grega, portuguesa, italiana, francesa e de praticamente toda a Europa. Não conseguimos dinamizar a economia sem financiamento, talvez, mas não conseguimos gerar riqueza com mais dívida. Bem mais generosos (ou prescientes, que de generosidade não teve nada) foram os países do pós guerra, que anularam sucessivas dívidas à Alemanha, princípio que tem feito parte regular da conduta política alemã e de outros países. E que gera mais riqueza que a ídeia peregrina do PPC de enriquecer "gerando pobreza".


... ou rezar para que chova.
Eu já vi o raxx num papo seco
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » quarta fev 22, 2012 8:11 pm

E faltam nas apreciações não apenas o impacto bastante estimável do aumento brutal na emigração irlandesa o ano passado, como a influência directa dos mercados na situação grega.

http://www.bbc.co.uk/news/world-europe-17108367

Já tinha dito que o senhor que geriu este banco nesta altura preside agora ao BCE?


Pois.
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Pedro Lopes
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » quinta fev 23, 2012 12:17 am

Grimner Escreveu:
... ou rezar para que chova.



Islandia

«» O Icesave representa um litigio entre a Gra Bretanha e a Holanda com a Islandia. Os países nórdicos (Suecia, Dinamarca, Finlandia e Noruega) complementaram o financiamento de 2,1 mil milhões de dólares do FMI disponibilizando um financiamento conjunto de 1,78 mil milhões de euros. Podes analisar as diversas fases de acompanhamento do apoio dado pelo FMI através do site deles. Podes também analisar os diversos documentos oficiais do programa de apoio bem como as opiniões de Poul Thomsen.

http://blog-imfdirect.imf.org/2011/10/2 ... xperience/


Belgica

«» A recessão registou-se no ultimo trimestre de 2011. O novo governo tomou posse a 6 de Dezembro. As medidas de austeridade na Belgica foram definidas para o triénio 2012-2014.


Grecia

«» A Grécia está em falência controlada para que a exposição da Europa à divida grega seja devidamente provisionada. Entretanto, tens aqui o relatório com a 5ª revisão do FMI para leres com atenção.

http://www.imf.org/external/pubs/ft/scr ... r11351.pdf


Crescimento/Financiamento

«» Nos últimos 11 anos cresceste, em média, 0,3% ao ano e apenas devido à injecção de dinheiro por via do endividamento. Se dependes do financiamento para sobreviver e este acaba, precisas de alterar o teu modelo económico confiando que as instituições europeias desenvolvam as medidas de crescimento que necessitas. Se disseres a um alemão ou a um holandês que precisas de dinheiro mas não podes ter austeridade ele responde-te: quem me garante que o dinheiro que lhe estou a emprestar não é para fazer mais rotundas ou estradas?


“Não conseguimos dinamizar a economia sem financiamento, talvez, mas não conseguimos gerar riqueza com mais dívida.”

Está tudo dito!

Efectivamente, Portugal fez crescer a sua divida exponencialmente nos últimos 10 anos sem que a mesma resultasse em geração de riqueza. Agora tens uma economia que depende do financiamento externo, uma sociedade que depende do estado e uma divida soberana incomportável.

Podes, naturalmente, não pagar e é muito provável que tenhas de a reestruturar mas só quando os teus credores assim o entenderem.

Como sobrevive o país sem financiamento?

Até hoje ainda ninguém me respondeu a esta questão. Sendo assim, tens de te sujeitar às regras que te são impostas procurando distanciar Portugal do caso grego e rezando, não para que chova, mas para que a Europa crie sistemas efectivos de incentivo ao crescimento e aceite, perante o nosso desempenho, que daqui a um ano é necessário reajustar o nosso programa reforçando o mesmo com mais 30 mil milhões de euros.

Se tivermos sorte, a esquerda ganha as eleições em Abril na Grécia, rompe com o programa da troika, a Grécia sai do Euro por sua iniciativa e ficamos livres do contágio.

Até lá, temos de mudar de vida, ser criativos, empenhados e conscientes dos nossos deveres perante a situação em que nos encontramos.

E sobretudo, apostar na nossa valorização pessoal e profissional.

Para a sociedade civil fica o desafio de combater os lobbies e as forças de poder que estão instaladas limitando-se a consumir os poucos recursos que temos.

Aproveito para deixar uma questão: quantos dos estimados users já participaram ou interviram em assembleias municipais da vossa autarquia?
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » quinta fev 23, 2012 2:08 am

Concedo-te a Bélgica, simplesmente porque tinha ideia de que o governo tinha entrado em funções em inícios de Novembro ( altura em que as pessoas começaram as manifestações).

No resto, nem por isso. O pacote de "ajuda" do Icesave era parte integrante dos planos de ajuda para a Islândia, e continua por cumprir. Isto porque os populares se recusam terminantemente a pagá-lo. Aliás, e com uma certa ironia, o report que me mostras indica isso como uma vitória da economia Islandesa, em não pequena parte porque a recusa em aceitar essa dívida trouxe frutos positivos para a sua economia, e também porque a Islândia insiste em não aplicar austeridade e em não cortar com os direitos dos seus cidadãos:

The authorities were committed to implementing the measures, but wanted to do it their way. One of the government’s key objectives was to protect Iceland’s social welfare state, and that goal has been accomplished.


Contraste-se isso com o desbaste que o nosso governo tem feito. Aliás, Islândia torna-se o paradigma da negociação na lógica do devedor.

o 5º relatório que me mostras, mas que eu também já tinha lido também não deixa grande margem para dúvidas e corrobora o que eu afirmei. O governo grego, de resto até, à semelhança do nosso, foi escrupulosamente cumpridor.

. Staff’s overall assessment is that the new government and parties supporting it are committed to the
program’s objectives and policies. Against this political backdrop, the authorities have taken steps to bring the fiscal
program back on track, taking meaningful measures to cut public wages, employment and pensions, and to broaden the
tax base (prior actions). The new financing strategy can place the program on a sustainable foundation (assuming that the
PSI strategy delivers the targeted debt gains vi near universal participation of creditors). Policies have been adapted in a
way that will better deliver program objectives and with greater balance, in particular by adjusting the primary surplus
targets guiding fiscal policy and the near-term and post-program privatization targets.


Ora, o próprio FMI indica que um país que cortou com as medidas de austeridade é um caso de sucesso, um país que as cumpre escrupulosamente é um acumular de fracassos. Há conclusões a tirar daí.

Há também conclusões a retirar da promiscuidade dos grandes grupos económicos, que praticaram o dito encobrimento da grécia. Isso desde logo indica que, numa altura em que se fala tanto da "confiança" dos países, os mercados são tudo menos de confiança. E, de novo, aludo ao facto de não somenos importância de pelo menos um desses grandes grupos investidores estar directamente envolvido na crise grega e ter hoje dirigentes num dos parceiros da troika. Que o dirigente de um dos grupos económicos que ajudou a causar a dívida grega (e isto passou-se no seu tempo como CEO da GS) esteja agora impunemente no outro lado da barricada a cavar a sepultura do país tem forçosamente de colocar parcelas dessa dívida sob escrutínio, no que à sua legalidade diz respeito.

Que o relatório do FMI diga tão rasgadamente que os governos gregos são cooperantes e depois se veja o estado do país também deveria ser suficiente para se questionar a lógica subjacente a esta política e ao sucesso da mesma. Numa coisa parecemos concordar: A contracção económica e a sujeição ao juro nunca permitirá a imposição de políticas de crescimento económico. Logo, que se persista nas mesmas políticas falhadas não só é um absurdo económico, como um perigo político e social.

Dizes que ninguém te respondeu à questão "Como sobrevive o país sem financiamento?", mas eu tenho outra que não foi respondida, que é como cresce um país que está perigosamente perto de se limitar a contrair dívida para pagar a dívida.

Falas da reestruturação da dívida na lógica dos credores, mas escapa-me essa atitude de subserviência. Até porque os credores são os principais impulsionadores desta crise, são os que foram mais prontamente resgatados e são os que, neste momento a despeito das austeridades sucessivas e independentemente das mesmas, continuam a "empurrar" de forma agressiva os países para taxas de juros cada vez mais sufocantes. A credibilidade dos mercados é questionável, tanto quanto a sua boa fé, o que não só argumenta a favor da ilegitimidade da dívida como da necessidade de mudança de paradigma nas negociações com eles.

Em assembleias de município, confesso não ter tido ainda grande participação. mas como sociedade civil tenho ajudado a projectar assembleias nas universidades tentando promover diálogo interidisciplinar e não meramente o empanturrar pós bolonha, e estou envolvido em diversos projectos, um dos quais já aqui citado, o outro tendo sido a 2ª ILC a ser criada no nosso território. A participação na sociedade civil tem muitas formas.
Eu já vi o raxx num papo seco

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor raxx7 » quinta fev 23, 2012 1:01 pm

Grimner,
http://www.eubusiness.com/news-eu/iceland-britain.bz1

A minha interpretação desta noticia é que o Governo Islandês conseguiu "espremer" dos activos do Landsbanki dinheiro suficiente para pagar o seguro dos depósitos.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » quinta fev 23, 2012 1:49 pm

Nem por isso, Raxx. Repara na linha temporal. A notícia que linkas é de Setembro. Desde então, em Dezembro ( ver o link que dei acima), a EFTA meteu a Islândia em tribunal.

According to the Directive, Iceland was obliged to ensure payment of a minimum compensation of EUR 20.000 per depositor after Landsbanki and its Dutch and British branches, called Icesave, collapsed in October 2008. More than three years after the bankruptcy of the bank, Iceland has still not complied with its obligation.


Aliás seria surpreendente se fosse o contrário, visto que isso significava quase de certeza que a Islândia teria ignorado o referendo. Ou isso ou encontrar dinheiro algures para efectuar o pagamento sem ser através dos seus cidadãos. Se de facto fosse esse o caso, ou houvesse algum sinal de cedência por parte da Islândia, a EFTA não endureceria o tom.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor raxx7 » quinta fev 23, 2012 2:35 pm

Grimner,
depende dos termos do referendo.
Uma coisa é o referendo ditar que o Estado Islandês não pode assumir os custos de pagar os reembolsos.
Outra coisa seria ditar que não pode usar o que sobrar dos activos dos bancos falidos para o fazer. Que é que me parece que o Governo Islandês está/estava a tentar fazer naquela noticia de Setembro.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Grimner » quinta fev 23, 2012 3:29 pm

Pela minha compreensão, uma vez que não encontro a pergunta exacta do referendo, o mesmo incide sobre se o governo deveria ou não dar garantias de pagamento. A fonte da Reuters que encontrei diz apenas:

The plebiscite is on an agreement to repay a 3 billion pound debt incurred after Britain and the Netherlands repaid depositors who had money in online savings accounts.


http://uk.reuters.com/article/2011/04/0 ... W720110408

Depreendo daí que o não popular seja ao acordo de pagamento e às garantias exigidas. O que não impossibilita que o governo islandês não procure alternativas de financiamento do Icesave e daí a notícia de Setembro que publicaste, mas a resposta da EFTA ao levar o caso a tribunal não me transmite a ideia de que uma solução tenha saído daí. Se algum tipo de compromisso de pagamento tivesse sido conseguido não se levaria o caso a tribunal.
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