Política - Discussão ou algo do género.
- Caxias
- Ultra-Metálico(a)
- Mensagens: 1122
- Registado: domingo jan 06, 2008 8:32 pm
- Localização: Linda-a-Velha
- Contacto:
Re: Política - Discussão ou algo do género.
e como se os outros não fizessem dumping também...
- Brunhu
- Ultra-Metálico(a)
- Mensagens: 7525
- Registado: sábado out 24, 2009 1:41 am
- Localização: Setúbal
- Contacto:
Re: Política - Discussão ou algo do género.
Promoções a sério são as do Jumbo de Setúbal à 2ª feira...
20% de desconto sobre os produtos da marca auchan... depois é chegar lá e ver que durante a noite tiraram tudo o que são artigos auchan das prateleiras..
20% de desconto sobre os produtos da marca auchan... depois é chegar lá e ver que durante a noite tiraram tudo o que são artigos auchan das prateleiras..

- Venøm
- Ultra-Metálico(a)
- Mensagens: 4097
- Registado: quinta jan 03, 2008 10:50 am
- Localização: Setúbal
Re: Política - Discussão ou algo do género.
Brunhu Escreveu:Promoções a sério são as do Jumbo de Setúbal à 2ª feira...
20% de desconto sobre os produtos da marca auchan... depois é chegar lá e ver que durante a noite tiraram tudo o que são artigos auchan das prateleiras..
BANDIDOS! ISSO É DUMPING! GATUNOS FASCISTAS! E OS FORNECEDORES!? E o Proletariado!? E a classe operária!? Tudo pa porta do Jumbo agora! Tochas forquilhas e pedregulhos!
- Grimner
- Administrador
- Mensagens: 4290
- Registado: domingo mai 08, 2005 9:41 am
- Localização: Lisboa
- Contacto:
Re: Política - Discussão ou algo do género.
E strike 2 para o trolanço num dia.
Eu já vi o raxx num papo seco
Hordes of Yore webpage
Hordes of Yore webpage
- Brunhu
- Ultra-Metálico(a)
- Mensagens: 7525
- Registado: sábado out 24, 2009 1:41 am
- Localização: Setúbal
- Contacto:
Re: Política - Discussão ou algo do género.
Grimner Escreveu:E strike 2 para o trolanço num dia.
Isso era para mim??? O objectivo não foi trolanço nenhum, mas mostrar a capacidade de vigarice que estes gajos são capazes...
Se achaste que era trolanço... tudo bem, mas olha.. descontrai, andas muito tenso com estas coisas das políticas!!
- spiegelman
- Ultra-Metálico(a)
- Mensagens: 2457
- Registado: quinta jan 04, 2007 6:25 pm
- Localização: Nativo tuaregue do deserto da Margem Sul, caralho!
- Contacto:
Re: Política - Discussão ou algo do género.
Bolas Venom, podemos simplesmente indigarmo-nos, criticarmos, comentarmos, apoiarmos, sem que isso te irrite?
Todos fazem dumping, concorrência desleal, etc. mas estamos a falar do Pingo Doce porque é o caso mais recente com algumas vicissitudes mais específicas que os outros.
Causa-te assim tanto problema que estejamos aqui a falar deste caso específico e não de outros? Quando for outro a fazer falaremos também.
Qual é o teu problema especificamente cm o Pingo Doce? O meu problema especificamente com o Pingo Doce é este caso mais recente. Amanhã é o Continente e estaremos aqui com certeza a queimar o Belmiro na fogueira.
Já não é a primeira vez que aqui se fala do Belmiro e das suas condições de trabalho e não será a última, mas esta semana o Pingo Doce resolveu fazer uma gracinha digna de ser comentada e discutida.
Se for o Belmiro já não te irritas tanto? Andas a adormecer a lamber fotografias do Alexandre Soares dos Santos, e a tua nova paixão?
"Ai, não falem mal do Xano. o Xano é bonzinho"
Deixa estar que quando saír a miserável execução orçamental de Maio o alvo volta a ser o Passos Coelho.
Podemos por agora direcionar as baterias para a Jerónimo Martins? Ou isso ofende a paixão do menino?
Todos fazem dumping, concorrência desleal, etc. mas estamos a falar do Pingo Doce porque é o caso mais recente com algumas vicissitudes mais específicas que os outros.
Causa-te assim tanto problema que estejamos aqui a falar deste caso específico e não de outros? Quando for outro a fazer falaremos também.
Qual é o teu problema especificamente cm o Pingo Doce? O meu problema especificamente com o Pingo Doce é este caso mais recente. Amanhã é o Continente e estaremos aqui com certeza a queimar o Belmiro na fogueira.
Já não é a primeira vez que aqui se fala do Belmiro e das suas condições de trabalho e não será a última, mas esta semana o Pingo Doce resolveu fazer uma gracinha digna de ser comentada e discutida.
Se for o Belmiro já não te irritas tanto? Andas a adormecer a lamber fotografias do Alexandre Soares dos Santos, e a tua nova paixão?
"Ai, não falem mal do Xano. o Xano é bonzinho"

Deixa estar que quando saír a miserável execução orçamental de Maio o alvo volta a ser o Passos Coelho.
Podemos por agora direcionar as baterias para a Jerónimo Martins? Ou isso ofende a paixão do menino?
"Sim, esta veio do silêncio E livres habitamos a substância do MU!" (HumbertoBot)
- Venøm
- Ultra-Metálico(a)
- Mensagens: 4097
- Registado: quinta jan 03, 2008 10:50 am
- Localização: Setúbal
Re: Política - Discussão ou algo do género.
Não sabes como é... ter o facebook repleto de gente a queixar-se do pingo doce... não sabes como é... 

- spiegelman
- Ultra-Metálico(a)
- Mensagens: 2457
- Registado: quinta jan 04, 2007 6:25 pm
- Localização: Nativo tuaregue do deserto da Margem Sul, caralho!
- Contacto:
Re: Política - Discussão ou algo do género.
Venøm Escreveu:Não sabes como é... ter o facebook repleto de gente a queixar-se do pingo doce... não sabes como é...
Ahahaha. E não me tens a mim, senão ia lá postar-te o artigo do Pedro Santos Guerreiro de quarto em quarto de hora durante dois dias
"Sim, esta veio do silêncio E livres habitamos a substância do MU!" (HumbertoBot)
- OrDoS
- Ultra-Metálico(a)
- Mensagens: 5656
- Registado: domingo abr 04, 2004 12:23 pm
- Localização: Vieira do Minho / Braga
Re: Política - Discussão ou algo do género.
UtopiaIsBanished Escreveu:E eu, depois de ler uns posts, estava quase a acreditar que a JM se estava a cagar para todos nós, que vai pagar os seus impostos à Holanda porque não tem nada que pagar a crise nacional e, afinal, eles sofrem é de excesso de preocupação social para com o povo português?
Fez-se luz.
Sem querer, mais uma vez, defender a JM neste caso dos impostos, tu sabes que a sede fiscal da JM deixou Portugal, mas continua a pagar impostos cá, 10% em vez dos 25% e 15% ficam na Holanda e, na prática, eles pagam o mesmo de impostos, o que quer dizer que não foi para fugir a impostos que a deslocação foi feita.
Por causa das vantagens no que toca a acordos que a Holanda tem com países com os quais a JM trabalha na sua cadeia de fornecimento (penso que um deles será a Colômbia).
Dado que estas vantagens permitem maximizar lucro, abrir mais lojas, dar emprego a mais pessoas (sendo pena que só não lhes permita ter mais respeito pelas pessoas) e, consequentemente, fazer crescer os lucros da JM de uma forma que, no curto-médio prazo, o retorno dos impostos seja maior. Sim, é verdade que não se leva 25% dos impostos, mas 25% de 10 continua a ser (bem) menor do que 10% de 100, ou seja, caso a JM consiga crescer bastante, que é o que está a acontecer, entrará mais dinheiro de impostos, haverão mais fornecedores a serem agregados ao grupo Pingo Doce, etc...
Se o país permite que a JM tire a sede fiscal de cá, não vejo porque é que se há-de condenar uma empresa destas que o faça, se até algumas empresas públicas o fazem (penso eu). Deve-se impedir?! NÃO, deve é o Estado criar condições para que isto não aconteça, vulgo, tentar aplicar políticas idênticas à da Holanda e à da Irlanda para que as empresas queiram establecer-se cá. Não me sai da cabeça que os nossos governos anteriores não fizeram suficientemente neste capítulo. A austeridade actual permitiu que as exportações crescessem imenso (nisto tenho de tirar o chapéu ao Sr. Álvaro e companhia) e não cresceram apenas porque temos menos poder de compra, cresceram muito bem estando em valores recorde, o que significa que pelo menos algumas pestanas se abriram com tudo isto.
É outro grave problema deste país, é demasiada gente pensar pequenino quando (mal) se reflecte nestas coisas ou quando só pensam no umbigo de um grupo restrito de pessoas.
Outro grave problema é não haver multas PESADÍSSIMAS para dumpings abusivos, feitos sobre produtos que não os da marca branca do próprio grupo, feitos com prejuízo para os fornecedores. De outra forma, a concorrência deve atacar este tipo de promoções com outro tipo de ataque, tal como recentemente tive oportunidade de aprender, que houve uma cadeia lá fora que fez algo parecido, a confusão era tal, as filas para pagar eram horas (tal como aconteceu neste caso) e a concorrência aproveitou para lançar uma campanha do tipo "Venha cá que não temos filas, nem confusão e ainda têm bons descontos nos produtos do grupo", entre outras coisas para fidelizar os clientes. Pois é, a concorrência, "incrivelmente", lucrou mais do que a empresa que baixou os produtos de forma violenta, simplesmente porque o resto das pessoas não se meteu na confusão, teve praticamente mais marketing positivo que a 1ª empresa, fidelizou mais clientes do que noutra altura do ano, etc... Isto meus amigos, é concorrência a sério, não é concorrência desleal nem de fachada nem protegida por leis anti-concorrência estranhas (Portuguesas, Europeias, whatever).
- Grimner
- Administrador
- Mensagens: 4290
- Registado: domingo mai 08, 2005 9:41 am
- Localização: Lisboa
- Contacto:
Re: Política - Discussão ou algo do género.
Brunhu Escreveu:Grimner Escreveu:E strike 2 para o trolanço num dia.
Isso era para mim??? O objectivo não foi trolanço nenhum, mas mostrar a capacidade de vigarice que estes gajos são capazes...
Se achaste que era trolanço... tudo bem, mas olha.. descontrai, andas muito tenso com estas coisas das políticas!!
Não, brunhu, não foi para ti.
É para o Venom, que já foi avisado hoje desse compoprtamento. Não havia absolutamente nada de errado ou ofensivo no teu post.
às vezes não fazer quote dá nisto, especialmente quando se tem a página aberta enquanto se trata de outras coisas, calhou postares de permeio, só isso.
- Grimner
- Administrador
- Mensagens: 4290
- Registado: domingo mai 08, 2005 9:41 am
- Localização: Lisboa
- Contacto:
Re: Política - Discussão ou algo do género.
OrDoS Escreveu:UtopiaIsBanished Escreveu:E eu, depois de ler uns posts, estava quase a acreditar que a JM se estava a cagar para todos nós, que vai pagar os seus impostos à Holanda porque não tem nada que pagar a crise nacional e, afinal, eles sofrem é de excesso de preocupação social para com o povo português?
Fez-se luz.
Sem querer, mais uma vez, defender a JM neste caso dos impostos, tu sabes que a sede fiscal da JM deixou Portugal, mas continua a pagar impostos cá, 10% em vez dos 25% e 15% ficam na Holanda e, na prática, eles pagam o mesmo de impostos, o que quer dizer que não foi para fugir a impostos que a deslocação foi feita.
Por causa das vantagens no que toca a acordos que a Holanda tem com países com os quais a JM trabalha na sua cadeia de fornecimento (penso que um deles será a Colômbia).
Dado que estas vantagens permitem maximizar lucro, abrir mais lojas, dar emprego a mais pessoas (sendo pena que só não lhes permita ter mais respeito pelas pessoas) e, consequentemente, fazer crescer os lucros da JM de uma forma que, no curto-médio prazo, o retorno dos impostos seja maior. Sim, é verdade que não se leva 25% dos impostos, mas 25% de 10 continua a ser (bem) menor do que 10% de 100, ou seja, caso a JM consiga crescer bastante, que é o que está a acontecer, entrará mais dinheiro de impostos, haverão mais fornecedores a serem agregados ao grupo Pingo Doce, etc...
Se o país permite que a JM tire a sede fiscal de cá, não vejo porque é que se há-de condenar uma empresa destas que o faça, se até algumas empresas públicas o fazem (penso eu). Deve-se impedir?! NÃO, deve é o Estado criar condições para que isto não aconteça, vulgo, tentar aplicar políticas idênticas à da Holanda e à da Irlanda para que as empresas queiram establecer-se cá. Não me sai da cabeça que os nossos governos anteriores não fizeram suficientemente neste capítulo. A austeridade actual permitiu que as exportações crescessem imenso (nisto tenho de tirar o chapéu ao Sr. Álvaro e companhia) e não cresceram apenas porque temos menos poder de compra, cresceram muito bem estando em valores recorde, o que significa que pelo menos algumas pestanas se abriram com tudo isto.
É outro grave problema deste país, é demasiada gente pensar pequenino quando (mal) se reflecte nestas coisas ou quando só pensam no umbigo de um grupo restrito de pessoas.
Outro grave problema é não haver multas PESADÍSSIMAS para dumpings abusivos, feitos sobre produtos que não os da marca branca do próprio grupo, feitos com prejuízo para os fornecedores. De outra forma, a concorrência deve atacar este tipo de promoções com outro tipo de ataque, tal como recentemente tive oportunidade de aprender, que houve uma cadeia lá fora que fez algo parecido, a confusão era tal, as filas para pagar eram horas (tal como aconteceu neste caso) e a concorrência aproveitou para lançar uma campanha do tipo "Venha cá que não temos filas, nem confusão e ainda têm bons descontos nos produtos do grupo", entre outras coisas para fidelizar os clientes. Pois é, a concorrência, "incrivelmente", lucrou mais do que a empresa que baixou os produtos de forma violenta, simplesmente porque o resto das pessoas não se meteu na confusão, teve praticamente mais marketing positivo que a 1ª empresa, fidelizou mais clientes do que noutra altura do ano, etc... Isto meus amigos, é concorrência a sério, não é concorrência desleal nem de fachada nem protegida por leis anti-concorrência estranhas (Portuguesas, Europeias, whatever).
Não discordo. Especialmente no que diz respeito a sanções mais pesadas para o dumping. A multa prevista é uns risíveis 15.000 €.
A questão mexe porque a JM tem feito MUITO para estar na berlinda pelos piores motivos. Desde o dito dumping, à questão dos impostos ( que poderia surgir como um mero fait divert se não fossem tantos os exemplos de prepotência - é mesmo o termo- por parte dos seus administradores. Não é uma questão de ilegalidade, mas de ética), aos atropelos dos direitos dos trabalhadores, nomeadamente com ameaças de dar falta injustificada a quem fizer greve ( denúncia que também se estende ao Continente), ao facto da sucursal polaca ser a empresa com mais processos no tribunal de trabalho de lá, ao "banco de caridade" aos seus funcionários quando se constatou que alguns passavam fome ( e subir salários em vez de dar sacos de arroz?). Agora, mexem num dia em que se celebra um momento crucial na percepção do ser humano como alguém que trabalha para viver, ao invés de viver para trabalhar.
Não são de todo os únicos, mas destacam-se pela imagem de desprezo que deixam bem patente nas suas acções.
Só um reparo, o Álvaro só merecerá o tirar do chapéu quando essas exportações forem tributadas cá e tiverem peso real na nossa balança económica. De contrário, é riqueza nos bolsos de alguns, decerto, mas não é riqueza gerada num país que tem, parafraseando o Mia Couto, uma enorme propensão para em vez de produzir riqueza, produzir ricos. porque sem o gerar de riqueza, a exportação é por si só vazia, se não gera receita cá e não cria trabalho ( e subsequente aumento real do poder de compra). A China, relembro, também exporta que se farta.
-
- Ultra-Metálico(a)
- Mensagens: 1529
- Registado: terça jan 13, 2009 12:42 am
- Localização: Santo Tirso
Re: Política - Discussão ou algo do género.
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=554473
"Este não foi um episódio único, foi uma afirmação de poder da Jerónimo, que vem perdendo para as estratégias agressivas de descontos da concorrência. O Continente chega aos 75% em certos produtos e horas; o Lidl está a quebrar 33%; o Pingo Doce entrou no jogo em grande estilo. Arrumou o assunto com uma bomba de neutrões. Pôs o país a falar disso. Arruinou o mês à concorrência. E fê-lo provavelmente perdendo dinheiro, o que significaria que comprou mercado."
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=554403
"O país tem 15% (?) de desempregados. Está sob tutela externa. Não tem dinheiro para mandar cantar um cego. Está a fazer cortes brutais em áreas sociais, como Educação e Saúde. Está a ver se sai da recessão. É este país, cercado de problemas, que perde um dia inteiro a discutir a promoção do Pingo Doce. Até na Assembleia da República..."
"Este não foi um episódio único, foi uma afirmação de poder da Jerónimo, que vem perdendo para as estratégias agressivas de descontos da concorrência. O Continente chega aos 75% em certos produtos e horas; o Lidl está a quebrar 33%; o Pingo Doce entrou no jogo em grande estilo. Arrumou o assunto com uma bomba de neutrões. Pôs o país a falar disso. Arruinou o mês à concorrência. E fê-lo provavelmente perdendo dinheiro, o que significaria que comprou mercado."
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=554403
"O país tem 15% (?) de desempregados. Está sob tutela externa. Não tem dinheiro para mandar cantar um cego. Está a fazer cortes brutais em áreas sociais, como Educação e Saúde. Está a ver se sai da recessão. É este país, cercado de problemas, que perde um dia inteiro a discutir a promoção do Pingo Doce. Até na Assembleia da República..."
- Grimner
- Administrador
- Mensagens: 4290
- Registado: domingo mai 08, 2005 9:41 am
- Localização: Lisboa
- Contacto:
Re: Política - Discussão ou algo do género.
Já agora e para seguir em frente com um assunto que deve estar BEM na ordem do dia:
http://auditoriacidada.info/article/ini ... ocuradoria
http://auditoriacidada.info/article/ini ... ocuradoria
A Iniciativa por uma Auditoria Cidadã à Dívida Pública entregou ontem na Procuradoria-Geral da República a seguinte exposição, relativa à Auditoria às Parcerias Público-Privadas do Estado Português adjudicada à empresa Ernst & Young:
1) A 20 de Dezembro de 2011, através do procedimento nº 6124/2011, a Direcção-Geral do Tesouro e Finanças lançou um concurso público para os Serviços de auditoria contabilística/consultoria às PPP do Estado Português. Este concurso destinava-se à “aquisição da prestação de serviços de auditoria e consultoria às Parcerias Público Privadas do Estado Português (Administração Central), consubstanciada na identificação e avaliação dos principais e eventuais passivos e quantificação das responsabilidades financeiras por parte das Parcerias Público Privadas, bem como quaisquer outros montantes relacionados, que possam vir a ser pagos pelo Estado Português, relativos a responsabilidades contingentes, com quantificação dos respectivos montantes”. Tinha como valor referenciado 250.000 euros.
2) Participaram neste concurso a Universidade Católica, a PricewaterhouseCoopers em conjunto com a Sérvulo & Associados, a Ernst & Young, a PKF Portugal e a BDO Portugal.
3) No dia 19 de Março de 2012 o Estado anunciou o vencedor deste concurso: a Ernst & Young S.A. por um valor inicialmente estimado de 250.000 euros. No dia 30 de Março o resultado do concurso foi publicado no Jornal Oficial da União Europeia.
4) A adjudicação deste trabalho a esta empresa viola princípios fundamentais da contratação pública, designadamente os da boa-fé, seriedade, neutralidade e proibição do conflito de interesses consagrados na Constituição da República Portuguesa, nas Directivas Comunitárias e no Código dos Contratos Públicos.
5) A Ernst & Young S.A., assim como a sua empresa-mãe e accionista Ernst & Young Audit, realiza ou realizou revisão legal de contas para as empresas:
AdP – Águas de Portugal, SGPS, S.A.
Águas de Trás os Montes e Alto Douro, S.A.
Águas do Noroeste, S.A.
Águas do Zêzere, S.A.
Águas do Algarve, S.A. (e várias das empresas pertencentes a este grupo)
José Mello Saúde SGPS, S.A.
Somague SGPS, S.A.
ENDESA, S.A. (Endesa Capital Finance, L.L.C.; Endesa B.C)
IBERDROLA (Iberdrola Participações SGPS, S.A.; Iberdrola Portugal Electricidade e Gás, S.A.)
6) Estas empresas são participantes directas em consórcios para concessões e parcerias público-privadas (das 120 existentes, o Governo nunca definiu quais as 36 parcerias público-privadas e as 20 concessões a auditar). Estão envolvidas, entre outras, nos consórcios da Lusoponte (Somague), Auto-Estradas do Atlântico (Somague), Auto-Estradas Túnel do Marão (Somague), Hospital de Braga (José Mello Saúde) e Hospital de Vila Franca (José Mello Saúde), Barragens de Gouvães, Alto Tâmega, Daivões (IBERDROLA),Girabolhos (ENDESA), Águas de Trás os Montes e Alto Douro, Águas do Algarve, Águas do Noroeste, Águas do Zêzere e pelo menos mais 12 concessões na área das águas e ambiente/resíduos pertencentes ao grupo Águas de Portugal (Águas do Centro Alentejano, Águas do Douro e Paiva, Águas do Oeste, Águas de Santo André, Águas do Mondego, Águas do Norte Alentejano, Sanest, Simarsul, Simlis, Simria, Simtejo, Simdouro).
7) A mesma consultora realiza ainda auditorias e consultoria para empresas do Grupo Espírito Santo como BES – Companhia de Seguros, S.A., BES-Vida – Companhia de Seguros S.A., Gesfimo – Espírito Santo, Irmãos, Sociedade Gestora de Fundos Investimento Imobiliário, S.A.. Este grupo encontra-se associado a muitas outras parcerias publico-privadas que poderão estar sob auditoria, nomeadamente nas rodoviárias, barragens e de saúde.Sendo que a empresa vencedora deste concurso público, a Ernst & Young S.A., trabalhou ou trabalha para as empresas que irá agora auditar, e constituindo tal facto um evidente e grosseiro conflito de interesses que poderá chocar com o objectivo proposto para o lançamento do concurso,
9) E sendo que as circunstâncias em que a consultora Ernst & Young S.A. desenvolverá a sua actividade de auditoria de contas colidem directamente com o Código de Ética da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas;
A Iniciativa Auditoria Cidadã à Dívida Pública solicitou ao Sr. Procurador-Geral da República que, como representante máximo do Ministério Público, utilizasse das suas prerrogativas constitucionais e providenciasse as diligências para averiguar este processo de adjudicação pública e solicitar o anulamento do resultado deste concurso.
Um Procurador do Gabinete do Procurador-Geral da República assegurou aos representantes da IAC da brevidade da resposta às solicitações. A IAC endossará esta exposição e documentação aos líderes dos grupos parlamentares na Assembleia da República, assim como à Comissão Parlamentar de Inquérito às Parcerias Público-Privadas dos Sectores Rodoviário e Terroviário.
Uma auditoria levada a cabo pela consultora Ernst & Young às PPPs e concessões servirá apenas para cobrir com um novo manto de opacidade o processo já absolutamente opaco que é a contratação pública de PPPs. Aceitar os resultados de tal auditoria significaria pôr em causa do interesse público não só actual, mas para anos futuros e para as futuras gerações, pois os contratos auditados estender-se-ão várias décadas.
Ironicamente, a adjudicação da auditoria às PPPs parece ser ela mesma uma PPP: opaca, parcial, marcadamente desequilibrada entre as partes participantes, com o privado a ser beneficiado e com conflitos de interesse latentes.
- Brunhu
- Ultra-Metálico(a)
- Mensagens: 7525
- Registado: sábado out 24, 2009 1:41 am
- Localização: Setúbal
- Contacto:
Re: Política - Discussão ou algo do género.
Grimner Escreveu:Brunhu Escreveu:Grimner Escreveu:E strike 2 para o trolanço num dia.
Isso era para mim??? O objectivo não foi trolanço nenhum, mas mostrar a capacidade de vigarice que estes gajos são capazes...
Se achaste que era trolanço... tudo bem, mas olha.. descontrai, andas muito tenso com estas coisas das políticas!!
Não, brunhu, não foi para ti.
É para o Venom, que já foi avisado hoje desse compoprtamento. Não havia absolutamente nada de errado ou ofensivo no teu post.
às vezes não fazer quote dá nisto, especialmente quando se tem a página aberta enquanto se trata de outras coisas, calhou postares de permeio, só isso.
Esclarecido..

- OrDoS
- Ultra-Metálico(a)
- Mensagens: 5656
- Registado: domingo abr 04, 2004 12:23 pm
- Localização: Vieira do Minho / Braga
Re: Política - Discussão ou algo do género.
Grimner Escreveu:Já agora e para seguir em frente com um assunto que deve estar BEM na ordem do dia:
http://auditoriacidada.info/article/ini ... ocuradoriaA Iniciativa por uma Auditoria Cidadã à Dívida Pública entregou ontem na Procuradoria-Geral da República a seguinte exposição, relativa à Auditoria às Parcerias Público-Privadas do Estado Português adjudicada à empresa Ernst & Young:
1) A 20 de Dezembro de 2011, através do procedimento nº 6124/2011, a Direcção-Geral do Tesouro e Finanças lançou um concurso público para os Serviços de auditoria contabilística/consultoria às PPP do Estado Português. Este concurso destinava-se à “aquisição da prestação de serviços de auditoria e consultoria às Parcerias Público Privadas do Estado Português (Administração Central), consubstanciada na identificação e avaliação dos principais e eventuais passivos e quantificação das responsabilidades financeiras por parte das Parcerias Público Privadas, bem como quaisquer outros montantes relacionados, que possam vir a ser pagos pelo Estado Português, relativos a responsabilidades contingentes, com quantificação dos respectivos montantes”. Tinha como valor referenciado 250.000 euros.
2) Participaram neste concurso a Universidade Católica, a PricewaterhouseCoopers em conjunto com a Sérvulo & Associados, a Ernst & Young, a PKF Portugal e a BDO Portugal.
3) No dia 19 de Março de 2012 o Estado anunciou o vencedor deste concurso: a Ernst & Young S.A. por um valor inicialmente estimado de 250.000 euros. No dia 30 de Março o resultado do concurso foi publicado no Jornal Oficial da União Europeia.
4) A adjudicação deste trabalho a esta empresa viola princípios fundamentais da contratação pública, designadamente os da boa-fé, seriedade, neutralidade e proibição do conflito de interesses consagrados na Constituição da República Portuguesa, nas Directivas Comunitárias e no Código dos Contratos Públicos.
5) A Ernst & Young S.A., assim como a sua empresa-mãe e accionista Ernst & Young Audit, realiza ou realizou revisão legal de contas para as empresas:
AdP – Águas de Portugal, SGPS, S.A.
Águas de Trás os Montes e Alto Douro, S.A.
Águas do Noroeste, S.A.
Águas do Zêzere, S.A.
Águas do Algarve, S.A. (e várias das empresas pertencentes a este grupo)
José Mello Saúde SGPS, S.A.
Somague SGPS, S.A.
ENDESA, S.A. (Endesa Capital Finance, L.L.C.; Endesa B.C)
IBERDROLA (Iberdrola Participações SGPS, S.A.; Iberdrola Portugal Electricidade e Gás, S.A.)
6) Estas empresas são participantes directas em consórcios para concessões e parcerias público-privadas (das 120 existentes, o Governo nunca definiu quais as 36 parcerias público-privadas e as 20 concessões a auditar). Estão envolvidas, entre outras, nos consórcios da Lusoponte (Somague), Auto-Estradas do Atlântico (Somague), Auto-Estradas Túnel do Marão (Somague), Hospital de Braga (José Mello Saúde) e Hospital de Vila Franca (José Mello Saúde), Barragens de Gouvães, Alto Tâmega, Daivões (IBERDROLA),Girabolhos (ENDESA), Águas de Trás os Montes e Alto Douro, Águas do Algarve, Águas do Noroeste, Águas do Zêzere e pelo menos mais 12 concessões na área das águas e ambiente/resíduos pertencentes ao grupo Águas de Portugal (Águas do Centro Alentejano, Águas do Douro e Paiva, Águas do Oeste, Águas de Santo André, Águas do Mondego, Águas do Norte Alentejano, Sanest, Simarsul, Simlis, Simria, Simtejo, Simdouro).
7) A mesma consultora realiza ainda auditorias e consultoria para empresas do Grupo Espírito Santo como BES – Companhia de Seguros, S.A., BES-Vida – Companhia de Seguros S.A., Gesfimo – Espírito Santo, Irmãos, Sociedade Gestora de Fundos Investimento Imobiliário, S.A.. Este grupo encontra-se associado a muitas outras parcerias publico-privadas que poderão estar sob auditoria, nomeadamente nas rodoviárias, barragens e de saúde.Sendo que a empresa vencedora deste concurso público, a Ernst & Young S.A., trabalhou ou trabalha para as empresas que irá agora auditar, e constituindo tal facto um evidente e grosseiro conflito de interesses que poderá chocar com o objectivo proposto para o lançamento do concurso,
9) E sendo que as circunstâncias em que a consultora Ernst & Young S.A. desenvolverá a sua actividade de auditoria de contas colidem directamente com o Código de Ética da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas;
A Iniciativa Auditoria Cidadã à Dívida Pública solicitou ao Sr. Procurador-Geral da República que, como representante máximo do Ministério Público, utilizasse das suas prerrogativas constitucionais e providenciasse as diligências para averiguar este processo de adjudicação pública e solicitar o anulamento do resultado deste concurso.
Um Procurador do Gabinete do Procurador-Geral da República assegurou aos representantes da IAC da brevidade da resposta às solicitações. A IAC endossará esta exposição e documentação aos líderes dos grupos parlamentares na Assembleia da República, assim como à Comissão Parlamentar de Inquérito às Parcerias Público-Privadas dos Sectores Rodoviário e Terroviário.
Uma auditoria levada a cabo pela consultora Ernst & Young às PPPs e concessões servirá apenas para cobrir com um novo manto de opacidade o processo já absolutamente opaco que é a contratação pública de PPPs. Aceitar os resultados de tal auditoria significaria pôr em causa do interesse público não só actual, mas para anos futuros e para as futuras gerações, pois os contratos auditados estender-se-ão várias décadas.
Ironicamente, a adjudicação da auditoria às PPPs parece ser ela mesma uma PPP: opaca, parcial, marcadamente desequilibrada entre as partes participantes, com o privado a ser beneficiado e com conflitos de interesse latentes.
Xiiii, que maranhal que foram trazer à tona de água

Isso já foi para a imprensa? Gostava de ver isso nos jornais e, já agora, em que zona dos mesmos em que a notícia aparecia...

Voltar para “Arquivo 2014 a 2015”
Quem está ligado:
Utilizadores neste fórum: Nenhum utilizador registado e 5 visitantes