
Política - Discussão ou algo do género.
- Old_Skull
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
Mais que um PEC é urgente outro PREC! 

- OrDoS
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
Brilhando Escreveu:Por amor d'O Grande Bode, parem de alimentar a fantochada das energias renováveis com dinheiros públicos:
Energias renováveis destroem 2 empregos por cada 1 que criam
Um estudo da Universidade Rey Juan Carlos, de Madrid, sobre o impacto no emprego das ajudas públicas às energias renováveis, conclui que 2,2 postos de trabalho são destruídos por cada "emprego verde" criado em Espanha, o que significa que os 50.227 empregos gerados nas renováveis desde 2000 levaram à destruição de 110.500 no resto da economia.
[...]
Por fim, os elevados custos da electricidade induzidos pelas políticas de incentivo ao "emprego verde" vão obrigar a uma subida de 31% nos preços pagos pelo consumidor final, de modo a cobrir o défice tarifário "gerado pelos subsídios às renováveis".
E em Portugal?
Ah, Estado Empreendedor <3
Não percebi esses comentários, estavas a ser irónico??? É lógico que enquanto os renováveis estão em estado de desenvolvimento (já algo maturo, mas ainda verdes), vai perder-se dinheiro. Quanto aos postos de trabalho, só tenho uma coisa a dizer, quando se começou a produzir em série, também se deixou de precisar tanto das pessoas, de certo gerou bem mais desemprego na altura.
Parém de alimentar o sector tecnológico!!! Só trás desemprego, esse malandro... *sigh*

O que me preocupa é quem é que vai ter emprego num futuro em que tudo caminha para se tornar automatizado e "anti-pessoal".
Re: Política - Discussão ou algo do género.
Sem querer levar isto para clubite, espanta-me o desinteresse, ignorância, e talvez a té desprezo pela proposta que ontem o BE apresentou em alternativa ao PEC. Ou seja um PEC alternativo que pelas contas do BE seria possível reduzir o déficit a 3% já este ano.
Quem quiser espreitar
http://www.esquerda.net/media/15medidas_100310.pdf
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- Brilhando
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
OrDoS Escreveu:Não percebi esses comentários, estavas a ser irónico??? É lógico que enquanto os renováveis estão em estado de desenvolvimento (já algo maturo, mas ainda verdes), vai perder-se dinheiro. Quanto aos postos de trabalho, só tenho uma coisa a dizer, quando se começou a produzir em série, também se deixou de precisar tanto das pessoas, de certo gerou bem mais desemprego na altura.
Parém de alimentar o sector tecnológico!!! Só trás desemprego, esse malandro... *sigh*...
O que me preocupa é quem é que vai ter emprego num futuro em que tudo caminha para se tornar automatizado e "anti-pessoal".
Repara que eu disse que se devia parar de alimentar com dinheiros públicos. Chegaste a ler a notícia toda, sequer?
Leste bem a parte que dizia: "Por sua vez, cada "megawatt verde" instalado no país destrói em média 5,28 postos de trabalho, sendo que essa destruição atinge os 8,99 empregos no caso dos investimentos na indústria fotovoltaica, 4,27 na eólica e 5,05 nas mini-hídricas."
Ou a parte do "O estudo calcula que a Espanha gastou 571.138 euros desde 2000 para criar cada "emprego verde", incluindo subsídios de mais de um milhão de euros por cada posto de trabalho na indústria eólica. "
E para terminar: "Por fim, os elevados custos da electricidade induzidos pelas políticas de incentivo ao "emprego verde" vão obrigar a uma subida de 31% nos preços pagos pelo consumidor final, de modo a cobrir o défice tarifário "gerado pelos subsídios às renováveis"."
Se é preciso gastar tanto dinheiro nesta treta, é porque esta treta não funciona por ela própria. Se querem investir dinheiro nela, que sejam as empresas a correr o RISCO.
As pessoas esquecem-se que por cada Euro gasto pelo Estado a apoiar um sector "estratégico" (leia-se, que só se consegue manter no mercado à custa dos favorzinhos dos compinchas dentro do Estado) é um Euro a menos que as empresas (e o contribuinte em geral) que produzem Valor têm para investir porque o Estado lhes roubou através de impostos imbecis para gastarem em coisas ainda mais imbecis.
Setze jutges d'un jutjat mengen fetge d'un penjat; si el penjat es despengés es menjaria els setze fetges dels setze jutges que l'han jutjat.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
Brilhando Escreveu:OrDoS Escreveu:Não percebi esses comentários, estavas a ser irónico??? É lógico que enquanto os renováveis estão em estado de desenvolvimento (já algo maturo, mas ainda verdes), vai perder-se dinheiro. Quanto aos postos de trabalho, só tenho uma coisa a dizer, quando se começou a produzir em série, também se deixou de precisar tanto das pessoas, de certo gerou bem mais desemprego na altura.
Parém de alimentar o sector tecnológico!!! Só trás desemprego, esse malandro... *sigh*...
O que me preocupa é quem é que vai ter emprego num futuro em que tudo caminha para se tornar automatizado e "anti-pessoal".
Repara que eu disse que se devia parar de alimentar com dinheiros públicos. Chegaste a ler a notícia toda, sequer?
Leste bem a parte que dizia: "Por sua vez, cada "megawatt verde" instalado no país destrói em média 5,28 postos de trabalho, sendo que essa destruição atinge os 8,99 empregos no caso dos investimentos na indústria fotovoltaica, 4,27 na eólica e 5,05 nas mini-hídricas."
Ou a parte do "O estudo calcula que a Espanha gastou 571.138 euros desde 2000 para criar cada "emprego verde", incluindo subsídios de mais de um milhão de euros por cada posto de trabalho na indústria eólica. "
E para terminar: "Por fim, os elevados custos da electricidade induzidos pelas políticas de incentivo ao "emprego verde" vão obrigar a uma subida de 31% nos preços pagos pelo consumidor final, de modo a cobrir o défice tarifário "gerado pelos subsídios às renováveis"."
Se é preciso gastar tanto dinheiro nesta treta, é porque esta treta não funciona por ela própria. Se querem investir dinheiro nela, que sejam as empresas a correr o RISCO.
As pessoas esquecem-se que por cada Euro gasto pelo Estado a apoiar um sector "estratégico" (leia-se, que só se consegue manter no mercado à custa dos favorzinhos dos compinchas dentro do Estado) é um Euro a menos que as empresas (e o contribuinte em geral) que produzem Valor têm para investir porque o Estado lhes roubou através de impostos imbecis para gastarem em coisas ainda mais imbecis.
Eu li e percebi o artigo todo antes de me pronunciar, só não percebi se estavas a ser irónico, já vi que não.
Se fores ver por esse mundo fora, todo o estado tem participações e investe em áreas chave da sua indústria. O exemplo mais gritante é o dos EUA e a indústria automóvel. Ora, hoje em dia Portugal é conhecido lá fora principalmente por 3 sectores, o do Turismo, o das Energias Renováveis e o da Cortiça, sectores que quase "obrigam" o Estado a dar apoios, pois é aí que se encontra um dos principais sectores de lucro e tecnologia que sustentará Portugal no futuro.
Tal como eu disse anteriormente, falta mais identidade à indústria portuguesa, é preciso que mais marcas nacionais se destaquem e que a indústria se liberte de vez da sanguessuga do Estado, mas para isso é preciso muita, mas mesmo muita pressão da indústria e eliminar (como alguém já aqui tinha dito) a ideologia de que "o Estado resolve tudo"...
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
Essa participação.chave do governo federal dos EUA na indústria automóvel é uma anedota. A ver: das 3 grandes indústrias automóveis, só a Ford não pediu dinheiro de bailout e só a Ford é que consegue não ter prejuízos, antes pelo contrário. A GM levou o 3º bailout em 30 anos e pelo que se vê, daqui a uns tempos terá de levar outro. Tudo à custa do dinheiro dos contribuintes, claro. Outra anedota é a cidade de Detroit, que outrora foi o grande motor da indústria automóvel americana e agora parece uma cidade fantasma porque a UAW e afins chuparam, chupam e chuparão as empresas até ao tutano. Para terminar, o Obama quando nacionalizou a GM disse que não se ia intrometer com a sua gestão mas afinal já despediu um CEO. Parabéns EUA, pelo "fascismo liberal".
A falta de identidade da indústria vem daquilo que se falou há uns posts: "=A herança salazarista do povo português que ainda acha que é o estado que tem de resolver os seus problemas;". Preferem pedir subsídios do que arriscar, em mais rapidamente se vê empresas a juntarem-se para chucharem o mais que puderem do Estado do que fazerem força para que o Estado as "liberte" e deixe de meter o bedelho no mercado. A isso se chama "Crony capitalism", e ao contrário do que, sei lá, 95% da pessoas pensam, não é "Capitalismo" nem "mercado livre" (o michael moore acertou em quase tudo no seu último documentário, mas foi desonesto e não lhe acrescentou o "crony", mas não se podia esperar muito mais dele). E é graças a ele que continuaremos a caminhar alegremente para o abismo.
A falta de identidade da indústria vem daquilo que se falou há uns posts: "=A herança salazarista do povo português que ainda acha que é o estado que tem de resolver os seus problemas;". Preferem pedir subsídios do que arriscar, em mais rapidamente se vê empresas a juntarem-se para chucharem o mais que puderem do Estado do que fazerem força para que o Estado as "liberte" e deixe de meter o bedelho no mercado. A isso se chama "Crony capitalism", e ao contrário do que, sei lá, 95% da pessoas pensam, não é "Capitalismo" nem "mercado livre" (o michael moore acertou em quase tudo no seu último documentário, mas foi desonesto e não lhe acrescentou o "crony", mas não se podia esperar muito mais dele). E é graças a ele que continuaremos a caminhar alegremente para o abismo.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
Brilhando Escreveu:Essa participação.chave do governo federal dos EUA na indústria automóvel é uma anedota. A ver: das 3 grandes indústrias automóveis, só a Ford não pediu dinheiro de bailout e só a Ford é que consegue não ter prejuízos, antes pelo contrário. A GM levou o 3º bailout em 30 anos e pelo que se vê, daqui a uns tempos terá de levar outro. Tudo à custa do dinheiro dos contribuintes, claro. Outra anedota é a cidade de Detroit, que outrora foi o grande motor da indústria automóvel americana e agora parece uma cidade fantasma porque a UAW e afins chuparam, chupam e chuparão as empresas até ao tutano. Para terminar, o Obama quando nacionalizou a GM disse que não se ia intrometer com a sua gestão mas afinal já despediu um CEO. Parabéns EUA, pelo "fascismo liberal".
A falta de identidade da indústria vem daquilo que se falou há uns posts: "=A herança salazarista do povo português que ainda acha que é o estado que tem de resolver os seus problemas;". Preferem pedir subsídios do que arriscar, em mais rapidamente se vê empresas a juntarem-se para chucharem o mais que puderem do Estado do que fazerem força para que o Estado as "liberte" e deixe de meter o bedelho no mercado. A isso se chama "Crony capitalism", e ao contrário do que, sei lá, 95% da pessoas pensam, não é "Capitalismo" nem "mercado livre" (o michael moore acertou em quase tudo no seu último documentário, mas foi desonesto e não lhe acrescentou o "crony", mas não se podia esperar muito mais dele). E é graças a ele que continuaremos a caminhar alegremente para o abismo.
De qualquer das formas, o Governo dos EUA deve ser dos que menos intervém directamente nas bolsas e faz nacionalizações. Só dei esse exemplo por ser o mais crítico, e ainda bem que o Obama fez o que fez, pois aquele dinheiro todo não foi injectado para se pagarem prémios, mas para se aplicar na empresa e iniciar uma recuperação.
Eu acredito que o Estado pode e deve meter-se no mercado, mas não intervir no sector privado a não ser que se impônha que se faça, acho que cada Estado deve fazer o melhor para o país, e se isso implica pressionar empresas então que se o faça, desde que seja de uma forma em que não haja saída (tal como a GM nos EUA).
Eu não acredito no sistema capitalista sem uma mão fiscalizar, simplesmente não se pode deixar a ganância e o dinheiro vencer sobre o que devia ser lógico, ou seja, o bem-estar de todo o ser-humano, afinal é para isso que estamos aqui, tal como também não acredito em taxar os lucros das empresas em valores fora dos razoáveis, senão está-se a cortar-se o bem pela raíz, ou seja, a ambição humana e aquilo que nos leva a evoluir.
Não é crime nenhum querermos mais para nós próprios, desde que não se faça a atropelar os outros, e nisto se inclui muito pela negativa o panorama Português, onde o Estado não dá o exemplo, e o "luso-latino" vê nisso uma razão óbvia para aplicar a norma do "Se eles não dão o exemplo, porque é que eu hei-de dar? Se eles me chulam, vou também chular os outros."...

Enfim...
E agora vem o PEC, esse avantesma que se vai abater e fazer-nos apertar as calças como há uns, não muitos, anos atrás, inevitavelmente a cair sobre a típica classe média, cuja divisão em média-baixa e média-alta (sem meio-meio) se acentua e declina, desiquilibrando todo um sistema (um pouco como os problemas de poluição estão a afectar a Natureza hoje em dia, o que se faz sentir com todas estas catástrofes

Re: Política - Discussão ou algo do género.
Pondo-se de parte a questão das ideologias, que toldam sempre a clareza de raciocínio, acho que é redutora a visão de que a intervenção do estado nos empurra a todos para o abismo, da mesma forma que o pensamento inverso também o é. Se a intervenção do estado fosse assim tão má não existiriam países que gozam de um grande bem estar social com base disso mesmo. Mas não me deixa de causar algum espanto que, não só nos EUA mas também na UE, existam pessoas para quem um estado interventivo é um sinal de que o Stalin vai atacar, quando os países nórdicos são um exemplo muito mais actual e realista daquilo que se pode fazer com um estado responsavelmente interventivo.
Claro que quando um estado funciona apenas para regular tachos no privado a coisa pode chegar a ser catastrófica. Isto tanto para os bailouts do sector bancário e automóvel, como quando se trata de uma guerra que teve/tem um custo de centenas de milhares de milhões de dólares.
Quanto à ideia de um mercado livre, e partindo do principio que se ignora a natureza humana, sempre me pareceu algo ingénuo. Não partindo desse principio será simplesmente maldade. Principalmente quando se passou o que se passou com as hipotecas nos EUA e com os produtos financeiros mirabolantes, alguns deles onde até se faz/fazia dinheiro alterando toda a lógica de um mercado dito capitalista e de crescimento "apostando" na queda ou falência de empresas.
Isto é um bocado óbvio mas o caminho que deve ser procurado, pelo menos na Europa, já que nos EUA é mais complicado, é o de procurar um equilíbrio de forças. Qualquer pessoa que já tenha estudado, por mais ao de leve que tenha sido, a revolução industrial, e já agora leia-se também sobre a revolução agrícola que antecedeu a industrial, sabe que não foi (só) o capitalismo que nos trouxe as maravilhas do novo mundo. O capitalismo, puro e duro, como foi aplicado no inicio, implicou um total desrespeito pela dignidade humana com jornadas de trabalho que chegavam às 16 horas, trabalho infantil, grande desigualdade de salários entre homens e mulheres, total ausência de legislação laboral, and so on... E o que equilibrou as coisas foram os movimentos sociais assim como a consequente sensibilização de alguma classe politica para a bestialidade reinante. Claro que isto acabou também por gerar uma resposta anti-capitalista que foi catastrófica em muitos países, mas isso são outros quinhentos. E acaba também por nascer da tal falta de equilíbrio. Os ismos são sempre muito bonitos no papel mas julgo já estar mais do que visto, verificado, experienciado, confirmado, vivido, que não resultam como doutrinas absolutas.
Obviamente para um empresário quanto mais melhor, até aí compreendo eu. Mas um mercado desregulado é tão lógico como obliterar da legislação o direito a não ser assaltado ou agredido com a desculpa de que dinamiza a sociedade de forma a esta se tornar mais forte.
Quanto à questão das energias é realmente muito complexa. Eu gostava que alguém, se ainda ninguém o fez, decidisse calcular os danos reais causados pelas fósseis, como por exemplo o impacto e custo dos desastres ambientais associados, custo das guerras tanto a nível humano como financeiro, assim como inúmeros outros factores e depois viesse comparar com outras energias. É que tenho a certeza que haviam milhões de pessoas que preferiam pagar mais por uma energia mais segura do que ver o seu país invadido e destruído e regiões inteiras desestabilizadas. Mas fora cinismos, gostava muito de ver um bom estudo sobre o assunto.
Ainda nas energias... Eu sou totalmente pró nuclear. Existe hoje em dia know how para se construírem reactores muito mais limpos. Não me lembro agora do nome mas lembro-me de há relativamente pouco tempo ter lido sobre um tipo de reactor que vai aproveitando os diversos ciclos do "lixo" para aproveitar a sua radioactividade reduzindo grandemente a perigosidade da matéria final. Se vivêssemos num mundo menos podre seria este certamente o caminho a seguir a curto prazo, como alternativa aos fosseis. Alás, como o conhecimento que temos hoje em dia é patético o mundo estar totalmente dependente da combustão. É quase equivalente a sabermos como fazer carros mas escolhermos andar de carroça.
Claro que quando um estado funciona apenas para regular tachos no privado a coisa pode chegar a ser catastrófica. Isto tanto para os bailouts do sector bancário e automóvel, como quando se trata de uma guerra que teve/tem um custo de centenas de milhares de milhões de dólares.
Quanto à ideia de um mercado livre, e partindo do principio que se ignora a natureza humana, sempre me pareceu algo ingénuo. Não partindo desse principio será simplesmente maldade. Principalmente quando se passou o que se passou com as hipotecas nos EUA e com os produtos financeiros mirabolantes, alguns deles onde até se faz/fazia dinheiro alterando toda a lógica de um mercado dito capitalista e de crescimento "apostando" na queda ou falência de empresas.
Isto é um bocado óbvio mas o caminho que deve ser procurado, pelo menos na Europa, já que nos EUA é mais complicado, é o de procurar um equilíbrio de forças. Qualquer pessoa que já tenha estudado, por mais ao de leve que tenha sido, a revolução industrial, e já agora leia-se também sobre a revolução agrícola que antecedeu a industrial, sabe que não foi (só) o capitalismo que nos trouxe as maravilhas do novo mundo. O capitalismo, puro e duro, como foi aplicado no inicio, implicou um total desrespeito pela dignidade humana com jornadas de trabalho que chegavam às 16 horas, trabalho infantil, grande desigualdade de salários entre homens e mulheres, total ausência de legislação laboral, and so on... E o que equilibrou as coisas foram os movimentos sociais assim como a consequente sensibilização de alguma classe politica para a bestialidade reinante. Claro que isto acabou também por gerar uma resposta anti-capitalista que foi catastrófica em muitos países, mas isso são outros quinhentos. E acaba também por nascer da tal falta de equilíbrio. Os ismos são sempre muito bonitos no papel mas julgo já estar mais do que visto, verificado, experienciado, confirmado, vivido, que não resultam como doutrinas absolutas.
Obviamente para um empresário quanto mais melhor, até aí compreendo eu. Mas um mercado desregulado é tão lógico como obliterar da legislação o direito a não ser assaltado ou agredido com a desculpa de que dinamiza a sociedade de forma a esta se tornar mais forte.
Quanto à questão das energias é realmente muito complexa. Eu gostava que alguém, se ainda ninguém o fez, decidisse calcular os danos reais causados pelas fósseis, como por exemplo o impacto e custo dos desastres ambientais associados, custo das guerras tanto a nível humano como financeiro, assim como inúmeros outros factores e depois viesse comparar com outras energias. É que tenho a certeza que haviam milhões de pessoas que preferiam pagar mais por uma energia mais segura do que ver o seu país invadido e destruído e regiões inteiras desestabilizadas. Mas fora cinismos, gostava muito de ver um bom estudo sobre o assunto.
Ainda nas energias... Eu sou totalmente pró nuclear. Existe hoje em dia know how para se construírem reactores muito mais limpos. Não me lembro agora do nome mas lembro-me de há relativamente pouco tempo ter lido sobre um tipo de reactor que vai aproveitando os diversos ciclos do "lixo" para aproveitar a sua radioactividade reduzindo grandemente a perigosidade da matéria final. Se vivêssemos num mundo menos podre seria este certamente o caminho a seguir a curto prazo, como alternativa aos fosseis. Alás, como o conhecimento que temos hoje em dia é patético o mundo estar totalmente dependente da combustão. É quase equivalente a sabermos como fazer carros mas escolhermos andar de carroça.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
Phobos Escreveu:Ainda nas energias... Eu sou totalmente pró nuclear. Existe hoje em dia know how para se construírem reactores muito mais limpos. Não me lembro agora do nome mas lembro-me de há relativamente pouco tempo ter lido sobre um tipo de reactor que vai aproveitando os diversos ciclos do "lixo" para aproveitar a sua radioactividade reduzindo grandemente a perigosidade da matéria final. Se vivêssemos num mundo menos podre seria este certamente o caminho a seguir a curto prazo, como alternativa aos fosseis. Alás, como o conhecimento que temos hoje em dia é patético o mundo estar totalmente dependente da combustão. É quase equivalente a sabermos como fazer carros mas escolhermos andar de carroça.
Apesar de ter as minhas reservas quanto ao nuclear, (ainda) não só pró mas não sou definitivamente contra, concordo com a tua observação, é como saber fazer carros e andarmos de carroça, mas no entanto, continuo a achar que devemos continuar a aplicar o nosso know-how e investimentos nas renováveis, não deixando de fora a hipótese de construir uma ou 2 centrais nucleares

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Re: Política - Discussão ou algo do género.
Não me esqueci de nenhum das participações do estado, até refiro a de cahora bassa, que parece que vai ser vendida no imediato, e ainda há mais participações dessas noutras empresas, o que acho que essa tributação é baixa e nesta altura todos devem fazer sacrifícios por igual...
Quanto à divida da madeira, na altura o governo do guterres assumiu a divida da madeira e dai para cá controlo zero e agora com o temporal quais 1200 milhões, já deve ser o triplo mas, o facto de se manter o offshore da madeira, também terá peso nessa falta de controle....
Para mim 1000 milhões é um valor astronómico devido aos tempos de crise que se atravessam mas, bem sei que há sempre muitos, que facturam mais nesta altura do que outros...
Quanto aos sacrifícios continuarem, aprendi desde miúdo, poupa o que ganhas e depois compras o que necessitas, (entenda-se coisas que não sejam bens essenciais), se anda muita gente a viver acima das suas possibilidades, esses deviam assumir a sua responsabilidade e não ser divido por todos, este governo transpira optimismo mas, na prática isso tarda em se confirmar, tantos deputados eleitos, magistrados, economistas de referência e ninguém aponta uma solução diferente do que tem sido sempre feito, voltamos outra vez à ao limite dos 3% e disto não saímos.....
Quanto à divida da madeira, na altura o governo do guterres assumiu a divida da madeira e dai para cá controlo zero e agora com o temporal quais 1200 milhões, já deve ser o triplo mas, o facto de se manter o offshore da madeira, também terá peso nessa falta de controle....
Para mim 1000 milhões é um valor astronómico devido aos tempos de crise que se atravessam mas, bem sei que há sempre muitos, que facturam mais nesta altura do que outros...
Quanto aos sacrifícios continuarem, aprendi desde miúdo, poupa o que ganhas e depois compras o que necessitas, (entenda-se coisas que não sejam bens essenciais), se anda muita gente a viver acima das suas possibilidades, esses deviam assumir a sua responsabilidade e não ser divido por todos, este governo transpira optimismo mas, na prática isso tarda em se confirmar, tantos deputados eleitos, magistrados, economistas de referência e ninguém aponta uma solução diferente do que tem sido sempre feito, voltamos outra vez à ao limite dos 3% e disto não saímos.....
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
JVELHAGUARDA Escreveu:Quanto aos sacrifícios continuarem, aprendi desde miúdo, poupa o que ganhas e depois compras o que necessitas, (entenda-se coisas que não sejam bens essenciais), se anda muita gente a viver acima das suas possibilidades, esses deviam assumir a sua responsabilidade e não ser divido por todos, este governo transpira optimismo mas, na prática isso tarda em se confirmar, tantos deputados eleitos, magistrados, economistas de referência e ninguém aponta uma solução diferente do que tem sido sempre feito, voltamos outra vez à ao limite dos 3% e disto não saímos.....
Optimismo? Por acaso o nosso PEC é o mais pessimista da UE, mas pronto...

Re: Política - Discussão ou algo do género.
Brilhando Escreveu:Se é preciso gastar tanto dinheiro nesta treta, é porque esta treta não funciona por ela própria. Se querem investir dinheiro nela, que sejam as empresas a correr o RISCO.
As pessoas esquecem-se que por cada Euro gasto pelo Estado a apoiar um sector "estratégico" (leia-se, que só se consegue manter no mercado à custa dos favorzinhos dos compinchas dentro do Estado) é um Euro a menos que as empresas (e o contribuinte em geral) que produzem Valor têm para investir porque o Estado lhes roubou através de impostos imbecis para gastarem em coisas ainda mais imbecis.
Ehehe, só te falta o cartão de membro do NRA...

Tu existes num sistema onde as "empresas que produzem valor" e os individuos não sentem o custo que tem para o Estado e para a Economia nacional certas coisas. Por exemplo,
Não "sentem" os custos de manter a nossa rede rodoviária.
Não "sentem", ainda, os custos de cumprir as reduções de emissões de CO2 a que nos comprometemos.
Não "sentem" os custos de enviarmos divisas para o estrangeiro para comprar energia.
Não "sentem" os custos de importar equipamento de produção de energia vs os benefícios de o exportar.
Como não "sentem" nada disto, nunca tomam decisões com base nisso. São necessárias decisões colectivas, impostas pelo Estado, para lidar com isto.
Daí, faz sentido subsidiar as rede rodoviária, a produção de energia renováveis e uma série de outras coisas.
E já agora, não odeiam noticias sobre estudos que não têm informação além das conclusões?
Shrödinger's cat has left the building.
When in doubt, ban!
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
O discurso que tentam passar cá para fora é esse, optimismo e confiança mas, na prática vai uma diferença grande.
JÁ não falo só no PEC, à mais vida para além do défice, palavras curiosas, será que alguém as vai repetir em breve....
JÁ não falo só no PEC, à mais vida para além do défice, palavras curiosas, será que alguém as vai repetir em breve....
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Re: Política - Discussão ou algo do género.
raxx7 Escreveu:E já agora, não odeiam noticias sobre estudos que não têm informação além das conclusões?
Que não te falte nada:
http://www.juandemariana.org/pdf/090327-employment-public-aid-renewable.pdf

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