Política - Discussão ou algo do género.

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Brilhando
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Brilhando » quarta jun 15, 2011 3:43 pm

Eh, será hoje que a Grécia vai ao ar?
Setze jutges d'un jutjat mengen fetge d'un penjat; si el penjat es despengés es menjaria els setze fetges dels setze jutges que l'han jutjat.

Pedro Lopes
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » quarta jun 15, 2011 6:46 pm

otnemeM Escreveu:O final do teu post é muito verdade, pensei logo nisso.

Anyway, quantos são os votos? Farão alguma diferença? Se a resposta é "não", que tal apurar-se responsabilidades, levar a tribunal alguém se necessário mas deixar isto decorrer para não causar ainda mais problemas e atrasos? Ah well.


Estamos a falar de 1392 votos!

Independentemente da razão constitucional importa neste momento ter algum sentido de estado. Para mim faz menos sentido que não seja o novo governo a estar presente no Conselho Europeu dos próximos dias 23 e 24 para além de ser fundamental começar a trabalhar na implementação das medidas e dos prazos que nos estão a ser impostos.

O PS devia era preocupar-se em explicar como é que iria pagar os 6,7 mil milhões de euros de divida a 10 anos que venceram hoje e que foram substituídos pela massa da Troika.

E que ela não nos falte tal como está a acontecer à Grécia.

Entretanto, temos que gramar com um matacão com olhos chamado José Lello.
Eu fui aprovado nos testes de "stress"!!! E tu??

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MeBathory
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor MeBathory » quinta jun 16, 2011 7:34 am

Awaiting the exorcist....

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Vooder
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Vooder » sexta jun 17, 2011 5:53 pm

NOVO GOVERNO

Primeiro-ministro
Pedro Passos Coelho

Ministro dos Negócios Estrangeiros
Paulo Portas

Ministro das Finanças
Vítor Gaspar

Ministro da Economia
Álvaro Santos Pereira

Ministro da Defesa Nacional
Aguiar Branco

Ministro da Administração Interna
Miguel Macedo

Ministro da Justiça
Paula Teixeira da Cruz

Ministro da Agricultura, Território, Mar e Ambiente
Assunção Cristas

Ministro dos Assuntos Sociais
Pedro Mota Soares

Ministro da Saúde
Paulo Macedo

Ministro da Educação
Nuno Crato

Ministro dos Assuntos Parlamentares e Desporto
Miguel Relvas
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Pedro Lopes
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » sexta jun 17, 2011 7:43 pm

A primeira impressão faz um pouco de impressão. A impressão de que não é um Governo forte. Não forte o suficiente para as rabanadas de vento que o aguardam. Mas Portugal não tem uma segunda oportunidade: este Governo vai ter de ser melhor do que parece.

Portugal está num estado crítico tal que precisa de união e de coesão. E é por isso que o Governo tem de ter o benefício da dúvida, de ter o tempo e o espaço suficiente para mostrar o que vale. Vai tê-lo. Mas isso não esconde essa tal primeira impressão. A de que faltam figuras de Estado. A de falta de experiência. A de falta de um Catroga. Mas também as virtudes: a juventude. A capacidade técnica de muitos dos seus ministros. A da vontade de mudança que eles representam.

Dois exemplos: Assunção Cristas e Álvaro Santos Pereira. Os leitores do Negócios conhecem-nos bem, deram ambos entrevistas de fundo este ano neste jornal e foram enquadrados como esperanças políticas para o nosso País. Ei-las confirmadas. Mas a nova ministra da Agricultura nunca plantou uma batata na terra. E o novo ministro da Economia nunca geriu uma empresa na vida. Quer dizer que são erros de “casting”? Não. Quer dizer que arrancam sem terem a “autoridade natural” do seu lado. E só se tiverem consciência disso poderão impor-se, serem respeitados e fazerem parte da solução que Portugal encomendou a este Governo.

O contra-exemplo: Paulo Macedo. É economista, gestor, administrador de banco, foi director-geral dos Impostos. O novo ministro da Saúde nunca deu uma injecção a um doente e roga-se que nunca o faça, mas não haverá neste momento médico nem director hospitalar em Portugal que não esteja com medo da sua tesoura e bisturi. Porque Paulo Macedo tem do seu lado a autoridade da experiência passada e do seu sucesso reconhecido e aplaudido nas Finanças. Aqui não há qualquer equívoco: vem para cortar nas despesas da Saúde, onde se suspeita de haver uma espécie de “Face Oculta” nas compras de material, e onde há lóbis poderosos numa actividade que também é um negócio e que tem sido pior negócio do que muitos pensavam (basta ver o prejuízo da Caixa Geral de Depósitos nos seus hospitais). Macedo é uma escolha polémica e vai ser contestada mas é uma boa escolha precisamente por isso: o Serviço Nacional de Saúde português é um sucesso, mas é demasiado dispendioso. Paulo Macedo não vai tratar da Saúde, vai racionalizar o Serviço – vai mantê-lo Nacional (isto é, público)?

Outro exemplo: Nuno Crato. Como Paulo Macedo, é uma excelente escolha, mas tem de provar que sabe sair da academia para a política. É um “liberal” na educação, no sentido em que “liberal” significa premiar o mérito e acabar com o “eduquês”, que ele assumidamente abomina (e abomina bem). Aqui também não há dúvidas. Com Nuno Crato, quem chumbar chumba, quem estudar passa, os exames serão difíceis e as estatísticas serão portanto piores – mas os resultados serão talvez melhores. Haverá maior separação entre os bons e os maus alunos, espera-se que também entre os bons e os maus professores. Porque o nivelamento educacional valoriza a mediocridade, desincentiva o brilhantismo e nivela por baixo. Crato só não provou uma coisa: que tem cabedal que chegue para a pressão política brutal que, se fizer o que se espera, terá. Homem pacato, cordato, cordial, vai ter de ser um leão para aguentar.

Bom, demos agora um passo atrás. Politicamente, o Governo está assente num tripé: além de Passos Coelho, Paulo Portas e Miguel Relvas. Eles serão os chefes. Os chefes de uma equipa irrequieta e que promete reuniões de Conselho de Ministros muito agitadas. Várias das promessas políticas dos últimos anos estão lá (Mota Soares, Assunção Cristas). Vários críticos de políticas anteriores estão lá (Álvaro Santos Pereira, Nuno Crato).

Paulo Portas ocupa uma pasta essencial neste momento de intervenção e negociação externa permanente. Ele será uma espécie de primeiro-ministro fora de Portugal, como Luís Amado discretamente o foi durante os últimos muitos meses. Ele estará mais tempo a defender os interesses de Portugal em Bruxelas (e em Berlim e em Frankfurt) do que no Palácio das Necessidades.

Miguel Relvas será o biombo político de Passos Coelho dentro do País. Será o seu braço direito de ataque e o seu braço esquerdo de defesa, para um período que se adivinha de consensos difíceis e poucos duradouros. Porque como houve PEC do 1 até ao 4, também haverá uma espécie de vários MoU (memorandos de entendimento com a troika), que se adaptem às mudanças internas e externas do imprevisível situação económica e política. Com provas dadas, Aguiar-Branco e Miguel Macedo farão parte dessa muralha política.

Pedro Mota Soares e Assunção Cristas foram dos melhores deputados da melhor bancada parlamentar da última semi-legislatura, a do CDS-PP. Pedro Mota Soares deixará agora a sua “scooter” para assumir uma área difícil, a da Segurança Social, numa fase de crescimento do desemprego e de corte de prestações sociais. Vai ter um orçamento muito difícil de gerir e tem do outro lado parceiros sociais que entrarão com vontade de lhe comer as papas na cabeça. Vai ter de mostrar que além de capacidade de trabalho, tem estofo político para não ser o peixinho no meio dos tubarões sindicais, em mares agitados de contestação social forte, esfomeada - e de esfomeados.

Paula Teixeira da Cruz é o oposto de Pedro Mota Soares. Com ela ninguém faz farinha mas isso não evita as mós do outro lado. A Justiça é o Rubicão deste Estado, é lá que estão alojados os maiores lóbis (incluindo o dos políticos) e Paula Teixeira da Cruz não tem do seu lado uma ferramenta essencial: a troika. O memorando da troika é fraco no que toca à Justiça, o que torna tudo demasiado vago. E Teixeira da Cruz será acusada de representar uma das cinco profissões jurídicas (a dos advogados, a que pertence) e de preferir outra (a dos magistrados do Ministério Público e do seu sindicato, dada a sua proximidade política a António Cluny). Teixeira da Cruz sabe o que é preciso. Terá o que é preciso?

Regressemos à área económica. Álvaro Santos Pereira é um macroeconomista, não conhece os gestores portugueses nem as nossas empresas. Por isso, hoje, os gestores das grandes empresas estão horripilados com esta escolha. Essa pode ser a vantagem deste viseense: a de partir sem compromissos nem conflitos. Mas é ele que terá pela frente o desafio mais radicalmente difícil: pôr a economia a crescer. Enfrentar os lóbis mais poderosos, que não são as das arruadas, os manifestantes ou os grevistas. São as pressões dos gabinetes. Das grandes empresas. Dos grandes sectores. Incluindo o espinhoso campo das Obras Públicas. E Álvaro Santos Pereira é mais liberal nos livros que qualquer outro ministro da Economia o foi nos últimos anos. Sê-lo-á também fora dos livros?

Deixamos para o fim o mais importante de todos os ministros de Passos Coelho: o das Finanças. Vítor Gaspar. Quem? Vítor Gaspar é um desconhecido dos portugueses e tem contra si a falta de força política. Mais: é um técnico brilhante mas nunca deve ter dado uma ordem nem mandado numa equipa. E isso tem de ser tão natural como a sede deste Governo em proceder a um “choque térmico” nas finanças públicas e a uma recuperação de imagem nos mercados financeiros. O nome que devia ser o mais forte e incontestado é, paradoxalmente, o mais desconhecido de todos. Gaspar sabe que foi uma segunda escolha (Vítor Bento recusou as Finanças; Catroga também recusou depois de ter sido convidado para a Economia e re-convidado para as Finanças). Que seja de primeira água. Que junte ao “saber fazer” a força do não deixar desfazer; de impor; de mandar. Porque Gaspar é desconhecido em Portugal mas reputado na Comissão Europeia e no Banco Central Europeu, o que neste momento é essencial. É um homem muito inteligente - precisará também de inteligência emocional para se impor na política.

O Governo arranca com o benefício de dúvida, que terá de converter em esperança para o País. Tem um grupo de gente boa e outro grupo de gente promissora, que tem de saber que ser timorato não é o mesmo que ser timoneiro. E tem muita gente brilhante no campo académico, onde impera o reino dos argumentos, mas vai ter de se impor no mundo político, onde vale tudo.

O País está em estado de choque. Precisa de um Governo contra o choque. E é por isso que o homem mais importante de toda esta equipa é Pedro Passos Coelho. Não teve toda a equipa que quis. Mas teve a equipa que o quis a ele. Que seja a equipa todos precisamos. Como se diz aos aviadores que partem para a batalha: “Godspeed”, senhores ministros.


Pedro Santos Guerreiro


Nada a acrescentar! Apenas o facto de se louvar a rapidez com que o governo e o acordo PSD/CDS se formaram bem como o sigilo e a ausência de show off.

Que continuem assim! Trabalho não lhes vai faltar! Espero que deixem de lado o estilo propagandesco do governo anterior e que sejam claros e sinceros perante o país.
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Ermo
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Ermo » sexta jun 17, 2011 8:02 pm

Paulo Macedo não vai tratar da Saúde, vai racionalizar o Serviço – vai mantê-lo Nacional (isto é, público)?


Claro que sim. :beer:
"This is a bowel disruptor. And you are just full of shit."

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OrDoS
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor OrDoS » sexta jun 17, 2011 10:13 pm

Ministro da Saúde - Paulo Macedo

Licenciado em Organização e Gestão de Empresas pelo Instituto Superior de Economia da Universidade Técnica de Lisboa, Paulo Macedo foi director geral dos Impostos entre 2004 e 2007 por nomeação de Manuela Ferreira Leite. Ocupava actualmente o cargo de vice-presidente do Millennium bcp.

:shock: Mais um "gestor" a mexer na Saúde, se for como os que andam a gerir os mais recentes hospitais privados ou semi-privados, só tenho uma palavra: medo...


Oh Pedro, concordas com esta nomeação? Pergunto eu, como e com que é que se justifica esta nomeação? Ainda por cima um tipo que vem do BCP, um banco que não tarda a tornar-se o próximo BPN ou a aterrar na bancarrota se continua assim, então se a Grécia der o pifo nem se fala :roll: (mas aposto que me vais contrariar nesta última afirmação :lol: )...
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Cthulhu_Dawn
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Cthulhu_Dawn » sexta jun 17, 2011 11:27 pm

Continuo a embirrar com o Portas a MNE...Vá-se lá saber porquê.

De resto, é como dizia o outro. Prognósticos só depois do jogo, I guess.

Acho piada ao Nuno Crato na Educação. Muito curioso para saber se vai sair daí alguma coisa de significativo.

E também o "Chico" Zé Viegas com Sec. Estado da Cultura...

Pedro Lopes
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » sábado jun 18, 2011 11:30 am

OrDoS Escreveu:Oh Pedro, concordas com esta nomeação? Pergunto eu, como e com que é que se justifica esta nomeação? Ainda por cima um tipo que vem do BCP, um banco que não tarda a tornar-se o próximo BPN ou a aterrar na bancarrota se continua assim, então se a Grécia der o pifo nem se fala :roll: (mas aposto que me vais contrariar nesta última afirmação :lol: )...


OrDoS

Efectivamente concordo com esta nomeação. :lol:

Eu explico:

A grande questão que se colocava a Passos Coelho era se deveria escolher um medico (a melhor solução passava pela Maria do Ceu Machado) ou um gestor (Luis Filipe Pereira ou Paulo Macedo).

A escolha de um medico parece mais razoável aos olhos da opinião publica mas o facto é que o ministro não está ali para dar consultas. Está ali para gerir um país que é o quinto da europa que mais gasta em percentagem do PIB na saude (cerca de 10%) e que tem cada vez mais de saber gerir os seus escassos recursos.

Tens o recente caso de Ana Jorge cujas qualidades medicas são inquestionáveis mas que teve de se rodear de uma equipa monstruosa e demasiado cara de acessores para a ajudar na gestão do ministério.

Neste contexto, a figura do gestor parece-me acertada, até porque, o essencial é que a figura do medico esteja representada na administração dos hospitais. Aí sim, não podes ter um hospital sem um medico e um enfermeiro na administração ou na direcção do hospital.

Agora, para gerir, precisas de um gestor. Precisas de alguém que olhe para uma despesa e pergunte: Onde é que se gastou este dinheiro?

Paulo Macedo é uma pessoa muito determinada e que fez um excelente trabalho da DGI nomeadamente na componente informática. Hoje em dia consegues fazer quase tudo pelo site das finanças. Eu já não me lembro da ultima vez que fui fisicamente a uma repartição.

Por outro lado, Paulo Macedo tem grande experiencia no sector da saude na medida em que foi um dos criadores do sistema Medis. Conhece as administrações dos hospitais e os principais lobbies desde a ANF até às diversas Ordens.

Trabalhando eu com todos os sistemas de saúde posso assegurar-te que a Medis é reconhecido como sendo o mais eficiente.

Portanto, existe esta expectativa de que a eficiência e racionalidade com que Paulo Macedo implementa as suas medidas possam ser transferidas para um sector claramente despesista com a influência de muitos lobbies e com imenso clientelismo partidário.

Tens imensos casos de hospitais publicos com largos membros nas respectivas administrações que são vereadores, politicos, amigos, filhos, enteados.

Perto de ti até tens o caso do Hospital de Braga onde o irmão do Mesquita Machado conseguiu, em 4 anos, criar um buraco de 36 milhões de euros ainda por explicar e cujas buscas da PJ deram em...nada. Para além de 500 mil euros que desapareceram sem deixar rasto.

Depois tens que colocar a central de compras do ministerio a funcionar e a impedir que circulem dinheiros por fora nas aquisições de material e equipamentos.

Precisas de dinamizar a prevenção na saude onde só gastas cerca de 3% do orçamento. Um investimento maior nesta área permite trazer imensas poupanças.

Precisas de aumentar as taxas moderadoras para impedir que o pessoal vá ao hospital porque tem uma febre.

Existe realmente muito a fazer e eu estava aqui o dia todo a escrever.

Espero que Paulo Macedo tenha capacidade para não se deixar levar pela agenda mediática.

Correia de Campos cometeu esse erro ao não saber divulgar as medidas que implementou caindo constantemente nas armadilhas da opinião publica através de uma exposição que o queimou por completo.

E acreditem que não está em causa a prestação dos cuidados de saúde às pessoas mais carenciadas. Essa é uma preocupação de Passos Coelho e de toda a sua equipa.

O que está em causa é corrigir os gastos que são efectuados de forma desmesurada pois dinheiro é coisa que não existe.

P.S. - O BCP está a sofrer mais com operaçoes como as que fez com o Joe Berardo do que com a Grécia. Mas depois explico-te porquê. De qualquer forma, o que pode acontecer nem é o BCP ir à falência mas sim ser tomado por mãos estrangeiras...alô...alô...Luanda.
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OrDoS
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor OrDoS » sábado jun 18, 2011 11:54 am

Pedro Lopes Escreveu:
OrDoS Escreveu:Oh Pedro, concordas com esta nomeação? Pergunto eu, como e com que é que se justifica esta nomeação? Ainda por cima um tipo que vem do BCP, um banco que não tarda a tornar-se o próximo BPN ou a aterrar na bancarrota se continua assim, então se a Grécia der o pifo nem se fala :roll: (mas aposto que me vais contrariar nesta última afirmação :lol: )...


OrDoS

Efectivamente concordo com esta nomeação. :lol:

Eu explico:

A grande questão que se colocava a Passos Coelho era se deveria escolher um medico (a melhor solução passava pela Maria do Ceu Machado) ou um gestor (Luis Filipe Pereira ou Paulo Macedo).

A escolha de um medico parece mais razoável aos olhos da opinião publica mas o facto é que o ministro não está ali para dar consultas. Está ali para gerir um país que é o quinto da europa que mais gasta em percentagem do PIB na saude (cerca de 10%) e que tem cada vez mais de saber gerir os seus escassos recursos.

Tens o recente caso de Ana Jorge cujas qualidades medicas são inquestionáveis mas que teve de se rodear de uma equipa monstruosa e demasiado cara de acessores para a ajudar na gestão do ministério.

Neste contexto, a figura do gestor parece-me acertada, até porque, o essencial é que a figura do medico esteja representada na administração dos hospitais. Aí sim, não podes ter um hospital sem um medico e um enfermeiro na administração ou na direcção do hospital.

Agora, para gerir, precisas de um gestor. Precisas de alguém que olhe para uma despesa e pergunte: Onde é que se gastou este dinheiro?

Paulo Macedo é uma pessoa muito determinada e que fez um excelente trabalho da DGI nomeadamente na componente informática. Hoje em dia consegues fazer quase tudo pelo site das finanças. Eu já não me lembro da ultima vez que fui fisicamente a uma repartição.

Por outro lado, Paulo Macedo tem grande experiencia no sector da saude na medida em que foi um dos criadores do sistema Medis. Conhece as administrações dos hospitais e os principais lobbies desde a ANF até às diversas Ordens.

Trabalhando eu com todos os sistemas de saúde posso assegurar-te que a Medis é reconhecido como sendo o mais eficiente.

Portanto, existe esta expectativa de que a eficiência e racionalidade com que Paulo Macedo implementa as suas medidas possam ser transferidas para um sector claramente despesista com a influência de muitos lobbies e com imenso clientelismo partidário.

Tens imensos casos de hospitais publicos com largos membros nas respectivas administrações que são vereadores, politicos, amigos, filhos, enteados.

Perto de ti até tens o caso do Hospital de Braga onde o irmão do Mesquita Machado conseguiu, em 4 anos, criar um buraco de 36 milhões de euros ainda por explicar e cujas buscas da PJ deram em...nada. Para além de 500 mil euros que desapareceram sem deixar rasto.

Depois tens que colocar a central de compras do ministerio a funcionar e a impedir que circulem dinheiros por fora nas aquisições de material e equipamentos.

Precisas de dinamizar a prevenção na saude onde só gastas cerca de 3% do orçamento. Um investimento maior nesta área permite trazer imensas poupanças.

Precisas de aumentar as taxas moderadoras para impedir que o pessoal vá ao hospital porque tem uma febre.

Existe realmente muito a fazer e eu estava aqui o dia todo a escrever.

Espero que Paulo Macedo tenha capacidade para não se deixar levar pela agenda mediática.

Correia de Campos cometeu esse erro ao não saber divulgar as medidas que implementou caindo constantemente nas armadilhas da opinião publica através de uma exposição que o queimou por completo.

E acreditem que não está em causa a prestação dos cuidados de saúde às pessoas mais carenciadas. Essa é uma preocupação de Passos Coelho e de toda a sua equipa.

O que está em causa é corrigir os gastos que são efectuados de forma desmesurada pois dinheiro é coisa que não existe.

P.S. - O BCP está a sofrer mais com operaçoes como as que fez com o Joe Berardo do que com a Grécia. Mas depois explico-te porquê. De qualquer forma, o que pode acontecer nem é o BCP ir à falência mas sim ser tomado por mãos estrangeiras...alô...alô...Luanda.


A minha pergunta foi feita no sentido de conhecer melhor o tipo, já que esperava que tu o conhecesses e me desses mais informação. Eu espero que o tipo faça um óptimo trabalho, mas que não se esqueça de uma coisa, para além das pessoas, é inadmissível as carreiras dos profissionais de saúde que não os médicos estar uma bandalheira (principalmente a dos Enfermeiros) e ninguém tomar previdências, tudo em prol de não se gastar mais. Se se tivessem de legalizar toda a situação de carreiras dos profissionais actuais, como atribuir lugares efectivos e os salários de carreira devidos que há muito não vêem uma melhoria, eram mais custos, mas continua tudo, de certa forma ilegal, e já nem falo dos concursos, seja para essa classe, seja para a dos professores.

Outra coisa é que não sei se sabes, há falta de material nos Centros de Saúde e não, não tem a ver com alguém o fanar de lá. Ora, alguém me pode explicar como é que isto é possível? Esperemos bem que a subida das taxas moderadoras seja bem pensada.

Era bom que toda esta transição se impusesse, aproveitar toda a conjuntura para se fazerem as reformas que têm de se fazer. A diferença entre nós e os Gregos, é que nós (sejamos realistas) não nos vamos revoltar como os Gregos, não estamos em posição de ir para os cafés e não somos povo de virar cara à luta.

A irreverência da "juventude" (média de 40 e tal anos não é bem jovem, mas pronto) dos políticos deste grupo de trabalho é óptima para gerar e implementar novas ideias! Quero é ver como se vai dar com as greves e os sindicatos e o diabo a sete. Estou também curioso com a fusão do Ministério do Emprego com o da Economia, faz sentido nos tempos que correm e gostava de ouvir as ideias do novo Ministro para a área.

E quero frisar que acho muito bem que sejam gestores a tomar conta das pastas, mas que se rodeiem dos profissionais competentes que percebem o estado do sistema. Só assim poderão ser bem aconselhados e fazer um bom trabalho. A Helena Jorge, mesmo sendo médica fez um trabalho mauzito, na minha opinião, aliás, enquanto os custos não descerem, mantendo a qualidade do serviço decente e as carreiras profissionais dos seus intervenientes não for revista, o serviço vai continuar uma bandalheira, mesmo funcionando bem, o que não deixa de ser interessante verificar, logo só se pode concluir que os profissionais laborais (e não os gestores "políticos") de cada instituição de saúde pública trabalham MUITO bem!
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Enigma
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Enigma » sábado jun 18, 2011 3:41 pm

Pedro Lopes Escreveu:Precisas de aumentar as taxas moderadoras para impedir que o pessoal vá ao hospital porque tem uma febre.


Discordo. Para "impedir" que o pessoal vá ao hospital porque tem febre (não sou especialista de saúde, mas ter febre pode ou não ser sintoma de algo preocupante...) tem de se apostar ainda mais nos centros de saúde, nos médicos de família, e na diminuição dos tempos de espera para consulta.

Quanto à composição deste Governo, tem pessoal jovem, competente nas suas áreas profissionais e inexperiente em termos políticos, Por um lado, até é bem vinda esta inexperência, já que é gente que "vem de fora", mas por outro lado vamos ver como se aguentam à bronca. Só de pensar no menino Mota Soares com a pasta dos Assuntos Sociais...Well, aguardemos.
E vamos ter alguém nos Negócios Estrangeiros que já foi contra a entrada de Portugal no euro. Não deixa de ser curioso, agora que Portugal mais precisa de ajuda externa....
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Pedro Lopes
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » sábado jun 18, 2011 6:01 pm

Enigma Escreveu:
Pedro Lopes Escreveu:Precisas de aumentar as taxas moderadoras para impedir que o pessoal vá ao hospital porque tem uma febre.


Discordo. Para "impedir" que o pessoal vá ao hospital porque tem febre (não sou especialista de saúde, mas ter febre pode ou não ser sintoma de algo preocupante...) tem de se apostar ainda mais nos centros de saúde, nos médicos de família, e na diminuição dos tempos de espera para consulta.


As taxas moderadoras têm como função racionalizar o acesso às prestações de saúde, nomeadamente em casos de urgência nos hospitais.

Se tens uma febre podes desde logo procurar resolver a mesma tomando um baçaco ao deitar ou recorrendo à linha de Saude 24. Não vais estar certamente à espera do medico de familia ou de uma consulta de especialidade para te resolver o problema.

Mesmo em relação aos centros de saude, só se justificam se tiverem meios e equipamentos que permitam substituir os hospitais centrais.

Numa situação grave, um centro de saude faz o quê? Muitos deles nem têm raio x, não tem capacidade para fazer análises ao sangue ou fazer um electrocardiograma.

Então vais ao centro de saude para te receitarem um antigripe?

Dou-te um exemplo concreto: o meu pai foi atropelado e ficou com a perna partida. Não era fractura exposta mas percebia-se que era uma situação grave.

A ambulancia levou-o para o centro de saude de Ourém que nem raio x tinha. A medica, naturalmente, disse-lhe que tinha de ir para Torres Novas.

Então que foi ele lá fazer?

No meio de tudo isto, em Torres Novas, depois de muitas horas de espera e sofrimento, ainda por cima no Inverno, com o Hospital a abarrotar, acabou por falecer quando o começaram a operar.

Numa urgência ou emergência são sempre os hospitais que devem prestar os cuidados aos doentes.

E os hospitais não podem estar cheios de pessoas que não são casos de urgência.

Ainda não há muito tempo estava no hospital com a minha filha e apareceu uma mãe com o filho de 12 anos porque tinha sido mordido por uma abelha numa mão.

Olhei para o miúdo, puxei da minha navalha, raspei a pele até o ferrão sair e disse à mãe: vá para casa e ponha gelo ou uma cebola cortada. Se inchar muito coloque Fenistil. Daqui a uma hora está novo. E da próxima ligue para o Saude 24 Pediatria que lhe dizem a mesma coisa e evita de vir para aqui.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Kustu Rica » sábado jun 18, 2011 6:04 pm

Pedro Lopes Escreveu:Ainda não há muito tempo estava no hospital com a minha filha e apareceu uma mãe com o filho de 12 anos porque tinha sido mordido por uma abelha numa mão.


Os dentinhos das abelhas fazem mossa. :P
Your wife, my bitch. Your love, my trick. Her mouth, my dick. I fucked, thats' it. Straight pimp, no shit. Gave me your chips. I drove, your whip. It's true, don't trip.

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » sábado jun 18, 2011 6:17 pm

OrDoS Escreveu:

Era bom que toda esta transição se impusesse, aproveitar toda a conjuntura para se fazerem as reformas que têm de se fazer. A diferença entre nós e os Gregos, é que nós (sejamos realistas) não nos vamos revoltar como os Gregos, não estamos em posição de ir para os cafés e não somos povo de virar cara à luta.



Não fiz quote de todo o teu texto mas estou de acordo contigo principalmente neste ponto!

Agora, não tenhamos ilusões.

Não se pode fazer em 3 anos o que não se fez em 25 (reporto-me à entrada de Portugal na CEE)!

Ainda por cima, como sabes, vivemos num regime feudal onde temos imensas classes nobres e corporativistas.

São os medicos, os juizes, os patrões, os sindicatos, etc, etc.

No meio de tudo isto, nós, humilde povo, apenas temos de nos cingir ao pagamento das talhas, da capitação, da banalidade e do censo, entre muitos outros tributos.

Resta-me confiar que esta malta nova possa começar um novo modelo de politica assente na verdade e na credibilidade. Só por aí já ficava satisfeito.

Pode ser que com esse exemplo a sociedade portuguesa mude a sua forma de agir e começe a actuar de forma mais civica.

Quanto ao resto - vide Grecia - seja o que a Alemanha quiser.

Não nos derrotou pela guerra...vence-nos pelo dinheiro.
Eu fui aprovado nos testes de "stress"!!! E tu??

Pedro Lopes
Ultra-Metálico(a)
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Registado: quinta mar 22, 2007 1:44 pm

Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » sábado jun 18, 2011 6:56 pm

Apenas mais uma referência a um desafio que é fundamental para Paulo Macedo e que tem a ver com a redefinição do modelo de funcionamento da ADSE.

Já Aguiar Branco também vai ter muito com que se entreter relativamente à reformulação dos serviços médicos das forças armadas e à centralização da compra de equipamento (outro antro de interesses).

Vitor Gaspar foi uma excelente escolha para as finanças tal como Nuno Crato para a educação.

Alvaro Santos Pereira, no meu entender, vai ser a grande desilusão. Eu concordo com a flexibilização do mercado de trabalho (nomeadamente na função publica) mas não acredito que ele consiga implementar as suas ideias até porque, para isso, precisa da revisão constitucional (quo vadis PS?). Veremos o que faz pelo menos no apoio às exportações. É essencial reformular os seguros de credito à exportação que o Socretino estava a querer implementar com mais uns largos milhões de prejuizo para o estado.

Paula Teixeira da Cruz é uma mulher de armas! Veremos como lida com as corporações! É fundamental agilizar os processos de cobrança das dividas que tanto afastam o investimento.

Mota Soares tem de gerir o processo de redução da TSU com as finanças e a forma como se vai compensar esta redução de receitas. Pelo menos, vai poder implementar a sua ideia da racionalização do RSI.

Miguel Relvas tem a sua recompensa apesar de até poder ser importante na revolução que se impõe necessária no que diz respeito às autarquias e aos municipios uma vez que já foi secretario de estado da administração local.

Miguel Macedo tem tambem a sua recompensa ocupando um lugar fundamental para o PSD. Desde que o aproveite em prol do país e não em beneficio pessoal como fizeram Dias Loureiro ou Jorge Coelho.

Assunção Cristas é certinha mas parece-me tenrinha para ser ministra.

Sobre o Portas não me pronuncio pois não consigo ser isento em relação a esta figura.
Eu fui aprovado nos testes de "stress"!!! E tu??


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